Dentro da Casa de Carnes Bratovsky.

Minato tentava fechar as narinas para não sentir o cheiro de carne que vazia seu estô mago embrulhar. Ele evitava também olhar para as peças bovinas penduradas em ganchos e pingando sangue. Ele fitou o teto e viu que um velo ventilador rodopiava sobre sua cabeça.

“Isso ainda vai cair e me matar” pensava ele, olhando para as lâminas do ventilador.

- Posso te ajudar em alguma coisa? – perguntou com uma voz grossa e típica de russo soviético estressado. Lê-se: o cara do mal.

- Er... eu vim trazer uma mensagem do Uchiha. – falou o loiro tentando desviar o olhar das mãos ensangüentadas e do avental vermelho do homem.

- Não tem nenhum Uchiha aqui. – disse irritado com o típico sotaque russo ressaltando o “r’.

- É claro que tem, parceiro...

- Eu não sou sei parceiro! – grunhiu o russo segurando com mais força a faca de açougueiro.

Minato olhou para o lado e não conseguiu não olhar para um porco retalhado em cima do outro balcão. Seu estômago revirou e ele pensou que iria vomitar ali mesmo. Mas, como todo bom agente, que às vezes tem que passar por maus bocados, ele engoliu aquele bolo que subia pela sua garganta.

- Olha, amigo, é melhor você facilitar as coisas, senão o Uchiha vai ficar irado contigo se eu não entregar o conteúdo dessa pasta para ele. – diz Minato entre os dentes apontando a maleta preta que carregava.

O açougueiro olhou desconfiado para o loiro. Agora colocara sua faca peixeira a vista. Minato rezava para ele se decidir logo, antes que ele vomitasse logo ali. Eles se entreolharam por longos minutos.

De repente a porta é aberta. De lá sai uma mulher desgrenhada, velha, suja de sangue dos pés à cabeça. Ela olha brava para o russo e depois fala com a voz esganiçada de sotaque:

- Pára de contrariar a freguesia! Não tá vendo que o rapaz trouxe uma encomenda?! – nesse instante pôde-se ver que a velha tinha apenas dois dentes e fedia a carne de vaca. Minato torceu o nariz mais uma vez, supondo que se aquilo não fosse uma missão, ele estaria com certeza, num filme de terror.

O homem franziu o cenho esperando que um dos outros dois falasse com ele, possivelmente pedindo para ele entrar em alguma porta oculta ali. Ele olhou mais uma vez para a  maleta preta. Que tipo de encomenda ele entregaria? Sua arma? Seus dispositivos? Computador de bordo da KAS?

“É melhor a Kushina andar logo, porque a situação ta ficando feia aqui...”

- Ei, você! – chamou a velha. – Por aqui.

Ela apontou para a porta de acesso unicamente de funcionários e começou a se dirigir para lá.

- Você vai ficar parado aí o dia todo ou vai entrar? – perguntou ela vendo que Minato não se movia.

“A Kushina disse que aí dentro é um massacre de carnes... sangue por todo lado... Não sei se vou agüentar...” pensava ele fechando os olhos.

Mas não tinha jeito. Ele era um espião. Tinha que ter o mínimo de coragem para não se sentir abatido com um abatedouro. Mas todo mundo tem um ponto fraco. O problema é que essa missão era seu ponto fraco.

“Aposto que se fossem baratas a Kushina não entraria....” pensava ele tentado criar um pouco mais de expectativas para pelo menos tentar enganar sua covardia.

Minato então começou a se mover. Embora não quisesse. Seguiu a velha até a área de acesso dos funcionários. Ao chegar lá se assustou completamente. Aquilo era totalmente oposto a suas suspeitas.

Uma sala de espera se erguia por detrás da porta do açougue. E para a surpresa de Minata, havia alguns caras nada amistosos sentados no sofá, lendo revistas e segurando firme suas maletas pretas.

“Que ótimo. Um tanto de capangas pra me atrasar...” pensava ele olhando para os homens sentados ali. Cada um com a cara mais medonha, assassina e asquerosa que o outro.

- Pegue a senha e espere, bonitão. – falou a velha assanhada dando um tapinha em Minato (N/A: vocês podem imaginar onde, né?)

O homem de cabelos loiros olhou assustado, riu sem graça e tirou o papelzinho da senha. Número 21. Pelo jeito ele ia demorar muito para ser atendido... A menos se ele fosse o primeiro. E a idéia de como cortar a fila pairava sobre sua cabeça. Ele agora tinha a tarefa de sumir com os outros vinte e um homens que atrasavam sua missão.

Mintato preparou-se então para colocar seu plano de infiltração em prática. Deu um sorrisinho de canto de boca e abaixou o olhar.

Enquanto isso, no tubo de ventilação, Kushina se atrapalhava toda....