Lia Martins.

Depois de toda aquela situação na classe, eu tive que esclarecer tudo para o Vitor, ele estava mais perdido que cego em tiroteio.

"Ah, agora eu entendi todo o lance... E a volta dele, mexeu contigo?" perguntou Vitor.

"Não! Claro que não, até parece." respondi convincente. "Alem do mais, eu não tenho porque disso, não sinto mais nada por ele. E muito menos quero me envolver de novo com ele, ou com alguém." respondi tentando me auto convencer daquilo. Juliana apenas me olhou com aquele olhar de "sei o que você esta tentando fazer", droga.

"Você deveria dar uma chance... Pra nós, Lia. Já disse que não sou o Dinho, hm?!" disse Vitor me abraçando pela cintura.

"Bom, vou pegar um suco!" disse já saindo praticamente correndo em direção a cantina, aonde pedi meu sagrado suco de maracujá, pra ver se ajudava.

Do nada alguém me agarrou por trás e tampou a minha boca, o medo dominou meu corpo e eu me debatia tentando gritar, mas nada funcionava.

"Calma, Lia, sou eu o Dinho!" disse o Imbecil já comigo dentro do quartinho da limpeza.

"Seu estúpido! Você tem problemas mentais? Porque me trouxe assim desse jeito? Anda, me deixa sair seu imbecil!" esbravejei indo até a porta.

"Não! Eu preciso conversar com você. E só assim para conseguir, se eu te chamasse para conversar você não iria querer, me desculpe." disse se colocando em frente a porta.

"Óbvio que não iria querer. Não desculpo e não tenho nada pra conversar com você. Anda, sai da frente agora!"

"Não! Não vou sair, você precisa saber o que aconteceu no lance da Valentina, de tudo Lia, por favor!"

"Eu não quero ouvir nada, nada! Entendeu?! O que te leva a pensar que tem algum direito de tentar me explicar algo, Adriano? De me fazer sofrer e depois vir com desculpas esfarrapadas. Vai me dizer o que? Que não queria ter me traído? Ido embora com aquela vagabunda? Me poupe. Guarde as suas palavras e me deixa ir, agora!" acabei deixando escapar um pouco da minha mágoa.

No me queda nada que quieres de mi

Que te da el derecho de hacerme sufrir

Guarda tus palabras y dejame ir

Quien dijo que una mentira puede hacer feliz

Mas que una verdad amor no hablaba de mi.

"Não, Lia. Olha, eu..."

"Você nada! Se não sair da frente da porra da porta, eu vou gritar!" disse interrompendo as ladainhas dele.

"Droga, Lia! Você nunca vai me ouvir?" me perguntou com um tom angustiado.

"Eu quero sair, e se você tem ainda algum consideração por mim, deixa-me ir." pedi pacientemente controlando minhas lágrimas que insistiam em embaçar meus olhos.

E assim ele fez, saiu de frente da porta e a abriu logo em seguida. Sai sem olhar para trás, precisava sair de perto dele o mais rápido possível.

Si alguna vez me quisiste

Solo dejame ir

Dejame ir.