Blessed With A Curse escrita por Mari Bonaldo, WaalPomps


Capítulo 37
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Divirtam-se com o último capítulo.
O próximo é o epílogo.



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- Bom dia, Srta. Berry. – disse a enfermeira, Katherine Greene, observando a mulher morena com um pequeno, quase imperceptível, volume no ventre, segurando um novo buquê de flores, como fazia todas as sextas-feiras. “É para perfumar o quarto”, ela costumava dizer, sorrindo fracamente.

Para Katherine, a enfermeira responsável por Finn Hudson, a atmosfera do quarto branco e mórbido mudava quando Rachel Berry entrava pela portas, trazendo sempre flores ou biscoitos de chocolate que ela devorava com prazer. Tudo ficava mais leve, enquanto a morena pegava a mão do homem em coma e lhe contava tudo sobre o seu dia. Porém, ao mesmo tempo, tudo parecia ficar triste.

Há um mês e meio, todos os dias, sem exceção, Rachel visitava o namorado, Finn Hudson. Ela não deixava de vir por nada: chuvas torrenciais, típicas de Nova York; frio demais ou até mesmo mal estar graças a gravidez. Quando Katherine pensava no pequeno bebê dentro de Rachel, sentia-se pior ainda, porque talvez – muito provavelmente – aquela criança inocente não poderia conhecer o seu pai.

- Bom dia, Kath. – ela respondeu, tirando Katherine de seus devaneios. – Hoje vou testar uma nova receita de Whoopie Pies (N/A: Nada mais, nada menos, do que dois cookies macios recheados de marshmallow.) e amanhã eu trago para você! – O sorriso de Rachel era brilhante, enquanto ela ajeitava as flores amarelas em um vaso na cômoda ao lado de Finn.

- Ele moveu os pés ontem a noite. – a enfermeira disse, de repente, observando como as mãos de Rachel soltaram rapidamente as flores, tremendo levemente. A morena virou-se para ela, colocando as mãos na cômoda, como se buscasse apoio. – Foi somente um movimento, mas –

- Isso é tão bom! – ela interrompeu a enfermeira, saindo de sua posição e tomando a mão imóvel de Finn nas suas. – Você... Pode nos deixar a sós, por favor?

Katherine assentiu e saiu do quarto, observando como Rachel acariciava com delicadeza a mão de Finn, ligada no soro.

Rachel observou o rosto pálido de Finn. A cor braça exaltava suas sardas, as que ela tanto amava. Com cuidado, ela tocou o rosto machucado.

- Oi. Nós estamos tão, tão orgulhosos de você agora, Finn. Eu e o seu filho. – Rachel pegou a mão de Finn e levou-a até a barriga levemente inchada. – É. Filho. – ela deu uma risada emocionada, sentindo-se prestes a chorar. – O futuro Hudson deu o ar da graça no último momento do ultrassom que fiz algumas horas mais cedo, revelando que é um menininho. O nosso menininho. Eu queria tanto que você estivesse lá comigo... Você precisa acordar. Por mim. Por ele. Eu sei o que os médicos dizem Finn, mas eu não vou desistir de você, nem agora, nem nunca. Eu sei do que você é capaz, e ontem a noite você provou isso não só para mim, mas para todos os médicos e enfermeiros. Aposto que foi uma grande surpresa para eles. Surpreenda-os de novo, Finn. Abre os olhos. Por favor. – A voz de Rachel era cada vez mais fraca, a cada palavra que dizia. 

Finn havia se movido, o que era maravilhoso. Era muito mais do que ela poderia ter imaginado. Fazia um mês e meio que ela não via os lindos olhos cor de whisky, e por várias vezes havia desanimado. No dia em que fora baleado, os paramédicos levaram Finn para o Hospital Municipal de Elba, o melhor da cidade, e ele ficara ali por duas semanas. Duas longas e dolorosas semanas. Quinn e Puck vieram de Nova Iorque, preocupados com Rachel e o bebê, e Santana e Brittany não saíram de perto dela um segundo. Carole fora contatada e voara de Nova York até Elba, transtornada. Aquela não fora a forma perfeita de conhecer a avó de seu filho, e ela tinha certeza que Carole também estava bem surpresa ao descobrir Rachel e o futuro neto, mas nenhuma das duas realmente ligou para isso naquele momento. Elas amavam Finn, e apoiaram-se uma na força da outra, em dias difíceis. Foram dias de lágrimas – até mesmo da parte de Noah – orações, e lembranças. Muitas lembranças agridoces. Apesar disso, Rachel matinha a sua fé. Ela manteve quando Finn passou pela cirurgia para retirada da bala, localizada em um ponto estratégico em seu tórax, que durara cinco horas e fora extremamente delicada. Manteve sua fé quando o médico disse que o alto fluxo de sangue perdido havia acarretado em danos para o cérebro, e que Finn estava em coma. Mas naquele dia – era uma sexta feira, e Rachel achava que nunca a esqueceria – sua fé vacilou.

Ela sabia que não era algo bom. O médico responsável por seu namorado baleado estava chamando-a para uma conversa particular, em seu consultório. Então, durante todo o caminho, Rachel estava catatônica, encarando as costas largas cobertas pelo jaleco branco a sua frente, mal lembrando de puxar o oxigênio para os seus pulmões. Não era algo bom. Não poderia ser algo bom. Mal lembrava-se como, mas de repente se viu sentada em uma mesa de vidro, abrigando o corpo pequeno – e de repente, gelado – nos próprios braços.

- Eu serei prático, Srta. Berry. Ele não vai acordar.

Rachel encarou o médico, os seus olhos castanhos levemente embaçados por uma repentina vertigem.

- O paciente está em coma por uma semana, sem sinais de movimentos, respirando através de um aparelho. Os órgãos dele estão parando, e não há nada que possamos fazer.

Ela estava repentinamente irritada. Porque aquele homem chamava Finn de “o paciente”? Ele tinha um nome. Restringi-lo ao seu estado atual em relação ao médico era desrespeitoso. Finn era muito mais que aquilo. Era um ótimo profissional, um homem bom e seria um pai exemplar. Ele significava o mundo para algumas pessoas. Significava o mundo para ela.

- Deixe-me inteira-la de algumas coisas, Srta. Berry. Este é um hospital público. Pessoas necessitam de quartos na UTI o tempo todo. Você entende isso? – Rachel assentiu. – O paciente está ocupando um leito na UTI, mas não temos esperanças para ele. É uma questão de tempo até que ele venha a padecer. Se o paciente não sair do respirador em cinco dias, pedimos que envie-o para um hospital particular. Outros pacientes virão.

Ela lembrava-se de poucas palavras do médico, mas a dor entorpecente que tomava conta dela permanecia bem viva em suas lembranças.

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Carole Hudson sentou-se ao lado da nora – ela não tinha muita certeza se deveria referir-se à Rachel como nora – abatida, acariciando o ventre plano. O olhar castanho perdia-se na parede à sua frente, e ela pôde ver o brilho doloroso preso neles quando Rachel virou-se para olhá-la. Logo sua cabeça endireitou-se, e Carole observou o perfil da mãe de seu neto.

- O médico falou comigo também. – disse a mulher mais velha. O corpo de Rachel imediatamente retesou-se.

- O quão egoísta eu sou por desejar que ele continue vivo, mesmo que sofrendo? – disse Rachel, alguns segundos depois. Ela virou o rosto para Carole, as mãos ainda na barriga. – Eu não estou pronta para deixá-lo ir. Sei que ele merece descansar, mas eu não posso fa –

O discurso de Rachel foi cortado por um soluço gutural que saiu de sua própria garganta. Ela só foi perceber que estava chorando quando sentiu braços a acolhendo confortavelmente. Carole acompanhou a morena nas lágrimas, chorando silenciosamente enquanto acariciava as costas delicadas, apoiando o queixo no topo da cabeça de Rachel.

- Ele não vai embora, querida. Eu sou a mãe de Finn. Quando ele era pequeno, costumava levar horas para concluir um desenho. – Carole riu entre as lágrimas, a lembrança viva do garotinho loiro (N/A: Vejam fotos do Cory pequeno) inclinado sobre papéis, cercado por giz de cera, inocentemente concentrado em seu desenho, como se aquele fosse o principal problema de matemática da face da Terra e somente ele pudesse resolvê-lo – Finn costumava me dizer que o desenho não estava pronto até estar perfeito. Aquele garotinho continua vivo nele. Ele não vai sair desse mundo com assuntos pendentes. – ela colocou a mãe sobre o ventre de Rachel, que sorriu também.

- Eu quero que ele seja parecido com o Finn. Não só fisicamente, apesar de que eu adoraria que ele ou ela herdasse o sorriso do pai. Eu quero que ele seja forte, independente, altruísta e tão gentil quanto o Finn. – Rachel virou-se para Carole, tomando as mãos levemente enrugadas pelo tempo nas suas, ainda macias e lisas. – Obrigada por ter tornado o Finn o homem maravilhoso que é, ainda que ele nunca vá admitir isso. Eu espero ser uma mãe tão maravilhosa quanto a senhora é.

Carole sentiu os olhos encherem-se de lágrimas outra vez, pela emoção do trabalho reconhecido. Não fora fácil criar Finn em meio às brigas violentas com Christopher, e depois, em meio às dificuldades de um emprego mal pago e de período quase integral.

- Nós não vamos desistir dele. – concluiu a mulher, após o choque pelas palavras daquela jovem que, alguns dias atrás, era uma completa desconhecida.

- Nunca.

E foi isso o que Carole e Rachel fizeram: Não desistiram. No momento em que Finn saiu do respirador e era seguro realizar uma viagem de helicóptero, elas arcaram com os custos para levá-lo para Nova York, em um hospital especializado. Ali, contaram com médicos reconhecidos mundialmente e uma equipe de enfermeiros maravilhosos, que apoiaram-nas em todos os momentos difíceis, e nos mais felizes também.

Rachel levantou-se da cadeira que encontrava-se ao lado da cama de Finn, soltando a mão pesada. Nos últimos tempos ele havia realizado grandes feitos – respirava por conta própria, os olhos tinham reflexos e agora ele movera o corpo – mas ainda assim os médicos diziam para que ela não criasse muitas esperanças. Afinal, fazia um mês e meio que ele estava em coma.

Mas ela criava esperanças. Aquele homem teimoso, que não aceitava perder nem em discussões corriqueiras do dia-a-dia, não entregaria-se assim tão fácil. Ele era um lutador. E a vitória era o seu sobrenome.

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Um zumbindo. O barulho era leve, parecido com o de uma abelha chata que voa ao redor dos ouvidos com insistência. Um zumbido foi a primeira coisa que Finn Hudson ouviu ao voltar à sua consciência. Ele tentou abrir os olhos, e após um pouco de insistência, conseguiu. Sentiu uma dor incômoda nas retinas, observando como tudo estava branco. Aquele era o céu? Se fosse, ele com certeza não gostaria de permanecer ali.

Mas então o branco foi sumindo, pouco a pouco. Ele ouviu a voz de Rachel, enchendo os seus ouvidos em um grito surpreso. Aquilo significava que ele estava vivo, certo? Finn tentou chama-la, mas a sua voz não saía. Imediatamente, viu Rachel – levemente embaçada e cercada por pontos brancos – gritar por uma tal de Katherine. Logo uma senhora ruiva estava inclinada sobre ele, jogando uma luz forte sob o seu olho, enquanto um senhor gordo media a sua pressão. O que diabos estava acontecendo ali? O senhor gordo disse para Rachel sair. Ela, entre lágrimas, saiu do quarto.

Finn com certeza não queria que ela saísse.

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Finn Hudson esteve em coma. Por um mês e meio. Mas, surpreendentemente – segundo o senhor gordo, que Finn descobrira, momentos mais tarde chamar-se Louis e ser o médico responsável por ele - sua saúde estava boa. Obviamente ele estava fraco e teria que ficar em observação por vinte dias, mas ele sobreviveria.

- Nos deu um grande susto, Sr. Hudson. Achamos que não veríamos os seus olhos novamente. – o médico riu, inclinado às suas costas, enquanto mandava Finn tossir. – Até informamos a sua mãe e sua namorada de que as chances do senhor sobreviver ou acordar, eram baixíssimas. Mas elas não desistiram de você, em momento algum.

- A Srta. Berry veio visitá-lo todos os dias, Sr. Hudson. – disse a simpática senhora ruiva, Katherine, fazendo o coração de Finn bater descompassado.

- Bem, - disse o médico, afastando-se de Finn. – o senhor terá que passar por alguns exames. Superficialmente, tudo está bem. Mas foi um longo tempo em coma, e tudo indica que a recuperação será lenta.

Finn assentiu com a cabeça, sentindo-se um pouco zonzo, e o médico retirou-se do quarto. Katherine aproximou-se da cama de Finn, fechando os dois botões da camisola de hospital que ele vestia e que haviam sido abertos pelo médico e ajudando-o a deitar-se. Finn abriu a boca, sendo interrompido pela enfermeira ruiva.

- Eu vou chamar a Srta. Berry. – ela disse, dando uma piscadela, como se dissesse “eu-sei-muito-bem-o-que-você-quer”. Finn assentiu e sorriu, e logo em seguida Katherine saiu de seu quarto.

Ele entrelaçou as mãos sob a própria barriga, sentindo o coração acelerar a cada minuto que se passava sem que Rachel entrasse no quarto. Um mês e meio. Finn mal podia imaginar como ela sentia-se. O barulho da porta se abrindo despertou-o de seus pensamentos, e quando a figura pequena de Rachel cruzou a porta, a respiração dele suspendeu-se por alguns segundos.

Ela andou até a sua cama rapidamente, usando um vestido leve que realçava a pequena barriga que havia crescido nesse meio tempo. Um peso atingiu o coração de Finn, enquanto ele pensava sob tudo o que havia perdido enquanto dormia.

- Meu am-

Finn foi interrompido pela mão de Rachel, que vôo em direção a sua face, atingindo-lhe em cheio. A boca dele se abriu em admiração, enquanto ele levava a mão que não estava ligada no soro à bochecha dolorida.

- Nunca, está me ouvindo bem, nunca mais ouse fazer isso comigo, Finn Hudson. – a voz de Rachel estava embargada, enquanto ela rodeava os braços ao redor do corpo um pouco magro de Finn, que ainda tinha a boca aberta em admiração, e levou alguns segundos para retribuir o gesto de carinho. – Eu senti tanto a sua falta. Todos os dias.

Rachel afastou-se dele, revelando os olhos avermelhados e as bochechas manchadas pelas lágrimas que deveria ter derramado. Finn tentou dizer alguma coisa, mas Rachel o interrompeu, silenciando-o com o dedo sob o seu lábio.

- Eu amo você. Cada fibra do meu corpo é totalmente e absurdamente louca por você, Finn. Eu senti um medo insano de te perder, e não sabia como ia me levantar todos os dias e cuidar de mim mesma e do nosso menino sem o seu sorriso maravilhoso me dando forças para isso.

Finn a encarou, atônito. Aquilo era realmente muita coisa em pouco tempo. Ele despertava de um coma longo. Descobria que todas as chances indicavam que ele faleceria. A enfermeira chamava Rachel para o quarto. Finn ganhava primeiro um tapa. Depois um abraço. Lágrimas. Uma declaração de amor. E ainda por cima...

- É um menino? – ele perguntou com a voz um pouco entrecortada pelo longo tempo sem utilização, mas com um sorriso leve nos lábios. Rachel assentiu, emocionada, vendo os olhos e o sorriso com covinhas que tanto amava e sentira uma absurda saudade. O sorriso de Finn alargou-se, e ele esticou a mão esquerda para o ventre de Rachel, sentindo-o um pouco inchado. – Isso é maravilhoso.

- Eu descobri hoje. No último momento do ultrassom, ele resolveu nos agraciar com a sua presença. – disse ela, rindo um pouco.

Finn tirou os olhos do ventre onde o seu filho repousava, encarando o rosto de Rachel, o sorriso sumindo aos poucos.

- Me perdoa por não ter estado com você nesse momento. E em todo esse tempo. Eu não consigo me colocar no seu lugar, eu simplesmente não teria forças para –

- Shiu. – ela disse, o interrompendo. – A culpa não foi sua. E você está bem agora, nós dois... Nós três, temos todo o tempo do mundo.

Finn assentiu e deu um sorriso torto a ela, que se inclinou sobre o corpo dele e acariciou o seu rosto.

- Eu amo você. – ela continuou. – Eu vou te dizer isso todos os dias a partir de hoje, Hudson. Você não me escapa.

- Eu não quero escapar. – Finn respondeu, sentando-se na cama com um pouco de dificuldade.

- Você precisa descansar, teimos-

- Eu acho que eu já descansei demais. – ele cortou Rachel, colocando a mão livre em sua nuca e puxando o rosto dela em direção ao seu. Finn fez uma pequena caricia nos lábios dela com os próprios lábios, percebendo só então o quanto sentia falta deles. Rachel mordeu levemente o lábio inferior de Finn, logo em seguida fechando os seus lábios em torno dos deles. A língua dele invadiu sua boca, buscando com certo desespero o gosto dela. O beijo foi repleto de saudade, molhado, longo, duro, mas nenhum deles ligou. Tudo o que queriam era eternizar aquele momento. Os dois se afastaram quando ouviram uma batida na porta. Rachel gritou “Entra!” e a cabeça morena de Carole apareceu em um pequeno vão da porta.

- Eu vou deixar vocês dois a sós. – disse Rachel, sorrindo, e se afastando de Finn.

Carole entrou no quarto, olhando emocionada para o filho. Em questão de segundos, os seus braços rodeavam Finn, enquanto lágrimas rolavam por seu rosto. Ele retribuiu o abraço, rindo um pouco.

- Mulheres...

Carole riu também, acariciando o rosto do homem formado, que costumava ser o seu bebê.

- Eu sabia que você acordaria, Finn. Você não abandonaria aquela moça e o seu filho.

Finn assentiu com um movimento de cabeça, tomando a mão de sua mãe nas suas.

- É um menino, mãe. - Carole colocou as mãos na boca, e Finn riu de sua reação exagerada.

- Ah, meu bem, isso é maravilhoso! – disse ela, abraçando novamente o filho.

- Eu sei, mãe.

Carole manteve o abraço mais alguns segundos e depois se afastou de Finn, segurando as suas mãos com delicadeza. Olhou para o rosto sardento de seu menino, que já seria pai, e sorriu com a ideia.

- Eu nunca poderia imaginar isso.

- Isso o quê? – perguntou Finn à mãe, com a testa levemente franzida.

- Você apaixonado novamente, tornando-se pai. – Finn sorriu, e Carole continuou. – Quando a Ally morreu, eu achei que você nunca superaria. Eu sempre soube o homem forte que havia criado, mas aquilo te abalou demais. Eu não pensava que haveria uma mulher no mundo que pudesse destruir o muro que você criou ao seu redor, Finn. E então essa moça, a Rachel, apareceu... Acho que sempre vou ser grata a ela.

- Ela é maravilhosa. – Finn respondeu.

- Sim, ela é. – Carole sorriu, e tirou a bolsa de seus ombros, abrindo o compartimento maior. – E por isso eu guardei isso aqui. – ela tirou a caixinha vermelha que continha o anel de noivado que Finn havia comprado no dia do seqüestro. – Achei que talvez você ainda quisesse usa-lo.

Finn ajeitou o corpo na cama, aceitando a caixinha que a mãe lhe entregava com um sorriso no rosto. Momentaneamente, havia se esquecido de que pretendia pedir Rachel em casamento no dia em que fora baleado.

- É. Ainda quero usá-lo.

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Rachel encostou a cabeça no ombro de Finn, com cuidado para não machuca-lo. Como Finn ainda estava na UTI, ela havia concordado em dormir aquela noite no hospital. Afinal, agora que havia o recuperado, Rachel não achava que poderia deixá-lo de novo. Eram 23:00 da noite e nenhum dos dois sequer pensava em dormir.

- Os filmes do hospital são péssimos. – Finn disse, mudando de canal a esmo. Rachel riu.

- Eu realmente não ligo para isso. – Rachel respondeu, sinceramente. Finn sorriu e soltou o controle remeto, deixando a televisão parada em um canal qualquer.

Com dificuldade, ele virou um pouco o corpo, de modo que pode alcançar o rosto dela e erguer-lo em sua direção, depositando um beijo em seus lábios.

- É tão bom poder te beijar a qualquer hora. – ele disse, quando o beijo foi finalizado. Rachel ainda tinha os olhos fechados e a testa colada na sua, sorrindo.

- É bom simplesmente ter você do meu lado, Hudson. – Rachel enterrou a cabeça no pescoço de Finn.

Finn, sentindo a respiração leve dela em contato com a sua pele, pôde constatar o quanto realmente a amava. O simples fato de sentir o peso leve de seu corpo ao seu lado, trazia a ele uma paz inédita. Como se, durante toda a sua vida, ele houvesse passado por provações só para chegar àquele momento. Finn sentia que estava no local certo, onde ele sempre havia pertencido. E aquele “local” ao qual Finn Hudson pertencia não era um imóvel, cidade ou país. Era uma pessoa. Era Rachel.

Ele ajeitou-se um pouco na cama, recebendo a cabeça morena no peito e colocando o queixo no topo dela.

- Tem só uma coisa que eu mudaria em você, Rachel Berry.

Ela se afastou do corpo dele, sentando-se na cama um pouco contrariada.

- O que?

Finn colocou as mãos embaixo do travesseiro, tirando uma pequena caixinha vermelha aveludada de lá. Com um sorriso galanteador, ele abriu a caixinha, revelando um anel bonito com um pequeno diamante em cima. O coração de Rachel começou a bater mais rápido, enquanto ela levava as mãos até a boca surpresa.

- O seu sobrenome. Casa comigo?


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