Blessed With A Curse escrita por Mari Bonaldo, WaalPomps


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Ok, to com sono demais para falar qualquer coisa.



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Finn jogou um punhado de água gelada no rosto. Ele não queria que Rachel percebesse seus olhos inchados pela falta de sono na noite anterior. Finn sabia sobre todas as vezes que tinha rolado de um lado a outro na cama, com o rosto machucado dela em sua mente. Ele sabia do gesso que tinha sido arrancado de seu braço por ele próprio, em um ataque de fúria. Mas isso não significava que Rachel tinha que saber.

“Ever since this began

I was blessed with a curse

And for better or for worse

I was born into a hearse”

Ele olhou seu rosto no espelho embaçado do banheiro. Os olhos com tons esverdeados significavam que ele estava cansado. Finn lembrou-se subitamente de como Ally havia reparado naquilo em uma manhã de domingo, quando ele passara toda a noite anterior trabalhando. Era engraçado como ele pensava, antes de conhecer Rachel, que Ally era a única que ele poderia amar. Ela não era.

“I know I said my heart beats for you

I was lying girl, it beats for two (…)”

Agora ele entendia que amar outra pessoa não significava exatamente que ele deixaria de amar Ally. Ela tinha sido uma pessoa maravilhosa e completado sua vida de forma exemplar. Finn sempre a amaria por isso. Mas ela fora embora, afinal, e ele tinha Rachel agora. Ou teria Rachel, se o seu medo de amar novamente não tivesse interferido e a tirado dele também.

“ (...) ‘Cause I got your love

And I got these vices”

O pior de tudo era saber que, ao contrário de Ally, Rachel havia ido embora por vontade própria. Por culpa exclusivamente das ações impensadas de Finn. Doía também saber que ela tinha outra pessoa agora.

Tudo o que Finn queria era que Rachel esquecesse as coisas dolorosas que ele havia dito para ela em diversos momentos, e voltasse para os seus braços.

“Take back

Every word i’ve said, ever said to you”

Finn caminhou até as escadas, passando pelo quarto de Rachel quando o fez. Ela havia esquecido a porta aberta. Ele desculpou-se mentalmente com Rachel pelo que iria fazer, e com cuidado, entrou em seu quarto. O corpo pequeno dela estava encolhido do lado direito na grande cama de casal, enquanto as cobertas estavam jogadas no chão.

Com passos leves, Finn caminhou até o lado da cama, apanhando o cobertor e o estendendo sobre o corpo adormecido dela. Ele sorriu quando ouviu Rachel suspirar, contente, em seus sonhos. Sem poder se conter, levou uma de suas mãos à mão direita dela, que repousava tranquilamente sobre o colchão espaçoso.

Finn soltou um suspiro alto, de mais puro alivio, quando sentiu a pele macia dela novamente. Deus, ele sentia tanto sua falta. Sentia falta de cada peculiaridade dela: da forma como sempre dormia do lado direito da cama e de como o seu cabelo acordava bagunçado e totalmente sexy pela manhã. Ele sentia falta de se enterrar dentro dela logo após acordar, e antes de dormir também. No momento em que ele estava dentro dela, sentia-se totalmente completo, de uma forma insana e até um pouco mágica. Sentia falta da paz e da desordem que a morena trazia para sua vida, de uma forma que, ele sabia, ninguém mais conseguira ou conseguiria trazer.

Quando Rachel se mexeu levemente, Finn afastou-se de sua cama e andou até a porta de seu quarto. Antes de abandonar o lugar, deixou que seu olhar triste recaísse mais uma vez sobre a respiração tranqüila de Rachel.

As pessoas diziam que o amor era uma benção. Ele tinha encontrado amor duas vezes. Mas não se considerava um homem de sorte, entretanto. Porque tinha o perdido duas vezes também. Para uma benção, aquilo era bem parecido com uma maldição. Finn sorriu sarcasticamente. Ele tinha sido abençoado com uma maldição. (N/A: É a tradução do título da fic e da música que eu pedi pra vocês ouvirem, awn *-* rs).

“Everything I touch turns to stone

Turns to stone

So wrap your arms around me

And leave me on my own.”

Finn sabia que devia deixar Rachel em paz. Não havia uma forma do relacionamento dos dois dar certo. Não quando ele corroia tudo em que tocava.

Ele não queria corroer a inocência de Rachel.

Então saiu pela porta de seu quarto, prometendo a si mesmo que a amaria em silêncio.

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- Nós achamos o endereço de Giorgio. – foi a primeira coisa que Puck disse quando ouviu a voz de Finn dizendo “Alô?”.

- O que? – Finn perguntou, com uma voz confusa e mal humorada.

- Eu e Quinn. – Puck continuou, ignorando o mal humor do amigo. Ele também estaria mal humorado se houvesse perdido a mulher de sua vida porque foi burro demais para perceber o quanto ela era importante. – Nós achamos o endereço do que parece ser o laboratório de Giorgio. Sabia que a Quinn trabalha muito melhor depois de uma rapidinha no banheiro? – Puck mudou de assunto, dando risada.

Finn, do outro lado da linha, fez um esforço para rir também. Apesar de tudo o que estava acontecendo em sua vida amorosa, ele queria que Puck soubesse o quanto estava feliz pelo amigo finalmente ter sossegado ao lado de uma garota. Quinn era uma ótima mulher, linda, e realmente o amava.

- E a Berry? – Puck perguntou, momentos depois. Ele ouviu a respiração de Finn tornando-se mais densa. Ele quase podia imaginar o rosto do amigo.

- Ela tem outro cara em sua vida agora.

A voz de Finn era fraca e Puck teve vontade de pegar um vôo para Elba só pra quebrar a cara dele.

- Você já disse a ela o que sente?

- Não. – disse Finn.

Puck bufou e revirou os olhos. Nem a lembrança da maravilhosa rapidinha com Quinn fora o suficiente para acalmá-lo.

Finn e Puck falavam-se com relativa freqüência. Em todas essas ligações, o nome de Rachel era citado com certa devoção pelo amigo. Puck sabia o que Finn estava sentindo, porque sentia a mesma coisa por Quinn. Era algo louco. Surreal.

A diferença entre os dois era que Finn ficava guardando seus sentimentos somente para si.

- Larga a mão de ser viadinho, Hudson! – ele berrou, fazendo com que o departamento de pesquisas da CIA o olhasse com certo deboche. – Você vai perdê-la desse jeito. – ele continuou, abaixando um pouco o tom de voz.

- Eu já a perdi, palhaço.

- Não, não perdeu. Ela é uma mulher, caramba! Precisa te ver chorando um rio pra se convencer de que você a ama e a merece de volta. Acredite, eu conheço as mulheres.

- Uau, me desculpe Hitch. (N/A: Referência ao filme Hitch – Conselheiro Amoroso haha) – o amigo respondeu, com um certo deboche na voz. – Mas a Rachel não é como todas as mulheres.

Puck bufou.

- Talvez ela seja diferente, mas o que estou querendo dizer é que ela tem aquela coisa dentro de si, cara. Aquela pequena voz dizendo a ela que não pode confiar nos homens. Ela precisa se sentir segura quanto ao que você sente, mas isso nunca vai acontecer, se você não demonstrar. O segredo está em deixar fluir.  

A linha ficou em silêncio por alguns segundos, e Puck sentiu-se realmente contente. Finn com certeza estava pensando em suas palavras.

- Puck? – perguntou o amigo, quebrando o silêncio.

- Fala.

- Você tem que parar de ver Grey’s Anatomy, porque essa sua filosofia de boteco é realmente deprimente.

Puck xingou Finn de alguma coisa idiota, enquanto sorria por dentro. Ele sabia que, de alguma forma, tinha tocado os pensamentos dele. E aquela era a forma dos homens agradecerem, afinal.

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Finn subiu as escadas, correndo. Ele pensou em esperar Rachel descer, assim eles poderiam planejar o roteiro da missão e fazer uma pequena visita ao laboratório de Giorgio; mas quando o relógio apitou, indicando que era 12:00 e ela ainda estava na cama, Finn resolveu acorda-la.

Ao entrar no quarto de Rachel, porém, não a encontrou na cama. Quando estava quase saindo para procurá-la em outro cômodo da casa, ouviu um barulho alto vindo do banheiro. Ela estava vomitando.

- Rachel? – ele disse com a voz suave, enquanto dava duas batidinhas na porta.

- Sai daqui, Hudson! – ela berrou e logo ele pôde ouvir um barulho indicando que ela ainda não tinha terminado o serviço.

Mas Finn não saiu da porta por muito tempo. Ele desceu rapidamente as escadas, e quando voltou carregava um copo de água na mão.

Quando Rachel abriu a porta, o coração de Finn se apertou. Ela estava pálida, com a boca sem cor e os olhos avermelhados. Ele estendeu o copo em sua mão para a morena, que o aceitou depois de certa relutância.

- O que é que você tem? – ele perguntou, segurando-se para não toma-la nos braços e leva-la para cama. Ela parecia tão fraca, precisando de proteção que ele não pode evitar que uma de suas mãos tocasse os cabelos dela com delicadeza.

Mesmo fraca, ela afastou a mão de Finn dos seus fios castanhos. Aquilo doeu nele, mas Finn optou pelo silêncio. Tinha certeza que tudo o que Rachel não precisava agora era de mais um pouco de drama semelhante à noite anterior.

- Ressaca, provavelmente. – ela disse com a voz rouca.

Finn franziu as sobrancelhas. Rachel havia tomado uma taça de vinha na noite anterior, pelo que ele pôde ver, e parecia totalmente bem antes de ir para a cama.

- Quinn e Puck descobriram um endereço secreto de Giorgio. Mas parece que vou ter que examina-lo sozinho, essa noite.

Rachel, que tinha começado a caminhar para a cama, parou; virando-se para Finn.

- Não tem nenhum jeito de eu deixa-lo ir nessa sozinho, Finn. Você tem duas costelas quebradas e um pulso fraturado, como espera que isso nos traga algum sucesso quando você nem ao menos vai poder defender-se sozinho?

- Novidade pra você, Miss Berry: Você não manda. – a frase fora debochada, mas o tom de voz de Finn era delicado – E não tem nenhum jeito de eu deixa-la me acompanhar nesse estado. – ele disse, imitando-a.

Rachel fez um pequeno grunhido com a boca e depois bateu o pé.

- Isso vai acontecer a noite, não é? – ele assentiu. – Então, escreva o que estou dizendo, até a noite eu vou estar uma nova Rachel Berry.

Terminando de dizer isso, ela se virou e voltou para a cama. Finn sorriu ao ver sua menina determinada e saiu do quarto. Ela precisava de descanso.

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- Como eles descobriram o endereço? – perguntou Rachel, sentada ao lado de Finn na caminhonete preta que ele dirigia.

- Usando o raciocínio. É óbvio que Giorgio não iria usar o próprio endereço para arquitetar seu plano. É arriscado demais. Então Puck entrou no computador de Giorgio, à partir de seu endereço de IP, copiou seus e-mails para outro destinário, e constatou que ele havia entrado em contato com uma imobiliária há 6 anos atrás, realizando a compra de um imóvel. Depois foi só invadir o arquivo pessoal dessa imobiliária, procurar pelo ano da compra e pegar o endereço da casa.

Rachel assentiu e ajeitou a blusa preta que usava. Finn parou em um sinal vermelho e a olhou por alguns segundos. Ela tinha os cabelos presos em um rabo de cavalo alto, e usava calças jeans escuras, juntamente com um grosso casaco preto, assim como ele. Mas Finn duvidava que estivesse tão bonito quanto ela.

Ele só foi sair de seus pensamentos quando um carro buzinou freneticamente atrás deles.

Finn também duvidava que alguém no mundo sentisse o que ele sentia por Rachel agora. (N/A: Trechinho de Wonderwall – Oasis, dando pinta por aqui rs)

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Finn parou a caminhonete em frente à uma casa pequena, de tijolos brancos aparentes, que ficava localizada na periferia de Elba. A casa era rodeada por um muro alto, impossível de escalar.

- Isso realmente não se parece com um laboratório de pesquisas. – disse Rachel, com as sobrancelhas franzidas.

- Provavelmente ele só não quer dar bandeira. Como vamos entrar lá? – ele perguntou, percebendo só naquele momento o quanto aquela invasão fora mal planejada.

Eles só carregavam uma câmera fotográfica, e não haviam contado seus planos para Santana e Brittany. Não tinham supervisão alguma, só poderiam contar com sua capacidade. Estavam arriscando suas vidas por causa da tensão existente entre eles. Finn sabia muito bem que ele e Rachel estavam fugindo de qualquer contato que envolvesse o outro, desde a noite anterior, e por isso não planejaram a invasão como deveriam.

- Nós não podemos ser vistos. – disse Rachel.

Finn assentiu.

- Acontece que o problema é mais complexo que isso. – ela continuou. – Se esse é realmente o laboratório de Giorgio, com certeza é bem seguro. A casa deve estar cercada por câmeras ou pelo menos deve ter alguma supervisão.

Rachel olhou para Finn, que colocou as duas mãos sobre a cabeça.

- Como vamos fazer isso?

Ela ficou em silêncio por alguns momentos, observando a rua em que a casa se encontrava. Era uma rua tranqüila, de casas baixas e bem próximas uma das outras. Não ouvia-se barulho algum, e a iluminação era muito boa.

Ao observar mais detalhadamente o laboratório de Giorgio, ela percebeu uma janela alta lateral que não havia percebido antes. Deixou que um sorriso vencedor brotasse em seus lábios.

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- Venha, Finn! – Rachel disse o mais baixo que pôde, dado à distância em que Finn e ela se encontravam.

O homem olhou incerto para a distância entre um telhado e outro. Era óbvio que aquele salto tinha dado certo para Rachel, mas Finn era pelo menos quinze quilos mais pesado e quarenta centímetros mais alto. Aquilo era indefinidamente mais difícil e arriscado para ele.

- Não precisa ter medo, vai dar certo! A distância é de 1 metro e meio. Relaxa.

Ele respirou fundo e flexionou os joelhos, tentando esquecer o suor frio que lhe descia pela espinha. Se caísse, estava ferrado. Já tinha duas costelas quebradas, e por causa do pulso fraturado e agora exposto, Finn tinha quase certeza de que não teria força suficiente para parar a queda. E aqueles eram belos 6 metros de altura.

Finn balançou a cabeça de um lado à outro, como se assim pudesse expulsar aqueles pensamentos desencorajadores, e deu uma última olhada para o rosto de Rachel antes de pular. Se fosse morrer, que a lembrança da face dela fosse a sua última, pelo menos.

Ele flexionou novamente os joelhos e pulou. Caiu no telhado da casa de Giorgio, de uma forma nada graciosa. Com certeza, se alguém estivesse dentro de sua casa, teria ouvido o baque surdo do corpo de Finn caindo no telhado bege.

- Eu estou bem. – ele murmura, se levantando com cuidado, mas Rachel já está se inclinando sobre o telhado, sua cabeça e seu tronco jogados para fora dele, de modo que ela pudesse observar a janela.

Uma sensação ruim toma conta do corpo de Finn, e ele tem tanto medo de perdê-la, que imediatamente se coloca ao lado dela, segurando sua cintura com as duas mãos fortes. Ele ouve a voz de Rachel protestando alguma coisa, provavelmente relacionada com o fato de que Finn se atreveu a ter algum contato físico com ela, mas ele finge que não escuta. Rachel pode protestar o quanto quiser, mas ele nunca deixaria sua menina cair.

- Podemos entrar. – ela diz, com a voz abafada. – Me puxa de volta, por favor.

Finn puxa o corpo leve de Rachel pela cintura, fazendo um esforço descomunal graças ao seu pulso fraturado. Quando a morena já estava de pé e virada em sua direção, Finn poderia ter descansado os seus pulsos. Mas ele não o fez.

Suas mãos continuaram lá, paradas, fazendo uma leve pressão na cintura de Rachel. Ela estremeceu. Odiava o fato de amar Finn.

Ele pensava a mesma coisa. Amar Rachel era algo odioso. Mas como ele poderia controlar as batidas do seu coração, quando ela estava tão perto, repousando os olhos castanhos sobre o rosto dele?

- Eu... Eu vou primeiro. – ela disse, se afastando dele, e desviando o olhar de sua direção. Ela estava disposta a esquecê-lo. Porque tinha que ser tão difícil?

Finn só assentiu com a cabeça. Quando Rachel sentou-se no telhado, pronta para jogar os pés para frente e ficar virada na direção da janela, ele tocou seu ombro, sentindo o corpo dela se retesar.

- Qualquer urgência, grite “fogo”. Esse vai ser o nosso código secreto para situações perigosas, tudo bem?

- Aham. – ela disse, com a voz baixa, ainda sentindo o calor da mão dele em seu ombro direito. Rachel mordeu os próprios lábios.

- Tome cuidado. – Finn disse, e afastou-se dela.

Momentos depois o corpo de Rachel sumia de vista e só suas pequenas mãos podiam ser vistas, agarradas à borda do telhado. Quando elas desapareceram, Finn andou até a ponta do telhado, e apoiou-se nos joelhos, olhando para baixo. O corpo dela não estava caído no chão, então ele pôde suspirar aliviado. Tinha dado certo.

O plano era que eles subissem até o telhado da casa vizinha da de Giorgio, a partir de alguns tijolos soltos que tornariam o feito de “escalar paredes” possível. Depois, pulariam de um telhado ao outro, dado que a distância entre eles era pequena. Ao chegarem ao telhado do alvo, jogariam o corpo para dentro da janela alta que estava surpreendentemente aberta, coberta apenas por uma cortina leve que esvoaçava com o vento.

Finn ficou parado, observando a janela frontal. Logo a cabeça morena de Rachel saiu por ela, sorrindo.

- Está tudo certo. Vem.

Ele imitou os movimentos que Rachel havia feito para adentrar a janela, jogando suas pernas compridas para dentro dela. Milagrosamente, Finn caiu dentro da casa de Giorgio com as pernas e braços flexionados e as mãos e os pés no chão.

Quando se levantou, estava totalmente surpreso.

A casa não se parecia em nada com um laboratório, afinal. Dentro dela, havia somente um fogão, uma geladeira e uma pequena mesa de trabalho com uma cadeira larga.

Finn franziu as sobrancelhas.

- Não faz sentido.

Rachel começou a caminhar pelo local, fotografando tudo o que encontrava. O que eles esperavam era encontrarem um laboratório completo dentro do pequeno imóvel.  Mas porque Giorgio teria uma casa vazia?

Finn respirou fundo e andou até a mesa próxima a uma parede, encostando-se nela.

- Finn! – Rachel gritou, quando viu que as mãos dele tocavam diretamente a superfície lisa de madeira.

- Que foi? – ele perguntou, confuso.

- Você está deixando impressões digitais!

Finn, xingando baixinho, afastou o corpo da mesa de madeira marrom. Sem querer, empurrou a tampa dela com a força brusca do movimento. Ao fazê-lo, revelou um pequeno compartimento por dentro da mesa.

Rachel aproximou-se dele com rapidez.

Os dois se olharam, e após um movimento de cabeça da morena, Finn abriu o compartimento. Dentro dele fotos e papéis repousavam organizadamente.

- Que merda é... – antes que Finn pudesse completar a sua frase, eles ouviram o barulho da porta sendo destrancada.

Imediatamente, Finn jogou seu corpo para baixo da grande mesa, o único lugar plausível para se esconder, e Rachel jogou-se sobre ele.

Os dois estavam tão próximos, que Rachel podia sentir o aroma másculo de Finn invadindo suas narinas e despertando sensações da noite passada. Aquela velha conhecida vontade de sentir os lábios dele nos seus próprios lábios, no seu próprio corpo, voltou com força total.

Finn passou os braços ao redor de sua cintura, sentindo o peso leve do corpo de Rachel em cima do seu. Logo o desejo começou a aflorar, primeiro em sua mente e depois em um lugar bem mais constrangedor.

Os dois sabiam que deveriam estar atentos, prontos para serem descobertos, mas estavam tão absortos um no outro que só saíram do transe quando ouviram uma voz masculina murmurar que alguém esteve ali.

- Esquece isso.  – disse uma segunda voz. – São essas as fotos que o chefe quer?

- Devem ser.

Rachel colocou a cabeça por cima do peito de fim, abaixando-a somente o suficiente para que pudesse visualizar dois pares de pernas grossas masculinas, cobertas por calças jeans.

Quando um cheiro forte e enjoativo invadiu suas narinas, a mesma vontade de vomitar que sentira pela manhã, voltou com força total. Ela colocou as mãos sobre a boca, mas não pôde conter um soluço alto.

As quatro pernas que se movimentavam pararam. O corpo de Finn, embaixo de si, se retesou. Oh merda.

Logo um dos homens abaixou-se, observando-os com grandes olhos negros. Ele deu um sorriso cínico, revelando dentes podres.

- Boa noite. 


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Notas finais do capítulo

Promessa é dívida, e eu cumpri. Dois capítulos, dois dias.
Até logo gente, e comentem muito ;@