Blessed With A Curse escrita por Mari Bonaldo, WaalPomps


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

O lance é: perdi uma aposta com a Dany e agora, vocês terão 2 capítulos de Blessed em 2 dias. TRISTE, EU SEI AHUAUHAHUAHUAHUHU
Bom, muitos e muitos reviews, Mari deve estar no céu *---*
Espero que estejam gostando.



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Finn soube que aquela tinha sido uma ideia terrível no momento em que abriu a porta após a campainha soar. Parado no vento gelado, estava um homem alto, meticulosamente vestido e com um rosto perfeitamente simétrico. O amigo de Rachel parecia um galã de novela.

- Será que eu posso entrar? – ele perguntou em um inglês imperfeito. – Estou congelando aqui fora.

Finn assentiu e abriu passagem na porta. Como se tivesse uma maldita opção. Logo viu Rachel saindo da cozinha, bem vestida e maquiada, rodeando o corpulento Mattia com seus braços delicados. Finn revirou os olhos.

No dia anterior, outra discussão tinha recaído sobre Finn e Rachel. O motivo? Mattia Caldin e a confiança que Rachel depositava nele. Depois de muitas farpas trocadas, Finn havia tomado uma decisão: Convidariam Mattia para um jantar. Rachel, inicialmente, não tinha achado aquela uma boa ideia. O seu “amigo” e seu amor, em uma mesma mesa de jantar? Não era como se eles fossem compartilhar uma refeição juntos pacificamente, visto que ambos tinham certa implicância um com o outro.

Mas ela acabara aceitando. Afinal, não havia motivos para se preocupar: Mattia era extremamente bem educado e Finn não procurava brigas.

O jantar fora marcado para a noite seguinte, que chegara surpreendentemente rápido. Agora Mattia desenrolava o cachecol cor de creme do pescoço, enquanto exibia um sorriso galante para Santana e Brittany, que haviam saído da mesa no momento em que ouviram a campainha soar, a fim de cumprimentá-lo.

Finn sentou-se em uma das cadeiras da sala de jantar, ouvindo as mulheres rirem de algo que Mattia havia falado. Aquela tinha definitivamente sido a pior ideia que Finn Hudson tinha tido em toda sua vida.

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Rachel tomou mais um gole de vinho, observando deliciada como Mattia entretinha Santana e Brittany em sua conversa. Ele vinha sendo o dono das conversas, olhares e sorrisos durante toda a noite. Exatamente da forma como Rachel achou que ele seria.

Ela sentiu um olhar queimando em cima de si e, olhando para frente, deparou-se com o rosto mal humorado de Finn. Deixando que seu lado irônico se aflorasse, Rachel levantou sua taça na direção dele, e deu um sorriso frio. Finn limitou-se a se levantar do sofá, pedindo licença com a voz dura e indo até o jardim.

Rachel bufou e após alguns segundos se levantou também, indo atrás de Finn. O encontrou sentado na escadaria da pequena varanda, usando uma jaqueta preta e um cachecol cinza.

Ela sentou-se ao lado dele, que se limitou a lançar à Rachel um olhar que, por um segundo, a fez pensar que Finn estava triste. Logo ela tratou de expulsar esse pensamento de sua mente. Tudo o que não precisava era deixar que sua mente romântica criasse falsas ideias a respeito de Finn novamente.

- Eu te disse que ele era uma boa pessoa. – Rachel falou à Finn, referindo-se a Mattia. Ele deu um riso debochado. - O que foi?

- Sim, ele é mesmo uma ótima pessoa.

Rachel bufou.

- Qual é o problema, Finn?

Finn desviou o rosto para a direção contrária a dela, abraçando as próprias pernas. O problema era que Mattia tocava Rachel com possessividade. O problema era o sorriso que se alargava no rosto lindo dela, toda vez que ele se aproximava. O problema era que Mattia podia ser o cara que substituiria Finn nos sonhos românticos de Rachel.

Ele sentiu um leve tremor na mão.

- Você o ama, Rachel? – ele se surpreendeu com as palavras que saíram de sua própria boca.

- E-eu... Finn... – Rachel gaguejava, sem saber o que dizer. Sim, ela o amava. Mas ela nunca sentiria por Mattia o tipo de amor que nutria secretamente por Finn. – Ele é um bom amigo.

- Ele não é só o seu amigo. Eu vi a forma como te olha. Como te toca. – Finn olhou fundo nos olhos castanhos de Rachel. – Parece que você me superou bem rápido.

Rachel o olhou, incrédula. Finn sentiu seu olhar, um misto de decepção e nojo, caindo sobre ele como se pesasse dez toneladas. Logo Rachel estava de pé, com a boca retorcida em uma careta de raiva.

- O que você esperava, Hudson? – ela disse com a voz firme, cruzando os braços ao redor do corpo, de modo que o vento não quebrasse diretamente sobre seu peito. – Você queria que eu chorasse e me lamentasse por ter te perdido por quanto tempo?

Finn ficou em silêncio, fitando o chão. Uma risada amarga de Rachel ecoou ao redor do vento.

- Eu não sou esse tipo de mulher. Eu te superei. – Rachel continuou, sustentando a mentira de que não se importava mais com Finn. – E eu realmente não entendo você. Se não me ama, porque não me deixa ir? Parece que você sempre quer o que está fora de seu alcance, Finn. – o corpo dela tremia levemente e ela não podia dizer se era em razão do frio ou da raiva.

Finn queria se levantar e tomar o corpo trêmulo e pequeno de Rachel em seus braços. Ele queria dizer que ela não o tinha perdido, era justamente o contrário. Queria beijar seus lábios e dizer em seu ouvido que a amava de um jeito totalmente insano. Finn queria pedir a ela para que o deixasse ser o homem em seus sonhos novamente. Mas tudo o que fez foi ficar sentado na mesma posição, abraçando as pernas e observando Rachel partir.

Ele sentia que Rachel estava cada vez mais distante. Por isso, enquanto uma parte de Finn queria deixá-la saber o que ele sentia, outra parte sentia medo da rejeição iminente. Um medo doentio. Ele preferia a amizade de Rachel – mesmo com todas as discussões envolvidas – do que seu completo afastamento.

Finn se levantou, mais ao se aproximar das janelas com as cortinas levemente abertas, ele sentiu o estomago se revirar de uma forma estranha. Os lábios de Mattia beijavam carinhosamente a nuca de Rachel, que tinha um breve sorriso plantado nos lábios enquanto tirava os pratos sujos da mesa. Aquela cena tão doméstica fez com que Finn sentisse mais ainda uma gigantesca vontade de vomitar. Ele apunhalou a parede de madeira da casa, sentindo os nós dos dedos arderem com a força do golpe. Aquele deveria ser Finn. Ele deveria estar abraçando o corpo de Rachel e beijando sua nuca deliciosamente cheirosa enquanto ela tirava a mesa.

- Você vai se machucar. – disse uma voz feminina atrás dele. Finn se virou, deparando-se com Santana com os braços ao redor da cintura de uma Brittany confusa. – E você sabe muito bem que isso não vai mudar a situação.

Finn recostou o corpo grande na parede.

- Parece que nada vai mudar a situação.

- Eu gosto do Mattia. – disse Brittany, inocentemente.

Finn bufou, e deu um riso irônico depois.

- Meu amor, acho que não queremos falar do Mattia agora, tudo bem? – disse Santana, acariciando as costas de Brittany, que deu de ombros.

- E quanto à você, senhor Hudson, - disse Santana, virando-se para Finn – eu não penso que nada adiantaria. Sabe por quê? Você nem ao menos tentou fazer algo, a não ser pressioná-la sobre sua situação com o Mattia. Esse não é o caminho.

Finn limitou-se a fazer um breve movimento com a cabeça. Rachel não era o tipo de mulher que chorava um rio, certo? Então Finn também não era o tipo de homem que fazia de tudo para ter uma mulher de volta.

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Finn voltou para casa quando viu o carro de Mattia partindo. Não queria dividir seu espaço pessoal com o novo casal do momento. Quando entrou, viu Rachel lavando a louça na cozinha. Ela usava um avental amarrado na cintura e tinha jogado os saltos altos de lado. Estava tão bonita, que Finn não resistiu à tentação de se encostar-se ao batente da porta e ficar observando-a.

De alguma forma ela sentiu o olhar dele. Era inegável que um campo magnético os unia toda vez que se encontravam perto um do outro. Rachel respirou fundo e se virou para Finn, desamarrando o avental e o retirando do corpo.

- Quer me dizer alguma coisa? – ela perguntou, parecendo impaciente.

Sim”, ele pensou. “Vamos fugir e nos casar”.

- Não.

- Então porque você está aí parado, me olhando lavar a louça?

“Porque você é a coisa mais bonita deste lado do mundo quando está distraída”.

- Não tenho nada melhor pra fazer. – ele deu de ombros e cruzou os braços no peito.

Rachel ficou encarando Finn por alguns segundos. Ela queria sair da cozinha. Queria afastar-se dele e depois jogar objetos em sua direção. Mas algo a impedia. Um campo de tensão e desejo que os cercava, fazendo com o chão sumisse de seus pés. Era como desafiar a gravidade.

Lentamente, Finn começou a se aproximar de Rachel. Quando chegou bem perto, ela já podia sentir o calor que sua pele irradiava de encontro à dela e seus joelhos quase imediatamente começaram a tremer. Ela abriu a boca para reclamar...

E ele penetrou seus pensamentos com seus olhos whisky, fazendo com que a mente de Rachel ficasse desordenada e ela esquecesse do que iria reclamar. Finn levantou sua grande mão e a levou de encontro ao rosto de Rachel, passando os nós dos dedos em suas bochechas delicadas. Depois seus lábios tomaram o lugar de seus dedos, passeando por todo o rosto de Rachel – nariz, olhos, bochechas e testa – mas nunca chegando à sua boca macia.

Deus, ela queria tanto que ele a beijasse! Sentia falta do gosto de café que a boca dele sempre tinha, não importasse o horário. E ela queria tanto, tanto aquilo, que abriu os lábios involuntariamente. A boca de Finn passeou ao redor da sua, e ela já podia sentir as faíscas saindo antecipadamente.

- Ele faz isso com você, Rachel? – Finn disse, com os lábios a injustos milímetros dos dela.

- Que? – ela murmurou. Porque diabos, Finn ainda estava falando quando suas bocas estavam tão próximas?

- O Mattia faz o seu corpo tremer sem nem ao menos te beijar? – ele perguntou.

Então Rachel entendeu. Aquilo era só uma maldita competição para ele. Finn não queria beijá-la porque sentisse algo por ela, mas sim porque Mattia o fazia agora, bem depois de Finn tê-lo feito.

Ela se afastou de Finn com os olhos brilhando pelas lágrimas que lutavam para jorrar livremente. Logo em seguida riu amargamente e começou a bater palmas. Finn ficou parado no lugar, sem entender o que aquilo significava.

- Parabéns, Finn. Parabéns por, mais uma vez, ter me feito acreditar que eu significasse mais do que uma posse pra você.

- Rachel, do que você está falando? – ele teve tempo de perguntar antes da mão de Rachel atingir seu rosto com raiva.

- Você é nojento, Finn. É doentia a forma como você tem necessidade de estar sempre no controle. – ela começou a se afastar, e Finn pode perceber um leve tremor na voz dela. – Só acho que você não precisava se aproveitar de sentimentos alheios para isso.

Rachel saiu rapidamente na cozinha, deixando Finn com uma ardência no rosto e um peso no coração. 


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Notas finais do capítulo

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOH YEAH BABYS, OLHA O NEGÓCIO QUEIMANDO. Sei nem o que eu to falando, que que é isso.
PAREM DE ME CHANTAGEAR NO TWITTER PRA EU POSTAR U.U
AHUAHUHUAHUAHUAHUA BEEEEEEEIJOS