Blessed With A Curse escrita por Mari Bonaldo, WaalPomps


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Após um pedido doce e delicado da RockAndGlee, estou postando hoje HUHAUAHUAHUAHU
E vocês estão comentando bastante, ai te nindo *--* Isso deixa a Mari muuuuuuuito feliz. Mas to chateada que virei "a mina que posta Blessed para a Mari" HUAHUAHUAHUAHUAUHAUHAHUHU Brinks, isso é uma honra pra mim *---*



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Rachel andava pelo hospital, com uma trança de cabelo feita por uma das garotinhas, Karen. Ela segurava as lágrimas envergonhadas que lutavam para cair.

Não eram lágrimas de pena. No momento em que entrou na ala infantil de oncologia, ela soube que nenhuma daquelas crianças eram dignas de pena. Elas eram fortes e tão otimistas, apesar de sua situação, que Rachel sentiu-se uma completa idiota por algum dia ter pensado que elas mereciam sua pena. A verdade é que Rachel merecia a pena delas.

Aquelas lágrimas que molhavam seu rosto eram por causa disso. Rachel sentia-se envergonhada por ter deixado que o fim de um simples relacionamento deixasse a desesperança tomar conta de seu ser; enquanto aquelas crianças maravilhosas e seus pais lutavam todos os dias por um mais um dia de vida, com um sorriso no rosto e a esperança na mente.

Rachel se deixou chorar por alguns poucos minutos e depois resolveu caminhar pelo hospital para se recompor antes de ir para casa na companhia de Brittany. Ela caminhou um pouco pelos corredores brancos, e acabou parada em frente ao berçário.

Ela olhou com ternura para os bebês deitados em seus berços (N/A: Não sei o nome daquilo que os nenês ficam deitados na maternidade gente rs), mexendo os braçinhos pequenos ou soltando ruídos adoráveis com a boca. Rachel sorriu. Amava crianças e sentia uma ligação inexplicável com cada uma delas.

- Não me diga que um deles é seu! – disse uma conhecida voz atrás de Rachel. Ela se virou e deu de cara com Mattia, vestido em seu jaleco branco com o estetoscópio pendurado ao redor do pescoço, segurando uma maleta e sorrindo para ela. Ele estava tão bonito naquele momento que ela teve que se esforçar muito para que pensamentos impuros não surgissem em sua mente.

- Não, não é. – ela riu ao responder.

Mattia riu também e os dois ficaram em um silêncio constrangedor por alguns momentos.

- Eu te esperei em casa ontem. – ele disse finalmente, quebrando o silêncio.

Rachel apertou as próprias mãos, sentindo-se uma adolescente sendo confrontada por seu pai.

- Aconteceram alguns problemas...

Ele balançou a cabeça em sinal de entendimento.

- Uma pena, porque eu ainda não estreei meu aparelho de fondue. – ele riu e Rachel o acompanhou.

Eles ficaram se olhando por alguns segundos quando as risadas cessaram. Rachel se lembrou das palavras de Quinn e das próprias palavras: “Se for destino ele vai cruzar meu caminho novamente”. E ali estava Mattia.

- Eu acho que vou indo. – ele disse, timidamente.

Rachel sabia que estava tudo em suas mãos agora. Podia deixá-lo partir ou mudar tudo. Mattia começou a se afastar e Rachel mordeu os próprios lábios, se castigando com antecedência pelo que faria a seguir. Não era de seu feitio.

- Espera! – ela disse, um pouco alto. Uma enfermeira ao seu lado pediu silêncio e Mattia voltou para onde Rachel estava parada.

- O que foi, louca? – ele disse entre risadas.

- Talvez... Bom... Você queira estrear o aparelho de fondue hoje. Se não estiver ocupado, é claro.

Ela mordia os próprios lábios e fazia um movimento engraçado com os pés. Mattia achava que era adorável. Por isso, sorriu.

- Na verdade, eu estava indo para casa agora mesmo. – ele disse – E adoraria que você me acompanhasse.

Mattia estendeu a mão para Rachel. A morena ficou parada ali, observando sua mão estendida. Ela sabia que se colocasse sua mão sobre a dele, tudo poderia mudar. Mas se não fizesse, ela voltaria para casa e teria a companhia de Finn e sua frieza.

“Talvez mudanças fossem boas, afinal”. Ela pensou, enquanto colocava sua mão pequena na macia mão de Mattia.

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- Brittany, onde a Rachel está? Tenta forçar a sua memória, por favor. – perguntou Finn pela terceira vez naquela noite, sentindo o coração bater descompassado. “Que nada tenha acontecido com ela, por favor,” ele repetia mentalmente.

- Eu... Eu não sei! – a loira respondeu. – Ela simplesmente sumiu!

Finn sentou-se no sofá da casa das amigas, colocando a cabeça entre as mãos. Seu peito estava pesado de preocupação. Ele teve um péssimo pressentimento quando Brittany entrou pela porta da frente sem a companhia de Rachel ao seu lado. E quando ela disse que achava que Rachel era uma fada – afinal, só fadas desapareciam no ar - tudo piorou.

- Tenta ligar pra o celular dela, alguém! – disse Santana, sentindo-se idiota por não ter tido a ideia antes. Finn sentia-se da mesma forma. – O meu celular descarregou.

- O meu ficou em casa. – ele respondeu.

Os dois olharam para Brittany.

- O que? – a loira disse, desligada. – Ah! É pra eu ligar para a Rachel?

Santana assentiu com a cabeça. Finn já estava estressado demais para fazer qualquer coisa.

- Ei gente, uma mensagem da Rach. Foi enviada às 19:30. – disse Brittany – “Britt, eu vou jantar na casa de um amigo. Não se preocupe, ele é de confiança. Beijos”. – a loira começou a rir. – Não é engraçado? Estávamos preocupados com Rachel e esse tempo todo ela só foi jantar na casa de um amigo!

Santana sorriu também, mas Finn continuou com a cara amarrada.

- Ela é louca? Ele pode ser algum cúmplice do Giorgio! – ele se levantou do sofá e começou a andar de um lado para o outro.

- Finn, se acalma! – disse Santana, e Brittany avisou que iria tomar bando e subiu as escadas. – Você gosta dela. – a latina disse, quando viu que Brittany já estava longe o suficiente.

Finn deu uma risada amarga e imediatamente parou de andar.

- Não, Sant. Só acho que o que a Rachel está fazendo é perigoso demais.

- Finn, a Rachel é uma Agente Especial, pelo amor de Deus! Ela sabe muito bem se cuidar, e se diz que está com alguém de confiança, isso com certeza é verdade!

Finn bufou e se jogou no sofá. Rachel estava com alguém e só o fato dele imaginar que o tal “amigo” talvez estivesse com as suas mãos no corpo dela, fazia com que seu peito se enchesse de ódio e o sujeito passasse a não ser de confiança.

- Por quanto tempo mais você vai negar o que sente, Finn? – disse a amiga, se sentando ao seu lado.

- Eu não amo a Rachel. – ele respondeu, simplesmente.

Mas se não amava, porque diabos seu peito doía tanto ao pensar em Rachel seguindo em frente?

- Você a ama sim. Só não consegue admitir para si mesmo. Eu sei que você pensa que amar outra pessoa é uma ofensa à Ally. Mas vamos encarar a realidade Finn: A Ally morreu e não vai voltar. – começou Santana, colocando a mão levemente no joelho do amigo. – Por que você não se permite ser feliz com outra pessoa? Uma pessoa que te ame e que você ame de volta. Você merece isso, querido e a Rachel merece também. Por favor, pare de negar a si mesmo que você a ama e sente sua falta.

Finn ouviu tudo calado, sentindo o aperto no peito aumentar a cada palavra. Era tão claro que até uma criança de cinco anos poderia ter visto. Finn amava Rachel Berry. Desesperadamente. E havia jogado tudo fora.

- Eu... Eu a perdi. – ele disse para Santana, que estendeu os braços e o acolheu em um abraço apertado, como se Finn fosse uma criança que houvesse acabado de ter um sonho ruim.

Mas aquele não era ele naquele momento, afinal?

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- Ele é um idiota. – disse Mattia, simplesmente.

Mattia e Rachel estavam sentados em almofadas jogadas no chão da sala de estar dele, saboreando um vinho francês e fondue. Mattia usava uma camiseta branca da Hollister e a calça jeans que vestia no hospital, mais cedo. Rachel havia se livrado de seu casaco e usava seus jeans Armani de lavagem escura e uma camisa coral jogada graciosamente por cima deles. Os dois estavam descalço.

Tudo havia sido perfeito até aquele momento da noite, mas de alguma forma a conversa fora parar em Finn. Rachel contara à Mattia, resumidamente, a história dos dois, sempre omitindo qualquer informação sobre o trabalho.

- Finn não é assim tão ruim. Ele só não está pronto para deixar que outra pessoa entre em sua vida. – ela defendeu Finn, sem nem ao menos pensar.

- Não. Ele é um idiota. Porque você é a mulher mais incrível que eu já conheci e qualquer cara que possa ter você ao seu lado, é um cara digno de inveja. Ele poderia ter sido esse cara, mas jogou tudo fora por medo. – Mattia disse, olhando para Rachel o tempo todo.

Rachel desviou o olhar do dele, um pouco envergonhada, e tomou mais um gole de seu vinho.

- Desculpa se eu te deixei sem graça. – ele disse com uma voz engraçada. – Você não parece o tipo de mulher que fica envergonhada facilmente.

- Ei! – Rachel disse, rindo. – Que tipo de mulher eu pareço?

Mattia se aproximou mais um pouco dela, que o olhava curiosa.

- O tipo de mulher que ouve que é linda o tempo todo. – ele respondeu, e deu um daqueles sorrisos lindos que faziam os pensamentos de Rachel desordenados.

Mattia pegou uma de suas mãos, a acariciando com seu polegar. As mãos dele eram bem diferentes das de Finn. Enquanto as de Finn eram um pouco ásperas e enormes, as de Mattia eram menores e macias.

Ele foi se aproximando mais de Rachel, seus lábios quase tomando os dela, quando ela se levantou.

Não era certo ainda. Não quando eram as mãos de Finn que ela desejava estarem tocando seu corpo.

- Eu fui rápido demais? – ele perguntou, se levantando também.

- Um pouco. – ela respondeu, honestamente. – Eu tenho que ir embora.

Rachel caminhou até o sofá de Mattia e pegou o seu casaco que estava esquecido ali.

- Você não precisa ir embora. Me desculpa. – ele disse, a observando calçar os tênis.

- Tudo bem. É que já está bem tarde mesmo e amanhã eu tenho trabalho a fazer. – ela mentiu.

Mattia parecia um pouco decepcionado, mas mil coisas se passavam pela cabeça de Rachel agora e tudo o que ela queria era ir para casa e obter uma boa noite de sono.

- Eu te levo até lá, então.

Rachel assentiu e em pouco mais de dez minutos os dois estavam parados em frente a casa.

- Você quer ir tomar um sorvete amanhã? – ele perguntou, e Rachel franziu as sobrancelhas.

- Nesse frio?

Ele deu risada.

- Sabe, eu sempre tive essa estranha mania de chocolate quente no verão e sorvete no inverno. – Mattia deu de ombros, enfiando as mãos nos bolsos da calça. – Além disso, você não pode vir à Itália e ir embora sem provar os sorvetes italianos.

Rachel sorriu e depois ficou nas pontas dos pés, aplicando um beijo no rosto de Mattia, que fez o mesmo.

- Me pega às 15:00?

- Com certeza. – ele sorriu e começou a caminhar volta para casa.

Rachel colocou a senha no portão e entrou em casa com um sorriso confuso no rosto. Ela adorava estar na companhia de Mattia, mas não conseguia parar de pensar em Finn. Apaixonada por um e vendo o outro. Que irônica era a vida.

Quando ela entrou em casa, encontrou um Finn vestindo moletom deitado no sofá. Ele dormia com o corpo um pouco encolhido, devido ao frio. Rachel sentiu o amor por Finn dentro de si voltar a dar sinais de vida, ao ver o grande homem deitado desconfortavelmente no sofá pequeno.

Em silêncio ela subiu as escadas, tomando um edredom nas mãos e descendo novamente para a sala. Com delicadeza, ela estendeu o cobertor grosso por cima do corpo de Finn e depois ficou observando o rosto dele por alguns segundos.

Ele dormia com a boca fechada e a expressão tensa de algumas horas atrás simplesmente não estava mais ali. Tinha a barba por fazer, contrastando com o rosto de bebê. Os seus cabelos estavam tipicamente bagunçados, e ela sentia uma vontade imensa de bagunçá-los ainda mais.

Sem poder se conter, ela deixou que sua mão acariciasse os cabelos dele levemente e depois inclinou o seu corpo em direção à cabeça de Finn, depositando um beijo nos cabelos macios.

Rachel sentia cada fibra de seu corpo clamando por Finn, mas logo tratou de ignorá-las. Sentia saudades dele, mas não daria o braço a torcer.

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Finn chegou em casa devastado e apático. A conversa com Santana tinha-o feito abrir os olhos para o forte sentimento que ele nutria por Rachel, mas ignorara.

Ele subiu para tomar um banho, mas sua mente não conseguia sair de sua pequena. Ele riu machucado. Não. Ela não era sua. Naquele momento, aliás, era de seu “amigo”. A dor habitual que Finn sentia quando pensava em Rachel com outro homem, o invadiu com força total.

Finn sabia que a tinha perdido. Seus olhos se embaçaram pelas lágrimas que se formavam, e ele não pôde impedir que elas caíssem. Silenciosamente, Finn chorou.

Como uma mulher conseguia fazer aquilo com ele?

Ele deixou que poucas lágrimas rolassem por seu rosto, antes de se recompor. Chorar não mudaria nada. Finn tinha receio de que nada do que ele fizesse mudasse alguma coisa.

Após um banho rápido, ele tentou dormir. Eram 22:00, ele dificilmente sentiria sono naquele momento, mas todos os remédios que tomava para as contusões o deixavam um pouco dopado.

Mas ele não conseguiu dormir ás 22:00. Nem às 23:00, 00:00 e 01:00 da manhã. Rachel ainda não tinha chegado, e Finn se recusava a dormir enquanto ela não estivesse segura em casa.

Bufando, ele desceu as escadas e se instalou no sofá. Ligou a TV em um canal qualquer, e deitou desconfortavelmente. As vezes sua altura era extremamente incomoda.

Passou-se mais uma hora e Rachel ainda não estava em casa. Finn era um misto de sensações: Ciúmes, afeto, raiva de si mesmo e pessimismo. Mesmo com a mente totalmente bagunçada, ele não pode evitar em se entregar ao sono; seus medicamentos eram realmente muito fortes.

Ele acordou quando ouviu a porta se abrindo. Abriu os olhos e viu as costas de Rachel, colocando a senha para trancar a porta. Imediatamente se sentiu mais leve. Resolveu fechar os olhos e fingir que estava dormindo, já que não achava que estava pronto para encará-la novamente. Não quando tinha descoberto o seu amor por ela. E principalmente não quando ela havia voltado 02h30min da manhã da casa de um amigo e o corpo de Finn era dominado pelo ciúme.

Ele ouviu os passos de Rachel subindo as escadas e abriu os olhos. Ela havia passado horas na casa de um amigo, e Finn sentia-se totalmente desolado. Aquela era a prova de que ele realmente a havia perdido.

Quando ele ia se levantar, ouviu novos passos de Rachel. Imediatamente voltou o corpo contra o sofá, o que causou um pouco de dor em suas costelas machucadas. Finn tentou conter a careta de dor e logo sentiu um cobertor sendo colocado sobre o seu corpo. Rachel havia subido as escadas só para cuidar dele. Aquela era uma boa coisa, não é?

Logo ele sentiu os dedos dela correndo por seu cabelo e teve que reunir muito auto controle para não levantar e beija-la como se nada tivesse acontecido. Ele sabia que não poderia fazer isso. Então os lábios dela tocaram sua cabeça e depois ele ouviu seus passos se afastando.

Finn deixou que um sorriso tomasse conta de seu rosto. Rachel ainda se importava. E o carinho e o beijo só podiam significar que ela ainda sentia algo por ele.

De repente, não se importava mais com o novo amigo dela. Finn sabia que Rachel o amava.

E com certeza não desistiria dela facilmente.

Naquela noite, Finn dormiu como um anjo, pensando sobre os lábios de Rachel o tocando com afeto. 


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Notas finais do capítulo

Proooonto, um pouco de luz para as Finchel fã.
Espero que estejam gostando e comentem bastante. Quem sabe não posto mais rápido? HUAHUAHUAHUAHUAHU
Beeeeijos