Blessed With A Curse escrita por Mari Bonaldo, WaalPomps


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

~fugindo das balas~
Oooooi gente, desculpem a demora. Acabei me envolvendo com as minhas próprias fics e me perdi aqui HUAHUAHUAUHAHU
Mas tá aqui um capítulo quentinho para vocês *---* (se bem que nesse frio, nada tá realmente quente)



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O resto daquela semana passou rapidamente, sem grandes emoções para os agentes “hospedados” em Elba. Com exceção de uma ligação furiosa de Sue, que cobrou mais empenho na operação.

Por isso, em pleno sábado, Rachel, Finn, Santana e Brittany estavam sentados a mesa da sala de jantar da casa de Brittany e Santana analisando com cuidado o vídeo gravado na casa de Gian. Rachel e Finn haviam feito isso durante as semanas anteriores, mas não estavam muito atentos ao vídeo. A morena lembrou-se com tristeza daqueles dias tão felizes e descomplicados, e olhou disfarçadamente para Finn, que examinava com uma careta estranha o próprio pulso.

Como alguém poderia ser tão frio?

Finn por sua vez, tentava evitar que seu olhar recaísse sobre Rachel. Fora uma semana bem complicada, em que ele só saia do quarto para necessidades básicas e fazia o possível para evitá-la. Ele se lembrava de seu olhar ferido quando saiu pela porta do hospital. Finn não achava que poderia agüentar mais um daqueles olhares intensos dos olhos castanhos brilhantes de Rachel. De uma forma estranha, saber que ela estava machucada o machucava também.

Santana olhou para o rosto triste de Rachel, e seguiu o seu olhar. Finn. Óbvio. Ele, por sua vez, encarava o próprio pulso, parecendo um garotinho assustado. Eles se amavam, e isso era tão claro. Ela odiava estar no meio do fogo cruzado. De um lado havia Rachel, que havia se tornado uma pessoa especial em tão pouco tempo, e havia realmente sofrido – ainda sofria, aliás – por ter se entregado ao amor. E do outro havia Finn, um grande amigo, um irmão, que estava claramente apaixonado, mas era cego demais para enxergar. 

A única que parecia alheia à situação era Brittany. Santana sorriu, pensando no quanto era sortuda por ter a doce mulher à seu lado. Um refúgio. Era isso o que Britt significava para ela. O único lugar onde ela podia ser si mesma era ao lado da loira. Sentindo o amor queimar seu coração, Santana tomou a mão de Brittany nas suas, que sorriu.

Brittany, entretanto, não estava tão alheia à situação quanto todos pensavam. Ela amava Finn e amava Rachel também. Os dois se amavam, até ela podia perceber isso. Formavam um casal bonito. Seus filhos seriam pequenos demais ou grandes demais, mas isso era algo adaptável. Então, qual era o problema? Brittany realmente não entendia. Ela deu de ombros. Nunca entendia nada mesmo. Era melhor ficar fora da situação; já tinha problemas demais com o vício em álcool de Lord Tubbington.

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Quinn borrifou o habitual Ricci Ricci nos lugares perfeitos. Nuca, pulsos e atrás da orelha. Isso faria com que seu perfume se espalhasse ao seu redor, mas não impregnasse nada.

Ela se olhou no espelho. Tinha que admitir que Rachel era dona de um ótimo senso de moda. O vestido trazia um ar de meiguice à Quinn, e o casaquinho a fazia parecer uma mulher séria. Nada estava exagerado ou simples demais. Tudo perfeito para o grande dia em que seria apresentada à família Puckerman.

Era óbvio que ela estava nervosa. Queria tanto causar uma boa impressão que tinha medo de parecer forçada demais. Com certeza, não era esse tipo de mulher que uma mãe queria ao seu filho. Além disso, ela estava mesmo pronta para aquilo? Parecia tão cedo para levar o relacionamento para um outro nível. E Quinn tinha medo de que Puck se arrependesse da ideia de apresenta-la para a família.

Por isso, quando a campainha tocou, ela sentiu suas pernas bambearem. “Você não pode voltar atrás agora, Quinn” ela falou para si mesma, silenciosamente. Respirou fundo, tentando apagar todos os medos e dúvidas de sua mente e tomou a bolsa Balenciaga nas mãos. Quando abriu a porta, viu um Noah Puckerman sorridente parado ali, vestindo um jeans apertado nos lugares certos e um casaco preto sobre uma camisa branca.

- Oi babe. – ele disse, e deu um beijo leve nos lábios de Quinn.

- Você tem certeza que quer fazer isso? – ela perguntou, diretamente. Delicadeza nunca fora o forte de Quinn.

Noah riu e passou os braços ao redor da cintura dela.

- É claro que sim, Quinny. Não é certo deixar de apresentar a sua futura esposa para os seus pais.

Quinn engasgou.

- Sabe, um dia eu vou me casar com você. – ele continuou, e Quinn sentiu seu coração bater mais forte.

De repente, ela tinha certeza que estava totalmente pronta para fazer isso.

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- Espere. Pare o vídeo aí. – disse Finn, de repente.

Já fazia mais de uma hora que os quatro viam e reviam a gravação, tentando encontrar qualquer tipo de pista que os levasse até Giorgio, mas parecia um tiro no escuro. Até o momento em que Finn percebeu algo estranho. O vídeo estava pausado na parede verde da sala de jantar de Gian.

- O alinhamento do quadro pendurado na parede está errado.

Rachel, Santana e Brittany o olharam confusas.

- Isso é totalmente normal, eu sei. E também seria nessa situação, se não fosse por um detalhe. O relevo atrás do dele. O quadro não está necessariamente torto, mas está saindo da parede. Se Gian tem algo a esconder sobre Giorgio, aquele parece o local perfeito.

Fazia sentido. Muito sentido. Rachel odiava ter que concordar com Finn, mas não via outra escapatória. Optou pelo silêncio, enquanto ouvia Santana elogiar Finn, que dava de ombros.

- Tudo bem. Temos que voltar pra lá e descobrir o que tem atrás do quadro. – ele disse.

- Não, Finn. Eu tenho que voltar para lá. – respondeu Rachel, seca. – Você não vai ser muito útil com duas costelas quebradas e o pulso enfaixado.

Finn a olhou, franzindo o nariz.

- Bom saber que sua delicadeza voltou, Berry. – ele disse, com ironia.

- Ela sempre esteve aqui, Hudson, só esperando para o verdadeiro Finn vir à tona novamente.

Rachel se levantou e foi para fora, puxando seu casaco que estava no cabideiro na entrada da casa de Santana e Brittany. As garotas e Finn ouviram a porta batendo e ele levantou, bufando.

- Finn, volta aqui! – Santana gritou, com medo de um confronto, mas tudo o que recebeu como resposta foi o barulho da porta batendo novamente. Ela colocou a cabeça entre as mãos. Que diabos, os dois eram adultos, afinal! Que se resolvessem sozinhos então.

- Cresça Rachel! – Finn gritou, no momento em que saiu pela porta e avistou a morena parada de costas para a casa, com os braços cruzados sobre o peito. – Não tem nenhum motivo para você ficar me atacando, que diabos!

- Ah, não? – ela se virou, com o rosto transtornado. – Eu me entreguei à você, Finn! Eu te deixei entrar na minha vida, e tudo parecia tão bem entre nós dois! De repente, você está me odiando novamente e me expulsando da sua vida sem um motivo sólido!

- Eu nunca te iludi. Você criou esperanças por conta própria. – ele disse, com a voz ainda um pouco elevada.

Rachel o olhou, incrédula, e depois se sentou na neve. Tudo o que queria era que Finn fosse embora e a deixasse sozinha. Mas ele sentou-se ao lado dela, contrariando suas expectativas. “Tão típico”, ela pensou.

- Eu amo a Ally, Berry. Ela foi a única que não me julgou, que me apoiou e me amou acima de todas as coisas. – Finn tinha a voz muita mais suave agora.

- Eu estava disposta a fazer isso. – ela respondeu.

- Rachel...

- Não, Finn. – ela se levantou e bateu as mãos no próprio traseiro, tirando a neve de lá. – Sabe, talvez eu seja essa mulher iludida que você pintou na sua mente. Mas é de você que eu tenho dó. Um dia eu vou conhecer alguém que realmente me mereça. Eu vou me apaixonar. Me casar, ter bebês, a casinha com a cerca branca e o cachorro desastrado. O pacote completo. Mas você Finn, vai ser sempre o homem que tem fobia do amor. E no fim da sua vida amarga, você vai se lembrar de todo o amor que renegou e vai perguntar a si mesmo “E se?”. Então Finn, eu posso estar machucada agora. Mas eu não vou ficar para sempre. E com certeza, se eu morresse hoje, não teria nenhum “E se” me incomodando.

Rachel começou a andar em direção ao pequeno portão de madeira que levava à saída da casa de Brittany e Santana.

- Você sabe que, no fim, não é do que você fez que se arrepende. É do que deixou de ter feito. Você me perdeu, Finn. Mas como amiga, eu realmente espero que tenha os olhos abertos para a próxima mulher que aparecer na sua vida te oferecendo seu coração. – ela abriu o portão. – Avise para as garotas que eu fui pra casa.

A respiração de Finn estava estagnada enquanto ele observava Rachel ir embora. Todas aquelas palavras tinham o atingido como um tapa na cara. Era pura realidade. Mas a frase que ecoava em sua cabeça era “Você me perdeu”.

A neve branca cobria o solo de Elba, dando ao lugar um aspecto de deserto. Como se tudo estivesse vazio.

Mas naquele momento, Finn sabia que não havia lugar no mundo que estivesse mais vazio do que seu coração.

Ele se levantou para entrar novamente na casa, mas depois acabou sentado no mesmo lugar. Não estava pronto para encarar Santana e Brittany. Não depois de ter ouvido as verdades mais dolorosas de sua vida. Então ele ficou lá, sentando no meio da brancura imaculada, sentindo o abraço da solidão.

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Rachel estava machucada. O amor não tinha sido um grande amigo em sua vida. Mas, depois de mais de uma semana sentindo-se magoada, a morena se sentia muito mais leve agora.

Com o confronto de hoje, Finn tinha dado forças a ela para seguir em frente. Enquanto ele dizia palavras dolorosas e seu peito se apertava, a mente de Rachel foi levada para o futuro. Mas não o futuro dela. O futuro dele.

Rachel não queria terminar a vida sozinha, casada com a amargura. Ela não queria sentir raiva ou medo do amor.

Amar Finn era doloroso, mas ela estava se sentindo ótima por deixa-lo saber de todas as verdades que se passavam em sua mente.

E agora se sentia extremamente mais leve. Ela se permitia caminhar lentamente pela neve, em direção à sua casa, sem pensar em nada especifico. Rachel se permitia ver a beleza do mundo novamente. Ela estava magoada? Sim. Mas não duraria para sempre.

- Rachel! – gritou a voz de Brittany ao longe. Rachel olhou para trás e viu a loira correndo em sua direção. Imediatamente parou de andar, e a esperou alcança-la. – Querida, você está bem?

Rachel sorriu.

- Honestamente? Não. Olhar para o Finn dói demais agora. Mas eu vou ficar bem.

Brittany a abraçou e Rachel retribuiu o gesto de carinho. Era ótimo ter alguém a seu lado.

- Tem planos para hoje? – a loira disse, quando se separaram. Rachel balançou a cabeça, negando. – Vamos ao hospital comigo. Eu vou visitar as crianças na ala da oncologia, e acho que seria uma ótima ideia para você. Sabe, talvez tudo o que você precise para seguir em frente de uma vez por todas é ver que tem pessoas em situações bem piores que a que você se encontra.

Rachel pensou por alguns segundos. Parecia uma ótima ideia, realmente. Ela não tinha nada a perder.

- Tudo bem. – Rachel sorriu, dando de ombros.

Brittany deu pequenos pulinhos de felicidade.

- Você vai se apaixonar por eles!

Rachel riu e as duas foram seguindo juntas à casa da morena e de Finn, para que ela pudesse pegar sua bolsa, cachecol e luvas.

- Quando é que você se tornou tão inteligente? – ela perguntou à Brittany, que deu de ombros. (N/A: Ceninha baseada em Glee *-*)

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Puck olhou contente para as duas mulheres de sua vida interagindo tão bem. Quinn estivera super nervosa sobre conhecer sua família, mas a verdade é que estava se saindo maravilhosamente bem. Conquistara seu pai com o conhecimento sobre vinhos e sua mãe com sua delicadeza. Agora, as duas conversavam animadamente sobre culinária, trocando receitas.

- Ela é ótima, filho. – disse seu pai, parando à seu lado e sorrindo.

Noah não poderia estar mais feliz com a aprovação de sua família.

- Ah, eu conheço uma ótima receita de picanha suína com purê dos emirados! – disse Quinn, sorridente, lembrando-se de uma receita que Rachel havia preparado em de seus jantares aos amigos. Ela nunca sentira-se tão agradecida por ser amiga de Rachel, uma viciada em culinária. A mãe de Noah adorava cozinhar e o pouco que Quinn entendia sobre o assunto era graças à amiga.

Mas porque a mãe de Noah parecia tão horrorizada?

Puck sentiu seu sangue gelar quando Quinn disse a palavra “suína”. Oh não... Tudo estava indo tão bem! Ela havia entrado no território errado. Judeus não consumiam carne de porco, afinal. Ele era um animal impuro.

- Porque diabos você não poderia ter arranjado uma boa moça judia? – disse seu pai, logo que Quinn terminou de falar.

Puck olhou para o rosto da mãe. A cada segundo ele parecia mais e mais horrorizado. Tudo o que teve tempo de fazer foi fechar os olhos com força, antes de sua mãe começar um ataque.

- IMPURA!

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- É carma. Só pode ser. – disse Quinn à Puck, quando eles entraram no carro dele. – Todo aquele papo budista maluco é realidade. Eu tinha que falar na maldita picanha suína, não é? Foi um castigo por eu ter mentido sobre gostar e saber cozinhar!

Puck olhava para a ignição, tentando não rir da reação exagerada de Quinn.

- Ai meu Deus, eu sou um total desastre!

Puck não pôde mais agüentar e começou a rir de forma descontrolada. Quinn lançou à ele um olhar de morte.

- Qual é a graça, Noah Puckerman?

- Meu amor... – ele disse, quando conseguiu parar de rir. – Você está sendo dramática. Meus pais te amaram, tirando o pequeno incidente sobre a carne de porco. Vai levar um tempinho parar eles se adaptarem ao fato de minha namorada não ser judia, mas vai ficar tudo bem.

- E se não ficar? – Quinn perguntou, triste.

Puck se virou para ela e pegou suas mãos.

- Se não ficar, você ainda vai ter o meu amor. – ele sorriu. – A opinião dos meus pais é muito importante para mim, mas você é mais. E eu sei que é só uma questão de tempo até que eles voltem a te amar. Sabe porque? Porque você é linda, educada, simpática e me faz muito feliz.

Quinn sorriu e tomou o rosto dele nas mãos, aplicando um beijo sobre os lábios rosados do namorado.

- Eu não te mereço, sabia Noah Puckerman?

- Sabia. – ele disse, rindo ao tomar um pequeno tapa de Quinn.


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Notas finais do capítulo

Assim, só consegui ver Quick no capítulo, DESCULPA UNIVERSO.
Quick é uma delicinha cremosa, e espero mesmo que a Quinn volte nessa season e o Ryan me dê Quick, PORQUE DEPOIS DE 4 TEMPORADAS DE SOFRIMENTO, EU MEREÇO.
Beeeeeijos fofinhas, e até breve.
Waal