Capítulo 6 – O Acidente

 

            No dia seguinte, Sho foi ao apartamento de Anita entregar o celular que ela havia esquecido... Tocou a campainha e sentiu a barriga gelar... Era a primeira vez que ia ali, e a primeira vez que ficaria totalmente sozinho com Anita...

            - Sho-kun, que prazer tê-lo aqui. – disse Anita com um amplo sorriso – Quer entrar?

            - Hai. Com licença.

            - Finja que a casa é sua...

            - Que cheiro bom. São flores?

            - Ie. Acabei de me perfumar. Estava me preparando para ir encontrar com vocês, ainda bem que você está aqui. Não gosto de ir sozinha.

            - Eu vim devolver o seu celular, você tinha esquecido no estúdio.

            - Muito obrigada... Fiquei procurando ele como uma doida. Sho-kun é muito atencioso comigo, gosto disso.

            - Gosta, é?

            - Claro. Me sinto lisonjeada com um homem bonito tomando conta de mim... Não precisa ficar sem graça, parece que ainda não me conhece!

            - Eu só... Acho que vindo de Anita-chan, essas palavras têm um significado especial.

            - Como assim?

            - Acho que, talvez... Não sei direito... Meus sentimentos por Anita-chan estejam...

Tocou o celular.

            - Desculpa Sho-kun, pode ser importante. – Alô? Hideki! Oi meu amor, como você está? O vôo atrasou, que pena! Estou morrendo de saudades...

            Sho sentiu os olhos arderem ao ouvir Anita falando assim. Hideki? Será que era o namorado dela? Só de pensar isso, o estômago de Sho ficou gelado, e ele teve vontade de quebrar o celular de Anita em mil pedaços, só para ela não falar com o tal Hideki de forma tão íntima.

            - Ok, você vai chegar amanhã cedo então? Eu vou te buscar. Ok, bye. – O que você estava falando mesmo, Sho-kun?

            - Não era... Nada importante.

            - Mesmo? Então, podemos ir, né?

            - Hai.

            Ambos saíram do apartamento e foram ao estacionamento do prédio para ir até o carro de Anita.

            - Você comprou um carro no Japão? – perguntou Sho

            - Não... Eu aluguei. Não vivo sem carro, sabia?

            - Eu não. Gosto de andar.

            - Eh? Eu também, mas minha vida é muito corrida. Ainda mais depois que eu comecei a escrever a biografia de vocês... Tenho que ficar indo de lá pra cá comprando dvd’s e revistas... E falar com pessoas, ficar com vocês e produzir o documentário. Realmente, eu acho que deveriam me chamar de super Anita.

            - Ah, aí você está exagerando... Você não sabe o que é ter que cantar, dançar, gravar, compor... E fazer os shows!

            - Por isso vocês são tão magrelos. Queimam todas as calorias que comem.

            - Você é a primeira pessoa que me chama de magrelo... Todos acham que eu sou musculoso.

            Sho levantou a camisa e mostrou a barriga para Anita, que quase perdeu o controle o carro distraindo-se com a linda visão...

            - Eh... Você... Poderia... Eh... Abaixar... Eh... A camisa? Eh abaixe a camisa, por favor.

            - Por que?

            - Bem, não é certo ficar mostrando a barriga para as outras pessoas... É falta de respeito.

            - Por que?

            - Porque... Eu estou dirigindo.

            - O que uma coisa tem a ver com a outra?

            - Tudo! Merda, esse homem tinha que ser tão lindo e gostoso.

            - Ei, não vale ficar falando em português, eu não entendo!

            - É pra não entender mesmo... Se fosse pra você entender, eu falaria em japonês.

            - Chata...

            - Eu sou chata, é?

            - Hai.

            - Obrigada...

            - Estou com calor...

            Mal terminou a frase, Sho começou a desabotoar a camisa e a tirá-la. Anita ficou vermelha. Ele só podia estar fazendo isso pra provocá-la! A biógrafa aproveitou o acostamento para tentar impedi-lo de tirar a roupa.

            - Está maluco! Coloca já essa camisa!

            - Eu estou com calor... Quando chegarmos eu coloco de novo...

            - Ieee!!!

            Anita tentou segurá-lo e forçá-lo a vestir a roupa, mas ele se esquivava e tentava afastá-la. Infelizmente, eles se desequilibraram e Sho caiu por cima de Anita... A cena não parecia ser tão ruim... Anita estava encostada na posta do lado do motorista e Sho estava por cima dele, por causa da queda, seus lábios estavam se tocando... Sho ainda estava sem camisa, e suas mãos estavam segurando os braços de Anita deixando-a imobilizada. Apesar do constrangimento da situação, Sho não queria sair dali, tanto que sugou o lábio inferior de Anita, onde deslizou seus dentes lentamente...

            - Kyaaa!!!!!!!!!!! – gritou Anita-chan se assustando com o toque do seu celular

            - Podia ter hora pior... – resmungou Sho sendo empurrado por Anita

            - Alô... Matsumoto-kun... Não grita!! Eu sei que estou atrasada... Sim, Sho está no carro comigo. Estamos bem... Para de gritar, idiota! Ok, já estamos chegando.

            - Era MatsuJun?

            - Hai. Acho que Doumyoji ainda vive nele...

            - Anita... Sobre o que houve...

            - Houve um acidente, nada mais que isso.

            - Mas...

            - Ok, vamos indo antes que Jun-kun me mate.

            Chegando na casa de Jun...

            - Desculpa pelo atraso. – disse Anita assim que entrou

            - Meia-hora de atraso. – gritou Jun – O que vocês estavam fazendo?

            - Eu posso imaginar o que eles estavam fazendo? – comentou Nino com um sorriso maroto

            - Do que você está falando? – perguntou Ohno

            - Riida, é só pensar um pouco. – foi Aiba quem respondeu – Em meia-hora um homem e uma mulher sozinhos podem fazer muita coisa, né?

            - Afinal, Anita-san é uma mulher muito atraente, né Sho-kun?

            - Não sei do que vocês estão falando. – resmungou Sho

            - Então porque está vermelho?

            - Viemos correndo... Estou vermelho por isso.

            - Anita-san me disse pelo telefone que vocês estavam no carro... – disse Jun

            - Ok! Acabou a brincadeira que a gente tem que trabalhar.

 

Capítulo 7 – Hideki

 

*Caros amigos, hoje eu não vou trabalhar, pois tenho algo muito importante a fazer... Portanto, estão livres de mim. Aproveitem.*

            Foi esse o bilhete que os membros do Arashi receberam assim que chegaram no estúdio.

            - Justo no último dia de gravação ela não vem? – comentou Aiba chateado

            - Ela deve fazer algo muito importante. – comentou Nino – Ela nunca perde a oportunidade de ficar com a gente...

            - Ela foi buscar o namorado. – disse Sho amargurado

            - Namorado? – perguntou Jun – Anita-chan tem namorado?

            - Acho que sim... Ontem eu a ouvi falando que ia buscar ele no aeroporto hoje.

            - Por isso Sho-kun está tão chateado hoje. – disse Nino rindo

            - Não estou chateado... E não me importo se ela tem namorado ou não.

            - Hai, hai... Nós sabemos que você não se importa.

            - Vamos gravar ou não?

            Sho estava nervoso, mas teve que se acalmar para que as gravações do novo PV dessem certas. O rapper estava se sentindo traído... Se eles eram amigos, como Anita sempre dizia, por que esconder que tinha um namorado? Por que omitir algo tão importante? Por causa desse namorado ela o evitou no carro... Só podia ser. Mesmo assim, queria ver quem era o dono do coração de Anita, queria saber se ele era digno dela.

            - Ano... Estou curioso sobre algo. – comentou Aiba

            - O que? – perguntou Jun

            - O namorado de Anita-chan. Como será que ele é?

            - Pra ser namorado dela, deve ser um homem muito legal. – disse Jun – Anita-chan deve ter escolhido um homem digno dela.

            Sho não estava gostando da conversa no intervalo, então resolveu ir para algum lugar das redondezas. Entrou em uma loja de souvenires para olhar alguns CD’s, quando viu Anita com um homem ao seu lado. Sem dúvida, ele era japonês. Alto, cabelos curtos, olhos muito escuros e usava óculos. Era um homem muito bonito e possuía uma certa elegância natural e conversava muito familiarmente com Anita, que estava olhando algo abaixo deles... Mas Sho não conseguiu ver o que era, pois estava atrás dos produtos da loja.

            - Ei, Sho-kun... Está tudo bem? – perguntou Jun que foi atrás do amigo – Você saiu tão de repente.

            - Olha aquilo. – falou Sho indicando o local onde se encontravam Anita e o homem.

            - Anita-chan tem um namorado mesmo...

            Então era mesmo verdade?  Por isso ela sorria tanto estando junto a ele. Anita ficava ainda mais bonita com aquela expressão de felicidade no rosto.

            Sho e Jun voltaram ao estúdio, mas o rapper sentia como se tivesse um nó na garganta...

            - Vocês não acreditam no que nós vimos. – disse Jun – Anita com o namorado dela. Estavam na loja de souvenires aí em frente.

            - Então é verdade mesmo... E como ele é? – quis saber Aiba

            - Ela nunca tinha falado nada sobre isso. – disse Nino – Será que ela não quer que nós saibamos?

            - Talvez... Ela não tenha visto oportunidade de contar... – defendeu Ohno

            - É difícil de acreditar... – murmurou Sho com um sorriso triste

            - Ohayo minna-chan! – gritou Anita aparecendo no estúdio sozinha

            - Anita-chan! O que está fazendo aqui?

            - Resolvi fazer uma visita... E aproveitar para vocês conhecerem alguém muito especial pra mim.

            - Mesmo, é? – perguntou Aiba – Estamos ansiosos.

            - Hideki-kun, pode entrar... Arashi prepare-se para conhecer o fã número 1 de vocês.

            Um menino de mais ou menos sete anos e de traços orientais entrou no estúdio e ficou boquiaberto ao ver os cinco membros do Arashi parados à sua frente.

            - Eu pensei que ele fosse mais alto... – murmurou Nino pensativo

           - Esse é Hideki. Meu filho. – anunciou Anita colocando as mãos nos ombros do menino – Não vai dizer oi para eles, Hide-kun?

            - Olá Arashi. É um prazer conhecê-los. – disse o menino com voz doce, fazendo uma suave reverência.

            - Ele é tão kawaii. – disse Aiba ficando de joelhos na frente de Hideki – Você sabe o meu nome?

            - Hai. Masaki Aiba-san. Eu sei o nome de todos.

            - Já que você é filho da Anita-chan não precisa nos chamar de san, ok? – disse Ohno

            - Hai, Ohno-kun.

            - Kawaii!

            - Parem de babar em cima do meu filho... Ele não está acostumado a receber tanta atenção.

            - Pode deixar mamãe... Afinal, é o Arashi.

            - Então... – começou Jun – Você é mesmo nosso fã?

            - Hai.

            - Vamos testar isso. – disse Nino – Qual sua música preferida?

            - Ano... Tem tantas pra escolher...

            - Você só pode escolher uma.

            - Então eu escolho A*Ra*Shi.

            - Ah, é? Então você sabe dançar.

            - Olha o que você está fazendo com meu filho, Nino-kun! – repreendeu Anita – Ele não é astro.

            - Ok mamãe... Lembra que a senhora me ensinou... É assim.

            Enquanto cantava com uma voz de anjo, Hideki dançava com graça e precisão, deixando todos encantados. Era bonito ver o garoto tão animado.

            - Hei, o garoto é bom. – disse Jun – Quantos anos você tem?

            - Faço oito mês que vem. Mas quero fazer dezesseis logo.

            - Por que?

            - Pra poder entrar na Johnny’s e ser como meu ichiban.

            - Então você tem um ichiban? – indagou Aiba – Qual é?

            - Sakurai Sho.

            Sho achou graça da situação... Justo ele era o ichiban do filho de Anita.

            - É mesmo? – perguntou Sho – E você quer ser como eu então?

            - Hai. Sho-kun é o homem mais legal que eu conheço.

            - Que isso, Hideki? – perguntou a mãe – Você acabou de conhecê-lo.

            - Mas parece que já conheço há um tempão... Olha os olhos dele, parecem com os do papai.

            Uma sombra passou pelos olhos de Anita, que perderam o brilho momentaneamente. Sho a olhou interrogativo, e todos estranharam a situação...

            - E, onde está o pai dele, Anita-chan? Vimos vocês dois na loja em frente. – disse Jun querendo amenizar a situação

            - Oh, não... Aquele é meu cunhado. – respondeu Anita tentando disfarçar seu estado interior

            - Rapazes, acabou o intervalo. Hora de voltar a gravar. – disse o produtor

            - Bem, nos vemos depois. Vou levar Hideki pra casa.

            - Ah, não podemos ficar só mais um pouquinho mamãe?

            - Não. Temos que desfazer as suas malas... Outro dia...

            - Ah...

            - “Ah” nada. Obedeça a sua mãe.

            - Ok. Tchau Arashi, outro dia nos vemos.

            - Com certeza, Hideki-kun. – disse Aiba que gostou do menino instantaneamente

           

            Capítulo 8 – Papai Sho

 

Era noite daquele mesmo dia e Sho estava parado em frente à porta do apartamento de Anita, perguntando-se se deveria bater ou não. Enfim, bateu.

            - Sho-kun. – disse Hideki abrindo a porta – Veio me visitar?

            - Ano... – começou Sho pensando em uma resposta – Hai. Eu pensei em vir visitar meu novo amiguinho, né?

            - Eu sou seu amigo?

            - Claro. Afinal, você é o filho de Anita-chan.

            - Sugoi... Entre, entre. Vou chamar a mamãe. Sente-se no sofá.

            Sho sentou rindo da excitação do menino. Logo, apareceu Anita... Estava diferente do que Sho costumava ver. Seu rosto já não tinha mais maquiagem, estava vestindo roupas de dormir, apenas com um roupão de seda por cima da camisola branca. Os cabelos cacheados estavam caindo relaxadamente sobre os ombros levemente desalinhados, o que a deixava com um certo charme.

            - Sho... – começou ela soltando-se da mão do filho – O que faz aqui?

            - Eu só vim fazer uma visita pra vocês. – respondeu ele tentando esconder o espanto por vê-la daquela forma

            - Por isso Hide estava tão animado... Nunca tinha visto esse rapazinho tão contente antes. Conhecer o Arashi era um sonho que ele dividia comigo, né filho?

            - Hai. E agora, nosso sonho se realizou.

            - É verdade... Quer um chá, Sho?

            - Eu iria gostar muito.

            - Então, vamos para a cozinha. É mais aconchegante que a sala.

            Os três foram para a cozinha então. Sho ainda estava de boca aberta vendo Anita daquela forma. Era graciosa e de certa forma vulgar ao mesmo tempo... A camisola era de seda, que se moldava perfeitamente ao corpo de Anita, deixando ver o que suas roupas do dia escondiam. Sho sentia-se mais íntimo de Anita ao vê-la daquela forma... Mas certo remorso lhe vinha, pois ela era mulher casada e ainda era mãe.

            - Ei, Sho-kun... Você gosta de criança, né? – perguntou Hideki de sopetão

            - Sim.

            - Acha que seria um bom pai?

            - Acho que sim... Por que?

            - Eu estava pensando... Será que você quer ser meu pai?

            - HIDEKI! Isso é coisa que se diga, garoto?!

            Anita estava corada e ofegante, a pergunta do filho a havia pegado de surpresa. Mas Hideki não viu mal nenhum em sua pergunta, era algo muito simples pra ele.

            - O que tem, mamãe? Eu estou precisando de um pai... Porque não o Sho-kun?

            - Desculpe pela indiscrição de meu filho, Sho.

            - Tudo bem... Não vejo problema no que ele falou.

            Anita corou mais ainda. Com certeza ela havia entendido errado a frase de Sho... Ele não disse no sentido em que ela compreendeu... Afinal, o que aquele homem tão bonito e famoso iria querer com ela, que era apenas uma historiadora?

            Sho estava um tanto sem graça também, mas realmente não via mal na frase do garoto. Não seria problema nenhum ser pai e marido... Era o sonho dele. Sho sempre quis um dia formar uma família, por que não pegar uma já formada?

            - Então, você quer ser meu pai? – perguntou Hideki animado

            - Você é um cara legal, Hide-kun. Mas eu seria um pai muito rígido.

            - Eu obedeceria com prazer... Acho que isso seria muito legal.

            - E eu acho que já está na hora de criança ir pra cama.

            - Mas...

            - Vamos logo... Está muito tarde e amanhã você vai acordar cedo.

            - Mas, você também vai.

            - Eu não tenho sete anos. Vai pra cama logo.

            - Não vai me colocar pra dormir... Hoje Sho-kun poderia cantar com você.

            - Hideki, não inventa.

            - Eu faço isso pra ele. – disse Sho levantando-se e pegando a mão que Hideki oferecia – Vamos mamãe, deixa, por favor.

            - Estou com duas crianças em casa... Vamos então.

            Os três foram para o quarto de Hideki, que era azul... Sho se admirou com o tanto de coisas do Arashi que havia ali misturado com coisas de heróis americanos e japoneses. Bem em frente à cama havia um enorme pôster com Sho estampado nele.

            - Parece que você gosta mesmo de mim...

            - Hai. Sho-kun é o melhor.

            - Ok, ele é o melhor, mas você tem que dormir... Portanto, se deite que vamos cobrir você.

            Hideki deitou-se na cama com um sorriso abobalhado no rosto, Sho e Anita pegaram cada um em uma ponta da coberta e a arrumaram por cima do menino.

            - Que música você quer hoje?

            - Já que Sho-kun está aqui, eu quero “Can’t Let You Go”.

            - Isso é música pra dormir? Escolhe outra...

            - Michi.

            - Ok. Vamos lá, Sho-kun.

            Os adultos começaram a cantar, e Sho ficou admirado com a doçura da voz de Anita... Falando ela tinha uma voz aveludada, mas cantando essa maciez se multiplicava e acariciava os ouvidos de quem ouvia. Achou que Hideki tinha sorte por poder ter o sono embalado por aquela voz tão linda.

            Ambos já iam sair, quando Hideki deu essa recomendação:

            - Sho-kun, faça mamãe se apaixonar por você quando estiverem sozinhos... Você eu deixo namorar ela.

            - Hideki! Vai dormir.

            - Eu vou me esforçar. – disse Sho de modo que só Hideki ouvisse

            - Desculpe pelo que Hide te falou... – disse Anita quando estavam na sala – Criança não tem limite, sabe como é...

            - Eu já disse que não vejo problema no que ele disse.

            - Eu sei. Você entende que é coisa de criança, né? Desde que o pai morreu, Hideki fixou em você uma figura que ele gostaria de ter como pai.

            - Então... Você é viúva?

            - Sim.

            - Nunca mais teve outro marido ou namorado?

            - Não.

            - Faz muitos anos?

            - Quatro anos... Hideki nem consegue se lembrar direito. Mas, ele estava muito doente... Não podíamos fazer nada.

            - Por que você não se relacionou com mais ninguém?

            - Ninguém conseguiu preencher o meu coração. Eu até tentei me apaixonar... Amar alguém... Mas ninguém parece ser bom o bastante.

            - Nem eu?

            - Não. – ela fugiu com os olhos, não conseguia mentir olhando para ele.

            - Você sabe que isso é mentira.

            - Como você diz isso?

            - Você mente muito mal, Anita... E seus olhos mostram o quanto você gosta de mim...

            - Nem parece Sakurai Sho falando.

            Anita deu um sorriso sem graça e virou-se de costas para Sho, tentando pilheriar com a situação... Mas quando se voltou para ele, Sakurai estava sem camisa e olhava para ela de forma decidida, deu dois passos na direção dela e puxou-a para si... Ela já estava sem forças, o olhar firme de Sho a envolvia de forma quase mística.

            - Eu não quero mais esconder o que eu sinto por você. – disse ele com a boca muito próxima da dela – E quero que você me mostre o que sente por mim.

            Mal terminou a frase Sho a beijou famintamente, e Anita pensou que iria desmaiar... Suas pernas vacilavam e sentia-se sem força, mas Sho a prensou contra a parede fazendo seus corpos ficarem o mais próximo possível. Ela arfava sentindo as mãos de Sho percorrerem seu corpo depois de já terem retirado o seu roupão... E ele a devorava com a boca e com as mãos.

            Anita empurrou Sho para o lado e caiu sobre o sofá ofegante e trêmula. Seus lábios estavam muito vermelhos por causa do beijo...

            - Eu acho que é... Melhor você ir embora.