Verdadeiros Lobos... escrita por Manu Matos


Capítulo 17
Capitulo 16




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Liz POV 

 

Seu pai gostava tanto de mim que até me deu a mão de sua filha em casamento. 

Eu sempre soube que em algum momento eu teria de contar coisas do meu passado à Lili, coisas que eu queria esconder completamente, coisas que eu queria esquecer. 

Mas eu jamais tinha imaginado que isso aconteceria desse modo, com Klaus escancarando um dos meus segredos para ela desse modo. O meu ódio por ele sempre tinha sido parte da minha vida, mas nada se comparava ao fogo correndo nas minhas veias. 

Eu pude sentir o poder correndo pelas minhas veias, e eu não tinha certeza do por que ou do como, mas eu sabia naquele momento que eu poderia enfrentar Klaus. Eu talvez eu fosse morrer tentando, mas naquele momento eu não me importava.  

Eu atravessei o quarto e pulei no seu pescoço, meus dentes partindo a pele. Eu vi a surpresa no seu olhar. E pensei que talvez eu não tivesse me esforçado antes para acabar com ele como eu imaginava. 

—Lisa! - gritou minha irmã. 

Mas eu não me virei, nem ao menos olhei de relance, meu foco foi total em Klaus. Eu nunca tinha sentido aquele poder, e nem tinha estado tão perto de ferir Klaus como naquele momento. Ele sempre foi o mais forte, sempre foi o líder.  

Eu tinha me apaixonado por essa projeção, tinha ficado tão encantada que nem me importei com os meus instintos que gritavam quando estava próxima dele. Meu pai o considerava um bom amigo e conselheiro, mas minha mãe o temia, e eu devia ter ouvido a ela. Quando meu pai nos contou sobre a proposta de Klaus, eu tinha ficado emocionada e nem pensei por um segundo no imprinting, e meu pai convenceu minha mãe que seria o melhor para a nossa aldeia. 

Tinha se passado várias mudanças na lua depois do acordo para o meu casamento ocorrer. A união de duas tribos, era o que meu pai via, um erro do destino de acordo com a minha mãe, a mais pura felicidade para mim. Um modo de pagar pelos erros que eu já tinha cometido. 

E foi apenas uma distração. 

Aquela foi a noite em que a destruição caiu na minha verdadeira família. 

E tinha sido minha culpa. 

A raiva me deu a força que eu precisava para enfrentar Klaus, para fazer o que era necessário por Lili. Não sei quanto tempo se passou, ou o que estava ocorrendo fora daquele quarto. Mas eu fiz o que tinha que fazer. 

Ataquei, com todas as minhas forças, com todo o meu ser. Eu nunca estive tão perto de vencer Klaus quanto naquele momento, mas eu também sabia que não era o suficiente. Ainda não. 

Mas logo. 

Agora eu só queria afastar ele de La Push. 

—Não estou aqui pela criança. - falou Klaus. - Mas estou ficando cansada desse jogo, Lyra. 

Eu voltei a minha forma humana, e o encarei, sem me importar com a modéstia. 

—Vai embora Klaus. - eu falei quase calmamente. - Agora. 

—Você não conseguirá me matar. - ele disse arrogantemente. 

—Eu sei - não havia razões para mentir, a verdade era mais que obvia. 

—E você ainda acha que consegue me expulsar? - perguntou descrente. 

—Eu acho que você não quer me irritar o suficiente para eu querer te destruir. - falei o mais verdadeiramente possível. - você me tirou tudo o que eu tinha. Não vou deixar você tirar a minha fi... família de mim. - eu só hesitei por um segundo. 

—Você que me persegue. - falou com um ar de inocente. 

—Você tem tirado vidas do meu povo. - falei com raiva. -Tem eliminado cada um deles. 

—Seu povo? - perguntou com escárnio. - você nunca quis ser um deles. - ele apontou levemente com a cabeça para Jake. - Você amou a minha ideia. 

Eu conseguia lembrar exatamente o que ele estava falando. 

Eu era uma princesa, alguém que não entendia o que estava ocorrendo a minha volta. Nunca entendi o orgulho em me transformar em um animal, e tinha guardas para me proteger, e eu nunca tinha sentido a emoção da caça. Ser um lobo era algo que não tinha relevância para mim. Então quando o belo e gentil cavalheiro, que era meu prometido, me confidenciou que estava tentando criar um modo para que ninguém fosse obrigada a se transformar eu claramente gostei da ideia. 

Mas eu não sabia da história toda. 

Eu não sabia do que ele faria para conseguir se livrar da maldição do hibrido. 

 

Jake POV 

Eu não conseguia acreditar nos meus próprios ouvidos. 

Liz e Klaus?! 

Como isso seria possível? 

"Ela viveu quase 2 mil anos, Jake." Pensou Leah. Dava para ver que sua atenção estava mais do que um pouco dividida. Ela estava enfrentando aquelas coisa do lado de fora, eu estava somente observando, vendo a minha impressão lutar por sua família. 

"Se concentre" ordenei, querendo afastar seus pensamentos do meu. não querendo que ela se concentrasse no meu ciúmes quando tinha uma luta para vencer. 

E foi quando eu percebi. Liz não estava como lobo (e eu tentando não pensar nela nua na frente dele), e eu ainda podia ver através dos olhos dela, como se ela ainda estivesse como um lobo. Eu sabia que nossa ligação era forte, mas não sabia que chegava a esse ponto. 

"Você também tem que se concentrar." Leah estava tendo problemas para destruir o monstro com ela. 

Então eu me foquei, desliguei  

De tudo a minha volta a não ser por aqueles que eu estava enfrentando, arranquei alguns braços e cortei umas cabeças. Talvez do mesmo hibrido. Mas eu só queria que ele morresse, e queria tirar Liz de perto de Klaus e leva-la até um lugar onde fosse ficar segura sempre. Mas eu não podia, e eu tinha que ajudar. 

"Pode ir" a voz de Leah soou enquanto ela arrancava a cabeça do hibrido com ela.  Eu atravessei a casa em um segundo, atacando o hibrido que encontrei no caminho e confiando que Leah e o bando cuidariam do resto. 

Quando eu entrei no quarto Lili estava de um lado olhando com medo para a irmã que segurava o loiro horripilante pelo pescoço contra a parede. Eu podia ver que ela não tinha tido tempo de vestir qualquer coisa, e apesar de eu ter olhado mais do que apenas de relance para o corpo dela, eu estava mais do que um pouco enciumado que Klaus tivesse visto ele todo. 

—Então você trouxe o cachorro para passear? - Perguntou com aquele sotaque pretencioso. Eu com raiva não segurei e meio que rosnei pra ele. - Tem que adestrar o cachorrinho. - ele mal conseguia falar com a força que Liz estava apertando seu pescoço. 

—Ele não tem a ver com está história. - falou ela com raiva. 

Eu posso admitir ter sentido uma pontinha de tristeza com o que ela disse. 

—Então por que ele está aqui Lyra? - era obvio que ele ainda não sabia sobre o imprinting, e eu não tinha certeza do por que eu estava sentindo ciúmes do idiota que tinha sequestrado a irmã de Liz. Mas talvez eu tivesse motivos, uma voz pequena na minha cabeça não parava de sussurrar. Mas eu tinha que me concentrar, deixar minhas inseguranças para lá. 

Eu rosnei novamente. 

—Espera. - ele me olhou e eu quase podia ver uma luz se acender nos olhos deles. - Você não pode. - Ele não mais me olhava, seus olhos estavam grudados nos azuis de Liza. Ele iria dizer algo mais, quando Liz o jogou pela janela. Eu observei ela se transformar. 

"Leve Lili para casa," ela me falou, "eu vou ter a certeza de que ele não vá em direção a Forks." 

Eu morri de medo quando eu a vi saltar da janela se transformando antes mesmo dela chegar ao chão.  Eu fui até a janela e vi que Liz estava rosnando para Klaus, que surpreendentemente não a olhava seu rosto estava virado para cima, me encarando. E seus olhos estavam marcados com o ódio. 

—Isso ainda não acabou. - eu sabia que ele não estava falando apenas com ela. 

Era obvio que eles tinham uma grande história juntos, talvez muito mais do que eu sabia. E ele sabia do imprintig agora, e não tinha gostado muito disso. Liz deu um passo pra frente ele a olhou e disse algo em uma língua que eu não entendi, mas Liz entendeu pois rosnou novamente e deu mais um passo em direção a ele. 

—Até logo Lyra. - E no segundo seguinte ele não estava mais lá e no outro Liz sai em disparada. 

—Ela vai ficar bem? - perguntou Lili. 

Eu acenei com cabeça, esperando ser verdade. 

"Estão todos mortos" Leah pensou para mim. 

"Que bom." 

Eu me virei para Lili e me abaixei esperando que ela entendesse a mensagem, eu mal tinha me abaixado quando ela subiu nas minhas costas. Imagino que crescer com um bando de lobos tivessem ajudado ela a entender o que eu queria. 

—Vamos pra casa. 

 

 

 


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