Paranoid Android escrita por chibi_cold_mari


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Tá aí gente! *----*

Em tempo recorde -he



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Sonhos, pesadelos, ofegos e inquietação.

           

Minha noite se resumiu as essas quatro palavras, que são capazes de resumir todos os meus sentimentos e emoções à praticamente nada. Meus sonhos envolviam eu e Jess felizes com um namoro estável, geralmente em cenários considerados extremamente românticos pela indústria cinematográfica - pores-do-sol, praias, praças à meia luz-, mas sempre acabavam por se misturar com os pesadelos...Como quando eu e Jess estávamos sentados em um banco à observar as árvores e flores, quando de repente, ao me beijar, metade de seu rosto caiu, revelando uma estranha estrutura metálica, e ao tentar me acalmar , ele acidentalmente esmagava meu crânio com sua mão monstruosa.

            Eu acordei sobressaltada, às 3 da manhã, com a respiração desregular e suando frio. Desabei no travesseiro, ao ver que tudo lá fora estava escuro através da minha janela aberta. Eu acabei por concluir que tudo que eu pensara ter visto e ouvido naquela noite era puro fruto de minha imaginação imperativa, já que há muito tempo não fazia nada que não se resumisse à catatonia. Fechei os olhos e me convenci a dormir novamente.

            E depois de certo tempo, acordei novamente sobressaltada, dessa vez fora o barulho estridente do despertador que me salvara dos olhos azuis que me perseguiam com garras metálicas que se projetavam de sua mão grotescamente recurvada, sem pele alguma.

            Passei a mão pelos meus cabelos molhados de suor, mas parei ao sentir a dor lancinante que vinha de meus pulsos. Olhei-os temerosa, estavam roxos, variando entre tons azuis e amarelos. Engoli seco, aquilo foi real.

            Saltei da cama. Corri em direção à janela, procurando por qualquer vestígio dele por ali, qualquer indicio de anormalidade, pois então a encontrei. A distorção estranha na moldura que segurava a folha de vidro à parede ainda estava lá, exatamente como eu o vi fazer à noite.

            Meu coração quase saltou para fora quando escutei as batidas em minha porta, me fazendo pular de susto.

            -Mari?Já acordou? –Perguntava-me a voz suave de Ester, mãe de Stephanie.

            -Ah!Já, já!Ester... Hã vem aqui, por favor? –Pedi me recuperando do susto.

            Dito isso ela adentrou o quarto, parando os olhos serenos sob meus pulsos cruelmente machucados que lhe mostrava. Apressadamente ela me levou de pijama e tudo, para o hospital.

O ortopedista dissera que eu havia atrofiado um ligamento a outro, nos dois pulsos, graças aos ossos que se deslocaram. Ele também disse que aquilo fora resultado de uma força extrema aplicada contra meu pulso, algo entre 100 kg de força... Deveria ficar um mês com as tipóias, se não melhorasse, era operação na certa. Inventei uma história qualquer para Ester, dissera que havia me machucado na aula de educação física, quando uma garota grandalhona me empurrou para o chão e eu caí em cima deles... Ela pelo menos pareceu acreditar...

            Quando saímos do hospital, já havia passado do horário de entrada de meu colégio, restando-me apenas voltar para meu quarto e questionar os acontecimentos da noite passada.

            Eu sabia que não era muito sensato de minha parte forçar minha mente daquele jeito, não estava ainda totalmente recuperada psicologicamente do episódio com meu pai, e já obrigava meu cérebro a digerir o fato de que Jess não era um humano. Foi realmente exaustivo tentar me convencer de que eu não estava louca, essa alternativa era tão mais fácil!Tão mais fácil do que acreditar no que ouvi e vi...

 

Era como se tudo em que eu acreditasse se tornasse mentira.

 

            Finalmente me lancei na cama, enxergando a facilidade da opção que eu me propusera... Esquecer.

           

Esquecer o que houve.

                                               O que eu vi.

                                                           O que eu senti.

                                                                       Esquecer.

                                                                                  Eu queria esquecer Jess.

           

Droga.

           

Eu não queria isso, eu não queria apagá-lo assim... Eu sabia o que eu realmente queria fazer...

                                               Eu te amo”- Ele disse.

           

Eu não ligava se eu era muito nova para me preocupar com ele, se eu havia sido insensata ao sair de casa sem dar explicações, deixando Stephanie e Ester antônimas na sala, eu não me importava.

            Eu só me deixei guiar pelos meus pés, correndo eu cheguei aonde eu queria estar. Ao lado dele naquele banco na praça de eventos.

            Os azuis estavam longe de mim, escondidos em meio aos fios quase brancos e desgrenhados que lhe escondiam a tão bela face. As mãos que antes me prendiam, jaziam cerradas de desgosto sob seus joelhos, tão escondidos na larga calça escura que vestia. Ele sorriu para mim, e então, percebi que eu também sorria.

            Sua mão procurou pela minha, temerosa.

            Os azuis recuaram, aflitos e apavorados, se reprimindo por causa das tipóias.

            Sentei-me ao seu lado, sem me importar com a sua reação, a fitar os azuis que fitavam meu sorriso com descrença. Tomei-lhe a mão com cuidado, pousando minhas mãos imobilizadas sob ela.

            Os lábios pálidos se abriram, prontos para murmurar algo sob elas.

                        Eu o impedi com um riso.

                                   Sussurrei-lhe as três palavras que dançavam por trás de meus dentes, que há tanto tempo esperavam serem ditas. Selando assim meu trágico destino ao lado dele.

 

                         

 

 

“Eu te amo, Jess.”

 


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Notas finais do capítulo

Vou sumir um tempinho acho...
Mas não fiquem tristes, prometo capítulos lindos e realmente perigosos daqui para frente...(entendam como quiser)

Estou escrevendo outra fic, não sei se vai ficar boa, mas depois posto ;D

reviews?
:**



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