Coração Vago escrita por KatherineKissMe


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oi galera! Como o prometido o captulo seis est saindo hoje.

Espero que gostem.



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"You've already been
Yeah you've already been
We've already seen
That the fallen are the virtuous among us"

The Fallen - Franz Ferdinand



–Bruno, talvez seja meio rude da minha parte perguntar mas enfim, o que nós somos? Porque eu imaginava que nós fossemos amigos, mas depois da última foto...

O garoto estava estático. Ele não sabia como responder. Honestamente, ele mesmo não entendia muito bem o relacionamento que tinha com a garota.




–Pela sua cara eu acho que não deveria ter perguntado nada. –Fatinha murmurou.

–Hn, eu sei que a minha resposta vai ser a mais clichê possível, mas é complicado. –Ele respondeu.

–E essa foi a mãe dos clichês. Tudo bem, vamos fingir que eu não perguntei nada. –Ela disse.

–Fatinhaa, eu realmente preciso ir embora agora, mas eu prometo voltar mais tarde. Até lá eu provavelmente já terei uma resposta formada para a sua pergunta. –Disse Bruno com um sorriso.

–Tudo bem. Obrigado pela visita Bruno. –Ela agradeceu.

–Por nada. Até mais tarde Fatinha. –Ele se despediu.

É tão estranho ser chamada de Fatinha. Eu não me sinto “Fatinha” , o que quer que isso signifique. Mas enfim, em uma única manhã eu conheci um dos caras mais incríveis do planeta, descobri que já tive alguma coisa com ele e... Espera. Alguma coisa?! Pela foto parece que houve muito mais do que “alguma coisa” entre nós. Será que...? –Pensava Fatinha confusa.

–É impossível! Como eu poderia perder a virgindade e não me lembrar? Como eu poderia dormir com o Bruno e não me lembrar? Ok, estou oficialmente irritada. –Disse a garota em voz alta.

Logo que ela fechou a boca a porta do quarto abriu.

–Oi filha, demorei muito? –A mãe dela perguntou entrando no quarto. –Fui conversar com o Michel, tomei banho e acabei cochilando. Você está sozinha há muito tempo?

–Não se preocupa dona Vilma, o Bruno acabou de sair daqui. –Respondeu Fatinha com um sorriso.

–Ele é um rapaz adorável. –Vilma disse. –Seria um genro perfeito.

–Falando em genros, -Fatinha sondou. –como anda o Eriberto?

–O Eriberto? Filha você lembra que eu te contei de uma grande briga que você teve com o seu pai?

–Nós brigamos por algum motivo que eu desconheço, eu fui expulsa de casa e comecei a trabalhar no Hostel. Lembro sim.

–Pois bem, quando toda a situação aconteceu o Eriberto estava conosco e ficou muito chateado com você. Então vocês romperam o noivado.

–E ele ficou chateado comigo pelo mesmo motivo que o papai?

–Sim.

–E o motivo foi...? –Fatinha arriscou.

–O motivo é o de menos minha filha. Agora é a sua vez de me responder, por que esse interesse repentino no Eriberto?

–Na verdade o meu interesse é outro.

–E qual seria? –Perguntou Vilma, curiosa.

–Mãe, -ela respirou fundo. –eu e o Bruno já tivemos alguma coisa?

Dona Vilma começou a rir, deixando-a assombrada. Em outra época Fatinha seria repreendida por demonstrar interesse por outros rapazes.

–Odeio ficar sem entender a piada. Será que dá pra responder a pergunta Dona Vilma?

–É claro minha querida. –disse Vilma engolindo o riso. –Honestamente eu não sei o que aconteceu entre vocês. Eu me lembro que da última vez que eu vim te visitar, você estava completamente apaixonada por ele. O único porém era que ele não te levava a sério. Então eu te ensinei o “truque da vitrine”, mas você nunca me disse se deu certo ou não.

–Truque da vitrine? –Fatinha perguntou curiosa.

Logo as duas começaram a conversar sobre diversos assuntos. A garota estava adorando ter a liberdade de conversar com a mãe sobre o que quisesse.

(...)

Bruno passou boa parte da tarde pensando na resposta que daria para Fatinha. E no final ele não chegou a conclusão nenhuma. Ele saiu do estágio e foi para casa tomar banho e comer alguma coisa antes de ir ao hospital.

–Maninha, preciso da sua ajuda urgentemente. –disse Bruno assim que viu a irmã. –Ah, oi Gil.

Os dois estavam sentados no sofá da sala conversando.

–Bruno. –Cumprimentou Gil.

–Precisa de ajuda com o que? –Juliana perguntou.

–Como vocês classificariam o meu relacionamento com a Fatinha? –Ele perguntou. –Eu tenho que tomar banho, então vocês tem um tempo pra pensar.

–Não entendi o porquê da pergunta. –Disse Ju.

Ele explicou o que tinha acontecido de manhã e foi para o banho dando a eles um tempo.

Alguns minutos mais tarde, Bruno já estava pronto e comendo um sanduíche na sala.

–Chegaram a alguma conclusão? –Ele perguntou.

–Eu cheguei à conclusão de que vocês não são NADA! –Respondeu Ju com um biquinho.

–Ignora o que a Ju tá dizendo, Bruno. Você sabe que ela não é a maior fã da Fatinha. –Disse Gil.

–Quer saber, não gosto dela mesmo! Quando eu queria ficar com o Dinho o quê ela fez? Ficou com ele na minha festa, na minha casa! Sem falar que a Fatinha sempre ficava me provocando falando que rolava alguma coisa entre a Lia e o Dinho.

–E ela estava certa... –Gil murmurou.

–Estava mesmo! Por que você está defendendo ela Gil? Tá querendo ficar com ela de novo?! Então vai lá! Aproveita que ela está desmemoriada e não vai te dar a desculpa de que “figurinha repetida não completa álbum”. –Juliana estava tendo um chilique.

–Calma Ju! –Bruno pediu preocupado.

–Calma é o caralho! Ela está sempre atrapalhando tudo! Atrapalhou o seu namoro com a Rita, quase atrapalhou a Lia e o Vitor e agora ela está arruinando a sua vida!!! –A it-girl começou a chorar desesperadamente.

Gil e Bruno trocaram olhares de quem não sabia o que fazer.

–E o pior de tudo, -Dizia Ju ainda chorando. –é que agora que ela perdeu a memória vocês estão agindo como se tudo o que ela fez antes pudesse ser esquecido.

–Ju, não é bem assim. –Bruno disse sentando ao lado da irmã no sofá. –Eu me lembro muito bem de tudo o que a Fatinha fez, mas eu também sei que de nada vai adiantar ficar jogando essas coisas na cara dela justo quando ela não está bem.

–Ela está grávida Bruno! Você nunca vai conseguir se livrar dela. –Ju disse triste.

–Ei, não se preocupe com isso. A responsabilidade é minha. Porque você e o Gil não vão dar uma volta?

–É uma ótima ideia, a Lia nos convidou para ir no Misturama. Uns amigos do Nando vão lá fazer um som. –Gil disse.

–Eu não to com clima de sair. –Ju disse num muxoxo.

–Quanta bobagem Juliana! Pega a sua bolsa e vai curtir a noite com o seu namorado. Deixa que com os meus problemas eu me preocupo, ok?! –Bruno disse.

Mesmo que contrariada Ju obedeceu o irmão e foi até o quarto.

–Vou retocar a minha maquiagem também! –Ela gritou do quarto.

Gil e Bruno começaram a rir.

–Essa é a Juliana que eu conheço. –O irmão da garota disse.

–Ei, Bruno. Aproveitando que a Ju está no quarto, eu acho que cheguei a uma conclusão. –O grafiteiro disse.

–Conclusão? –Ele olhou confuso. –Ah, o negócio da Fatinha!

–Isso mesmo. Acho que a única classificação que você pode usar é amigos. Uma amizade colorida talvez? Enfim, é você quem sabe. Foi só uma sugestão.

–Hn, é uma boa sugestão. Valeu Gil. –Bruno agradeceu ao rapaz. –Agora eu vou para o hospital. Se a Ju perguntar eu estou no meu quarto ou qualquer coisa assim.

–Beleza.

Bruno foi para o hospital tranquilamente. Ele ainda não sabia como explicar a amizade dos dois, mas estava satisfeito ao ver tudo se resolver.

Já no hospital tudo estava prestes a desmoronar.

–Com licença. –Disse o enfermeiro entrando no quarto com alguns equipamentos.

–A minha filha vai fazer algum exame agora? –Adolfo, que já tinha chegado de Carambolas, perguntou.

–Me pediram que eu trouxesse o equipamento de ultrassonografia. O médico já está a caminho para começar com o ultrassom.

O enfermeiro havia acabado de chegar para o seu turno, sequer sabia da condição da paciente.

–Ultrassom? Mas para que? –Vilma perguntou preocupada.

–Olha, eu não sou médico, mas posso dar uma olhada na ficha dela. –O homem pegou a prancheta que estava ao pé da cama e começou a ler. –Pelo que consta na ficha a senhorita Maria de Fátima sofreu um acidente com poucos traumas físicos. Mas mesmo assim, é necessário que nos primeiros dias após o acidente o médico faça um acompanhamento do bebê para confirmar que ele não foi afetado pelo trauma.

Adolfo, Vilma e Fatinha ficaram estáticos. O enfermeiro sequer percebeu a tensão no ambiente.

–Bem, o equipamento está preparado. Vou informar ao doutor Lorenzo. –Disse ele se retirando do quarto.

Fatinha olhava confusa para os pais, enquanto via os olhos da mãe encherem de lágrimas.

–Bebê? Sobre o que ele está falando? –Ela perguntou.

–É exatamente isso que eu te pergunto Maria de Fátima! Você está grávida? –Perguntou Adolfo, muito bravo.

Antes que a garota pudesse responder o Lorenzo entrou no quarto.

–E como a minha paciente desmemoriada está se sentindo hoje? –Ele perguntou.

–Doutor, é verdade que a Maria de Fátima está grávida e eu não fui informado? –O pai da garota perguntou.

–Mas o Bruno já conversou com você? –Lorenzo perguntava a Fatinha espantado.

–Bruno? –A garota perguntou com um fio de voz.

–Como você pode omitir isso? –Esbravejou o homem.

–Senhor, não é nada bom para a sua filha ficar estressada neste momento. Por favor, controle-se.

–Minha filha? Eu me recuso a acreditar que essa garota é a minha filha!

–Pai! –Fatinha exclamou, assustada.

–Desde aquele dia em que eu te vi rebolando naquele palco, usando aquelas roupas de vadia eu soube que você já não era mais a filha que eu criei. Eu me esforcei, eu juro que me esforcei Maria de Fátima, mas eu me recuso a ser pai de uma garota da vida.

–Pai, por favor! Deve haver um engano! Como eu posso estar grávida se nunca dormi com ninguém? –Fatinha implorava.

–Eu não acredito nas suas mentiras. Esquece que algum dia você teve um pai. –Adolfo disse indo em direção à porta. –Vamos Vilma.


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Notas finais do capítulo

Se gostar, comente!



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