Coração Vago escrita por KatherineKissMe


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpas pela demora pra postar. Estava ocupada nesses últimos dias.



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“Quando tá escuro e ninguém te ouve
Quando chega a noite e você pode chorar
Há uma luz no túnel dos desesperados
Há um cais no porto pra quem precisa chegar
Tô na lanterna dos afogados
Tô te esperando, vê se não vai demorar”

Os Paralamas do Sucesso – Lanterna dos Afogados


–Se eu trabalho aqui no hospital? –Bruno estava incrédulo. –Olha Fatinha, eu sei que eu exagerei no que eu te falei mais cedo e estou muito arrependido disso, agora fingir que não me conhece já é demais.


–Eu não estou fingindo nada. E por que você está me chamado de Fatinha? Meu nome é Maria de Fátima.

A garota estava assustada. Havia acabado de acordar em um lugar desconhecido, e sentia que a sua cabeça tinha sido esmagada por um trator. Para piorar a situação, tinha um homem – muito bonito por sinal – que parecia bravo, além de é claro uma sensação estranha como se borboletas passeassem pelo seu estomago.

–Cresce Fatinha! Para com esse drama, eu quero te pedir desculpas.

–É, será que dá pra você chamar o médico? –Ela perguntou sentindo um pouco de medo.

–É o que eu vou fazer. Quem sabe a sua memória não volta nesse meio tempo?! –Bruno ironizou.

Depois que o cara saiu do quarto ela se sentiu mais confortável. A cabeça ainda zunia, mas as borboletas tinham parado de se movimentar.

Na recepção do hospital havia um casal desesperado por notícias.

–Oi, me ligaram para dizer que a minha filha está internada neste hospital. –Adolfo tentou parecer calmo.

–Preciso ver a minha menina! Como ela está? –Perguntava Vilma aos prantos.

–E qual o nome da paciente, senhor? –A enfermeira perguntou.

–Maria de Fátima dos Prazeres.

–Só um segundo.

–Oi, vocês são os pais da Fatinha? –Marcela perguntou.

–Sim, nós somos. E quem é você? –Perguntou o pai. –Onde está a minha filha?

–Eu sou a professora de educação física da sua filha. Meu nome é Marcela. –Ela se apresentou. –A Fatinha está na observação. O médico dela esteve aqui e aparentemente ela esta bem.

–Graças a Deus. Eu preciso vê-la. Onde está esse médico? –Vilma perguntou.

–Olha ele ali. –Marcela disse ao ver o médico.

–Doutor preciso ver a minha filha! Como ela está? –A mãe perguntava desesperada.

–Estes são os pais da Fatinha. –Marcela explicou.

–Sua filha parece estar muito bem, mas só poderei afirmar com certeza quando ela acordar.

–Como assim? –Perguntou Adolfo preocupado.

–Lorenzo! –Bruno interrompeu a conversa. –A Fatinha acordou.

Não houve sequer tempo para comprimentos. Lorenzo já foi até o quarto da paciente seguido pelos pais da garota, Bruno e Marcela.

–Minha filha! –Vilma exclamou abraçando a garota. –Como você está se sentindo?

–Mãe! –A garota retribuiu o abraço. –Tirando a minha cabeça que dói, estou me sentindo bem.

–Com licença. –Lorenzo pediu. –Preciso que vocês se afastem para que eu possa examiná-la.

As pessoas se afastaram para que o médico fizesse o seu trabalho. Ele checou algumas coisas e depois começou a fazer algumas perguntas.

–Qual o seu nome?

–Maria de Fátima dos Prazeres. –Ela respondeu.

–Qual o nome dos seus pais?

–Adolfo e Vilma.

–Quantos anos você tem?

–Acabei de fazer dezessete.

–Dezessete? Tem certeza? –O médico perguntou novamente conferindo a ficha da paciente.

–Tenho dezessete anos. –Ela reafirmou.

–Maria de Fátima, você sabe quem eu sou? –Lorenzo perguntou.

–Hn, você é o meu médico?! –Ela respondeu.

–E o meu nome é...?

–Eu estou confusa. Eu deveria saber o seu nome?

–Hn, e esta mulher –ele perguntou indo até a Marcela. –você a conhece?

–Olha, o rosto dela e o daquele rapaz ali no fundo, –Fatinha apontou para Bruno. – me é vagamente familiar. Talvez eu tenha os visto na rua ou algo assim.

A situação é mais grave do que eu pensava. –Lorenzo pensou.

–Mãe, onde está o Francisco? Por que ele não veio com vocês? –Fatinha perguntou.

Os olhos de Vilma se encheram de lágrimas.

–Doutor, podemos conversar com o senhor na sua sala? –Adolfo pediu.

–Claro. –Lorenzo concordou. –Marcela e Bruno, preciso que vocês esperem lá fora.

Todos deixaram o quarto sem uma palavra. Lorenzo levou os pais da garota até a sua sala, enquanto Bruno e Marcela pareciam não acreditar no que estava acontecendo.

–A minha filha perdeu a memória? –Vilma perguntava horrorizada.

O médico conversou com os pais da garota por algum tempo explicando a situação. Ambos estavam confusos e preocupados com a situação da filha.

–Neste momento eu preciso que vocês conversem com a Maria de Fátima e tente explicar para ela o que aconteceu nesses dois anos. Não vai ser nada fácil pra ela, por isso gostaria que vocês não entrassem em muitos detalhes. Eu peço que essa história que vocês me contaram a respeito do Francisco não seja mencionada, tudo bem?

–Certo doutor. Agradeço por tudo o que você tem feito pela nossa filha. –Adolfo agradeceu.

–Eu não fiz mais do que a minha obrigação como médico. –Lorenzo respondeu. –Agora nós precisamos conversar com a sua filha.

Quando eles chegaram no quarto, Fatinha parecia entediada.

–Maria de Fátima, preciso esclarecer algumas coisas. –Lorenzo começou. –Você está no hospital porque caiu em uma escada, está lembrada?

–Não. –A garota respondeu confusa.

–Pois bem, com o acidente você perdeu parcialmente a sua memória. Não é algo permanente, e para ser sincero, a amnésia está mais relacionada ao seu psicológico do que ao físico.

Calmamente Lorenzo explicou a situação para Fatinha. Ela chorava incrédula, e foi deixada pelo médico sendo consolada pelos pais.

Na sala de espera Marcela e Bruno estavam impacientes, até que viram Lorenzo.

–Finalmente você apareceu! –Marcela exclamou. –Agora me explica o que está acontecendo com a Fatinha.

–Eu estava conversando com os pais dela justamente sobre isso. Fisicamente ela esta bem, tirando alguns roxos e ralados. O problema está no psicológico dela. A amnésia veio como uma maneira do subconsciente a proteger, bloqueando as memórias ruins desses últimos dois anos. –Respondeu Lorenzo.

–Então ela pode estar fingindo? –Bruno perguntou suspeito.

Macela bufou.

–Ela até poderia fingir, mas esse não é o caso. Pelo o que eu conversei com os pais dela, nesses últimos dois anos ela passou por muitos problemas, e eu tenho certeza de que a gravidez foi uma coisa pequena em meio de tudo o que ela já sofreu. Não vou entrar em detalhes nesse assunto, já que é do particular dela.

–Lorenzo, –Marcela o chamou. –se a Fatinha não se lembra do que aconteceu nos últimos dois anos ela não sabe que está grávida.

–Sim, esse é um dos pontos que mais me preocupa. Pelo que eu conversei com os pais dela eu posso afirmar que ela sequer vai lembrar de ter mudado para o Rio de Janeiro. –Lorenzo disse.

Bruno só escutava o que eles diziam abismado.

–Você já conversou com ela sobre isso? –Marcela perguntou.

–Acabei de explicar a situação para ela. De inicio ela fico transtornada, mas creio que os pais dela a tenha acalmado.

–Quando você vai contar pra ela sobre a gravidez? –Bruno perguntou saindo do transe.

–Eu esperava que você contasse pra ela Bruno. –Lorenzo respondeu.

–Por que eu? –Ele perguntou aterrorizado.

–Talvez porque você seja o pai. –Marcela respondeu irônica.

–Eu esperava que você se aproximasse dela, como amigo, antes de dar a notícia. Assim o baque não seria tão grande. –Respondeu Lorenzo.

–Quanto tempo vai ser preciso que ela fique no hospital? –Marcela perguntou.

–Olha, preciso monitorá-la por pelo menos dois dias antes de poder dar alta. Por isso recomendo que os dois vão para casa e descansem. –Lorenzo disse. –Vai ser melhor para ela não ter mais surpresas hoje.

–Entendo. –Marcela disse. –Vai querer uma carona, Bruno?

–Quero sim. –Ele respondeu. –Lorenzo, o horário de visitas é a partir de qual horário?

–Esteja aqui depois das nove. Outra coisa, preciso que você pegue com a Ju algumas fotos do colégio que tenha a Fatinha. Se tiver uma foto sua com ela também, vai se muito bom. –Respondeu o médico.

–Por que? –Bruno perguntou confuso.

–Porque assim quando você vier visitá-la amanhã, você pode “apresentar” os conhecidos dela.

–Certo. Vou ver as fotos que eu consigo.

Logo depois eles se despediram e foram embora. Nenhum dos dois disse nada no trajeto até a casa.

Bruno agradeceu pela carona e subiu para casa. Ele estava preocupado com toda a situação

Que noite! Descubro que a Fatinha está grávida, ela perde a memória e agora eu tenho que contar tudo pra ela. Não sei por que, mas tenho a impressão que o dia de amanhã vai ser bem pior. –Ele pensava desanimado.

Ao chegar em casa, Bruno percebeu que a noite estava longe de terminar.

–Que história é essa de que você engravidou essa tal de Fatinha? –Marta perguntava histérica.


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Notas finais do capítulo

Se gostar, comente!



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