Coração Vago escrita por KatherineKissMe


Capítulo 37
Capítulo 36




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"Thank you for seeing me
I feel so less lonely
Thank you for getting me
I’m healed by your empathy
Oh this intimacy"

Empathy - Alanis Morissette


–Repete o que você disse. –Ela pediu com os olhos carregados de lágrimas.

–Minha loira, eu te amo. Eu te amo. –Ele repetiu.

Fatinha não conseguiu conter a felicidade que a invadiu, naquele instante a única coisa que ela conseguiu fazer foi se jogar em cima daquele moreno lindo e beijá-lo como se não houvesse mais amanhã.

Os dois entraram no apartamento ainda se beijando, as pausas para respirar eram compensadas por chupões, mordidas e selinhos. Fatinha sequer reparou na decoração do apartamento, de tão focada que ela estava nos beijos.

Quando eles finalmente chegaram ao quarto, boa parte das roupas já tinham se perdido pela casa. O término tinha durado poucas semanas, mas eles se amavam como se não se vissem há anos.

Quando por fim eles se separaram, exaustos e saciados, Fatinha fechou os olhos e se permitiu absorver toda a emoção do momento. Aos poucos a felicidade deu lugar à insegurança, ele realmente a amava ou só disse aquilo no calor do momento?

Bruno percebeu a mudança de humor no semblante da loira, e a puxou para perto. Fatinha abriu os olhos e se deparou com o olhar curioso do moreno.

–Então você me ama? –Ela perguntou.

–Você ainda tem alguma dúvida? –Ele respondeu com outra pergunta, dando aquele sorriso torto que a tirava o fôlego.

–Por experiência eu aprendi a não esperar muito de você, então nem pense que é só dizer “eu te amo” duas vezes e basta. –Ela disse desviando o olhar.

–Ei, minha loira. –Ele fez com que ela olhasse para ele. –Eu aprontei muito com você não é?

Os olhos de Fatinha se encheram de lágrimas. Ela estava com medo de que tudo aquilo não passasse de um sonho, e que aquele Bruno todo carinhoso desaparecesse.

–Peço desculpa por ter sido tão machista e preconceituoso com você. Peço desculpa também pelas crises de ciúmes que me faziam dizer coisas horrorosas ao ponto de ser cruel com você. –Bruno limpou a lágrima que escorreu pela bochecha dela. –Peço desculpa por te culpar pelo meu término com a Rita e com a Ana, em ambos os casos eu fui o maior responsável e não queria enxergar isso. Peço desculpa por todas as vezes que nós dormimos juntos e eu fui embora depois.

–Bruno... –Ela começou a falar, mas foi interrompida.

–Eu preciso me desculpar com você. Meu amor, quando você veio me contar que estava esperando a Bia, eu agi como o maior dos cafajestes. Eu coloquei a sua vida e a da nossa filha em risco correndo atrás de você. Eu fui tão irresponsável, tão imprudente. E as coisas horríveis que eu disse quando você me contou do fim da amnésia... Eu deveria ter comemorado com você, e não cobrado satisfações.

–Eu... –Fatinha tentou falar novamente, mas Bruno a silenciou com o dedo.

–Sabe do que eu mais me arrependo? De ter sido tão orgulhoso. Minha loira, o tempo perdido na minha estupidez em reconhecer o amor que eu sempre senti por você... –O rosto dele transparecia agonia. –O meu amor por você existe há tanto tempo, e só agora eu estou sendo capaz de ter dizer isso.

Fatinha ficou em silêncio absorvendo tudo o que ele disse. Depois de um tempo, ela reuniu o fôlego e disse:

–Então você me ama, né?!

Bruno começou a rir e encheu a loira de beijos.

–Eu te amo, sua maluca!!! –Ele disse.

Fatinha o puxou para um beijo profundo, para depois cortá-lo de repente.

–Espera. –Ela disse.

–O que foi? –Ele perguntou confuso.

–Só eu que acho que uma declaração tão linda quanto a que você fez merecia um clima mais romântico?

–Um clima mais romântico?! Fatinha dá uma olhada em volta. –Bruno pediu.

Foi só então que a loira percebeu os buquês que enfeitavam o quarto, e as pétalas de rosas que estavam embaixo do corpo deles.

–Eu fiz tudo direitinho, encomendei flores e um jantar, mas você tinha que desenterrar um ex-noivo para sair! Se a minha declaração foi feita de supetão, foi porque você não facilitou o meu serviço. –Bruno se fez de indignado.

Fatinha deu aquele gritinho comum a pessoas que estão em contato com muita fofura, e se jogou no moreno, enchendo-o de beijinhos.

–Espera. –Dessa vez foi Bruno quem interrompeu o beijo. –Eu fiz uma declaração de amor de cinema e ainda não tive resposta.

–Resposta do que? –Fatinha perguntou confusa.

–Até agora não saiu nenhum “eu também te amo” da sua boca.

–Como seja não fosse óbvio o meu amor por você, né?! Você ainda tem alguma dúvida de que eu te amo?

–Assim, dúvida eu não tenho não, mas adoro ouvir você dizer que me ama.

–Eu te amo seu bobo. –Ela disse o puxando para mais beijos.

Eles ficaram ali namorando por um bom tempo, só curtindo a harmonia do momento. Bia parecia sentir a felicidade dos pais e mexia mais do que o normal.

–Moreno. –Fatinha chamou a atenção dele que brincava com Bia. –Você falou alguma coisa sobre ter encomendado comida?

–Não acredito que você está com fome! Você estava jantando com o Eriberto quase agora!

–Ei, eu não cheguei a terminar de jantar por culpa de um certo moreno. –Ela disse.

–Para a sua felicidade eu não consegui comer uma barca inteira sozinho.

Fatinha levantou com uma agilidade e rapidez surpreendente para uma grávida de quase oito meses, e correu para a cozinha. Bruno foi atrás dela, rindo de tamanha afobação.

–Estou rezando para que a Bia não seja tão gulosa quanto você, do contrário nós vamos a falência só com as compras no supermercado. –O moreno brincou.

–Engraçadinho você, hein?! –Ela disse tirando a comida da geladeira. –Não sei o que você está fazendo no ramo da arquitetura.

–Minha loira, falando em arquitetura, nós ainda não montamos o quarto da Bia. Nós precisamos começar a trabalhar nisso o quanto antes.

–Então moreno, pelo que a gente já viu de modelos de quartos, eu gostei mais dos neutros. Eu estava pensando em pintar todas as paredes com um rosa bem claro, quase pastel, e na parede do berço fazer uma árvore, sabe?

–Acho que sei do que você está falando. Nós podíamos dar uma passada em algumas lojas amanhã e escolher as tintas.

–É uma ótima ideia, a Bia já está quase nascendo e nós ainda não preparamos nada. –A loira disse.

O telefone de Fatinha tocou interrompendo a conversa. Era o Eriberto que estava preocupado com a loira, mas ela o tranquilizou e combinou de saírem juntos na manhã seguinte.

–Moreno, amanhã nós tomaremos café fora. –Ela anunciou. –Eu vou te apresentar ao Eriberto.

–Ih, café com o ex? Qual a necessidade disso? –Ele implicou.

–O Eriberto é um grande amigo da minha família, e eu gostaria que você também fosse amigo dele. A primeira impressão que você passou foi horrível, então amanhã você vai se comportar direitinho, ok?

–Fatinha, você quer que eu seja amigo de um cara que está interessado em você?

–Para de bobagem moreno! O Eriberto está mais do que apaixonado por outra, e eu estou perdidamente apaixonada por você.

–Sei, e o que ele queria com esse jantar de hoje? –Bruno perguntou ainda desconfiado.

–Ele queria colocar os pingos nos “is”. Antes do nosso namoro e noivado, nós sempre fomos grandes amigos. Hoje no jantar, nós corrigimos a maneira horrível como o nosso relacionamento tinha terminado, foi só isso. O Eriberto se tornou um irmão pra mim. –Ela explicou.

–Tudo bem, você me convenceu. Amanhã nós vamos tomar café com o senhor certinho. Agora será que nós podemos parar de falar dos outros e voltar para a gente? –Bruno pediu.

–Eu acho uma ótima ideia. Eu estava com saudade de passar o tempo com o meu moreno. –Ela disse se levantando da mesa e o abraçando. –Promete que a gente nunca mais vai brigar assim?

–Minha loira, no que depender de mim você vai ter que me aturar pro resto da vida.

–Bom mesmo, agora será que nós podemos voltar à parte boa da reconciliação? –Ela pediu mordiscando o lóbulo da orelha dele.

–O seu desejo é uma ordem. –Bruno disse.

Os dois dormiram pouco naquela noite, mas valeu a pena. O que realmente importava era o fato deles estarem juntos novamente.

–Moreno. –Fatinha o chamou. –Acorda, se não a gente vai se atrasar para encontrar o Eriberto.

–Hn, tá tão bom aqui, tem certeza que eu preciso levantar? –Ele perguntou ainda de olhos fechados.

–Então, eu vou tomar banho agora, então é você que decide se vai aproveitar esse tempo para dormir, ou se vai me acompanhar no chuveiro. –Ela disse já saindo do quarto.

–Minha loira, isso é golpe baixo. –Bruno disse se levantando.

Depois de terem tomado banho, só tomado banho mesmo, os dois terminaram de se arrumar e foram para o Hostel encontrar o Eriberto.

–Bom dia Michelito! –Fatinha cumprimentou o patrão.

–Oi Michel. –Bruno o cumprimentou também.

–Bom dia!

–Avisa o Eriberto que nos estamos aqui, por favor? –A loira pediu.

Michel concordou e ligou para o quarto do hóspede, que disse que já desceria.

–Moreno, você vai se comportar direitinho, né?! –Fatinha insistiu.

–O que eu não faço por você minha loira? –Bruno respondeu com uma pergunta.

–Bobo. –A loira disse beijando o rapaz.

–Uhuhum. –Eriberto anunciou a sua presença com um coçar de garganta.

–Bom dia Eriberto! –Fatinha deixou Bruno para abraçar o amigo.

–Bom dia Maria de Fátima. –Ele respondeu rindo do bom humor da ex-noiva.

–Eu já te pedi pra me chamar de Fatinha. –Ela lembrou o rapaz. –Então, deu eu te apresentar o meu moreno.

Fatinha puxou Bruno pelo braço, para que ele ficasse de frente para Eriberto.

–Acho que nós já nos conhecemos ontem. –Eriberto disse desconfiado.

–Ontem não valeu de nada. Eriberto, esse aqui é o Bruno, o meu moreno. Amor, esse é o Eriberto, o meu amigo de infância. –Fatinha apresentou.

Eriberto estendeu a mãe para Bruno, que aceitou sem hesitação. Inicialmente cada um usou a maior força possível no aperto, mas depois os dois cederem.

–Fico feliz que vocês tenham se entendido. –Eriberto disse e depois olhou para Bruno. –Espero que você cuide bem dela.

–Pode ter certeza que eu cuidarei. –O moreno disse.

–Ótimo, já que vocês se entenderam, será que nós podemos ir? Eu estou morrendo de fome, e a Bia não é muito paciente. –Fatinha disse os fazendo rir.

Os três foram até o Misturama para fazer o desjejum. Passado o estranhamento inicial, Bruno e Eriberto se entenderam, e começaram a conversar animadamente. Fatinha estava só observando e comendo.

Depois de tomarem o café, Eriberto disse que tinha que resolver umas coisas do trabalho, sendo esse o principal motivo da ida dele ao Rio de Janeiro. Bruno e Fatinha se despediram dele e foram atrás das tintas necessárias para pintar o quarto da Bia. Por fim, eles acabaram entrando em uma loja de moveis encantadora, e compraram o berço e mais algumas coisas para mobiliar o quarto.

Eles acabaram almoçando em um restaurante, e voltaram para casa pouco depois das duas da tarde. Bruno foi guardar o carro e Fatinha ficou esperando na porta.

–Fatinha, foi às compras e nem me convidou? –Ju disse assim que viu a loira com algumas sacolas.

–Oi Fatinha. –Gil cumprimentou a loira.

–Ih Ju, não foi planejado. Eu e o Bruno saímos para comprar tintas, e voltamos com o quarto da Bia quase montado. –Fatinha falou.

–Ei! A madrinha tem que ter participação na montagem do quarto da afilhada. –A it-girl disse indignada. –O que vocês compraram?

Fatinha falou tudo o que tinha comprado, e quando terminou, Bruno já estava de volta.

–A Juliana está te importunando, minha loira? –Ele perguntou abraçando a garota.

–Como sempre, né moreno?! Ela está achando que vai ser a madrinha da Bia. –Fatinha provocou.

–Ah, então é oficial? –Ju perguntou ignorando a provocação. –BruTinha está de volta?

–Sim. –Bruno respondeu com um sorriso enorme.

–Ai que lindo! Preciso informar a todos! –A it-girl disse pegando o telefone.

–Parabéns casal, já estava na hora de vocês se acertarem. –Gil disse.

–Pronto! –Ju disse guardando o telefone. –Agora só falta contar pro Severino e o bairro inteiro vai saber.

Eles riram.

–Então, pra quando é o casório? –Juliana perguntou.

–Opa, muita calma nessa hora. –Disse Bruno.

–Fatinha, você vai deixar o meu irmão ficar te enrolando? –A it-girl provocou.

–Ih Ju, vou ter que concordar com o seu irmão. Eu não estou nem um pouco interessada em casar grávida. Vamos esperar a Bia completar uns dois anos, aí nós podemos falar de casamento. –Fatinha disse.

–É por isso que eu amo essa loira. –Bruno disse, enchendo a namorada de beijos.

–Tudo bem então, casal melação. Agora já que nós não vamos planejar nenhum casamento por agora, podemos focar todas as energias no chá de bebê. –A it-girl mudou de assunto.

–É verdade. –A loira concordou.

–Ih, já vi que o papo vai render. –O grafiteiro disse.

–Vamos subir todo mundo então? Gil, eu estava precisando trocar umas ideias com você. –Bruno disse.

Os quatro subiram para o 801. As meninas conversavam animadamente sobre o chá de bebê, e os rapazes falavam sobre a pintura do quarto da Bia.


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Notas finais do capítulo

Então galera, espero que ninguém tenha morrido depois de tanto açúcar.
Bom, agora vamos para a parte séria do negócio. De acordo com o esqueleto que eu tenho dessa fanfic, ela está acabando. Acho que tem no máximo mais cinco capítulos.
Muitas de vocês já expressaram nos comentários que gostariam que a fic continuasse, e eu estive pensando em como eu faria isso.
De tanto pensar, eu cheguei a uma conclusão: estou pensando em terminar "Coração Vago" de acordo com o esqueleto, e postar separadamente vários capítulos aleatórios. Quase como uma fanfic de crônicas.
Vou explicar melhor, caso vocês não tenham entendido.
A proposta das crônicas, seria em cada capítulo mostrar um pouco do futuro do casal, mas sem uma ligação exata entre eles. Eu não tenho criatividade o suficiente para dar continuidade na fanfic, mas tenho várias ideias soltas que eu gostaria de compartilhar com vocês.
Exemplo: capítulo 1 eu falo sobre a adaptação pós-parto, e no capítulo 2 sobre os primeiros passos da Bia. Se eu fosse fazer isso ainda na fanfic, toda hora ia ficar passando meses.
Enfim, não sei se expliquei direito, qualquer coisa me perguntem. Quero a opinião de vocês sobre esse anexo a "Coração Vago".
Beijos!