Coração Vago escrita por KatherineKissMe


Capítulo 24
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

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"Well life has a funny way of sneaking up on you
And life has a funny, funny way of helping you out
Helping you out"

Ironic - Alanis Morissette


Dona Filó voltou ao ambulatório depois de algumas horas e ficou surpresa com a eficiência dos garotos.


–Vocês não brincam em serviço mesmo, ein? -Disse a senhora.

–Está gostando do resultado Dona Filó? –Perguntou Nélio.

–Eu estou adorando! Vocês são rápidos no que fazem. –Ela elogiou.

Ju, que parecia ter adivinhado a chegada da senhora, apareceu na recepção.

–Gente, venham ver a obra de arte que o Gil fez! –Disse ela.

Quando eles chegaram à sala ficaram estupefatos com a obra do rapaz. Ele havia feito em uma das paredes um céu de fim de tarde, com várias crianças brincando em um parque. Uma delas segurava vários balões e os pés não tocavam o chão, indicando que a menina voava.

–Cara, você mandou muito bem! –Rasta disse quebrando o silêncio surpreso que havia se acomodado no recinto.

–Incrível! –Dona Filó disse.

–Não é porque ele é o meu namorado não, mas o Gil grafita muito bem. –Ju elogiou.

O rapaz ficou constrangido em meio a tantos elogios, mas agradeceu feliz por todos terem gostado.

–O consultório está pronto. –O grafiteiro anunciou. –Como anda a recepção?

–A primeira mão de tinta já foi passada. –Rita respondeu.

–E a enfermaria? –Perguntou Gil.

–Ih, eu me esqueci de chamar o Bruno e a Fatinha. –Ju disse.

–E eu já ia me esquecendo do que vim fazer aqui. –Dona Filó comentou. –Vim convidar vocês para irem até a Birosca do PC, ele vai patrocinar um lanche para vocês.

–Nossa Dona Filó, você parece ler mentes! Eu estou morrendo de fome. –Nélio disse abraçando a senhora.

–Então vamos chamar o Bruno e a Fatinha para nós irmos juntos. –Disse Ju.

Todos foram até a enfermaria e encararam com descrença a cena.

–O que aconteceu com vocês? –Dona Filó foi a primeira a se pronunciar.

O casal, ou não casal, estava pintando em meio a muitas gargalhadas. O que assustou a todos foi o fato de que eles estavam muito sujos de tinta.

–A culpa foi do Bruno. –Fatinha anunciou.

–A culpa foi minha?! –Perguntou o moreno descrente. –Você deixa o rolo de tinta cair em cima de mim e a culpa é minha?

–Isso foi um pequeno acidente. Se você não fosse tão vingativo, o único sujo aqui seria você. –A loira afirmou.

–Só para constar, essa tinta aqui não foi doada para vocês brincarem de Salvador Dalí não, ok?! –Rita deu um puxão de orelha tentando controlar o sorriso.

Controlar o sorriso na verdade, era o que todos tentavam fazer. Estava óbvio que algo havia acontecido entre os dois, afinal, tanto Bruno quanto Fatinha estavam sujos de maneira muito suspeita. Duas fortes evidências era a marca de mão na cintura de Fatinha, e a nuca toda pintada de Bruno.

–Antes de ir para casa vocês terão que comprar um solvente para tirar essa tinta do corpo. –Gil avisou. -E a quantas anda o trabalho de vocês aqui?

–A primeira mão de tinta já foi dada em todas as paredes, estávamos dando só os retoques finais. –Respondeu Bruno.

–Então, a Dona Filó veio nos convidar para um lanche. –Informou Nélio.

–Eu aceito e muito. Só agora eu percebi que estou com fome. –Comentou Fatinha, o que fez todos rirem.

O pessoal foi até a Birosca onde foram muito bem recebidos. A Fatinha já havia comido lá, mas como não se lembrava o dono fez questão de que ela experimentasse todos os sabores de pastéis disponíveis.

–Gil, você que é entendedor do assunto, o que nós iremos pintar agora? Se não me engano a tinta tem que ficar algumas horas secando antes de receber a segunda mão. –Perguntou Rasta.

–Bom, o consultório já estava bem adiantado, então foi fácil terminá-lo. A recepção e a enfermaria precisam de no mínimo quatro horas entre uma mão e outra de tinta. Os banheiros já foram pintados, então só nos resta a parte externa. –Gil concluiu. –Assim que terminarmos o nosso lanche pintaremos a parede externa do ambulatório, então amanhã nós voltaremos para dar a segunda mão de tinta e mais alguns retoques finais.

–Não estou nem acreditando que vocês conseguiram pintar quase tudo em um único final de semana. –Dona Filó comentou estupefata.

–Amanhã vocês vão vir que horas? –PC, o dono da Birosca, perguntou.

–Estamos pensando em vir lá pras nove da manhã. –Respondeu Gil.

–Ótimo, vou pedir aos pintores aqui da comunidade que ajudem vocês. –Disse o moço.

–Se bobear a pintura do ambulatório será terminada antes do almoço. –Dona Filó comentou animada.

Depois de lancharem eles voltaram até o ambulatório, e por quase duas horas se dedicaram a parte externa do local. Quando eles terminaram o sol já havia se posto e eles estavam exaustos.

–Dona Filó, chegou a nossa hora. –Fatinha anunciou.

–Mas amanhã estaremos de volta às nove. –Lembrou Rita.

–Até amanhã queridos. Obrigada pela ajuda. –Agradeceu a senhora.

Na decida até o carro eles demoraram mais do que o esperados, pois muitos queriam se despedir e agradecer o trabalho prestado pelo C.R.A.U.

–Nossa, estou muito cansada. –Comentou Fatinha, no meio da descida.

Bruno, sem nada dizer, apenas enlaçou a cintura da garota, dando apoio a ela. A loira respondeu descansando a cabeça no braço dele.

Nélio, Rasta, Rita, Ju e Gil observaram a cena entusiasmados. Houve uma troca de olhares e um gesto silencioso de comemoração que passou despercebido pelo casal que ia à frente. Ninguém comentou nada com medo de atrapalhar o clima.

Na volta eles foram divididos de forma diferente. Ju e Gil iriam com Bruno e Fatinha pela proximidade dos endereços, e Rita deixaria Nélio e Rasta em casa.

Ao chegarem no prédio, Bruno deixou Fatinha, Ju e Gil na entrada para poder guardar o carro na garagem.

–Estou exausta. –Falou Ju. –E ainda tenho que postar no meu blog hoje.

–Sério que precisa ser hoje? –Fatinha perguntou. –Não sei como você aguenta, tudo o que eu quero é um bom banho e cama.

–É exatamente isso que eu pretendo fazer Fatinha: banho e cama. –Gil disse em concordância com a loira.

–No final das contas a postagem de hoje nem será tão trabalhosa assim. É só uma coisa que eu preciso fazer e vou aproveitar para dar dicas para a galera. –Explicou Ju.

–E o que nós iremos aprender hoje, tia Ju? –Fatinha perguntou brincando.

–Hoje eu vou dar dicas de como tirar essa tinta de parede das mãos, e principalmente das unhas. –Respondeu a it-girl ignorando a brincadeira da amiga.

–Falando nisso, será que tem querosene lá em casa? –Fatinha se perguntou.

–Vai atear fogo em quem Fatinha? –Bruno, que já havia guardado o carro, perguntou.

–Em ninguém, o querosene é para tirar a tinta da minha pele, já que você fez o favor de me sujar toda. –Ela o acusou.

–Querosene é muito agressivo para a pele Fatinha, nem pense nisso! –Disse Ju. –Como eu disse, farei um post sobre isso ainda hoje.

–Você vai me desculpar Juliana, mas não vou ficar toda suja enquanto espero você postar no seu blog o que é ideal para tirar essa tinta da minha pele. –Comentou Fatinha.

–Nossa Maria de Fátima, quanta impaciência! A sua sorte é que eu sou uma pessoa muito bondosa e darei a dica para você em primeira mão. –A it-girl disse.

–E eu agradeço profundamente. –Fatinha disse exagerada.

–Então a dica de hoje é: Como tirar manchas de tinta da pele! –Começou Ju, exatamente como ela faz no blog.

–Ju, só para te contar, você ainda não está gravando o vídeo. É um simples diálogo entre amigos. –Fatinha disse para a amiga, meio que sussurrando como se fosse um segredo.

–Você é muito chata Fatinha. Use óleo de bebê, ou então de cozinha mesmo, assim o problema será solucionado. –Informou Juliana.

–Hn, boa dica. Obrigada! –A loira agradeceu.

–Por nada.

–Já que o papo das meninas acabou, será que nós podemos ir para casa? –Bruno sugeriu.

–É uma ótima ideia. –Concordou Gil.

–Chatos. –Resmungou Ju.

–Bruno, eu sou a primeira a tomar banho. –Avisou Fatinha.

–Não, eu é que sou o primeiro, afinal se nós estamos sujos é por sua culpa. –Ele discordou.

–Seria mais fácil vocês tomarem banho juntos. –Provocou Ju.

–Hn, eu não me importo. –Disse Bruno lançando um olhar malicioso para Fatinha.

–Nem inventa, eu vou ser a primeira a tomar banho e tomarei sozinha, entendeu? –Respondeu a loira.

–Ok, então vamos. –Concordou Bruno tristonho. –Maninha, Gil, boa noite!

Fatinha também se despediu e entrou no prédio com o moreno. Foi só a porta do elevador fechar para Ju comentar:

–Você viu o que eu vi?

–An? A única coisa que eu vejo agora é a minha cama me chamando. –Respondeu Gil.

–Eles estavam de mãos dadas! –A it-girl falou comemorando.

–Eles quem? –Perguntou Gil que estava cada vez mais confuso.

–O Bruno e a Fatinha!!!

–Hn, eu vi isso. Eles provavelmente estão ficando. –Comentou Gil em um tom desinteressado graças ao cansaço extremo.

–Eu sei e isso é incrível! Tenho certeza que quando a Bia nascer eles já estarão até casados. –Apostou Ju.

–Casados? Você não acha que eles são muito novos para pensar em casamento?

–Novos eles são, mas como eles fazem tudo fora de ordem o casamento pode vir quando nós menos esperarmos.

–E você vai ser a fada madrinha, certo? –Gil sugeriu.

–É claro.

O grafiteiro beijou a namorada, e a classificou como romântica incorrigível. Depois ele se despediu e finalmente foi para casa.

(...)

Fatinha já estava de banho tomado e o sono parecia ter desaparecido completamente. Ela estendeu o sofá cama, pegou a coberta e um copo de chocolate quente para assistir TV.

Quando Bruno saiu do banho encontrou a loira toda enrolada na coberta, assistindo “500 Dias com Ela”. Ela estava tão distraída que só percebeu a chegada dele, quando ele deitou no sofá também. Fatinha não comentou nada, apenas resmungou quando ele levantou o cobertor dando passagem para o ar frio, mas logo a coberta já estava no seu devido lugar com Bruno também aquecido.

–Você está todo molhado. –Reclamou Fatinha, quando sentiu o peitoral desnudo encostado nela.

–Eu acabei de tomar banho. –Ele disse.

–E não encontrou a toalha? –Ela provocou.

–Você é muito implicante sabia? –Disse Bruno simplesmente. –Não está com sono?

–Eu estou exausta, mas sono mesmo eu não tenho nenhum. –Fatinha respondeu.

Bruno abraçou a loira, e ela deitou no peitoral dele –agora já seco– usando-o de travesseiro. Ele deu um beijo no topo da cabeça de Fatinha, e depois eles voltaram à atenção para o filme.

Em menos de meia hora, os dois já estavam dormindo, ainda abraçados.

(...)

–Finalmente o ambulatório está pronto. –Anunciou Gil.

Eles haviam acordado cedo no domingo, e ao chegarem à Balaiada encontraram outras pessoas que ajudariam no trabalho. Depois de boa parte da manhã envolvidos no trabalho pesado eles conseguiram finalizar a pintura. Todos comemoraram com abraços e gritos, o C.R.A.U. tinha cumprido mais um dos seus projetos.

Eles acabaram almoçando na comunidade mesmo, Dona Filó tinha organizado uma festinha de agradecimento a todos na associação de moradores, e eles foram convidados. Depois do almoço teve uma roda de samba o que fez todos dançarem. O sol já começava a se pôr quando eles decidiram ir embora, com a promessa de que voltariam para a grande inauguração.

Você deve estar se perguntando sobre Bruno e Fatinha, bem... Quando eles acordaram, agiram como se nada tivesse acontecido. Não houve nenhum beijo, mas o clima de romance continuava. Durante o trabalho e a festa na Balaiada eles passaram todo o tempo juntos, todos repararam, mas ninguém teve coragem de perguntar se eles haviam se acertado.

–Qual será o próximo projeto do C.R.A.U.? –Perguntou Fatinha no carro.

–Calma Fatinha, o ambulatório nem foi inaugurado e você já está pensando na próxima ação?! –Ju perguntou estupefata.

–Eu gostei de ajudar o pessoal da Balaiada. –A loira disse.

–Na próxima reunião do C.R.A.U. nós vamos decidir o que faremos. –Disse Bruno.

Como sempre ao chegarem ao prédio, Ju e Gil ficaram conversando com Fatinha enquanto Bruno guardava o carro.

–Fatinha, eu juro que eu me esforcei o máximo que pude. –Disse Ju assim que o irmão saiu. –Vocês estão namorando?

A loira se assustou com a pergunta.

–O que? –Ela perguntou.

–Não se faz de sonsa não Fatinha, todo mundo percebeu que aconteceu alguma coisa entre vocês ontem. E eu não estou falando dos olhos brilhando e das mãos dadas não. –Ju esclareceu. –Então, estão namorando ou não?

–Hn, não... Eu acho. –Fatinha respondeu sem convicção.

–Como assim? –A it-girl perguntou confusa.

–Ai Ju, não me faz pergunta difícil. –Foi o que a loira respondeu.

Bruno voltou naquele momento, mas não percebeu o clima estranho que estava no ar. Ele apenas enlaçou Fatinha pela cintura e começou a discutir com Gil sobre o grafite. Por fim, Ju desistiu de tentar entender o relacionamento confuso dos dois e entrou no assunto também.

–Vocês estão juntos? –Perguntou uma voz conhecida, interrompendo a conversa.

Todos se calaram e olharam para quem havia chegado.

–Essa é uma boa pergunta. –Murmurou Ju.


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Notas finais do capítulo

Oi galera, vocês não sabem a mega sacanagem de ontem. Cá estava eu tarde da noite terminando este capítulo para poder postar o mais rápido possível. Quando eu finalmente concluí o capítulo a minha internet não estava funcionando! Tive que me segurar e muito para não jogar uma bomba no provedor.
Enfim, comentem se gostarem!

Ps: a minha conta está meio descontrolada então não reparem se eu responder duas vezes a mesma coisa no seu comentário.



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