Coração Vago escrita por KatherineKissMe


Capítulo 23
Capítulo 22




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/339937/chapter/23

"Nem bombeiro pode apagar
O beijo que eu dei nela assim
Nem bombeiro pode apagar
Garota pegou fogo em mim
Sigo incendiando, bem contente e feliz
Nunca respeitando o aviso que diz
Que é proibido fumar!"

É Proibido Fumar - Roberto Carlos


No apartamento de Bruno e Fatinha todos estavam envolvidos em uma grande confusão. O final de semana havia chegado e junto com ele o trabalho na Balaiada.


–Fatinha, você pegou as vitaminas que a Raquel prescreveu? –O moreno perguntou.

–Peguei. Minha bolsa está concorrendo com muitas farmácias. –Ela ironizou.

–Bruno, você pegou a câmera? Precisamos registrar o momento para posterioridade. –Rasta disse.

–Bem lembrado, Rasta!

Bruno foi até o quarto e voltou com a câmera em mãos.

–Gente vocês não sabem o que eu consegui! –Nélio disse, invadindo o apartamento.

–Bater na porta você não conseguiu. –Bruno disse, mas Nélio ignorou o comentário sarcástico.

–Eu consegui a doação de alguns galões de tinta lavável! –Anunciou o rapaz. –Nós só precisamos passar lá no depósito para pegar.

–Parabéns Nélio! –Fatinha elogiou. –Tenho certeza de que essa tinta vai ser muito útil.

Novamente a porta foi aberta sem nenhuma cerimônia, dessa vez por Ju, que estava acompanhada do namorado.

–É Fatinha, se for depender da educação das pessoas nós teremos que viver com a porta trancada. –Bruno comentou.

–Olá galera! Como está a minha afilhada linda? –Ju perguntou, ignorando a todos e dando atenção somente para a barriga de Fatinha.

–Ju, eu já te disse para você parar de se considerar a madrinha da Bia. –Bruno disse.

–E eu escutei Bruno, mas creio que você também tenha escutado eu dizer que eu serei madrinha da Beatriz quer você queira ou não. –Ju disse ameaçadora.

–Que tal nós focarmos todas essas energias na Balaiada? –Rasta disse, tentando evitar uma discussão.

–Eu acho uma ótima idéia! –Fatinha disse.

–Então gente, eu andei dando uma pesquisada sobre o tipo de pintura que pode ser feita em ambulatórios infantis e dependendo da disposição dos cômodos, eu posso fazer desenhos com tinta colorida em alguns deles. E é claro que as tintas devem ser laváveis, mas vocês já devem estar sabendo disso. –Gil contou.

–Sempre achei o ambiente hospitalar muito deprimente. –Fatinha disse. –O único problema é que lá não vai ter o spray para grafite.

–Isso não é o problema porque o meu namorado lindo trouxe todo o material necessário para grafitar. –Ju disse.

–Cadê a Rita? –Nélio perguntou.

–Ela já deve estar chegando. Nós vamos nos dividir em dois carros, o meu e o dela. –Bruno disse.

–Eu e o Nélio vamos com você para pegar as tintas no caminho. –Rasta disse.

–Então eu e o Gil vamos com a Ritinha. –Disse Ju.

–E você vai comigo Fatinha?! –Bruno perguntou afirmando.

–Claro. –A loira concordou.

A descida até a garagem foi uma confusão. Cada um carregando uma coisa e falando sobre outras que poderiam ter ficado para trás. Mas a chegada no morro provou ser mais bagunçada ainda.

Primeiro porque a subida era longa, e eles precisaram da ajuda do pessoal para levar os materiais. E segundo porque no momento em que o pessoal da comunidade viu a Fatinha todos já vieram cumprimentá-la. A loira ficou surpresa com tanto carinho, de alguma maneira eles ficaram sabendo da amnésia e estavam preocupadíssimos com ela.

–Atenda os seus fãs, miss Balaiada. –Nélio brincou.

Quando eles chegaram ao ambulatório, Dona Filó os aguardava.

–E o C.R.E.U. veio nos salvar de novo. –Ela disse.

–C.R.A.U. –Rasta corrigiu, tentando não ser indelicado.

–Fatinha! Você estava sumida! –A senhora disse assim que viu a loira. –As crianças daqui da comunidade tem sentido a sua falta. Ficamos todos sabendo do seu acidente pela TV Orelha, e estávamos muito preocupados.

–Essa é a Dona Filó. –Bruno sussurrou.

–Eu já estou muito melhor Dona Filó. Aos poucos a minha memória está voltando.

–E eu também fiquei sabendo que há um bebê a caminho. Meus parabéns!

A senhora abraçou Bruno e Fatinha, desejando muita saúde para a criança que vinha.

–Sabia que aquela briga no dia da inauguração da creche não era nada demais. Quando há amor de verdade, as brigas viram figurantes. –Dona Filó disse, constrangendo-os. –Nossa Fatinha, mas você uma grávida linda! E eu que não achava que fosse possível para você ficar mais bonita.

–Não é pra tanto Dona Filó. Eu estou ficando é gorda, isso sim. –Fatinha disse encabulada.

–Gorda de que? Você está grávida, o que é muito diferente. E pelo último vídeo do TV Orelha é uma menina, certo? –Perguntou a senhora.

–Exatamente! Já escolhemos até o nome. –Bruno disse. –A nossa filha vai se chamar Beatriz.

–É um nome muito bonito. –Disse Dona Filó.

–Tia Fatinha! –Uma criança gritou e de repente a loira se viu cercada de meninos e meninas.

Todos queriam abraçá-la, e encher de beijos.

–Dona Filó, enquanto a Fatinha fica sendo recebida, será que a senhora podia nos mostrar o ambulatório? –Nélio perguntou.

–É claro. O ambulatório já está quase pronto, faltando só a pintura e os retoques finais.

A senhora levou o pessoal até o ambulatório, mostrando os cômodos e as cores necessárias para cada ambiente.

–Agora que vocês já estão inteirados de tudo, eu vou levar as crianças para a creche que hoje nós teremos sessão pipoca. Além do mais, eles só atrapalhariam o trabalho de vocês. –Disse Dona Filó. –Crianças, se despeçam da tia Fatinha porque agora nós vamos assistir “O Rei Leão”.

–Mas eu achei que a tia Fatinha fosse ensinar a gente a dançar funk. –Argumentou um dos garotos.

–Então galera, eu estou um pouco entrevada no funk então não poderei dançar com vocês. Hoje eu vim para ajudar a terminar o ambulatório, mas prometo voltar para a gente se divertir, pode ser? –Fatinha sugeriu.

As crianças concordaram e seguiram Dona Filó. Fatinha foi para o ambulatório onde o pessoal estava preparando a tinta.

–E então, como nós vamos fazer isso? –Ela perguntou.

–Nós temos que nos dividir por cômodos, assim vai ficar mais fácil e nós terminaremos mais rápido. –Instruiu Gil. –O trabalho já foi iniciado, o que é ótimo para a gente.

O rapaz foi explicando como a pintura deveria ser feita, a partir do projeto que Dona Filó tinha entregado a eles. O ambulatório era pequeno, possuindo apenas um consultório, a enfermaria e a sala de espera, além de, é claro, banheiros.

–Como o consultório já recebeu a primeira mão de tinta, eu vou começar a fazer os desenhos por lá. Você me ajuda Ju? –Ele perguntou à namorada.

–É claro.

–Eu, o Rasta e a Rita podemos pintar a recepção. –Nélio disse e os dois concordaram.

–Ótimo ai a Fatinha e o Bruno podem pintar a enfermaria. –Ju sugeriu.

Bruno e Fatinha não perceberam a intenção dos outros em juntá-los, e naturalmente concordaram com a sugestão.

–Então mãos à obra! –Disse Gil, segurando riso para a operação cupido que havia surgido de repente.

Cada qual foi para o respectivo cômodo levando os materiais necessários. Todos os ambientes já estavam preparados para serem pintados o que facilitou e muito para eles.

A enfermaria era pequena, de tamanho suficiente para acomodar dois leitos. Bruno e Fatinha decidiram começar pela parede oposta a porta, os dois trabalhando em conjunto.

–Esqueci de comentar com você que a Raquel esteve lá em casa ontem. –A loira disse depois de alguns minutos me silêncio.

–E o que ela queria?

–Ela foi me convidar para ser voluntária do hospital infantil onde ela trabalha.

–Eu adoro trabalhos voluntários. E quando ela disse para você ir ao hospital? –Bruno perguntou interessado.

–Ah, ela sugeriu que eu fosse uma vez na semana no dia que fosse mais fácil para mim. Eu só preciso avisar com antecedência. Estive pensando em ir na quarta depois que eu sair do Hostel.

–E o que ela sugeriu que você fizesse como voluntária?

–Então, ela sugeriu atividades recreativas. Eu vou pedir a minha mãe para mandar alguns livros infantis meus e do Francisco, e alguns brinquedos também.

–Ótima ideia! Posso ir com você?

–Acho que pode, só preciso confirmar com a Raquel.

A conversa continuou sobre assuntos diversos enquanto eles pintavam. Em outro cômodo estavam Nélio, Rasta e Rita analisando o relacionamento BruTinha.

–Para mim o Bruno já estava apaixonado pela Fatinha faz tempo, só que ele nunca assumiu. –Disse Nélio.

–Se ele não fosse tão orgulhoso garanto que eles estariam juntos há meses. –Rasta concordou.

–Gente, eu nunca fui a fã número um da Fatinha não, e assumo isso. Mas depois de um tempo, eu fui começando a perceber que eles realmente se gostavam. –Rita disse. –O Bruno é muito parecido comigo em vários sentidos, e depois que a minha raiva passou eu percebi que no fundo ele sempre sentiu alguma coisa pela Fatinha, do contrário ele não teria me traído e até mesmo a Ana.

–Desde que o Bruno começou esse rolo com a Fatinha, ele mudou muito, e não para pior como ele sempre achou. –Rasta falou.

–É, ele ficou menos rabugento e consequentemente mais feliz. –Comentou Nélio.

–Até mesmo eu que tinha pouco contato com ele percebi que eles estava mais leve, e que a Fatinha estava mais comportada. –Disse Rita.

–Oi? A Fatinha estava mais comportada? Isso eu não percebi. –Nélio estava surpreso.

–Você não percebeu porque só via ela quando ela estava provocando o Bruno. Ela ficou com o Gil só para descontar o dia do clipe do Pilha, e depois ficou com o Vitor porque o Bruno tinha voltado com a Ana. –Esclareceu Rita.

–Olhando por esse lado, você tem razão. –Nélio concordou.

–Ritinha, eu sempre tive a curiosidade de te perguntar, você ainda tem raiva da Fatinha e do Bruno? –Rasta perguntou.

–Olha Rasta, por incrível que pareça não. Não gosto de ficar guardando mágoa, e eu conheço o Bruno muito bem para saber que ele é uma boa pessoa. –Ela respondeu.

–E da Fatinha? –Nélio insistiu.

–A Fatinha... –Rita interrompeu o que ela dizia para dar uma risada. –Ela é uma figura. Eu assumo que não gostava nem um pouco dela, mas depois que ela entrou no C.R.A.U. eu me vi obrigada a engolir todo e qualquer ressentimento. Eu só via o que ela deixava exposto, o que era a fama de piriguete, egoísta e outros adjetivos não tão agradáveis, mas depois da entrada dela no C.R.A.U. era quase como se eu estivesse sendo apresentada a outra pessoa.

–Já que você falou nisso eu preciso comentar que estou muito surpreso com a Fatinha sem memória. Essa sim é outra pessoa. –Rasta disse.

–Eu não sei se vocês repararam, mas ela fica toda constrangida com elogios. –Nélio disse.

–Realmente. E vocês perceberam o quanto ela fica sem graça perto do Bruno? –Rita comentou.

–Mas que mel é esse que o Bruno tem que eu não tenho? –Rasta perguntou fingindo indignação. –Ele conseguiu fazer a Fatinha e a Maria de Fátima ficarem apaixonadas por ele!

Nélio e Rita riram do comentário do amigo.

–Adorei essa separação de Fatinha e Maria de Fátima. Encaixa perfeitamente! –Rita disse. –Mas não é só a Fatinha que está apaixonada por aqui não, porque o Bruno está na mesma. Se apaixonou duas vezes pela mesma pessoa, ou será que é a mesma paixão?

–Eu não sei vocês, mas dessa vez eu acho que vai. –Rasta comentou.

–Quando nós menos esperarmos eles vão aparecer namorando. –Rita concordou.

No consultório, Ju ajudava Gil com o grafite enquanto falava sem parar.

–Se for depender daqueles dois eles nunca vão para frente. Nunca vi um casal mais lerdo! A Fatinha já está grávida, pelo amor de Deus, o que eles estão esperando para assumirem o que sentem?

–Ju, segura o molde direito senão o desenho vai ficar borrado. –Gil instruiu.

–Tudo bem que ela está com amnésia, e em uma fase mais virginal impossível, mas é preciso mais ação. –Ju continuou o monólogo ignorando o que Gil havia dito. –Que péssima hora para a Fatinha mudar da água para o vinho.

Gil parou de grafitar para dar atenção para a namorada em uma tentativa de fazê-la encerrar o assunto.

–Você gostaria da Fatinha o tanto que você gosta agora, se ela fosse a mesma de antes?

–É claro que sim Gil. Eu posso ter sido totalmente contra esse relacionamento há alguns meses atrás, mas agora eu percebo que foi puro preconceito da minha parte. A Fatinha está apaixonada pelo Bruno, isso é um fato. Para mim só isso basta. –Ela respondeu.

–Ótimo, agora será que você pode colocar um pouquinho mais de atenção no grafite? –Gil pediu fazendo a melhor cara de cachorrinho pidão que conseguiu.

–Ok, vou parar de falar sobre o Bruno e a Fatinha. Esse clima de pintura é perfeito para surgir um romance. Já consigo até imaginar a cena BruTinha. –Ju disse.

–BruTinha? –Ele perguntou entre risadas.

–Bruno e Fatinha, ué. –Ju explicou como se fosse óbvio.

–E nós minha namorada romântica incorrigível? Qual é o nosso nome de casal? –Gil perguntou, abraçando a namorada pela cintura.

–Nós? –Ela fingiu pensar por alguns segundos. –Nós somos JuGil!

O rapaz riu, para logo depois beijar a namorada. Só assim para Juliana parar de pensar no relacionamento alheio.

Já na enfermaria as coisas corriam naturalmente. Boa parte das paredes já estava pintada, pois eles trabalhavam e conversavam ao mesmo tempo.

–Se nós continuarmos nesse ritmo, amanhã nós terminaremos o trabalho aqui. –Bruno disse contente.

–Isso se os outros estiverem trabalhando tanto quanto a gente. –Fatinha comentou.

Foi só ter terminado a frase para que Fatinha deixasse cair o rolo cheio de tinta na camiseta de Bruno.

–Aí Bruno, mil desculpas! –Ela pediu.

O rapaz estava estático, apenas encarando a blusa preta com uma grande macha branca que se estendia até parte da calça dele. Ao vê-lo assim Fatinha não conseguiu controlar o riso.

–Você me suja de tinta e ainda ri? –Bruno perguntou fingindo indignação.

–Desculpa. –Ela pediu tentando controlar a risada. –A sua cara está muito engraçada.

–Engraçada? Engraçada vai ficar você quando ficar tão suja quanto eu. –O moreno disse ameaçador, se aproximando dela lentamente.

–Não Bruno, nós não podemos desperdiçar tinta. –Ela suplicou se afastando.

–E quem disse que eu vou desperdiçar tinta?

Dito isso, ele correu até Fatinha e a envolveu em um abraço todo sujo de tinta. Bruno fazia questão de se esfregar contra a garota, sujando-a mais ainda.

–Para Bruno! –Ela implorava entre risadas.

–Estou só retribuindo. –Ele respondeu ainda a abraçando.

–Você é muito mal sabia? Maltratando uma pobre e indefesa grávida! –Fatinha fez drama.

–Eu estou te maltratando?! –Ele perguntou rindo.

Quando a loira menos esperava, Bruno apareceu com os dedos todos sujos de tinta.

–Não, você não vai fazer isso! –Disse ela.

–O que eu não vou fazer? –Ele perguntou inocentemente.

Na tentativa de se afastar do rapaz, Fatinha se viu encurralada contra a parede –por sorte uma não pintada.

–Bruno, por favor. –Ela suplicou.

Lentamente o rapaz aproximou os dedos sujos do rosto dela. A loira tentava se safar, mas era impossível. Por fim ele sujou o rosto dela quase todo.

–Não acredito que você fez isso! –Ela dizia estupefata.

–Eu fiz. –Ele disse rindo e soltando-a do abraço.

–Ah, mas isso não vai ficar assim! –Fatinha afirmou brava.

–E o que você vai fazer? –O moreno a desafiou.

–Eu vou sujar o seu rosto também. –Ela afirmou.

–Não vai, porque eu não vou deixar você se aproximar das tintas. –Ele disse convencido.

–Mas eu já tenho a tinta.

Bruno não entendeu o que a loira quis dizer, e se aproveitando disso Fatinha agiu por impulso e beijou o rapaz. O choque de Bruno não durou nada, ele logo estava envolvendo a loira em um abraço e aprofundando o beijo. Se ela estava fazendo isso para sujá-lo ou não, era o de menos.

Por fim, como todos precisam de ar, eles tiveram que interromper o beijo. Fatinha logo começou a rir.

–Consegui! Agora o seu rosto está tão sujo quanto o meu. –Ela se gabou.

–Pois eu acho que não. –Bruno disse beijando a loira novamente.

Dessa vez o beijo foi mais lento, quase como se fosse o primeiro. Fatinha enroscou os dedos nos cabelos dele dando leves puxões, enquanto ele apertava a cintura dela em um forte abraço. Quando o ar foi novamente necessário, o longo beijo foi substituído por selinhos.

–Eu acho que nós deveríamos voltar à pintura. –Fatinha disse sem muita convicção, entre selinhos.

–Eu concordo.

Contrariando tudo o que eles haviam dito, os selinhos se aprofundaram. Logo eles estavam novamente se beijando, quase como se o resto do mundo não existisse.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não sou fã de Roberto Carlos, mas adoro a versão de "É Proibido Fumar" do Skank com Jota Quest em um show que eles fizeram.
E então, gostaram do capítulo? QUERO COMENTÁRIOS SEUS LINDOS!!!