Batman Resigns escrita por Goldfield


Capítulo 11
Capítulo XI




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Capítulo XI

 

“Coringa... Se tiver tirado a vida da mulher que amo, vou esmurrar-lhe a face até arrancar à força esse seu sorriso, o golpearei até transformar seu corpo em trapos... Esmigalharei seus ossos até que virem pó!”.

 

Tarde do dia seguinte, véspera do aniversário de Gotham.

A Bat-caverna. Bruce, ar fúnebre, está acomodado diante do painel de monitores, todos sintonizados na rede GNN. Enquanto isso, Dick, sentado num dos degraus da escada que leva à mansão, lê atentamente as informações contidas na pasta de Lucius Fox.

O noticiário vespertino é transmitido através do conjunto de telas, e Wayne, ainda sob efeito parcial dos sedativos que tomara para conseguir dormir durante a madrugada, escuta o que o jornalista tem a informar:

–         Depois que o Batman foi avistado nas ruas ontem à noite, o coronel Neil Garland, comandante das forças militares em Gotham City, disse que a segurança será reforçada para as comemorações de amanhã.

A imagem é transferida para o militar em questão, que dera uma coletiva de imprensa algumas horas antes:

–         Não importa se foi o Batman, o Superman ou nem mesmo o papa! – exclama Garland diante de uma série de microfones. – Quem vai garantir a paz em Gotham é o Exército dos Estados Unidos, e não um maluco fantasiado! Todos os soldados dentro dos limites da cidade têm ordem de abrir fogo contra o Batman caso o vejam! Pedimos que os cidadãos se tranqüilizem, pois já estamos dobrando o número de barricadas nas ruas, cavando trincheiras, instalando arame farpado e trazendo cães de guarda para reforçar nossos postos de comando! Na noite de hoje para amanhã, nem mesmo Jesus Cristo será capaz de cruzar nossas linhas!

O apresentador retoma a palavra:

–         E o Coringa continua fazendo vítimas. Hoje, por volta das cinco e meia da manhã, o editor-chefe do Gotham Globe, Alexander Knox, foi morto a tiros por um grupo de Jokerz na fila de uma lanchonete na Rua Martin. A polícia acredita que tenha sido uma retaliação por parte do criminoso devido à antiga amizade entre o assassinado e a repórter-fotográfica Vicky Vale, também morta na Europa há algumas semanas.

Bruce abaixa o volume dos monitores e se levanta, caminhando até Grayson. Este, que também ouvira as notícias, olhava para o alter ego do Batman com expressão preocupada. Depois de coçar o queixo por um instante, Wayne fita o rapaz, que fechara a pasta de relatórios, e diz:

–         Eles estão dificultando tudo para nós, porém temos de agir assim que o sol se pôr. A cada minuto que passa a vida de Elizabeth pode estar mais próxima de um fim prematuro, e eu não posso deixar que isso aconteça de modo algum!

Dick move a cabeça para mostrar que concorda, e logo depois se levanta, andando cabisbaixo até a beirada do grande e profundo abismo existente na caverna. Ela parecia trazer-lhe boas e más recordações, além de imensas saudades de uma pessoa em particular...

–         Você sente falta dela, não? – Bruce nem precisava ter perguntado, pois sabia que sim, e muito.

–         Eu a amava mais do que tudo – confessa o jovem e inexperiente aluno do Batman que, seguindo carreira solo, se tornara um dos maiores combatentes do crime do mundo. – Ela me ajudou a superar a dor causada pela morte de minha família, a redescobrir o que era o carinho e a afeição... A morte dela foi o estopim para que nos separássemos. Isolei-me em Blüdhaven tentando esquecê-la, mas não consegui... Até hoje não amei outra mulher como eu amei Barbara Wilson.

–         Todos nós a amávamos muito. O Espantalho foi punido pelo que fez, porém nada pôde trazê-la de volta para junto de nós... Ela se foi como o vento, Dick. Foi-se como o vento de um entardecer de outono.

Um homem mais sensível choraria por se lembrar de momentos tão terríveis, mas não Dick Grayson. O tempo o ensinara a ser forte. E agora que estava mais maduro, finalmente poderia revelar a Bruce o segredo que carregara por tantos anos. O motivo pelo qual a morte da Bat-Girl lhe causara ainda mais sofrimento na época.

–         Eu nunca contei a você... – começou o ex-acrobata, olhar perdido. – Quando Barbara morreu... Ela estava grávida...

–         Como? – Wayne ficou chocado.

–         Sim... Ela estava esperando um filho meu... Dois meses de gestação... E aquele desgraçado acabou matando os dois!

Bruce sentiu um nó na garganta. Não sabia o que dizer. Entretanto, não era necessário falar nada. Caminhou até o antigo parceiro e, dividindo sua tristeza, abraçou-o calorosamente. Um abraço de homens que se compreendiam, que haviam passado pelas mesmas experiências de dor e perda. Um abraço de verdadeiros irmãos.

 

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Ela despertou, mas era como se continuasse inconsciente. Sua testa latejava dolorosamente, devia estar bastante inchada. Encontrava-se de alguma forma suspensa, as mãos amarradas junto a um gancho ou coisa parecida. Queria abrir os olhos, porém não conseguiu. Fraca demais, sofrida demais... Não tinha forças nem para isso.

Ouviu passos. Sentiu uma respiração perto de si. Estava apavorada, seu corpo quase nu tremia de medo e frio. Apesar de não poder ver, tinha certeza de que a pessoa ali presente era má e responsável por seu estado. Lamentou-se imensamente, nunca desejou tanto ter o amado Bruce ao seu lado, nunca quis tanto como naquele instante poder tocá-lo e ser tocada, acariciá-lo e ser acariciada pelo noivo...

Veio uma risada maléfica, diabólica, e logo depois a primeira pontada. Intensa, enchendo todo o seu pobre corpo de dor. Ela de início gemeu, viu que seus olhos soltavam lágrimas, e logo depois vieram novas pontadas. Era uma sensação horrível, lacerante, algo que não desejaria nem a seu pior inimigo, nem mesmo àquele que a agredia. Agüentou tudo calada, o choro silencioso se intensificando, os cortes jorrando sangue em cascatas... A vida lhe esvaía, seu organismo perecia pouco a pouco...

Gargalhada... Mais pontadas... Líquido quente descendo por sua pele fria... Dor indescritível... Gotas salgadas... Vontade de ver Bruce pelo menos uma última vez, o que seria impossível... Fraqueza crescente, perda dos sentidos... E total escuridão, tanto física quanto mental. Não pensou ou sentiu mais nada, a estática tomando o lugar do movimento, o eterno pesar destronando a felicidade recém-encontrada... A morte aniquilando a vida e libertando a alma.

 

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A noite chega, o sol se escondendo no horizonte como se não quisesse mais presenciar os males que se abatiam sobre Gotham.

Na Bat-caverna, Batman e Asa Noturna já estão trajados com suas vestes de justiceiros e munidos dos equipamentos necessários para o grande embate que travariam. Seria tudo ou nada, agora ou nunca. Caminhando junto com o Cavaleiro das Trevas pelo local, o guardião de Blüdhaven lembrou-o:

–         Não vamos poder utilizar o Bat-móvel, Bruce, as barricadas e trincheiras nas ruas impedem que as atravessemos com veículos motorizados!

–         E quem disse que precisamos de veículos motorizados? – indagou o Morcego, sempre astuto. – Vou pedir a chave do estábulo a Wilfred e então nós...

Batman foi interrompido pelo som de passos vindos da escada que fazia a ligação com a Mansão Wayne. Atônito, observou o mordomo Wilfred, com grande naturalidade, descer pelos degraus e caminhar calmamente até o patrão, porém com o semblante de alguém que tem algo muito importante a revelar. O noivo de Elizabeth oscilou, tendo certa dificuldade em organizar as palavras:

–         Você... Sabia?

–         Já há algum tempo, Bruce – o idoso respondeu. – Meu amado irmão Alfred confiou a mim o segredo dele pouco antes de falecer. Quando lhe enviei a carta pedindo que viajasse até Castlewood, sabia que estava perdido e precisava de orientação, de uma chance de recomeçar. Foi por minha culpa que você não soube do que acontecia aqui em Gotham enquanto se encontrava conosco na Inglaterra. Eu queria protegê-lo de tudo isto, mas era inevitável que num determinado momento o dever o chamaria. E agora precisa cumpri-lo.

–         Eu não queria envolver Elizabeth nisso tudo, Wilfred, Deus sabe que eu não queria... – Batman tentava amainar seu próprio desespero. – Prometo que irei resgatá-la... Voltarei com ela em meus braços, viva e feliz!

–         Um homem precisa seguir seu caminho... – suspirou o mordomo, pousando as mãos em cima dos ombros daquele que considerava um sobrinho querido. – Seu lugar é lá fora, evitando que pessoas boas morram sem motivo. Vá, meu caro Bruce. Vá e cumpra sua missão de proteger os inocentes!

Wayne abraçou Wilfred com incrível carinho, e logo depois, fitando-o fundo nos olhos, pediu com grande humildade:

–         Preciso que você faça alguns favores para mim... E é possível que sejam os últimos...

 

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Rua Pearl, centro de Gotham City.

A via estava deserta a não ser pelos homens do Exército que ali executavam verdadeira operação de guerra, deixando a região de velhas construções com a aparência de uma cidade em plena Segunda Guerra Mundial. Entrincheirados e muito bem armados, os combatentes, protegidos por cercas de arame farpado e exímios atiradores equipados com metralhadoras de grosso calibre, achavam-se prontos para rechaçar qualquer tentativa de ataque das forças do Coringa.

No centro do bloqueio, um recruta fazia vigília enxergando ao longe por meio de um binóculo. Tudo estava extremamente tranqüilo, tendo os cidadãos obedecido ao toque de recolher dado logo às seis horas da tarde, até que o jovem soldado viu algo estranho...

–         Tenente, venha até aqui! – chamou ele.

O superior se dirigiu até o rapaz, que voltou a olhar através das lentes para ter certeza de que não estava imaginando coisas. Pelo contrário, aquilo era bem real.

–         O que foi, recruta? – perguntou o tenente.

–         Veja o senhor mesmo! – disse ele, entregando-lhe o binóculo.

Enquanto o militar de maior patente averiguava o que seu comandado avistara, este tentou explicar o que era:

–         Parecem dois homens, senhor... E eles estão a cavalo!

–         Mas não pode ser... – resmungou o segundo observador, também não acreditando. – Que merda é essa?

 

Batman e Asa Noturna, emblemas de coragem e destreza, de fato se aproximavam do posto de comando... Galopando velozmente pelo asfalto. O primeiro, montado num corcel negro como a noite, tinha a aparência de um dos temidos Cavaleiros do Apocalipse, seu uniforme contribuindo muito para tal impressão. Já o segundo cavalgava uma égua de cor branca, tão ágil e rápida quanto o outro eqüino. O barulho dos cascos dos animais ia chegando mais perto da barricada, seus ocupantes ficando surpresos e temerosos, ao mesmo tempo em que as armas eram apontadas para os dois misteriosos e sinistros personagens.

–         É o Batman! – alguém logo gritou.

Eles tinham ordens claras: disparar contra qualquer um que tentasse fazer justiça por si só até que o sol raiasse. Porém faltava-lhes coragem, um sentimento muito forte impedindo que puxassem o gatilho. Aqueles dois cavaleiros lutavam em prol dos mesmos ideais que todos os demais ali mobilizados. Eram aliados, não inimigos. Tinham escrúpulos, e por isso logo abaixaram as metralhadoras e rifles, os braços relaxando enquanto viam os dois vingadores avançarem sem a mínima hesitação. Pelo contrário: era a dupla que os intimidava.

–         Vocês não podem passar aqui! – berrou o tenente, que apesar de tudo era um homem leal aos superiores.

–         Tentem nos impedir! – Batman rugiu com uma frieza desconcertante, apertando as rédeas do cavalo.

Ninguém ousou proceder contra eles. Assim, num piscar de olhos, os bonitos animais saltaram por cima do arame e atravessaram a trincheira sem cerimônia, relinchando alto. Quando os militares deram conta da situação, Batman e Asa Noturna já se afastavam por suas costas, desaparecendo de vista junto com o som do galope.

 

O desfecho se anuncia... A última hora está próxima!

 

Os dois vigilantes pararam mais à frente, sozinhos numa avenida como se fossem os últimos humanos do planeta. Fora o Cruzado Encapuzado o primeiro a deter seu cavalo, e Asa imitou-o, sabendo que devia confiar na intuição de seu mentor.

–         Algo errado? – indagou Dick.

–         Não estamos sós... – a réplica veio num murmúrio.

De repente, duas tampas de bueiro, uma à frente e outra atrás dos cavaleiros, foram abertas por dentro, liberando a passagem dos dutos que desciam ao subsolo da metrópole. Pelas aberturas subiu um número de Jokerz que parecia interminável, assim como as formigas-soldado que deixam seu formigueiro para defendê-lo. Enquanto os jovens se aproximavam rindo, armados com cassetetes, bastões de baseball, correntes e barras de ferro, Batman concluiu:

–         É por isso que os homens do Coringa escaparam aos olhos dos militares... Eles estão se deslocando pelos esgotos!

–         O que vamos fazer?

Antes de pensar em qualquer coisa, a dupla tinha de se livrar dos inimigos que já tentavam derrubá-la de cima dos cavalos. A égua de Grayson, assustada, acabou dando um tremendo coice num rapaz obeso que agarrara seu rabo, lançando-o alguns metros longe. A socos e pontapés, Batman e Asa Noturna conseguiam repelir os abobados oponentes com relativa facilidade, sem nem terem descido dos animais. Depois de desacordar uma garota atingindo seu maxilar, o Cavaleiro das Trevas, ouvindo os gemidos dos Jokerz caídos, viu que ele e o aliado haviam conseguido resistir.

–         Acabou? – perguntou-se Dick, recobrando o fôlego.

A resposta era não. Imediatamente os dois escutaram gritos alucinados, unidos ao barulho de um motor. Avistaram então um jipe do Exército que vinha velozmente pela avenida, trazendo em si dois Jokerz. Enquanto um dirigia o veículo, o outro se encontrava de pé na traseira, manejando uma metralhadora M60 presa a um suporte metálico, a qual naquele instante era disparada a esmo para o alto.

–         Vamos nos dividir, um para cada lado! – ordenou Batman. – Eu cuido do atirador!

Asa assentiu. Os dois cavalos se afastaram, um rumando para cada calçada. Com a língua de fora, o bandido no controle da arma mirou primeiramente no Morcego, este tendo que praticamente se deitar sobre o corcel para escapar dos tiros, que deixaram marcas no prédio logo atrás do alvo. Depois a arma se voltou na direção do outro herói, cuspindo balas ferozmente. Dick quase não precisou se esquivar, pois seu parceiro já havia arremessado um bat-rangue contra o criminoso. Ele foi atingido na testa, rolando pelo asfalto após cair do jipe em movimento.

Faltava ainda o motorista que, percebendo a desgraça de seu colega, sacou uma pistola automática e começou a atirar nos adversários, guiando o veículo com uma mão só. Esse foi seu maior descuido: sempre com movimentos rápidos, Batman apanhou outro bat-rangue e jogou-o no braço do bandido que se encarregava da tarefa. Atingido, ele gritou de dor, largando a direção e conseqüentemente perdendo o controle...

CRASH!!!

Após uma derrapada, o jipe bateu em cheio num poste, o integrante dos Jokerz desmaiando ao ferir a cabeça no impacto com o vidro. Mais um “filho do Coringa” derrotado... Porém viriam mais. O Detetive das Sombras tinha certeza disso. Fazendo um gesto para Asa Noturna, ele e o amigo prosseguiram, galopando corajosamente por aquela zona de conflito em que se transformara Gotham City...

 

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Não muito longe dali, dentro de um furgão nas cores verde e roxa, Coringa e Arlequina, junto com um grupo de capangas, penetravam no centro da cidade. Olhando por uma das janelas, o psicopata piadista admirou, acima dos telhados dos edifícios, duas construções que superavam todas as outras ao redor em altura e grandeza, compondo o expoente máximo do estilo arquitetônico gótico ali muito comum: as Torres Gêmeas de Gotham.

–         É uma pena que a senhora tenha morrido antes de poder me ver no topo do mundo, mamãe! – riu o maníaco, o luar fornecendo aspecto ainda mais espectral à sua pele.

 

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Vinte e três horas e quarenta minutos da noite.

Vagando pelas vias do centro, Batman e Asa Noturna já combatiam as hordas de Jokerz há um bom tempo, ainda firmes e resolutos sobre os cavalos. Quando detiveram aquele que pensavam ser o último grupo de jovens criminosos, os dois cavaleiros ouviram um incômodo ruído de microfonia, propagado por potentes alto-falantes provavelmente situados perto dali. E então uma voz conhecida começou a falar, sendo ouvida a vários quarteirões de distância... Coringa.

–         Boa noite, Gotham! Dentro de vinte minutos será meia-noite e nossa querida cidade comemorará duzentos e dezessete anos de existência! Como não poderia deixar de ser, eu comecei minha festa e o Batminho apareceu para estragar tudo!

Asa olhou para o aliado, que tinha cara extremamente fechada, pensamentos negros. Pela primeira vez em muitos anos, Dick sentiu medo do que Batman seria capaz de fazer movido pela fúria. Era uma situação tensa e delicada; com certeza teriam de tomar decisões vitais num curtíssimo período.

–         E para celebrar a ocasião, nada como um presente-surpresa para Gotham! – o assassino dos pais de Bruce Wayne continuou. – Enquanto o Morcego e seu parceiro ridículo lutavam contra meus Jokerz pelas ruas, eu tomei a liberdade de invadir as Torres Gêmeas junto com meus melhores homens! Assim que os relógios marcarem zero hora, haverá um verdadeiro estouro, ha, ha, ha, ha, ha!

Passou um minuto inteiro gargalhando e voltou a falar:

–         Quando me refiro a estouro, quero dizer algo bem grande. E eu preparei tudo. Tenho sob meu poder duas ogivas nucleares de alguns megatons de potência. Em termos leigos, essas belezinhas fazem as bombas de Hiroshima e Nagasaki parecerem traques, ha, ha! Instalei uma dentro de cada torre, sendo que elas podem estar em qualquer lugar desde o térreo até o centésimo andar! Se quiser tentar me deter, Batminho, você tem exatamente dezessete minutos e contando! De resto, feliz aniversário, Gotham City! Morra bem!

Era alarmante, desesperador. Coringa queria e ia destruir a metrópole, tirando sua própria vida e a de todos os habitantes. Apesar de ser praticamente impossível, ele tinha de ser detido. Contrariando as circunstâncias, Bruce não sentia medo. Durante sua existência, desde que presenciara os pais tombarem diante de si baleados por um louco, ele desafiara o bom senso inúmeras vezes... E já realizara o que era considerado impossível.

–         O que faremos? – indagou Asa Noturna.

–         Impedi-lo de concretizar essa loucura! – respondeu Batman, já impulsionando seu cavalo para frente. – Cada um vasculha uma torre! Rápido, temos pouco tempo!

Grayson não seguiu o companheiro de imediato, permanecendo onde estava por alguns instantes. Sentiu calafrios, lembrou-se de Barbara e de seu lindo sorriso... Se estivesse ali, ela com certeza também tentaria impedir a catástrofe, por mais que fosse limitada assim como ele e Bruce... Se não conseguisse, ao menos morreria tentando. Morreria por uma causa justa e legítima.

Decidindo-se, Dick avançou com a égua. Aquela era uma questão de honra tanto para ele quanto para Batman. Tinha de tentar... E fazer com que a amada se orgulhasse dele em qualquer que fosse o lugar no qual repousava eternamente...

Continua...


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