– O QUE VOCÊ TA FAZENDO AQUI?- Gritei para um Niel encostado no batente da porta, mas logo me lembrei da minha falta de roupa e peguei um casaco no roupeiro, vesti e ele cobria só o necessário.

– Cuidando de você.- Ele respondeu sorrindo malicioso, notei que as roupas que ele usava eram do meu irmão e o cabelo dele estava molhado.

– Por que tomou banho no meu banheiro?- Perguntei sem entender o que estava acontecendo.

– Por que eu dormi aqui.- Ele respondeu tranquilamente.

– Aqui aonde?- Eu perguntei com medo da resposta.

– No seu quarto.... com você.- Ele disse devagar como se falasse com uma criança e fazendo uma careta.

– Mentiiiira.- Eu disse com as sobrancelhas levantadas e levemente apavorada... assustada, sei lá.

– Não é mentira, depois que a gente entrou no carro, você dormiu e eu te trouxe pra dentro, te coloquei na cama e tava saindo, mas você me chamou e pediu pra mim dormir aqui, então eu fiquei.- Ele disse sério.

– Primeiro, EU pedi isso? Segundo, meu irmão deixou?- A primeira parte foi dita de uma forma meia histérica e a segunda, confusa, enquanto isso, ele ria.

– Primeiro, sim, você pediu e segundo, o seu irmão só viu agora de manhã e ele já fez o interrogatório.- Ele disse calmo.

Fiquei com a boca aberta, pensando no que ia dizer, mas não saia nada, então só fechei a boca, fiz uma careta e peguei uma roupa qualquer dentro do roupeiro, sem falar nada e nem olhar para Niel, entrei no banheiro e tranquei a porta, escovei os dentes, tomei banho, me vesti http://www.polyvore.com/cgi/set?id=80353223&.locale=pt-br e arrumei o cabelo, saí do banheiro e o quarto estava vazio, suspirei aliviada, arrumei a cama, peguei a minha mochila para a escola e um casaco, caso ficasse frio, o que eu duvidava, mas era melhor prevenir, apesar do sol que já estava no céu, olhei o relógio e faltava dez minutos para o sinal da escola bater, então desci para tomar café.

– Bom dia, maninha.- Carlos disse saindo da cozinha e ainda sorria malicioso.

– Bom dia, maninho, onde dormiu essa noite?- Eu perguntei com um tom malicioso.

– No quarto de hóspedes e diferente de você, sozinho.- Ele retrucou malicioso.

– Você sabe para onde ir, não é?- Eu disse irritada e ele riu.

– Eita, educação.- Ele retrucou rindo.

Passei por ele e fui para a cozinha, Niel e Juh estavam tomando café em silêncio.

– Bom dia, amiga.- Juh me cumprimentou, mas eu notei que ela queria dizer mais. http://www.polyvore.com/cgi/set?id=80359217&.locale=pt-br

– Bom dia, Juh.- Eu disse enquanto pegava um suco na geladeira.

Quando todos estavam prontos, saímos para o colégio, a manhã passou com nada fora do normal e não comentamos sobre a festa, até por que seria muito estranho, fiquei pensando no fato de eu ter dormido com o Niel e pior ainda, eu ter pedido para ele dormir comigo, depois de muito tempo, notei que se ficasse pensando nisso, ia acabar tendo uma dor de cabeça enorme e desnecessária, então tentei prestar atenção nas aulas e durante o intervalo fiquei conversando com a Juh, depois da aula, voltamos para a casa dela só para pegar as nossas coisas e fomos para a nossa, que estava vazia como sempre, a tarde foi bem chata, só fiz os temas, vi filme e fiquei mexendo nas redes sociais, jantei com o Carlos e depois fui dormir.

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No outro dia acordei cedo, tomei banho http://www.polyvore.com/cgi/set?id=80361655&.locale=pt-br e desci para tomar café, fomos pra escola escutando Guns, procurei pela Juh, que ainda não tinha chego, então coloquei ps fones e esperei bater, olhava em volta quando vi Niel conversando com uma garota loira e com as roupas de vários números menores, ela sorriu exageradamente e ficava mexendo no cabelo, era notável o desconforto que ele sentia, além de ter um sorriso falso e tentar escapar de qualquer jeito, resolvi ajuda-lo, tirei os fones e fui até lá.

– Bom dia, Niel.- Eu disse e dei um beijo na bochecha dele.

– Bom dia, Al.- Ele disse sorrindo e devolveu o beijo.

– Tudo bem?- Perguntei e ele passou os braços pela minha cintura.

– Me senti muito sozinho.- Ele disse fazendo manha.

– E por que não foi lá em casa, eu e o Carlos ficamos sozinhos a tarde inteira.- Eu disse colocando a mão no peito dele.

– E a noite? Eu tive mais saudade durante a noite.- Ele disse fazendo uma carinha de cachorro abandonado.

– Deixa de ser tarado, garoto.- Eu disse séria.

– Eu não disse nada de malicioso, só disse que queria fazer alguma coisa durante a noite, é você que só pensa malícia.- Ele disse rindo, bufei e revirei os olhos.

– Idiota.- Eu disse sorrindo.

– Então, Niel, como eu tava dizendo, as suas roupas são muito, sei lá, muito escuro e o seu cabelo tem muito gel, você podia deixar igual ao do Justin, ia ficar lindo.- Ela disse toda animadinha e sem falar comigo.

– Eu acho as roupas dele muito boas e o cabelo é mais ainda, tudo perfeito, na minha opinião e o Biba é ridículo, prefiro o Jared Leto.- Eu disse olhando para ela que fez uma expressão confusa.

– Quem é esse?- Ela perguntou com a mesma expressão e eu suspirei, mas antes que pudesse explicar quem ele é, o sinal bateu.

Niel se separou depois de outro beijo na bochecha e nós fomos para as nossas salas, Juh só chegou no segundo período, o de português, onde o professor mandou nós escrevermos uma crônica, então estava escrevendo tranquilamente e poucas pessoas conversavam, entre estas estavam as patricinhas que falavam sobre as fofocas do final de semana passado, nada interessante até eu ouvir o meu nome.

– Você viram com quem a Alana tava agarrada hoje?- Uma loira falsificada disse séria.

– Com quem?- Outra loira disse.

– Com o Niel, sabe quem é?- A loira 1 disse.

– Aquele gato da outra turma?- Uma morena disse com a voz fina e irritante, ela tinha os olhos arregalados e a boca levemente aberta.

– Esse mesmo, mas não sei o que ele ia querer com aquela garota.- Uma disse fazendo careta de nojo.

– Agora que vocês falaram nela eu me lembrei, na festa que eu fui, sabem? Ela tava lá com o Carlos e a Juh, ela fico tão bêbada que um garoto tava carregando ela, mas depois o Niel chegou e tiro ela do colo dele, pego ela no colo e saiu junto com os outros dois.- A ruiva disse e as outras começaram a cochichar.

Na outra aula, só fiquei pensando no que as garotas disseram, no intervalo não podia olhar para cima, os meus olhos sempre iam para Niel que ficava me olhando e sorrindo, eu sorria e voltava a mexer no celular, os outros períodos passaram e o sinal bateu para irmos para casa, saí rapidamente do colégio e fui para casa, Carlos ia almoçar na casa de um amigo e meus pais estavam no trabalho, como sempre, fiz o almoço e comi tranquilamente, estava lavando a louça quando o meu celular tocou, sequei as mãos no pano de prato e atendi o celular.

Ligação:

– Oi.

– Oi, Al, tudo bem?

– Tudo e com você?

– Tudo bem, mas então, o que ta fazendo?

– Lavando a louça, por que?

– Não quer companhia?

– Pode ser.

– Então to indo aí.

– Okay, até.

– Até.

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Terminei de lavar a louça e fui para a sala ver televisão, estava passando Bones quando a campainha tocou e eu fui atender já sabendo que era o Niel, abri aporta e ele entrou sorrindo, me deu um beijo na bochecha e fomos para a sala, ficamos vendo televisão por muito tempo, ele deitou no meu colo e eu comecei a mexer no cabelo dele, me distraí vendo bob esponja, mas quando Niel suspirou, olhei para ele que dormia tranquilamente, fiquei olhando por muito tempo enquanto pensava em muitas coisas, me surpreendi quando os olhos dele se abriram e ele sorriu.

– Admirando a minha beleza?- Ele disse sorrindo e eu revirei os olhos.

– Que frase clichê de gente convencida.- Eu disse de brincadeira.

– De gente bonita, isso sim.- Ele continuou com a sua pose de grandão.

– Você se acha.- Eu disse rindo.

– Eu não me acho, eu sou.- Agora eu gargalhava.

– Quanta frase clichê pra um garoto só.- Eu disse ainda rindo e ele levantou.

– Tenho várias outras pra um momento com esse.- Ele disse me puxando para perto dele.

– E quais são?- Eu perguntei com a sobrancelha levantada.

– Me deixa pensar... Sei lá não consigo pensar em nada agora.- Ele disse fazendo uma careta e eu ri.

– O mestre dos clichês não sabe uma frase clichê?- Eu disse sorrindo e ele também sorriu.

– Tem algo bem clichê, espero que você goste.- Ele disse me assustando com o seu sorriso de quem vai aprontar.

– Goste do que?- Eu perguntei temerosa e ele só continuou sorrindo.