...por ter me dado um destino" – Teito Klein.

Sabe, papai, eu deveria, seria o normal a se fazer, eu acho... Mas eu não o culpo. Nunca culpei e provavelmente nunca acharei motivos para tal.

Posso ter acreditado por muitos anos que fui abandonado e que ninguém me desejava, mas agora que sei a verdade, sou incapaz de culpá-lo por ter me deixado ir. Na verdade, tenho orgulho de saber que meu pai se sacrificou tanto pelo nosso Reino.

Gostaria de dizer-lhe isso pessoalmente, gostaria de lhe abraçar e dizer o quanto te amo, papai. Mas acima de tudo, que não o culpo. Foi o que o Far-san me disse, há muito tempo, que o senhor culpava-se por tudo o que havia acontecido comigo. Mas não, pois se não fosse por isso, eu nunca teria sido cuidado pelo Far-san, seu irmão, meu tio, a pessoa que mais amei nesse mundo.

Depois do senhor, é claro.

E também, como consequência, fui agraciado por Mikhael, que também sempre me protegeu, a seu próprio jeito. Na Academia, conheci Mikage, meu melhor amigo. No Mosteiro, Frau, o irmão mais velho rabugento que adoro. Também Hakuren, meu primeiro e grande amor. Capella, meu irmãozinho que amo cuidar. Até mesmo Ouka, aquela destrambelhada.

O que quero dizer, papai, é que por suas decisões e lealdade ao Reino, foi que conheci as pessoas que mais amo e que mais importam para mim. Agradeço ao senhor por ter me deixado.

Não... Me deixado, não. Me libertado.

Então, papai, seja lá onde esteja agora, quero que saiba que remorso é algo que passa longe dos meus sentimentos para com o senhor, nada o alcança em meus pensamentos a não ser amor.

Eu te amo, meu admirável Rei de Raggs.