Vejo seu tempo que passou – Kal/Ea

A pequena criancinha presa não mais existe. Aquela criancinha ganhou asas.

Eu ainda me lembro de quando fui ordenado a vigiá-lo. Um escravo de guerra. Um brinquedo dos militares. Ninguém sabia a verdade, ou mesmo viu sua coragem. Aquele belo sorriso havia desaparecido.

Enquanto via o tempo passar, buscava aquela criança fofa que um dia foi. O mais próximo que chegava era aquela preocupação familiar com a empregada. Os presentes que lhe dava, os tímidos sorrisos involuntários.

E, por um tempo, isso bastou. Pois era, afinal, o maior laço que tinha lá.

Mas eu realmente esperava que você pudesse tornar a ser verdadeiramente feliz. Que pudesse sorrir novamente, mesmo que uma única vez.

Por isso, quando tornei a vê-lo, Teito, fiquei feliz.

Porque, com o passar do tempo, você reaprende a sorrir.

E eu pude ver, uma outra vez, aquela felicidade honesta. Contagiante.

Tão contagiante que eu mesmo sorri.