A porta manteve-se parada – Teito

Aquela porta estava ali. Quieta e estável. Um lembrete.

Fechei os olhos e entrei.

Lá estava ele, como sempre. Uma expressão um tanto tranquila, um pequeno sorrisinho no canto dos lábios.

Até me ver.

Aí ele começou a xingar, claro, e brigar. Queria saber o que eu fazia ali. E eu só segurei a vontade de rir.

Era divertido ver um Frau tão pequenino.

E descontrolado.

Eu me mantive no lugar, esperando a hora certa. E lhe ajudei, e lhe busquei. Só queria tê-lo de volta. Para poder abraçá-lo e falar o que tanto escondi.

Queria afundar o rosto naquele Frau alto de sempre, que é boca suja e não tem modos, mas que é sempre muito gentil. E que faz meu coração esquentar. Tanto que às vezes parece que vai explodir.

Mas, dessa vez, eu preciso salvá-lo. Porque ele se sacrificou por mim. E eu não posso deixá-lo pra lá.

Então, eu lutei. Eu gritei, eu lhe agarrei, eu lhe segui. Até que ele se irritou e me expulsou.

E eu sofri, claro que sofri, mas estava decidido. Eu iria ajudá-lo, não importa o que.

Salvarei meu Frau e poderei sorrir para ele, e lhe contar, em voz de segredo, o que eu sinto. E só terei que torcer por uma resposta positiva.

Mas, para isso, eu preciso tê-lo de volta.

Então, ergui a cabeça.

E vi.

A porta ainda estava ali, parada. Esperando.

Porque ele também queria ser salvo.

E eu iria salvá-lo.