– O lugar era escuro e fedia... Nem um humano merecia ficar sob aquelas condições. Me deu dó do Carlos.

– Me fala Carlos. Porque você está preso?

– Eu sou um monstro. Não consegui controlar meus extintos. Foi mais forte do que eu.

– Você esta me deixando curiosa... O que você fez?

– Eu... matei... um .... homem.

– ...?...

Naquele instante fiquei paralisada. Como o homem que tanto amei, que tanto conhecia, poderia ter matado alguém? Não, não era possível uma coisa dessas ter acontecido...

– Carlos, quem você matou e por quê?

– Você quer mesmo saber?

– Quero. Diga-me... Quem foi?

Na casa do Pedro.

Enquanto a Clarisse está visitando seu amigo na cadeia, eu fico cuidando do filhinho dela... Que criança maravilhosa. Sabe que ele já ate me chamou de pai! Pois é... Em breve eu vou pedir a Clarisse em namoro, espero que ela aceite.

De volta à prisão.

– Fala... Quem foi que você matou?

– Eu matei o...

Nesse momento chega um guarda avisando que o horário de visita acabou.

– Mais eu ainda tenho muitos assuntos a tratar com o prisioneiro. (Diz Clarisse ao guarda).

– Desculpe-me eu só estou cumprindo ordens. Volte amanhã.

Clarisse se despede de Carlos e vai embora da cadeia sem saber quem Carlos havia matado.

Na casa de Pedro.

– E então, como foi a visita?

– Não era ele... Não era o Carlos.

Sei que o Pedro esta a fim de mim e sei também que a qualquer momento ele irá me pedir em namoro. O Carlos só iria atrapalhar isso.

– Pai?!?!

– Mas o que? Do que você chamou o Pedro filho?

– De pai... Ele é como se fosse um pai para mim.

– Meu filho você só tem 4 anos e já fala que é uma beleza. Mais ele não é seu pai. É só um amigo da mamãe.

Amigo? Em breve você e eu nos tornaremos muito mais que amigos... (Pensa Pedro)

No dia seguinte...

As coisas iam bem... Hoje eu vou de novo me encontrar com o Carlos na cadeia. Hoje eu vou descobrir quem ele matou e porque ele fez isso.

De repente eu me lembro do meu marido e aquela vontade de descobrir quem o matou volta a morar em mim.

A minha loja de sapatos estava cada vez mais cheia. A minha concorrente, a loja C&B, que ficava em frente a minha não estava gostando nem um pouco do crescimento da minha loja.

Cristiano Lopes, dono da loja C&B, nunca gostou de mim e muito menos da minha loja. Eu tinha certeza de que ele estava tramando alguma coisa para arruinar o meu comercio.

Fechei mais cedo só para poder ir visitar o Carlos na cadeia. Quando estava trancando a porta da loja, vejo dois homens, fortemente armados entrar.

Eles me bateram, arrancaram todo o dinheiro e ainda por cima botaram fogo nos sapatos... Foi prejuízo total.

Quem poderia ter sido? Como quem... É lógico que foi alguém a mando do Cristiano Lopes.

Fui à delegacia com o Pedro. Estava muito assustada... Fiz o exame de corpo de delito.

Já era tarde, o horário de visita acabará a mais de 2 horas.

Mais um dia sem descobrir a verdade por trás do Carlos... Agora, só semana que vem. (A delegacia não abre para visitas nos feriados).

É claro que fiquei indignada ao saber que a delegacia não abre aos feriados... Mais fazer o que Né...

Eu, Pedro, Fabiana e meu filhinho lindo Carlinhos, passamos a páscoa juntos. Foi um feriado maravilhoso, repleto de felicidade e amor. Por falar em amor...

Na noite do domingo de páscoa, a luz da lareira, eu e o Pedro sentamos, conversamos e acabamos nos beijando... Como descrever aquele momento em uma única palavra? Perfeito...

Ele não me pediu em namoro, mais eu tenho certeza que mais cedo ou mais tarde ele vai pedir.

No dia seguinte...

A polícia vai ate minha casa e afirma ter encontrado os dois bandidos que assaltaram minha loja.

Vou eu á delegacia reconhecer os marginais... Chegando lá, dou de cara com ninguém mais, ninguém menos que o Carlos.

Mais o que, que o Carlos tem há ver com os dois bandidos que me assaltaram?

Aos prantos e gritando eu falo: - QUEM VOCÊ MATOU? E PORQUE FEZ ISSO? FALA... O QUE VOCÊ TEM HÁ VER COM O ASSALTO HÁ MINHA LOJA? POR ACASO FOI VOCÊ QUEM ME ASSALTOU?

– VOCÊ QUER MESMO SABER QUEM EU MATEI? QUER SABER O QUE, QUE EU TENHO HÁ VER COM O ASSALTO QUE TE FIZERAM? ENTÃO CHEGA DE ENRROLAÇÃO, EU VOU TE FALAR TUDO.

Nesse momento, Pedro segura forte a minha mão.

– Eu te amava Clarisse... Amava não, AMO. Quando eu sobrevivi do acidente da serra das araras eu pensei que eu e você íamos ficar juntos... Mais não foi isso que aconteceu né... Você ficou com o Alberto... Mais eu te AMAVA e não podia suportar te ver com outro homem.

– Pelo amor de Deus Carlos... O que foi que você fez? (fala Clarisse)

– Eu persegui o seu marido de carro e quando ele parou em um sinal vermelho eu dei um tiro nele. Ele tentou fugir, porém ele perdeu muito sangue, capotou o carro e MORREU. FUI EU QUEM MATOU O SEU MARIDO. FUI EU... POR AMOR, MAIS FUI EU. EU SOU O ASSASSINO DO ALBERTO..

"Quando tá escuro e ninguém te ouve
Quando chega a noite e você pode chorar
Há uma luz no túnel dos desesperados
Há um cais de porto pra quem precisa chegar
Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando, vê se não vai demorar..." (Lanterna dos afogados, Maria Gadu)