Acabei acordando ao som do meu despertador,cujo a música era Zombie do The Pretty Reckles.Apesar de achar engraçado ouvir a sr(a) Morgan surtar pelo o barulho,até que eu estava com vontade de jogar ele pela a janela e ouvir a doce melodia das peças estilhaçadas no chão.Me levantei e notei que eu estava parecendo um zumbi de verdade,talvez sempre estive parecendo com um,desde que meus pais desapareceram.Me olhei no espelho,deixando as imagens percorrer pela a minha mente.

Flashback on

Todos estavam reunidos na grande sala de visitas.Os poucos familiares já se encontravam no ambiente e os raros amigos chegavam a qualquer hora.Eu permanecia sentada no sofá,sem me mover bruscamente,evitando os olhares de piedade.Naquele momento só desejava ficar sozinha,queria evitar as palavras amigas que somente serviam para aumentar a minha vontade de gritar.Quando todos já tinham perdido a paciência,a governanta de confiança da nossa família entrava com a expressão mais séria do que possuía.Em um breve suspiro,anunciou:
-Sinto muito,mas a tempestade piorou e perderam de vista o navio que se encontravam o casal.
 Em um ato de desespero me levantei do sofá e caminhei até o meu quarto como se nada tivesse acontecido.Passei a noite inteira chorando e jurei que nunca mais choraria por nada e nem ninguém.A partir daquele dia,fiquei sabendo que nada me restava mais.
 Flashback off.
 Hoje seria o meu último dia em casa.Precisava arrumar todas as minhas coisas em alguns minutos,porque eu viajaria para Los Angeles com a finalidade de morar com a minha tia,a sua filha e seu filho adotado que comandava a empresa multi nacional da sua família verdadeira.
 Guardei todos os meu livros favoritos,deixando com um pequeno remorso no coração os que eu não levaria na viajem.Desde sempre os livros foram as minhas companhias já que nunca tive amigos de verdade.Separei as roupas que iria levar,guardei na mala e fui tomar um banho.
 Para vestir,escolhi algo simples e preto,pelo o fato de ter adotado o estilo gótico depois desse trágico acontecimento.Peguei uma calça jeans levemente rasgada e apertada nas pernas,uma blusa preta e uma sapatilha de couro com tachas metalizadas.Coloquei a corrente de coração que ganhei da minha mãe no meu aniversário de quinze anos e que guardarei para sempre como lembrança.Deixei os meus longos cabelos castanho com mechas louras soltos.Caprichei no lápis preto contra a minha vontade,mas usava porque era uma forma de transmitir toda a raiva que eu estava sentindo.Ainda passando o gloss,peguei a minha bolsa e coloquei o smartphone dentro.Verificando mais uma vez a hora,resolvi sair em disparada até a escada,caso ao contrário perderia o vôo.Ao ver a minha governanta,sr(a).Morgan,tive a vontade de cancelar essa viajem.Eu ia deixar uma pessoa tão querida que cuidou de mim a vida inteira,para ficar com uma família estranha e que nunca tive a oportunidade de conhecer.Recuperei a coragem e caminhei lentamente até ela:
-Bom dia senhora-falei um pouco séria.Odiava despedidas.
-Bom dia Christina!O carro a espera lá fora-completou me levando até a porta.
 Antes de eu entrar no carro ela me abraçou e fez uma série de recomendações e sermãos,como se alimentar bem,se cuidar,ter responsabilidade,essas coisas em geral.Depois do show de preoucupação da Sr(a).Morgan,resolvi perguntar:
-Aonde a senhora vai ficar?
-Vou passar alguns dias com a minha irmã,mas já tenho um emprego em vista.Afinal de contas,estou precisando de férias.
-Entendo...Até mais-Entrei no carro sem olhar para trás.
 Eu estava mudando de casa,mas não mudando de vida.Sempre serei atormentada pelo o meu passado,principalmente porque tenho o mesmo pesadelo desde que meus pais não voltaram.As pessoa acreditam que eles tenham morrido,mas eu insistia a acreditar que eles voltariam.Se passaram alguns meses e percebir que eu estava criando uma fantasia.Conforme o juiz declarou,ganhei alguns meses para me acostumar com a ideia,organizar os meus pertences,antes de viajar.Agora chegou o dia de conhecer o meu novo lar,como se eu pudesse ter uma nova família.Para mim,família só existe uma.Em meio aos meus pensamentos,olhei pela a janela e observei a sr(a).Morgan acenar,retribuir com breve e frio aceno de mão.Nunca fui boa em demonstrar os meus sentimentos.Nem me lembro quando falei "te amo" para alguma pessoa.
 Cheguei á tempo no aeroporto e como previsto a viajem ocorreu com tranquilidade.Assim que desembarquei do avião,avistei uma moça segurando uma placa com o meu nome,achei esse ato constrangedor e brega.Assim que fiquei perto dela ela falou:
-Sou Liana,a arrumadeira da casa.Como a sua tia Eleonora tinham alguns assuntos a resolver me mandou buscar a senhorita.
-Está bem-o meu tom saiu com um ar de crueldade,mesmo não querendo tratar ela dessa maneira.
-O carro nos aguarda lá fora,vamos?
 Caminhamos em silêncio em direção a um carro preto com um motorista uniformizado.O silêncio permaneceu durante o trajeto.Olhei por alguns segundos a moça que estava sentada ao meu lado.Liana parecia muito jovem,talvez tivesse só uns dois anos a mais que eu.Ela era ruiva e vestia um simples vestido florido.Liana virou para mim,anunciando:
-Chegamos-Saiu de uma forma muito feliz para o meu gosto.
 Olhei tudo com muita atenção.A mansão era dez vezes maior do que a minha casa,que considerava muito grande.Havia um portão trabalhado com flores de metal,e um lindo jardim se observava no fundo.Olhei com mais atenção e notei que a casa foi construida dentro de uma grande área de uma floresta,assim como todas desse bairro.Um homem carregou as minhas diversas malas,enquanto eu seguia Liana.Assim que entrei em uma sala imensa,avistei uma menina de seis anos,que devia ser a filha da minha tia.Ela era loira,com leves cachos que caiam de um rabo de cavalo.Parou na minha frente com uma Barbie,cuja sua cabeça foi decapitada:
-Oi?eu me chamo Brenda,você é minha prima chris?
-Sou sim-respondir sem graça.
-Arruma a minha boneca?-perguntou
-Claro!-respondi já arrumando a cabeça da Barbie.
-Obrigada.
-Não a de quê.
 A menina saiu correndo em direção a cozinha.Liana me fez sinal para seguir ela.