POV EDWARD

— Edward, você está em casa? — ouvi Charlie me chamar da entrada e fui ao seu encontro.

— Estou aqui pai. — respondi olhando sua aparência exausta. — Você parece cansado, como foi seu dia? —

— Cansativo moleque, mas que cheiro delicioso é esse? — perguntou entrando na cozinha e vendo que eu cozinhei e arrumei a mesa para jantarmos.

— Fiz o nosso jantar, espero que não se importe. — falei coçando a cabeça sem graça, talvez Charlie ficasse irritado por eu mexer na casa sem lhe falar antes.

— Se você continuar cozinhando para mim eu não vou te deixar voltar mais para a Califórnia. — riu alto se sentando à mesa.

[...]

Nosso jantar corria bem, cada um perdido em seus próprios pensamentos.

— Pai, o que acha dos Cullens? — perguntei querendo saber sua opinião.

— A família nova? — perguntou com a boca cheia de macarrão. Acenei afirmativamente e aguardei que ele continuasse. — Me parecem boas pessoas, eu estive no hospital hoje e conversei com o doutor Cullen, ele é muito educado e generoso. Sabe filho? É muito raro encontrar alguém que esteja disposto a tomar conta de tantos adolescentes, ainda mais com tão pouca idade. Carlisle Cullen não parece ter mais que 25 anos, já é casado, tem profissão e cinco adolescentes para cuidar, ele realmente é de se admirar. — terminou seu comentário enchendo a boca com mais macarrão.

Parei para analisar as palavras ditas por meu pai e ele tinha toda a razão. O doutor e a senhora Cullen são realmente pessoas de bom coração e Bella Cullen é muito bem educada, assim como seus irmãos adotivos.

— Eu os conheci na escola e Bella Cullen faz todas as aulas comigo. — comentei olhando para o meu prato.

— Você parece interessado. —

Suspirei antes de levantar a cabeça e encarar seu rosto. Em Charlie eu podia confiar, ele é meu pai e nunca agiria como idiota.

— Estou. — respondi franzindo o cenho. — Ela é linda, inteligente, meiga e muito mais. Ela parece enxergar somente a mim e os outros caras fazem piadas, isso me irrita, sabe? — disparei a falar me arrependendo logo em seguida, talvez eu não precisasse me expor daquele jeito.

A sonora gargalhada de Charlie fez com que eu tivesse certeza de que não devia ter aberto a boca.

— Temos alguém apaixonado aqui hum! — começou brincando, mas percebendo minha cara de poucos amigos resolveu parar. — Certo. Desculpe filho. — disse levantando as mãos em sinal de rendição. — Mas você deve ir com calma, ela acabou de chegar e os Cullens parecem ser do tipo...tradicionais. — falou ele olhando sério para mim. — Talvez você devesse conhecê-la mais e fazer amizade primeiro, então só depois você saberá o que sente por ela. —

Ciente de que ele estava certo em tudo que me disse, levantei e coloquei meu prato na pia.

— Obrigado pai, vou fazer isso. — disse a ele seguindo para meu quarto.

[...]

Depois de tomar um longo banho e fazer meu dever de casa caí na cama esperando o sono aparecer.

A imagem de Bella Cullen sempre rondando minha mente.

“Aquela garota tem algo de errado, porque ela me atrai de uma maneira quase doentia.” Pensei fechando os olhos e me recordando de como eu me sentia bobo perto dela, ou de como me sentia quando ela me tocava, ou até mesmo quando sorria e falava comigo.

Eu parecia estar completamente a sua mercê, queria agradá-la a qualquer custo e mudar minhas atitudes por ela.

E quando surgiu a mínima possibilidade dela estar com raiva de mim o desespero me consumia. Eu rastejaria a seus pés implorando por perdão, caso fosse necessário.

Sabia que esse tipo de relação possessiva e doentia poderia me trazer problemas futuros, mas eu não conseguia mais imaginar minha vida sem ela, não havia mais volta e eu não queria outra opção.

Foi então que a realidade me atingiu.

Eu estava irrevogavelmente apaixonado por Isabella Cullen e nada poderia mudar minha condição.

Meu amor fazia com que ela se tornasse parte de mim definitivamente.