Memória Perdida escrita por Katherine Madalene


Capítulo 7
Capítulo 6 Ano 1468


Notas iniciais do capítulo

OIIIIIII,
aqui está um novo capítulo!
Acabei de fazer, então ignorem os meus erros ortográficos, ok.
Eu disse que Amy e Ian iam Encontrar Hamilton nesse capitulo, mas mudei de ideia e coloquei uma "viajenzinha no passado".
Tomara que gostem.
Bjinhos sangrentos...



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1468, Milão.

Gideon Calenahill observava o pai deitado em sua elegante cama.

Alexander Calenahill era um grande proprietário de terras, mas a sua enorme fortuna não poderia salvá-lo.

Estava muito doente. Tossia sangue e não tinha mais forças para ficar de pé. O homem já passava dos sessenta anos, mas continuava belo: os cabelos na altura dos ombros eram cinza e os olhos de um castanho-escuro que encantava, apesar do olhar ser triste e cansado.

Uma vassala entrou no quarto, trazendo em uma bandeja uma xícara de chá.

- Deixe sobre a cama e saia. – Ordenou Alexander. – Avise aos outros que não quero ser interrompido enquanto converso com meu herdeiro.

A mulher pousou a bandeja aos pés de seu senhor e, com uma reverência, saiu do quarto, fechando a porta.

Alexander pousa os olhos em seu filho.

Tão jovem...

 O rapaz Gideon tinha apenas quatorze anos. Vestia roupas de cavalgada e estava com os cabelos, castanho-escuro como o do pai, desgrenhados. Os olhos eram azuis como o de sua mãe, que o deixou quando tinha apenas três anos de idade.

Ele só tinha o pai e este estava indo embora aos poucos.

- Aproxime-se, meu filho. – O senhor Calenahill ordenou, a voz baixa e rouca. Quando seu jovem filho estava bem perto de si, continuou: - Tu deves saber que não pode confiar em ninguém de minha família. – O homem arfou um pouco e parou alguns segundos para tomar ar, ciente do olhar triste e preocupado do filho. Procurou o restante de suas forças e pegou um caderno com capa de couro que estava escondido sob o seu travesseiro. Estendeu para o filho.

Gideon olhou para o caderno e hesitou um pouco antes de pegá-lo.

- O que é isso, meu pai? – Ele perguntou.

O velho homem abriu a boca para falar, mas, ao invés de sair palavras de sua boca, a tosse veio forte.

O garoto pegou uma bacia que estava ao lado da cama do pai e se esforçou muito para não chorar quando viu seu pai vomitar sangue dentro dela.

O homem encostou a cabeça no travesseiro novamente e fez um sinal para que seu filho se aproximasse.

- O que tens nas mãos é o maior segredo deste mundo. – A voz não passava de um sussurro. – É o trabalho de toda a minha vida. Nesse diário, escrevi todas as minhas experiências e nele contêm a receita para um soro muito poderoso.

Um novo acesso de tosse o fez parar novamente.

- Acho que o senhor deve descansar, meu pai. – Gideon disse e tentou se afastar da cama de Alexander, mas esse o impediu, segurando sua camisa de cavalgada e puxando o garoto para perto novamente.

- Testei esse soro em mim mesmo e é por isso que tive que injetar sangue contaminado com tuberculose nas minhas veias. O soro cura feridas externas, mas não doenças.

O coração do jovem garoto quase parou de bater. Seu pai tinha ficado doente de propósito?

- Esse soro pode ser a chave para a cura de muitas doenças. – Alexander continuou. – Mas deve ser aperfeiçoado. Essa receita criou um soro que faz o organismo parar de envelhecer.

Foi quando Gideon percebeu o que o pai queria dizer. Entendeu também por que o pai não tinha envelhecido nem uma semana desde que era uma criançinha, enquanto os outros homens do vilarejo envelheciam ano após ano.

Ele sempre pensou que era porque o pai era rico e não trabalhava como as demais pessoas...

- Pai, o que queres que eu faça?

- Sabes que não ficará com nada de minha fortuna, pois meus traiçoeiros irmãos não deixarão que toque em um centavo. – Alexander sussurrou no ouvido do filho. – Fuja. Utilize das aulas que te dei para decifrar os ingredientes. – O homem reuniu forças e tirou um colar de ouro do pescoço. Dois anéis, um de ouro e outro de prata, estavam presos nele.

Eram anéis esquisitos, mas o jovem Gideon não teve tempo de observa-los com clareza antes que o pai o obrigasse a prender a corrente no próprio pescoço.

Alexander pegou uma chave do bolso e colocou na mão do filho.

- É a chave do baú. Dentro dele guardei sacolas de ouro. – O homem e seus últimos minutos de vida falaram ao mesmo tempo. – Fuja. Não deixe que meus irmãos o peguem. Não permita que o conteúdo desse caderno e a existência desses anéis caiam em mãos erradas ou poderá ser o fim do mundo. E o seu fim também, seria condenado à morte por bruxaria! Prometa que fará isso.

- Pai... – O garoto começou.

- Prometa! Prometa que irá dedicar toda a sua inteligência nisso!

- Eu prometo. – Ele sussurrou para o pai, que deu um sorrisinho.

Alexander Calenahill deu seu ultimo suspiro e deixou os olhos se fecharem para sempre, tendo como ultima lembrança as palavras do filho.

O jovem Gideon deixou lágrimas escorrerem e, em seguida, abraçou o corpo de seu pai, chorando sem parar.

Ainda estava confuso com tudo que seu pai lhe contou e queria poder sair dali e anunciar para todos que seu pai tinha morrido, mas sabia que tinha que cumprir com a promessa que fizera.

Secou as lágrimas e andou até o baú que o pai falara.

Encaixou a chave na fechadura e abriu o baú, se deparando com sacolas de couro repletas de moedas de ouro. Pegou duas sacolas e trancou o tesouro do pai novamente.

Andou até a porta de madeira e se virou para dar uma ultima olhada em seu belo pai.

Saiu do quarto, tendo o cuidado de fechar a porta atrás de si. Tinha que adiar ao máximo a descoberta dos outros que o grande Alexander tinha falecido.

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A tarde tinha virado noite.

A enorme lua cheia iluminava o céu.

Gideon foi à cozinha da casa, feliz por todas as empregadas já terem ido dormir e também pelo fato de elas não terem descumprindo suas ordens: segundo o jovem garoto, Alexander pedira para não ser incomodado.

Depois de prender sua espada na cintura e colocar uma adaga no bota, por precaução, saiu da enorme mansão de pedras e andou até o estábulo. Subiu no dorso de seu belíssimo cavalo negro e apertou o caderninho do pai, escondido sob o casaco de pele.

- Iah! – Ele gritou e deu um chute no cavalo. A capa preta e o cavalo preto logo sumiram dentro da noite silenciosa.

Gideon Calenahill não olhou para trás, pois sabia que se fizesse, choraria.

Dali em diante não era mais um Calenahill.

Tinha um dever a cumprir. E também sabia que, assim que a morte de seu pai fosse anunciada, todos os familiares iriam atrás dele. Era filho único e, por direito, ficaria com toda a fortuna do pai, mas os demais Calenahill não permitiriam.

Calenahill.

Teria que mudar de nome. Teria que mudar de vida. Fingir ser outra pessoa e esquecer o passado.

A partir daquele dia seu nome seria Gideon Cahill.

Enquanto a noite o engolia por completo, o rapaz pensou no futuro.

Mas não fazia ideia que sua família se tornaria uma potência mundial.

E não fazia ideia que aquele caderninho dentro de seu casaco poderia ser motivo de guerras, perseguições e mortes séculos no futuro...


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Notas finais do capítulo

E ai?
Gostaram?
Odiaram?
Durante a fic essas voltas no passado vão ocorrer. Fiquem ligadas que elas têm a ver com o que está acontecendo ou vai acontecer no presente.
Bjinhos sangrentos...
PS: NINGUÉM DEU UMA PASSADINHA NA MINHA FIC "AMOR EM CHAMAS"!!!! FIQUEI TRISTINHA!!!!