Tráfico em L.A escrita por AnotherBoy


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, espero que gostem ;)



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Quando a mulher disse aquilo, fiquei apavorada. Ela estava sentada em uma mesa com outra garota que parecia ter mais ou menos 18 anos. Continuei ouvindo a conversa.

– Aposto que essa viagem vai fazer muito bem pra você, é um trabalho no exterior que você ganha mais ou menos três mil dólares. É uma chance que não dá pra largar. - continuou a mulher.

– Nossa! Três mil dólares? Muita coisa! Mas no que eu iria trabalhar? - perguntou a garota.

– Em um Coffee. Seria uma ótima oportunidade. E se você caso você não gostasse de lá, poderia trocar de emprego, já que eu tenho vários contatos de empresas que contratam adolescentes como você. - dizia a mulher com um sorriso sarcástico.

Uma coisa eu percebi, a menina é adolescente, assim como eu. Agora eu penso: essa proposta é uma farsa, ou seja, é tráfico internacional de pessoas ou é verdade mesmo? De qualquer jeito, preciso alertar a menina antes de tomar essa decisão. Tenho que fazer alguma coisa.

– Que ótimo! Mas eu não posso te dar a resposta agora, será que a gente podia conversar outro dia, porque aí eu já converso com meus pais e decido. - disse a garota.

– Ah sim, claro. Aqui está meu telefone, e quando estiver com a resposta certa ligue pra mim e marcamos onde nos encontraremos pra combinar tudo certinho. - a mulher entregou um cartão com o número do celular dela.

– Ok, estou indo então, até mais! - a menina se despediu da mulher e foi andando até a saída do restaurante.

– Gente, já volto, vou no banheiro. - menti e saí andando atrás da menina. Ela já havia saído do restaurante, então continuei perseguindo-a. Finalmente tinha chego bem perto dela.

– Ei! - chamei sua atenção.

A menina virou e olhou para mim. Era loira, mesmo tamanho que eu, magra e seus olhos eram castanhos escuros. Ela estava com uma camisa branca com uma estampa da MTV (já comecei a gostar dela), shorts jeans e sandália preta. Ela continuou me olhando, parece que não ficou feliz de ser parada no meio da rua.

– Ér... olá. Meu nome é Bruna. - me apresentei.

– Oi, meu nome é Carly. - ela se apresentou com um belo sorriso.

– Sou meio nova aqui na cidade, queria fazer novas amizades... será que a gente podia sair qualquer dia desses, ou você ir na minha casa? Sei lá... - não sabia mais o que dizer, acho que fui idiota. Ela vai achar que eu sou doida! (risos)

– Sim, claro! Também sou nova aqui, então aqui está o número do meu celular, me liga pra gente combinar! - ela passou seu número e eu anotei. Fiquei muito contente.

– Pode deixar! Tchau. - nos despedimos e eu voltei correndo de volta pro restaurante. Sentei junto com Jonathan e Felipe.

– Que demora hein. - disse Jonathan com um olhar acusador.

– Desculpa, vocês homens nunca vão entender. - dei uma desculpa esfarrapada e rimos.

Terminamos de comer e voltamos pra casa. Eu e Jonathan ficamos conversando mais um pouco e logo depois ele foi embora. Já era de noite e minha mãe chegou com as compras. Ajudei ela a guardar tudo e depois subi no meu quarto. Aproveitei e adicionei a Carly nas redes sociais.

– Filha, estou indo dormir, até amanhã. - Sandra apareceu na porta do meu quarto.

– Boa noite mãe, te amo! - dei um beijo no rosto dela e a mesma foi dormir.

Acho que Felipe já estava dormindo. Ainda era onze horas da noite e nem estava com sono. Decidi mandar mensagem pra Carly: "Vem amanhã pra minha casa às duas horas da tarde?" (passei meu endereço certinho). Depois de uns segundos ela me respondeu: "Ok, às duas estou aí então! Beijos :)".

Fui assistir TV e caí no sono. Acordei dez horas da manhã e tomei café. Minha mãe foi trabalhar. Tinha combinado de comprar o material da escola hoje com o Jonathan. Então mandei uma mensagem pra ele : "Vem pra cá, vamos comprar o material agora?". Depois de mais ou menos meia hora a campainha tocou. Era Jonathan.

– Essa hora da manhã? - ele deu um sorriso e me beijou no rosto.

– É... vou sair com minhas amigas de tarde. - menti. É que não tinha como falar que eu uma menina que eu mal conheço ia vir pra cá.

– Hmm, ok. Ainda bem que eu trouxe dinheiro. Os shoppings estão abrindo essa hora, então vamos? - sugeriu.

– Vamo sim, só vou colocar uma roupa. Já volto. - disse.

Coloquei uma roupa bonita (já que eu ia pro shopping) e fomos pro shopping, lá nós compramos nossos materiais da escola. O legal é comprar, mas quando as aulas começarem vai ser o inferno! Tomamos sorvete e voltamos. Já era uma e meia da tarde.

– Estou indo moreninha, até mais! - Jonathan foi embora e eu entrei em casa.

Já estava com fome, fritei hambúrguer e fiz arroz com feijão (sim, eu sei cozinhar o básico), aprendi a fazer essas coisas quando tinha 14 anos (dois anos atrás). Tive que me virar já que minha mãe trabalha o dia inteiro. Já eram duas horas da tarde e fiquei esperando Carly chegar. A campainha tocou, era ela.

– Entre! - cumprimentei com um sorriso.

– Licença. - Carly entrou e retribuiu o sorriso.

– Então, o que quer fazer? - perguntei, não sabia o que fazer.

– Ah, que tal ver TV? Estou meio doente, então não queria sair pra piorar sabe... - disse Carly.

– Ok, então vemos TV, conversamos e nos conhecemos melhor! - falei com entusiasmo.

Ficamos conversando por muito tempo, descobri que a idade dela também é 16 e que ela seria da mesma sala de aula que eu na escola! Fiquei muito feliz. Então chegou a hora que eu tinha que alertá-la sobre "aquele assunto".

– Você acredita em tráfico internacional de pessoas? - perguntei à ela.

– Já ouvi falar disso. Não sei dizer, então pra mim tanto faz, só acredito vendo! - disse Carly.

– Nós temos que prestar muita atenção nisso, porque já vi nos noticiários falando sobre isso. E sabia que a maioria dos casos começa quando uma pessoa convida a outra pra viajar pro exterior? - tentei chamar a atenção dela.

– Sério?! - Carly fez uma cara de assustada, então percebi que ela caiu na real.

– Sim, já deu várias vezes na TV, só acompanhar de vez em quando. - falei.

Ficamos em silêncio. Peguei meu notebook e abri no site de notícias.

– Olhe, leia isso. - apontei em uma notícia que falava sobre tráfico internacional de pessoas.

Ela começou a ler com atenção, e parecia que ela estava realmente apavorada.

– Por que essa cara? Você conhece alguém que é vítima ou faz esse tipo de coisa? - provoquei, tentei alertá-la sobre isso, era o único jeito. Queria que ela abrisse a boca e me falasse sobre a mulher que a convidou pra viajar pro exterior.

Carly > http://weheartit.com/entry/55209794/via/ritual


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer sue2011 e Mila Bueno por favoritarem a fic :)))