Eu não queria pressiona-la, mais a única coisa que fiz, foi fazer o que devia ser feito! E acho que arrumei encrenca!

– Percy para com isso! – ela resmungou mais uma vez, parecia mesmo uma garotinha mimada.

–Quer ficar com hematomas? – revirei os olhos – Fique quieta antes que eu tampe sua boca com fita!

– Tá, Tá!

Annie era realmente linda, mais um tanto rabugenta, agora, depois da aula claro, ela estava sentada na minha cama com uma ar estranho, como se estivesse tentando fugir ou algo parecido.

É claro, quando Rachel esta em algum lugar todo mundo se sente estranho. Ainda mais como ela é uma ruiva maravilhosamente linda. E bem irritante.

– Percy anda logo, você me prometeu um jantar!

– Ainda é hora do almoço ruiva tapada! – Annie disse com ar raivoso. Talvez ciúmes, sorri mentalmente com esse pensamento.

– Percy vai deixar ela falar comigo desse jeito?

– Bem, tecnicamente ainda é hora do almoço! E eu vou levar a Annie para comer na lanchonete privada daqui. Pode me esperar as oito la no seu quarto.

– Leve a camisinha... – Rachel se dirigiu a porta.

– Nojento, como você consegue?

– O que é nojento? – perguntei passando o remédio em sua cocha.

– Sexo!

– Bem, todo mundo pensa isso até experimentar! – eu disse – Não me diga que você é virgem?

Ela corou: - E o que te importa?

– Mal educada!

– Intrometido!

– Loira idiota!

– Lerdo!

Por que diabos todo mundo me chama de lerdo?

Terminei e me deitei ao seu lado, ela pareceu desconfortável por um momento, mais dividiu o travesseiro comigo.

– Por que você fica com ela? Ta na cara que vocês não se curtem! – ele disse com tom abafado.

– Rachel é popular! Eu sou popular, o povo associa as coisas e agente concorda.

– Ficar por ficar.. – ela adivinhou – Vai me levar pra almoçar mesmo?

– Sim..

– E se eu não quiser ir..

– Eu te obrigo!

– Tenta a sorte panaca! – ela se levantou e eu segurei seu corpo contra o meu, ela não era nada grande, na verdade era até nanica, embora eu não possa reclamar, era o menor da sala na parte masculina. A Selena sem salto alto já fica maior que eu.

– Não me desafie Loirinha!

Ela grunhiu, eu estava com as mãos em sua cintura ela se endireitou e fitou o próprio corpo, o espelho que dava para a porta mostrava nos dois em um jeito bem sinistro. Quase como se gostássemos um do outro.

– Você é mais linda que ela sabia! – ela me fitou pelo espelho, dessa vez não corou nem nada.

– Não quero ficar com você Perseu, se é essa sua intenção!

Mais que mina chata!

– Ah, vai arrumar o que fazer garota chata! – sai de trás dela e seu corpo caiu na cama – Nem te elogiar eu posso?

– Não quando esse elogio tem intenções que me deixam envergonhada!

– Larga de ser maluca! Só te chamei de linda – a fitei profundamente – Sabe quantas garotas ouviram isso de minha boca?

– Todas que você já pegou e quer pegar? – ela arqueou uma sobrancelha perfeita.

Bufei, Annabeth significa problema! Mais eu adorava uma garota difícil!

– Não, a única pessoa que é realmente importante em minha vida. Minha mãe!

Ela pareceu meu estranha depois que eu disse isso.

– Você é próximo de sua mãe? – estranhei a pergunta.

– Sim, ela tecnicamente mora comigo aqui, foi a escolha dela depois de meu pai me mandar para cá! – respondi a fitando, ela não olhou em meus olhos. Apenas suspirou.

– Sinto falta da minha! Pensei que ficaria ao meu lado... – ela apertou os olhos com força.

– Talvez ela ainda fique.. – tentei reconforta-la, mais acho que não colou.

– Onde vamos almoçar?

– Tem uma lanchonete aqui perto.. só que, é só pra quem tem fortes contatos! – sorri comigo mesmo com uma piada em particular.

– Sei, você costuma rir sozinho com coisas idiotas que você mesmo fala?

Agora sim, está declarado! Ela é insuportável!

– Larga de ser idiota! E ande, temos lugar reservado!

– Tem bacon lá? – ela me fitou – Eu gosto de bacon!

Sorri, ela era uma das únicas garotas que já disseram isso na minha frente.

– Se eu disser que tem você para de reclamar?

– Dificil! – mais ela sai do quarto e me esperou no corredor.

– E então, o que você fez para parar aqui?

Hesitei.

– Me envolvi em uma briga de família... – odeio mentir – E acabei pegando um carro e atropelando uma criança!

Ela me fitou. Fitou. E eu me senti desconfortável.

– Se você ta dizendo... – ela deu de ombros.

Chegamos na lanchonete e eu logo peguei meu lugar de costume. Peguei o cardápio e Annie pegou o dela.

– Posso pedir o que eu quiser não é mesmo? – ela me fitou com aqueles olhos cinzas por cima do cardápio, e a única coisa que eu consegui dizer foi “sim”

– Otimo! – ela chamou o garçom – Eu quero um X-Tudo e uma porção de batata frita. Um Milk-shake duplo de Ovomaltine! Capricha no Ovomaltine por favor!

Fiquei olhando pra ela. Na minha mente, de tanto que saia com Rachel e ela só pedia salada eu acostumei a não me importar. Mais Annabeth Chase vem me surpreendendo cada vez mais!

– E quando vai me contar sobre aquilo?

– Não posso, e você sabe disso!

– É claro que pode, se você pensa que me enganou falando que eu tenho que descobrir sozinha...

– Annabeth Chase, você já passou pelo mais complicado! – olhei fundo em seus olhos, capitando a inteligência que eu sei que existe lá – Uma garota extremamente inteligente pode descobrir isso rápido! É só uma questão de tempo.

Ela de repente pareceu mais interessada em seu guardanapo do que em falar comigo.

– Você me acha inteligente?

Sorri.

– Sim, só uma pessoa inteligente pode me confrontar!

– Fala isso como se fosse o Todo Poderoso! – ela me fitou e eu percebi uma brilho no seus olhos. Um lindo brilho.

– E eu sou! – suspirei

– Parece estar aliviado por eu ter sobrevivido! – ela disse remexendo no papel – Percy, se fosse para você largar a Rachel você largaria?

– Não! Por que eu não estou com a Rachel.

– Mais você vai sair com ela hoje à noite! – ela bateu com uma força bruta na mesa quando o garçom chegou assustado.

Depois que ele entregou os pedidos e saiu ela começou a comer como se fosse a ultima comida da face da terra. E acho que para ela era mesmo!

Comemos em total silencio e foi assim até chegarmos no Reformatório e eu parar no quarto dela. Fique encarando aqueles olhos sinistro por tanto tempo que nem me dei conta que ela estava esperando que eu dissesse alguma coisa.

– Entãao...

– Você vai fazer que aula extra? – perguntei meio sem saber, ela me deixava confuso.

– Estava pensando em musica, toco piano bem.

Aquilo me surpreendeu.

– Você toca... piano? – fitei-a ainda mais, e por um momento parecia que ela estava ficando desconfortável.

– Nunca toquei em publico, é meio estranho pra mim subir em um palco e tocar e cantar... – ela estremeceu – a ultima vez que eu tentei vomitei em cima da minha professora de português, foi a pior experiência de minha vida!

– Mais, então você quer ser cantora? – tentei mudar de assunto, já que eu vi que aquela coisa de palco a deixava bem chateada. E me surpreendi quando seus olhos se iluminaram.

– Na verdade eu quero ser arquiteta. Sabe é o meu sonho! Desde de pequena! – ela abaixou o olhar – Minha mãe é arquiteta.

Aquele assunto a intrigava. E isso me deixava totalmente estranho, eu queria abraça-la e tirar aquele semblante triste e amargo, coberto de raiva e desespero por um mãe que não ficou ao seu lado na hora que ela mais precisava.

– Eu vou entrar...

– Te encontro amanha na aula então... – eu disse meio desconfortável. Sentindo uma vontade maluca de entrar no quarto dela.

– Tá bem, você faz que aula extra? – ela abriu a porta e me olhou.

– Natação, sou o líder da equipe de natação!

– Você não perde a chance de se gabar não é mesmo? – ela arqueou uma sobrancelha perfeita.

– Eu preciso me gabar por que eu sou o cara! – eu disse sorrindo. Ela revirou os olhos. E entrou, depois abriu a porta e me disse “obrigada”