15h20mim Domingo

A correria rolava solta, era gente indo para o norte, para o sul, para todos os lados que a rosa dos ventos soprasse eles estavam lá. Mirella gritou entusiasmada:

–Achei! - Mas logo em seguida, quando todos olhavam para ela ela disse: Não achei, era apenas um buraco de ventilação!

O povo logo voltou a correr, alguns olhavam pelo chão, procurando um alçapão e outros como Joanne olhava para o alto na paranoia de que havia um cômodo de vidro no piso superior da casa, doida, doida a coitada.

A real é que ninguém sabia ao certo o que estavam procurando, a ideia de uma passagem secreta vasculhava a mente dos pobres confinados e eles abriam o consciente e o inconsciente para pesamentos e imagens mirabolantes de como seria a tal passagem e o que achariam lá dentro. Zacky que estava fora da prova gritava:

–O Victor olha ali de baixo! - E outras coisas mais, mas a tentativa era em vão.

Enquanto todos olhavam fora da casa, Henrique olhava-a por dentro, na esperança de achar o pote de ouro no final do arco íris, ou melhor, o bilhete de baixo da cama de Aya. Ele correu até o pátio e chamou a todos para ver o que ele tinha achado, na verdade, o bilhete mandava ele fazer exatamente isso. Todos reunidos no quarto Ice, Henrique arrastou a cama e pegou a chave que acompanhava o tal bilhete misterioso. Ao inserir a chave no buraco da fechadura do alçapão, uma música de suspense começou a tocar e os participantes ficaram sem saber o que estava acontecendo. Henrique virou a tranca e abriu o alçapão deparando-se com uma caixa de veludo preta com um laço vermelho em cima.

–O que será que tem aí? - Perguntou Aya, a música de suspense estava mais forte e vibrante, como se eles estivessem prontos para achar o que procuravam.

–A Aline não falou que agente procuraria um cômodo? - Perguntou Jô.

–Sim, mas isso é uma espécie de fundo falso. - Disse Júlio sucintamente.

–Abre logo isso aí! - Disse Mirella nervosa.

–Zacky, presta atenção nessa batida, da um bom rock! - Falou Victor prestando atenção na música.

Zacky meneou a cabeça concordando.

Henrique finalmente abriu a caixa e a surpresa? Outro caixa idêntica porém menor.

–Que clichê! - Disse Joanne.

–Se um aprendiz de estilista meu fizesse uma coisa clichê como essa... Eu costuraria a cara dele! - Falou Mirella descontraída, seu jeito forte e imponente falara mais uma vez.

Henrique abriu a outra caixa e a surpresa? Pergunto novamente, uma carta. Ele abriu também a carta e leu em voz alta para todos ouvirem:

–O Televida tem o prazer de anunciar que você achou a única pista que nós deixamos pela casa, acho que está desesperado (a) para procurar até em baixo da cama. Mas vamos ao ponto, a passagem secreta está no lugar que todos frequentam, dentro ou fora da casa, aquele lugar que pode representar força e poder, que pode relembrar emoções e coisas inesquecíveis, onde se pode criar e reinventar, algo bom para você e ruim para os outros, ou bom para todos, nesse lugar a magia acontece e dentro de uma caixinha metálica, tampada ou não, você acha e relembra a felicidade, essa caixinha muitas vezes é grande, outras pequenas, redondas, quadradas, ovais, achatadas, explosivas. O lugar que o Televida tenta indicar tem todas essas características, basta pensar em todas elas, para encontrar a respostas.

–Não entendi nada! - Disse Aya resmungando depois algo em coreano.

–Também não fixei a charada amiga. - Respondeu Jô.

–Gente pensa, o lugar transmite poder, lá você pode criar e reinventar, uma caixinha metálica, as vezes grande, pequena, explosiva. Isso lembra alguma coisa? - Perguntou Júlio.

–Me lembra uma panela, caixinha metálica é metáfora, explosiva? Panela de pressão? - Disse Henrique.

–Você tem o poder, o poder de criar, reinventar e depois lança tudo em uma grande, pequena ou explosiva panela. Cozinha! - Disse Victor correndo pelo corredos enquanto os outros iam atrás dele.

O povo na cozinha e barulho completo, era panela indo para o chão para o lado, pessoa atrás de talher, vasculhando tudo, era uma loucura. Até que Victor olhou fixamente para a portinha em baixo da pia e viu uma chave pendurada na maçaneta.

–Achei, agora sim! - Disse ele confiante.

Victor pegou a chave e inseriu na tranca e uma música de suspense tornou a tocar, foi aí que Zacky disse:

–Não tenha tanta sede Victor!

Victor abriu e um painel estava lá dentro, um botão grande e vermelho comunicava: "Aperte-me".