Simplesmente Complicado escrita por THPuppeteer, Nori


Capítulo 4
Novos Amigos. Novos Perigos.


Notas iniciais do capítulo

K: Yooo Pessoas!
T: ~Le atrás da parede~ Yo..
K: O que foi feta? e.e
T: Acho que você se esqueceu que nós ficamos... Sei lá.. Uns 5 meses sem atualizar (o(
K: - ....... Tenho certeza que nossos leitores nos perdoarão depois desse Cap. HUE
T: Isso se tivermos tivermos leitores e.e
K: ......... Breve teremos menos uma escritora também se tu não ficar quieta!! e.e
T: *cof *cof OKAY! Pessoas, a nee-san tem umas tretas pra falar pra vocês MUAHAHA
K: e.e ... Bem u.u,esse Cap apresenta algumas palavras que vocês TALVEZ terão dificuldades pra entender.
T: E precisa de toda essa formalidade?
K: Calada e.e . Enfim OwO aqui vai as palavras:
T: Ho ho!! Dexa eu falar deixaaaa??? 3
K: -.... Meu Deus, mina loca ¬¬ Vai la trem.
T: Hai! A primeira: Irromper = entrar, aparecer, brotar, surgir de repente.
E a segunda: Cordial= Amável, afetuoso.
K: Ta feliz agora? Vai conseguir dormir? e.e
T: ... Vou 3
K: Então ta! Esperamos que gostem desse Cap por que ele promete! O3O
T: Hai hai!! Esperamos que gostem e nos vemos nas notas finais MUAHAHA õ/



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–Bela droga… - Sussurrou Tsuki, cerrando os punhos, mirando o monstro que se aproximava lentamente de si e de sua irmã. A morena voltou-se lentamente pra Kaori, procurando em seu rosto algo que aliviasse a tensão. – Nee-san? Ei... Nee-san.

Tsuki arqueou sua sobrancelha, reparando o olhar perdido da irmã. Parecia que haviam a congelado. Ela não se mexia, mal se podia notar os movimentos de seu busto devido a respiração. Chamou-lhe de novo. Novamente, sem resposta.

–Ou!! Capeta!! Eu to falando com você! – Gritou a menina, virando-se pra irmã com as mãos na cintura. Ainda sem receber resposta, irritou-se. – NEE-SAN!!

Tsuki ficou fitando a morena a seu lado, impaciente. A mesma continuava sem reação, até que viu suas sobrancelhas estreitarem-se sobre os olhos por detrás dos óculos. Ao perceber a expressão da irmã, virou-se lentamente pra onde ela estava encarando.

–Tsuki, pro chão. AGORA!! –Kaori gritou, pronunciando-se finalmente, agarrando os ombros da irmã, forçando o corpo da mesma no chão, conseguindo escapar, por pouco, do pesado corpo do Hollow que havia se jogado na direção delas. O Hollow, devido à velocidade na qual jogara seu próprio corpo, acabou chocando-se com a enorme parede de tijolos do lado oposto da rua. Devido ao enorme impacto provocado pelo Hollow, a parede se desfez em milhões de pedaços, que voaram pra todos os lados, graças a energia liberada pela pancada. Os estilhaços de tijolos foram lançados diretamente contra as meninas que, mesmo protegendo olhos com braços e pernas por causa da explosão, acabaram com suas roupas rasgadas pelos afiados fragmentos.

Cessada a ventania de fragmentos e poeira, as meninas se permitiram levantar, analisando os estragos feitos pelos fragmentos. Suas roupas estavam desfiadas e com diversos cortes, assim como suas peles, cobertas por cortes superficiais. Pelo menos, a maioria deles. Ao inspecionar seus cortes, Kaori reparou em um pedaço de tijolo cravado em sua perna direita. Como um band-aid, retirou-o de uma vez, puxando pelo mesmo sentido no qual havia perfurado-lhe a perna. Um fio de sangue começou a escorrer por sua pele, porem nem deu muita importância. Estava mais preocupada com o Hollow, que agora se levantava e virava-se novamente na direção delas.

Ao ver aquela criatura levantando-se novamente, com nenhum dano em suas viçosas escamas, Tsuki sentiu seu corpo se contrair e arrepiar-se, logo começando a formigar. Mesma sensação de momentos atrás, porem mais forte. Como se algo dentro dela lutasse pra se libertar. Sacudiu a cabeça, tentando expulsar aquelas sensações de si, porém só se fez piorar, notando a fraqueza em suas pernas, sua visão tornando-se turva. “Droga... Definitivamente não era uma boa hora pra desmaiar.”. Pensou consigo mesma.

Ainda perdida em seus próprios pensamentos, no meio do conflito de sensações que se alastravam em seu corpo, mal percebeu o Hollow avançar sobre ambas novamente, não conseguindo desviar-se direito, sendo acertada em seu braço pelos espinhos que o monstro continha em toda a extensão de sua calda.

–Droga Tsuki! Você está bem?–Exclamou Kaori, alarmada, ao ver a irmã ser atingida. Tsuki segurou seu ferimento com sua outra mão, sentindo o sangue quente escorrer por sua pele. Fitou sua roupa, percebendo o rasgo enorme que havia feito nela, mesmo não tendo ferido-a. Cerrou os dentes, assim como os punhos, dando as costas ao monstro, indo em direção a uma pilha de destroços que remanesceu do outro lado da rua.

Kaori, fitando a irmã sem entender o que a mesma pretendia, seguiu-a. Ao parar para fitar o Hollow por um segundo, já notara a irmã voltando. Tsuki andava de volta com calma, enquanto tinha os olhos do Hollow fixos nela. Ao aproximar-se cada vez mais da criatura, retirou de trás das costas um grande tronco de arvore que encontrara na pilha de destroços, erguendo-a com as duas mãos sobre a cabeça, retribuindo o olhar assassino ao Hollow.

–Vai pagar por ter rasgado minha blusa favorita, desgraçado. –Rosnou Tsuki, com um sorriso psicótico formando-se em seus lábios.

A morena começou a avançar na direção da criatura, que já se preparava para arremessar ela e aquele tronco pra outra cidade. Tsuki, ao deixar seus braços caírem por sua cabeça, descendo o tronco num pesado movimento, se viu incapaz de dar continuidade ao movimento ao sentir a mão de sua irmã agarrando firmemente o tronco no ar, imobilizando-o. De onde ela havia tirado aquela força, nenhuma das duas sabia.

–O que pensa que está fazendo? –Indagou a morena, fitando Tsuki seriamente com seus olhos castanhos. Apertou fortemente o tronco com sua mão, arrancando-lhe das mãos de Tsuki e arremessando-o longe. Tsuki, por sua vez, enterrou suas sobrancelhas sobre os olhos, franzindo sua testa.

–Droga nee-san! Você não me deixa fazer nada! Tem um monstro do tamanho de um prédio querendo nos matar e você espera que eu não faça nada? Fique somente aqui, desviando da morte certa pelo tempo que eu conseguir? Por que razão eu deveria prolongar minha morte? Se for pra morrer, que eu morra lutando! – Tsuki foi derramando mais e mais reclamações e gritos sobre os ouvidos da irmã, que, pro seu infortúnio, não estava prestando a mínima atenção a nada que a outra falava. Focava-se no céu escuro daquela noite. Seu olhar perdido no horizonte além do monstro. Podia jurar ter visto um vulto negro passando por ali. Por um segundo, fechou os olhos, desejando que fosse aquele maldito Shinigami. Esperava que ele chegasse ali a tempo, pelo menos, de impedir que sua irmã acabasse se machucando ainda mais.

–Oi? Nee-san? Não acredito! Você ouviu alguma palavra do que eu disse? – A morena foi tirada de seus pensamentos ao ouvir os berros de sua irmã, enquanto a mesma passava a mão em frente a seu rosto pra chamar-lhe a atenção. – Nossa, tu viajou agora, viu? Até pareceu com-

–Tsuki, no chão. Rap- Kaori, já em plena consciência novamente, empurrou a irmã que falava que nem pobre na chuva para o lado, ao ver o monstro erguendo suas garras, mirando as duas. Kaori, antes que pudesse ela mesma se desviar, conseguiu sentir as afiadas garras do monstro rasgando-lhe a pele, sendo atirada contra grades de um portão perto de lá.

Tsuki fitou ao longe o corpo da irmã chocando-se contra os pesados portões de ferro. Sentiu a raiva crescendo, seu corpo ardendo, como se o que corresse em suas veias fosse o mais quente vapor. Podiam machucá-la, cortá-la, quebrá-la em duas, mas não pusesse um dedo em quem ela amasse. Principalmente em sua irmã.

–Você quer matá-lo, não quer?- Ouviu, em meio aos berros em sua cabeça, um sussurro. Aquela mesma voz do dia anterior. –Quer ver seu corpo estendido no chão, em vários pedaços. Não é mesmo?

Sacudiu a cabeça, como se quisesse expulsá-lo de sua mente. Aquela não era a hora ideal de discutir com seu “eu lírico”. Não mesmo.

Recuperando a consciência lentamente, Kaori ergueu sua cabeça com dificuldade, pondo uma de suas mãos sobre o machucado que se formara em sua têmpora. Com suas pálpebras pesando sobre os olhos e sua vista embaçada, correu demoradamente seu olhar sobre o Hollow, que parecia estar esperando-a para acabar com ela, ignorando Tsuki, que parecia perdida em seus pensamentos, fitando um ponto aleatório. Desceu mais sua visão, até deparar-se com o próprio corpo, estirado sobre o portão de ferro, que encontrava-se no chão sob ela, deformado.

Um cheiro forte impregnou-lhe as narinas. Forçou suas vistas, vasculhando melhor seu corpo. Levantou seu braço direito, sentindo uma dor aguda percorrer por todo seu corpo, vendo assim as marcas que o golpe havia lhe proporcionado. As garras do Hollow acertaram-lhe em cheio, provocando o corte desde sua cintura até o fim de sua coxa direita. O sangue escorria livremente, ensopando-lhe a roupa. Levou sua mão até a ferida, de onde escorria o sangue, sujando sua mão com o líquido denso e quente. Com a mão tremula, levou-a até frente a seus olhos e ficou encarando-lhe, como se o estivesse admirando. Sentiu um estranho arrepio correr por seu corpo, algo quente. Ao mesmo tempo em que sentia frio por dentro, como se um vento gelado soprasse e envolve-se seu coração, sentia seu sangue aquecer-se por debaixo de sua pele, fazendo-a se sentir estranhamente bem. Viva. Poderosa.

Foi retirada de seus devaneios ao ouvir o grito de Tsuki, que escondera-se atrás de um dos muros de tijolos restantes, tal qual o Hollow havia acabado de derrubar com sua calda cheia de espinhos. Reunindo toda sua força e ignorando a dor, pôs-se de pé tendando tatear seu caminho em direção à irmã. Não importava a dor que estivesse sentido, não podia deixá-la sozinha.

O Hollow aproximou-se mais de onde a morena encontrava-se apoiada, quebrando a última parede de tijolos restantes, quase acertando o braço da menina que, por sorte, conseguiu desviar a tempo. Ao se encontrar sem onde se proteger, Tsuki começou a rodar o local com os olhos, procurando um local pra poder se esconder. Droga, odiava aquilo. Odiava se sentir impotente, sabendo que não podia se defender e nem mesmo defender sua irmã. Ter de ficar se escondendo como um bicho indefeso. Fugindo como um rato fugiria de um gato.

–Você esta cansada de se esconder, não é mesmo? –A voz, mesmo num sussurro, calou todos os seus altos pensamentos. –Se é poder o que você deseja, eu posso dá-lo a você.

–Cala a boca! Agora não é a hora de conversar comigo! – Tsuki rosnou, fechando os olhos com força e segurando firmemente a cabeça, sentindo pontadas de dor.

–Tsuki, o que você esta fazendo? –Perguntou Kaori, chegando perto da garota, fitando-a preocupada. A outra, por sua vez, sacudiu a cabeça, mirando a irmã logo em seguida. Respondeu-lhe que estava bem, dando-lhe um pequeno sorriso, que a de olhos castanhos encarou com desconfiança.

O Hollow avançou mais algumas vezes sobre as meninas, que conseguiam desviar com o máximo de rapidez que seus corpos machucados as permitiam. Tsuki sentia as pontadas em sua cabeça piorarem, sua visão novamente ficar embaçada e suas pernas fraquejarem. “Droga”. Pensou ela. Daquela forma não aguentaria muito tempo.

–O que você quer com isso? Provocar a minha morte de uma vez? –Sussurrou Tsuki, falando-lhe por entre os dentes. –Pode ir em frente. Você sabe que eu não ligo pra isso.

–Se não se importa, porque tenta fugir dela? – A voz perguntou num tom pesado, soltando um pequeno riso. A morena cerrou fortemente os punhos, cravando as próprias unhas em sua palma.

– Eu NÃO me importo com a morte! – Gritou ela. – Eu NÃO me importo de morrer aqui, lutan-

Lutando pela vida? –Ouviu-se outro riso. – Um pouco irônico, não acha?

Tsuki calou-se por um momento. Deus, queria que ele estivesse bem em sua frente, iria dar-lhe um belo de um soco na cara.

–Você diz que não se importa com a morte,– Retomou seu tom sombrio e sério. – Mas e sua irmã? Não se preocupa com ela?

Ao ouvir isso, o sangue de Tsuki gelou da cabeça aos pés.

–E aqueles dois idiotas? Não se preocupa com eles também? – Sua voz era dura e parecia impenetrável, como uma fortaleza. Tsuki cerrou seus olhos com força. Sim, podia não se importar com sua própria vida, mas não precisava nem perguntar em relação a vida de sua irmã e de seus amigos. Poderia morrer lutando sim, mas não precisava ser por sua própria vida. Morreria de bom grado pela deles. Sem pensar duas vezes.

–Ei, não chame meus amigos de idiotas, seu idiota! – Retrucou a morena, repousando sua mão em sua testa, procurando massagear o local que doía. – E depois, você fica ai falando e falando, quando ajudar que é bom nada!

Kaori ouvia tudo aquilo boquiaberta. Tsuki era louca, mas não no ponto de ter que ser internada. Ela era inacreditável...Um monstro bem a sua frente, pronto para estripá-la e ela gritando com seu interior...

– Tsuki... Você esta bem? – Perguntou Kaori, segurando no ombro da irmã que abriu os olhos.

A morena fitou o chão por alguns segundos, antes de fechar a cara em um tom raivoso.

– Para de gritar comigo, seu grosso!

Kaori, com o susto, soltou o ombro da irmã, recuando alguns passos. Pensava se não era algum poder do monstro a frente delas, já que o mesmo não havia atacado desde então.

– Eu não to gritando! – Disse Kaori. Tsuki olhou-a assustada.

– O que? Do que você esta falando? – Perguntou a morena, olhando Kaori com sua face curiosa.

– Ham? Você que... – A morena se aproximou de Tsuki novamente, dessa vez com menos paciência. – Você que esta dando a louca!

Tsuki mais uma vez olhou para o nada, fechando os olhos e abaixando a cabeça, que, depois de alguns segundos, levantou furiosamente.

– Ah, cala a boca! E não fala mais comigo!

Kaori, já brava com a bipolaridade estranha da irmã, acabou metendo um tapa em sua cabeça, fazendo a mesma soltar um leve grito.

– Por que isso!?

– Eu que pergunto! O monstro só falta sentar pra assistir você e sua loucura e... – A morena se interrompeu ao sentir a terra dar leves tremidas.

Olhou receosa para frente, vendo aquele grande ser espinhento correr para elas, soltando seu ensurdecedor e horrível rugido. Tsuki olhou assustada para frente assim como Kaori, mas não daria tempo de desviar. Ambas se abraçaram e se encolheram no chão, ouvindo o Hollow dar o ultimo rugido. O ultimo que elas provavelmente ouviriam.

Passado alguns segundos, ambas estranharam ainda estarem respirando. Kaori olhou receosa para cima, vendo algo branco tapar sua visão. Com o número seis estampado nas costas, junto com uma cabeleira negra. Mais a frente outro com a mesma roupa, com a diferença de um número dez e uma cabeleira branca. O Hollow havia parado com uma espada fincada em sua calda e outra em seu pescoço. O de cabelo branco, desviando o olhar do Hollow, pegou um celular, mas logo parando ao sentir a pressão sobre sua espada e a calda espinhosa do Hollow tentar acertá-lo, sem muito sucesso. Com um golpe seguido de um grito de dor, seu corpo foi se desfazendo, assim como foi com o anterior, cujo aquele Shinigami de cabelo laranja matou.

Os dois se uniram. Um meio emburrado, jogando o aparelho celular completamente destruído no chão, logo depois soltando alguns palavrões.

– Q-quem são eles? – Ouviu Tsuki perguntar. Sua voz estava fraca e seu corpo tremia levemente.

Não havia visto muita coisa, apenas Kaori a segurar e a abaixar, logo depois ouvindo um barulho. Ninguém falava em sua cabeça, mas sua dor estava aumentando.

Kaori via perfeitamente que Tsuki não estava bem. Suspirou segurando a irmã pela cintura e a levantando. Olhou os dois homens a frente, vendo que ambos nem estavam prestando atenção nelas.

– Ei. – Chamou-os, sem ter nenhuma resposta. Eles nem se quer direcionaram seus olhares para ela. – Ei! Eu to falando com vocês!

Dado seu grito, os olhares se direcionaram para elas. O do moreno um olhar arrogante, indiferente. O de cabelo branco não era diferente, somente demonstrando um pouquinho mais de raiva. Talvez pelo seu aparelho celular quebrado. Kaori continuou a fita-los, sem dizer uma palavra, esperando que eles mesmos dissessem algo. Talvez um ‘’ vocês estão bem?’’.

O silencio só serviu para deixá-la mais nervosa. Mas algo a deixou curiosa. Os dois, logo depois de fita-las, começaram a falar entre si. Kaori tentou ouvir, não tendo muito sucesso. Logo os dois vinham em sua direção.

– Vocês vem conosco. – O moreno disse, com sua vos grossa e seu olhar superior. Kaori arqueou a sobrancelha.

– Hora, e desde quando você tem o direito de mandar em mim? – Perguntou, com o mesmo tom de arrogância que lhe foi usado. – Eu nem te conheço.

O moreno apertou o olhar, olhando para o outro a seu lado. Esse fechou os olhos, mas, quando foi dizer alguma palavra, o pequeno grito de Tsuki o interrompeu.

– Nee-san! – Kaori tentou segura-la, assim que sentiu seu peso aumentar. Sua irmã só não foi ao chão por que foi segurava firmemente pelo homem de cabelo branco. Mesmo com seus olhos demonstrando experiência, seu corpo e altura diziam que ele era um adolescente de quinze ou dezesseis anos. Era estranho.

– O que ela tem? – Ele perguntou. Sua voz era um tanto grossa.

– Eu não sei. Começou desde que aquele monstro apareceu... – Respondeu Kaori. Ela não estava mais ligando se eram estranhos ou não. Algo estava errado e, eles pareciam saber a resposta para tudo aquilo.

Novamente os homens se encararam, ambos sérios, para logo depois encarar Tsuki, como se estivessem examinando-a. Kaori ficou mais preocupada.

– Ela vai ficar bem? – Perguntou. Sua foz saiu calma, mas em seu interior estava com medo. Medo de perder sua irmã. Sua única amiga. E o silencio como resposta só a deixou mais aterrorizada. – Por que vocês –

– Vamos levá-la para o Kurosaki até conseguirmos nos comunicar com a Seireitei. – Foi interrompida pela voz do menor, que ajeitou Tsuki nos braços e começou a andar, sendo acompanhado pelo outro, que mantinha seu olhar fechado. Kaori bufou. ‘’Quem diabos é Seireitei!?’’ Pensou.

Apressou os passos para segui-los assim que deduziu que eles não a chamariam, mas logo parou, se lembrando de Gom e Karyuu. Droga...

– É... E quanto aos meus amigos? – Perguntou, assim que conseguiu se aproximar deles.

– Eles estão vivos ainda? – Perguntou o moreno, com sua indiferença.

– E-eu não sei... – Responde Kaori, olhando receosa para trás, onde estavam Gom e Karyuu. – Eu acho que vocês deveriam examiná-los.

Os dois novamente se entreolharam, como se estivessem esperando alguém dizer algo. Kaori continuava a fita-los, dessa vez com os braços cruzados. O que diabos eles estavam esperando?

Foi tirada de seus devaneios ao ouvir o suspiro nervoso do menor que segurava Tsuki. Esse direcionou sua visão para Kaori, olhando-a com raiva. A morena apenas o fitou com seu olhar indiferente. Não sabia o porquê, mas ele não parecia alguém com quem deveria se preocupar.

– Byakuya, você fica e ajuda aquela menina com eles e eu levo essa aqui para o Kurosaki. – Disse, erguendo Tsuki um pouco mais, já que a mesma estava começando a escorregar.

– E você acha que eu vou deixar você levar a minha irmã SOZINHO pra um lugar que eu nem sei onde fica? – Kaori perguntou, arqueando a sobrancelha.

– Ou você vai com ele, ou fica com seus amigos. – O moreno disse, cruzando os braços e fechando os olhos. – E então?

Kaori pela primeira vez quis matar uma pessoa. Como ele podia ser tão arrogante? Tão desprezível? Suspirou cansada, indo para o lado do moreno.

– Tudo bem... – Disse com os braços cruzados, vendo o rapaz se distanciar deles com Tsuki nos braços. Se ela souber que a trocou pelos garotos...

Batia pela terceira vez -e já um pouco irritado- àquela porta branca. Estava com aquela menina no colo à pelo menos meia hora, fora o tempo que esteve parado em frente à casa dos Kurosaki. Fitou-a por alguns segundos. Seu corpo sujo, sua roupa rasgada e em alguns lugares, manchas de sangue. Em sua testa também se encontrava um pequeno galo, sua respiração estava meio fraca e seu cabelo bagunçado. Parecia que tinha ido a uma guerra, mas algo estava errado com ela. Ela parecia fraca, mas sentia sua Reiatsu forte e poderosa... Nunca havia visto algo parecido. Havia sentido a mesma coisa na irmã, mas a daquela menina era completamente diferente. Era mais... Densa. Como se houvesse mais de um ser habitando aquele corpo.

Balançou a cabeça, tentando expulsar aqueles pensamentos. Teria tempo para aquilo mais tarde.

Depois de mais algumas batidas e alguns longos segundos, a porta é aberta, revelando um rapaz sonolento e emburrado.

– Já era hora! – Exclamou o rapaz de cabelos brancos, olhando para o mais alto com seus olhos turquesa. Esse apenas o olhou meio confuso.

– Toushirou? O que você faz aqui?

– Estou fazendo o seu trabalho. Você não deveria estar vigiando a cidade? – Sua voz já estava menos raivosa, mas sua face irritada ainda permanecia em seu rosto. –E é Hitsugaya taichou para você. - Ichigo bufou, coçando a cabeça antes de se explicar.

– É que a Rukia foi para a Seireitei e eu... – Parou ao ver o que o rapaz carregava nos braços. – O que é isso!?

– Um Hollow a atacou. – Respondeu, entrando na casa do rapaz. – Se eu e o Byakuya não tivéssemos chegado a tempo, ela e a sua irmã estariam mortas.

– Droga... – Murmurou, fechando a porta. – E a irmã, esta bem?

– Sim. Ela ficou com o Byakuya para cuidar dos outros que estavam feridos. Não devem demorar a chegar.

Os dois seguiram para o segundo andar da casa, onde entraram no quarto do rapaz, colocando a moça na cama. Toushirou sentou-se em uma cadeira enquanto o dono da casa permanecia em pé, olhando para a morena com remorso.

– O que você tem? – Perguntou o grisalho. – Parece até que você a conhece.

–E conheço. – Respondeu, olhando para o outro com pesar. – Eu a salvei e a sua irmã noite passada, não esperava revê-las tão cedo.

Toushirou olhou para a morena, que permanecia desacordada. Ela já deveria ter acordado. Repousou sua mão em sua testa. Ela estava com febre, mas pelo menos, sua respiração estava ficando mais forte e seus cortes não sangravam mais.

– Ei, Toushirou... – Ouviu.

– É Hitsugaya Taichou.

– Você também percebeu não é?

Toushirou cerrou levemente os punhos. Então Ichigo também notou a Reiatsu da menina. Iria responder, mas o barulho vindo da janela o interrompeu.

– Ei! Eu tenho porta sabia!? – Gritou Ichigo assim que viu Byakuya entrar pela, acompanhado de uma Kaori um tanto assustada. Não entrava em janelas no segundo andar de uma casa com tanta frequência.

– De que adianta ter uma porta se você não vai atender os que batem nela? – Retrucou o moreno, fechando os olhos, em sua pose de superior. Ichigo bufou, passando sua atenção para Kaori que o olhava com raiva.

– Ah não... – Murmurou. Levaria mais patadas...

– Então você é o tal Kurosaki? –A morena disse-lhe, enquanto ajeitava a roupa depois de adentrar o quarto.

– Sim eu—

– A minha irmã esta bem? Ela não já acordou?

– Ainda não. Mas ela esta se recuperando.

Kaori fitou a irmã. Se aproximou dela, colocando uns fios atrás de sua orelha. Era estranho vê-la daquele jeito. Parecia que... Não iria mais acordar. Culpava-se pela irmã estar assim. E sabia que não era por causa do ataque do Hollow. Já havia notado que ela estava estranha desde que a viu falando sozinha na praça da escola, mas, era a Tsuki. Por mais estranho que fosse, era normal vindo dela. E agora, tinha medo de perdê-la...

– Vocês... Não sabem o que ela tem?

Toushirou e Byakuya se entreolharam. Era cedo de mais pra constatar alguma coisa. Sem falar que não sabiam como dizer alguma coisa para Kaori. Eram simples humanas, afinal de contas. Assustaram-se ao ouvir Tsuki murmurar algumas palavras. Kaori se aproximou da irmã, ajoelhando-se ao lado da cama, mantendo o ouvido o mais próximo possível do rosto da morena, a fim de conseguir decifrar qualquer coisa que ela balbuciasse.

Toushirou e Byakuya dividiram o olhar. Enquanto o menor voltava-se em direção à porta do quarto, Byakuya sinalizou à Ichigo a porta com um discreto movimento. O jovem, a princípio, não entendeu o que aquilo significava. Só se dirigiu a porta ao ver Toushirou olhando-o por cima do ombro, fria e duramente, assim como Byakuya. “Ok, ok. Era oficial. As coisas estavam mesmo sérias.”.

–Aonde estão indo? –Indagou Kaori, olhando os homens com os olhos desconfiados.

–Você foi ferida. Precisa ficar aqui um tempo para repousar. –Disse Byakuya, fitando a morena seriamente.

–Eu estou bem. – Retrucou a menina, pousando a mão em seu abdômen, agora enfaixado, como a maioria do lado direito de seu corpo. “Maldito Hollow”.

–Seus ferimentos estão somente enfaixados, não curados. Se se esforçar muito, o sangramento vai voltar. – Disse o moreno, cruzando os braços. – Não acho que seria capaz de cuidar de sua irmã caso isso ocorresse, não é mesmo?

Kaori fitou-o irritada por alguns segundos. Deu-se por vencida por fim, vendo que aquele cabeça-dura não iria ceder. Afundou-se na cadeira atrás de si, cruzando os braços e as pernas e bufando, deixado bem claro seu descontentamento.

Byakuya, vendo que saíra vencedor, pôs-se em direção a porta do quarto. Saiu e deixou-a encostada. Sabia que se fechasse, era capaz da garota voltar atrás e arrumar confusão. Quando já se via a sós com Ichigo e Hitsugaya, suspirou cansado, cruzando os braços. Não sabia por onde começar. Não sabia o que estava aconteceu. Era algo inédito vindo dele. Hitsugaya continha os olhos fechados enquanto Ichigo batia o pé, nervoso.

– Tudo bem. O que nós vamos fazer? – Perguntou o rapaz, olhando para ambos os capitães, sério. – Eu acho que esta na cara que elas não são simples humanas.

– De começo, devemos avisar o Yamamoto Soutaichou. – Disse Byakuya, ainda com os braços cruzados.

– Meu celular foi destruído pelo Hollow. – Comentou o menor, cerrando levemente os punhos. Levaria uma bronca.

– Tudo bem, eu vou perguntar o que nós faremos. Enquanto isso, vamos tentar examiná-las e descobrir algo que possa nos ajudar. Talvez devemos prendê-las ou mantê-las aqui. – Comentou Byakuya.

– Ei! Minha casa não vai servir de prisão para ninguém! – Disse o rapaz, levantando levemente a voz.

Antes de Byakuya prosseguir com qualquer outra palavra, o barulho de passos no chão e os rostos meio assustados dos homens a sua frente cortaram qualquer possível frase. Ao virar-se para a mesma direção, o olhar ameaçador que a morena lhe lançava o fez ter um leve pressentimento.

– Posso saber do que vocês estavam falando? – Sua voz grossa, fazendo a pergunta sair intimidadora… Pelo menos para Ichigo.

– Nada de muito valor. – Respondeu Toushirou, fechando os olhos.

–Estavam falando de mim e da minha irmã não estavam? – Perguntou, cerrando levemente os olhos e apertando mais os braços abaixo do busto.

– Por que você acha isso? – Perguntou Ichigo.

– Não sei. De repente eu senti uma vontade de espirrar. – Retrucou a moça, olhando-o com os olhos semicerrados. – As paredes têm ouvidos, e eu também. E, pelo que eu ouvi, vocês não pareciam estar falando de pessoas.

– O que você quer dizer com isso? – Perguntou Byakuya, direcionando seu olhar totalmente para a morena.

– Manter-nos aqui? Nos prender? O que acha que somos? Animais?

Dita a ultima da sequências de perguntas de Kaori, os três ouvintes ficaram em silencio, buscando, de alguma forma, dizer algo que negasse qualquer coisa a respeito do que foi dito.

– Acho que essa sua maneira de colocar palavras nas bocas dos outros é um péssimo habito e uma falta de educação. – Começou Byakuya. – Você fala que nós estamos tratando vocês como animais, mas, até agora você não fez parecer que você era uma humana e sim um animal.

– Desculpe, mas até agora eu não sei o que você é. – Disse Kaori, olhando Byakuya da mesma forma que ele a olhava. – Você é o que exatamente? Um E.T? Se quer saber, você não está se comportando muito melhor do que um animal, seu arrogante.

– Arrogante? O seu nível está muito abaixo pra falar alguma coisa sobre mim.

– Eu falo o que eu vejo, e o que eu vejo agora não é lá grande coisa. – Respondeu a morena, virando a cara logo em seguida. Byakuya sentia uma veia saltar em sua testa. Quando estava pronto para começar prosseguir a briga, o grito desesperado do quarto ao lado desperta tanto curiosidade quando medo em todos os presentes. Kaori, assim que reconheceu o grito da irmã, saiu em disparada, temendo ser algo sério. Logo atrás os três rapazes.

Ao adentrar o quarto de Ichigo, a visão de uma Tsuki olhando ao redor curiosa tirou um pouco a preocupação de Kaori. A mesma se aproximou de Tsuki, que a olhou sorridente, logo recebendo um abraço caloroso da irmã.

– Sua doida! – Dizia Kaori, enquanto segurava Tsuki firmemente. – O que aconteceu com você?

– Não sei bem… - Respondeu a outra, com sua voz falha – Eu via vermelho e… ouvia alguém me chamando. Eu sentia medo, mas, ao mesmo tempo, me sentia segura. Não sabia quem era… Mas eu sentia que o conhecia.

No mesmo instante, Hitsugaya e Byakuya se entreolharam, constatando o que já parecia ser obvio. Hitsugaya de aproximou de Tsuki, ajoelhando a seu lado.

– Você ouviu algum nome ou algo parecido? – Perguntou o rapaz, vendo a moça olhar para um canto qualquer, buscando lembrar-se do seu ‘’sonho’’.

– Nada além do que eu já disse. – Respondeu por fim, abaixando sua cabeça, que Kaori segurou.

– Você tem que descansar. –A morena disse, fazendo a irmã recostar-se na cama. –Temos que ir pra casa. – Disse por fim, tirando alguns fios de cabelo de Tsuki que haviam caído sobre seu rosto. Confortou a irmã por um tempo até a mesma começar a adormecer.

–Será melhor se ficarem aqui. Ela precisa descansar, como você mesma disse. – Respondeu Byakuya, levemente. –A viagem pode não ser boa para ela.

–Eu sei. Porém não podemos ficar aqui. Não é certo. –Kaori continuou, sem desviar o olhar da irmã.

–Olha, eu realmente não me importo se vocês ficarem aqui. –Ichigo irrompeu a conversa, cruzando os braços sobre o peito.

–E você? Vai dormir aonde? Na sala lá embaixo? –A morena retrucou, desviando o olhar de sua irmã, fitando o de cabelo laranja seriamente, porém, diferentemente, das outras vezes, não era um olhar duro ou frio. –Esse é seu quarto, não é?

Antes que Ichigo pudesse sequer retrucar, ou dizer qualquer coisa, Kaori voltou seu rosto novamente para a irmã, observando-a ser dominada pelo sono.

–Precisamos de você descansado e disposto. Afinal, proteger essa cidade de monstros como aquele não é seu dever? – A menina continuou, com seu tom sério, tal qual Ichigo já estava começando a se acostumar. –Não precisamos de mais pessoas feridas por aqui. –Completou, suspirando.

–Bem, como você pôde ver, mesmo com disposição total, ele não vem dando muito conta do trabalho. –alfinetou Hitsugaya, levemente ríspido, cruzando os braços e cerrando os olhos turquesa.

–Oe! Eu não tenho culpa se o número de Hollows não para de aumentar. Eu ainda sou apenas um. - Bufando e com uma veia saltando da testa, Ichigo retrucou.

–Isso é óbvio. Senão não teríamos sido mandados para cá para te auxiliar. –Byakuya respondeu, indiferente.

–Ora, seu ...- Ichigo cerrou os punhos, olhando para Byakuya com os olhos semicerrados, transparecendo sua irritação.

–Isso é meio irrelevante agora, não? –A morena cortou a discussão. Levantando-se do lado da cama de Ichigo, a garota ajeitou os óculos ao rosto e cruzou os braços. –Temos de ir pra casa o quanto antes. Antes que a manhã venha. ((ui, so mto poética né? :33 ASUASHUSH ta parei))

–Independentes disso, vocês devem permanecer aqui. – O de cabelos brancos se pronunciou. – Seria melhor para sua irmã ficar sob observação. A mesma coisa vale para você.

–A única coisa que vocês vão observar vai ser eu e ela saindo pela porta. – Kaori cortou, curta e grossa, como normalmente falava quando esta irritada. –Esse dia já foi cansativo demais. Se vocês querem nos fazer de ratinhos de laboratório e nos prender aqui para “observação”... Vocês vão ver como eu posso deixar de ser cordial em dois tempos.

Os capitães e Ichigo se desconsertaram por um momento, mantendo-se em silêncio. Toushirou e Byakuya trocaram olhares, tentando procurar um no outro algum tipo de resposta para darem à moça. Antes mesmo de se darem por vencidos, Ichigo bufou.

–Posso te dar uma mão para levar sua irmã para casa de vocês? – Ichigo pronunciou-se, pondo-se em pé, agora afastado da parede na qual suas costas estavam recostadas durante esse tempo. – Não que eu esteja insinuando que você seja fraca ou algo do tipo. Só acho que seria melhor você não se esforçar, devido aos seus ferimentos.

Ao ver o rosto de Kaori virando-se para ele e sua expressão se fechando, perdeu o fôlego ao pensar na patada que levaria a seguir. Depois da morena, também viu as expressões de Byakuya e Hitsugaya, fitando-o com certa irritação.

–Está certo. Acho mesmo sensato não acordá-la agora, por isso, agradeço a ajuda. –A morena disse, relaxando os ombros e deixando os braços penderem ao lado de seu corpo. Os três olharam-na com certa surpresa estampada em seus rostos.

Ichigo sorriu para a menina, suspirando aliviado em seu interior, feliz por ter escapado dessa. Foi aproximando-se lentamente de sua cama, levantando uma Tsuki adormecida e, com a ajuda de Kaori, a pondo em suas costas.

Logo após saírem de sua casa, Ichigo e Kaori já rumavam por aquelas ruas desertas que consistiam Karakura àquela hora da madrugada. Tudo estava quieto. Nada se ouvia além dos passos dos dois pelo pavimento e os múrmuros ou gemidos que Tsuki soltava de tempos em tempos. Após andarem um tempo naquele silêncio, o de cabelos laranja foi sentindo-se sufocado por ele.

–Então... Bem, essa casa de vocês é aonde? – Ichigo pigarreou, tentando puxar um assunto qualquer, mesmo não sendo muito bom nisso. Ao ver que a menina continuava seu caminho, olhando decisivamente para o caminho a sua frente, com suas feições inalteradas, suspirou.

–Ei, eu... Sinto muito. – O rapaz disse, olhando para baixo. – Como você mesma disse, é meu dever proteger as pessoas dos Hollows, e eu falhei. Por minha culpa, você e sua irmã se feriram. Toushirou e Byakuya estão certos, eu não sou capaz de – Se interrompeu ao sentir algo o agarrar pela blusa, o virando em direção à menina que agora o fitava duramente.

–Ei, Shinigami. – Kaori disse prontamente, com um tom baixo, quase como um sussurro, provavelmente com medo de acordar a irmã. Olhou para cima, em direção ao rapaz que andava ao seu lado, surpreso por ter acabado de ser cortado. Não esperou consentimento, ou qualquer outra palavra vinda dele.

–Seu... Nome. É Kurosaki, certo? Kurosaki o que? –Indagou, fitando intensamente os olhos castanhos do outro, que a olhavam de forma confusa. Ao perceber, que ela não explicaria o motivo da pergunta, ou de tê-lo interrompido, Ichigo suspirou.

–Ichigo. Kurosaki Ichigo. – Respondeu, dando-se por vencido de qualquer tentativa de amenizar o temperamento da morena.

–Ichigo... Eu acho que você está redondamente enganado. –A morena falou, suavizando sua expressão. Ao receber um olhar incrédulo e confuso do mais alto, ela continuou. – Não acho que você tenha falhado. Por isso, não quero ouvir desculpas vindas de você.

–Como assim? Eu deveria ter estado lá, não é? –Ichigo franziu o cenho, irritado. Não sabia se com Kaori ou consigo mesmo, mas não importava muito.

–E você estava. Quando aquele Hollow estava nos perseguindo e nos encurralou no nosso quarto de dormitório, foi você que nos salvou, não foi? – A morena rebateu, com seus olhos escuros ainda fixados nos dele.

– Sim, mas dessa vez, eu não- Foi cortado, novamente.

–Se você não tivesse estado lá, não teria existido essa próxima vez. Ou você acha que, por algum milagre, nós teríamos escapado daquela? – Kaori suspirou, afrouxando o punho da camisa do maior. –Por isso, eu que me desculpo. E por isso, também digo para não dar a mínima para aqueles chatos de antes. Esse é seu trabalho, e acho que ninguém o faria melhor que você.

–Como você pode dizer isso com tanta certeza? – Ele indagou, desviando seu olhar do da morena.

–Porque você se importa. E isso é algo que eu posso ver no seu olhar. Então nem adianta querer mentir pra mim. –Ela soltou a camisa dele, cruzando os braços abaixo do busto. –E tem mais uma coisa que eu queria te falar.

Ichigo se endireitou, fitando-a com uma expressão mais suavizada. A morena respirou fundo, olhando por cima dos óculos, quando deixou um sorriso preencher seus lábios.

–Obrigada... Por se importar. E por ter estado lá. – A menina disse e, desviando seu olhar do maior, apontou a irmã com a cabeça. – Nós agradecemos. E obrigada por ainda estar aqui.

Aquelas palavras o pegaram de surpresa. Assim como o sorriso da menina. Ficou surpreso com o quanto a mesma rejuvenescia ao sorrir. Tornava-a mais... Delicada. Por um momento, perguntou-se se havia visto certa fragilidade no olhar dela. Suspirando, uma vez mais, deixou um sorriso caloroso brotar em seu rosto, enquanto fitava-a suavemente, com seus olhos gentis.

Ao sentir seu rosto esquentando, Kaori desviou seu olhar do dele mais uma vez, pegando seu cabelo e jogando-o por cima de seu ombro esquerdo, tentando bloquear a visão do jovem para seu rosto, que sem dúvida, agora encontrava-se corado.

Ichigo ia falar alguma coisa, porém quando abriu a boca para falar, sentiu a morena em suas costas remexendo-se. Kaori suspirou fundo e disse que era melhor eles continuarem andando, assim pondo-se a andarem lado-a-lado novamente. Ichigo não se preocupou em puxar assunto, já que o silêncio instalado agora entre eles não continha o ar pesado de antes. Para falar a verdade, era o mais leve que se sentira em tempos.

Andaram mais algumas ruas e, pouco tempo depois, já se encontravam parados em frente a porta da casa das meninas. Kaori pediu para ele esperar um pouco, enquanto passava pelo gramado, dirigindo-se a uma das janelas da frente da casa. Abrindo-a, passou pela abertura, adentrando a casa e fechando a janela após entrar. Ichigo permaneceu parado à porta com uma expressão incrédula transparecendo em seu rosto. Ao ouvir a porta ser destrancada e aberta por Kaori, a expressão se mantinha.

–Dá pra você me explicar por... - Antes que pudesse terminar, a menina o cortou.

–A trava daquela janela está quebrada já faz aproximadamente um mês. –A morena disse, abaixando-se para tirar os sapatos, a fim de fazer menos barulho ao andar pelo piso de madeira do recinto. Antes que o outro pudesse perguntar, ela se adiantou. – Culpe essa ai, tão delicada como um elefante de patins. –Concluiu, olhando para Tsuki e soltando um risinho, assim como Ichigo.

–Sabe, achei que, depois daquela conversa, eu estaria protegido contra suas cortadas. – O de cabelos laranja falou, soltando um risinho baixo, fitando a morena gentilmente.

–Desculpa, força do hábito. -A menina disse, dando de ombros, retribuindo o sorriso. Pondo os sapatos de lado, aproximou-se de Ichigo, gesticulando para que ele entregasse sua irmã.

–Tem certeza que não quer ajuda para coloca-la na cama? –O rapaz perguntou. Kaori sorriu de lado, fazendo que não com a cabeça.

–Se meu pai acordar será mais fácil de explicar se for eu quem estiver carregando ela. E não um cara que ele nunca viu na vida. –Respondeu, acomodando a irmã às suas costas, com ajuda de Ichigo, que afirmou com a cabeça, entendendo a lógica da menina. Quando Kaori passou por Ichigo, que segurava a porta aberta para ela entrar, ele a chamou.

–Ei, menina. – A morena riu baixo. Havia se esquecido de dizer-lhe seu nome. Que rude.

–Kaori, pode me chamar de Kaori. – Ela disse, olhando por cima do ombro para o maior. –E ela, por falta de nome melhor que “Lerda”, pode chama-la de Tsuki. –Sorrindo, o outro continuou.

–Ei Kaori, obrigado. –Ele disse, saindo do caminho da porta e parando enfrente a mesma, observando a morena virar-se para fitá-lo, curiosa.

–Pelo que? – Ela indagou.

–Por ter fé em mim. – Ele disse por fim, sorrindo para ela docemente, fazendo-a corar. Mordendo o lábio inferior, sem jeito, ela assentiu com a cabeça, desejando-lhe boa noite. Ele retribuiu, antes de virar-se para voltar para sua casa.

Kaori entrou ao ver Ichigo passar pelo jardim, fechando a porta atrás de si com o quadril. Movendo-se o mais lenta e sutilmente que conseguia, foi levando a irmã nas costas escada acima, em direção a seus quartos. Parou diante da porta entreaberta, empurrando-a devagar com o pé para que pudessem entrar. Soltando a perna de Tsuki, rapidamente, usou a mão para acender a luz, agradecendo ao fato de seu pai ter deixado as camas arrumadas.

Lentamente, foi em direção à cama da irmã, inclinando-a cuidadosamente sobre a cama, até conseguir deitá-la totalmente. Ajeitou as pernas da irmã à cama, colocando-as em cima do colchão. Foi ao armário, retirando de lá o cobertor de sua irmã –que seu pai provavelmente guardou para não ficar empoeirado em cima da cama- e voltando ao lado da cama de Tsuki. Com um movimento rápido, abriu o cobertor, erguendo-o e deixando-o pender sob sua irmã ao cair. Foi ajeitando o cobertor ao corpo adormecido da morena, desde os pés, passando pela cintura, chegando aos ombros. Ao ajeitar o cobertor perto dos braços da menina, Tsuki sobressaltou-se, se levantando rapidamente, assim chocando sua cabeça com a de Kaori, que quase caiu para trás. Tanto pela pancada, quanto pelo susto.

–Ai! Nee-san? É você? –Tsuki disse, pondo a mão na cabeça, esfregando o local da batida. Deus, sua irmã tinha uma cabeça bem dura, não? Por falar em sua irmã, procurou a mesma com o olhar, encontrando-a sentada na ponta da cama, com a mão na testa, que estava vermelha.

–Sua louca. Assim você ainda me mata do coração. –A outra respondeu em tom baixo, pondo a mão no peito e respirando fundo, devido ao susto. Veio-lhe, juntamente com o susto, uma sensação de dejavú. Lembrou-se do início da semana, do primeiro dia de aula.

Foram apenas três dias atrás, mas, Deus, como tudo havia mudado. No início daquela semana, nem imaginariam que algo como Hollows existisse e que pudessem feri-las da forma que o fizeram. Nem pensariam nos Shinigamis, com suas habilidades e vontade de proteger. Bom, pelo menos alguns.

Desviando-se daqueles pensamentos, que de nada a ajudariam naquela hora, Kaori se aproximou novamente da irmã, que agora já conseguia enxergar melhor em meio àquela luz forte do quarto.

–Desculpe por ter te assustado. –A de olhos verdes disse, fitando a irmã suavemente.

–Não tem problema, só fale um pouco mais baixo, ok? Não quero acordar o papai. –Kaori sussurrou, gesticulando para que Tsuki fizesse o mesmo. Já era uma dor de cabeça ter que assimilar tudo aquilo que ocorrera aquela noite. Imagina ter que explicar isso tudo para o papai. – Mas enfim, como você está?

–C-Cansada... –Tsuki respondeu, já sentindo o seu corpo pesar, assim como suas pálpebras.

–É melhor você voltar a dormir. –Kaori disse, suavemente, deitando a irmã novamente no colchão. –Amanhã ainda teremos um dia cheio.

–H-hai... – A de olhos verdes sussurrou como se fosse um grande esforço mental pra ela mexer a boca. A de olhos castanhos foi passando a mão pelo cabelo negro da irmã, enquanto a mesma adormecia novamente, cantarolando baixinho uma música calma perto de seu ouvido. Ao ver a respiração da irmã tornar-se cada vez mais profunda, Kaori levantou-se da beirada da cama devagar, com cuidado para não acordar a de cabelos negros.

Ao virar-se em direção a porta, com o intuito de apagar a luz, a morena deu de cara com uma figura alta, encostada na porta, fitando-a com seus olhos castanhos, firmemente. A menina estremeceu, assustada pela aparição repentina do pai e pelo fato de ter sido pega no pulo. Tentou disfarçar com um sorriso meigo.

–Ah, oi papai! Desculpe, eu te acordei? – A morena disse, permanecendo com seu tom baixo. Juntou seus braços na frente do corpo, entrelaçando os dedos de suas mãos. Daichi passou as mãos pelos cabelos os colocando levemente para trás.

– Não eu já estava acordado a tempos esperando por vocês. – O moreno disse, encarando Kaori com seu olhar neutro de sempre.

– Desculpe papai, mas nós falamos que iríamos chegar tarde... – Respondeu à morena, abrindo os olhos e encarando Daichi.

– Sim, mas não que chegariam às três da manhã. – O mais velho completou, repousando suas mãos na linha da cintura, demonstrando estar bravo.

– Sobre a hora, eu também tenho uma explicação. – Continuou a morena, ignorando o comentário que seu pai fez a pouco. – Nós perdemos totalmente a noção do tempo.

Daichi ficou encarando a morena por alguns segundos, com seu olhar desconfiado. Cruzando os braços, não satisfeito com o que Kaori argumentava.

– Tem mais alguma coisa a me dizer? – O maior perguntou, arqueando a sobrancelha, ao mesmo tempo em que se recostava na porta novamente.

Kaori olhou-o por alguns segundos, tentando decifrar a que ele se referia, só então se lembrando das faixas enroladas ao seu corpo. Droga...

– Ah! Isso. Bem... – Kaori ficou em silencio, buscando alguma desculpa descente. Acabou falando a primeira coisa que veio a sua mente. – No caminho para casa havia um gato... A Tsuki tentou fazer carinho nele e ele nos atacou. Na tentativa se de proteger, ela me usou como escudo... Então como pode ver, quem sofreu mais dano fui eu.

– Tem certeza que era um gato? – O outro perguntou, com os olhos semicerrados. – Pelo jeito que a faixa se estende pelo seu corpo, e pelas pequenas manchas de sangue, parece mais que foi um leão.

Kaori sentiu uma veia saltar em sua cabeça. Como pode ser tão idiota. Por um instante pensou se a doença de Tsuki não havia passado para ela.

– Eu tenho mais uma pergunta. – Disse o homem, com sua voz mais grossa que o normal. – A Tsuki por acaso bebeu alguma coisa?

– Por favor, eu sei o que faz bem para a sociedade. – Disse a morena, fechando os olhos. – Se ela já é elétrica sóbria, imagina bêbada?

Daichi continuou a fitá-la com seu olhar neutro, ainda esperando algo. Ele era seu pai afinal de contas, e era obvio ele desconfiar de algo. Kaori suspirou cansada, pegando uma toalha no guarda-roupa.

– Vou tomar um banho, essa noite foi muito dolorida. – Dito isso, começou sua caminhada para o banheiro, mas parou ao sentir a mão de seu pai segurando seu braço firmemente.

– Eu espero mentiras da sua irmã Kaori, não de você. Então vai me contar o que realmente aconteceu ou não?

Kaori nem precisou direcionar seu olhar para Daichi para saber que ele estava sério. Apenas usou o mesmo tom frio, olhando-o por cima do ombro.

– Pode deixar papai. Eu resolvo isso, como sempre. – E assim, se soltando de Daichi, seguiu rumo ao banheiro.

O moreno, vendo a mulher corajosa que sua filha estava se tornando, só pode suspirar cansado. "Pelo visto, ela vai ser mesmo igual a mãe".

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Sua cabeça girava enquanto sentia suas coxas arderem ao passar a calça suja e rasgada, na tentativa de tira-la. Assim que terminou, olhou para a banheira e imaginou quão convidativo seria entrar ali e afundar-se em seus pensamentos, porém, lembrou-se dos sais de banho e de maneira nenhuma queria ficar com cicatrizes daquele tamanho no corpo. Acabou por entrar debaixo do chuveiro. Era menos relaxante, mas, pelo menos, doía menos. Lembrou-se de sua irmã. Ela com certeza afundaria naquela banheira e relincharia de dor. Era típico da Tsuki, afinal de contas...

Assim que conseguiu se limpar e passar os remédios necessários em seus machucados, se secou cuidadosamente, e saiu do banho. Passou rapidamente pelo corredor vazio e entrou em seu quarto, fechando a porta logo em seguida.

A morena, ao constatar que estava sozinha, suspirou tanto aliviada quando cansada, pegando uma roupa qualquer no guarda-roupa. Assim que abriu a porta, deparou-se com o grande espelho. Queria constatar se seus machucados estavam mesmo tão feios, mas preferiu guardar essa duvida em sua cabeça. Olhar no espelho só a faria sentir um desgosto tremendo... E não é pelos machucados.

Suspirou cansada, pegando uma roupa qualquer, e a vestindo, novamente com cuidado. Quando finalmente estava limpa e pronta para dormir, olhou para sua cama, tão convidativa quanto antes, sorrindo alegremente. Literalmente se jogou em sua cama, logo tapando sua boca para não deixar o grito de dor sair. Por Deus, estava mesmo pegando a doença de Tsuki. Levantou, pegando uma coberta para si no guarda-roupa e apagando a luz, logo se cobrindo e, finalmente, fechando os olhos, buscando dormir por pelo menos algumas horas.

O sol já inundava o quarto, iluminando-o suavemente, mas o bastante para acordar certa morena, que rosnou em protesto, abrindo seus olhos inchados de tanto dormir. Para algumas poucas horas de sono, havia descansado bem. Olhou para o lado, encontrando com sua irmã abraçada com o travesseiro e murmurando algumas coisas. Típico vindo dela. Deu um leve sorriso, se espreguiçando e, já ativa, levantando, sentindo as leves dores ao redor de sua coxa. Suas feridas não estavam totalmente curadas, mas já havia melhorado bastante nessas ultimas horas de sono. Chegou perto de Tsuki, mas logo se afastando novamente, indo até sua cama e pegando um travesseiro, arremeçando-o na cabeça da irmã, que deu um pulo seguido de um grito. Kaori, por mais que tentasse se segurar da vontade de rir, estaa se lamentando pelo esquecimento dos machucados de sua irmã. Mas era cômico de toda forma.

Logo a porta era aberta, revelando o moreno olhando-as sorridente, com o mesmo avental que usou no primeiro dia de aula.

– Parece que já estão acordadas. – Começou ele, vendo Tsuki massagear sua cabeça, enquanto chingava Kaori com todos os palavrões que conhecia. – Achei que iam chegar atrasadas.

– Atrasadas no que? – Tsuki perguntou, levantando da cama e bocejando lentamente.

Kaori seguia em silencio, pensando se seu pai estaria bravo com ela pela forma que ela o tratou antes. Havia sido bem... Ela. Mas já estava estourando de tantos acontecimentos que acabou descontando na primeira pessoa que apareceu.

– Hora, hoje é segunda. – O mais velho disse, dando uma leve risada da cara de paisagem que suas filhas ficaram.

– Não, hoje é domingo – Interviu Kaori, inclinando levemente a cabeça para o lado.

– Não Kaori, hoje é segunda. – Daichi repetiu, encostando na porta, esperando a reação das duas moças a sua frente. – Vocês dormiram domingo inteiro.

Dado exatos dez segundos, a gritaria seguida de correria fez Daichi cair na risada. Se retirando do quarto, deixou Kaori gritando com uma Tsuki que corria em círculos.

Depois de se trocaram o mais rápido que puderam e comerem sem nem mesmo mastigar, os machucados não eram quase nada comparados a encrenca que se meteriam se chegassem atrasadas. Os vinte minutos de caminhada se tornaram dez minutos de correria. Ao avistarem a entrada da escola e alguns alunos ainda no pátio, a tranquilidade pode, enfim, alcançar as meninas, que seguiam para suas salas. Mas ainda estavam com pressa. Queriam saber se Gom e Karyuu estavam bem, depois de tudo. Se eles se lembravam do que havia acontecido noite passada. Ao adentrarem o corredor das salas, entraram rapidamente na sala de aula, avistando os dois rapazes conversando animadamente sobre um assunto qualquer. Tsuki, em sua animação por ver seu amigo vivo, pulou em seu pescoço gritando seu nome e o enchendo de carinhos, que aos olhos de Kaori e Gom pareciam mais golpes marciais.

Depois de conversarem sobre a noite anterior, cujo Gom e Karyuu não se lembram de nada, as meninas, aliviadas, sentaram-se em seus respectivos lugares. Kaori, olhando discretamente para Gom, suspirou aliviada, só então se lembrando do que o moreno com o numero seis havia feito noite passada. Gom e Karyuu só se lembram de terem deixado ela e Tsuki na casa do pai e voltarem para os dormitórios. Cutucou Tsuki, que a olhou com seu olhar sonolento de sempre.

– O que foi? – Perguntou com sua voz ainda mais sonolenta que sua cara.

– Com a correria que foi essa manha, eu nem pude perguntar como você esta. – Disse Kaori, olhando-a seriamente.

– Eu estou bem. – Responde Tsuki. – Tirando o fato de eu estar com uma tremenda dor de cabeça e ter quebrado umas cinco costelas.

– Você só arranhou o braço. – Retrucou a morena, cerrando os olhos. – Deixe de ser dramática.

– É, mas... – Tsuki iria retrucar, mas ouviu a porta abrindo, revelando o professor, entrando com seu tom sério e superior que os garotos tanto odeiam e as meninas tanto amam. O professor, assim que ajeitou seu material na cadeira, tossiu para chamar a atenção dos outros alunos. Assim que conseguiu a atenção totalmente para si, se pronunciou.

– Antes de começarmos nossa aula, eu queria apresentar a vocês os nossos novos colegas de classe. – Dito isso, pigarreou, virando-se para a porta. – Podem entrar, rapazes.

Ao dizer a última frase, a porta foi aberta lentamente. Kaori e Tsuki, assim como os garotos, fixaram sua atenção em direção à porta, querendo ver quem eram os novos alunos. Ao final do ato, pode-se ver as reações quase histéricas das meninas que sentavam nas primeiras mesas, assim como o olhar surpreso e descontente dos meninos.

Ao fixarem seus olhos na porta, agora aberta, a reação imediata de Tsuki foi de surpresa e confusão, espantando para longe sua preguiça, pelo menos por um instante. Ao deparar-se com o moreno alto, com olhos arrogantes, e o baixinho de cabelos brancos e olhos frios, Kaori estreitou os olhos, questionando se ainda estava dormindo. Bufando, ela cruzou os braços e franziu o cenho. Pelo visto, aquele dia podia ser sim bem pior que a noite passada...


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Notas finais do capítulo

K: E ai, curtiram?? Eu curti. Sabe por que? Por que não me ferrei que nem essa outra ai #HUE
T: Mano, eu to bem! Você que quase viro um sushi, HUEHUEHUEHUE E isso e isso é só o começo, tu vai se fuder muito ainda nessa fic MUAHAHA
K: Claro, tanto virei sushi, que vou sentar aqui e comer um dos meus parentes enquanto espero isso acontecer (o( E ALIAS, minha cabeça esta funcionando, diferente da sua. Se ja veio com defeito de nascença, imagina agora? KKKKKKK
T: e.e .. Okay! Eu já falo, ideias pro Cap. 5 eu já tenho #Hue, então ele não deve demorar pra chegar (o( Mas MANOOOOO, esses mino estudar com a gente é treta.com MUAHAHA
K: Sim mano! Prevejo merdas UAHSAUHSAU
T: Hai hai! Falando em previsão... Com quem será?... Com quem será?... Com quem será que a nee-san vai casar? :3
K: Aaaah... e_e tu tá na merda comigo...
T: HEUHEUEHU Vendetta!! Esperamos vocês no proximo Cap, por que... Por que vai fica foda a partir de AGORA! MUAHAHA
K: .... Kami, eu devo ter jogado pedra na cruz ¬¬
T e K: Ja ne!! õ/

P.s.: T: EAI!! Como será que o Byakuya fez pra enfaixar a Kaori? Huuuum.. suspecho MUAHAHAH

P.s.²: Como vocês viram, foram quase 9 MIL PALAVRAS MUAHAHA... então pode demorar um pouco para nós corrigirmos os erros... Então aguardem, pequenos gafanhotos MUAHAHA

Agora sim.
Ja ne õ/