Apenas Amigos. escrita por Yang


Capítulo 29
Vento no Litoral.


Notas iniciais do capítulo

Espero que eu consiga terminar a fic essa semana e pare de desaparecer aqui kkk Aí está, mas um belo capítulo.



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- Júlia? – Perguntou a secretária pela terceira vez. Só então a garota parou de encarar o vazio.

- Oi! Desculpa, eu me distraí Samantha.

- Percebi. – ela colocou alguns papéis sobre a mesa de Júlia. – Grampeie tudo e leve para o escritório do Gustavo. É a tradução de editora.

- Tudo bem.

Foram horas grampeando capítulo por capítulo e definindo a seção de cada um. E por fim, sete horas da noite. Ela já podia ir embora e encontrar-se com Lucas. Não estava ansiosa para vê-lo. Estava ansiosa para despedir-se dele.

Seguiu para o ponto de ônibus. O encontro seria em um prédio do Leblon. Júlia não conhecia o bairro, mas já ouvira falar.

- Com licença, esse ônibus passa no Leblon? – perguntou ela ao motorista.

- Sim moça. – respondeu.

Ela subiu no ônibus e sentou-se perto da porta de saída. Esperava descer no ponto certo e não se perder.

Uma senhora simpática ajudou Júlia a encontrar o prédio.

- Você desce na próxima parada, e olha para a esquerda. Vai ver um prédio grande do lado de um teatro. – informou a senhora. – Não tem erro.

Júlia agradeceu e fez como a senhora tinha lhe informado. Desceu no ponto de ônibus seguinte e logo avistou o prédio.

Foi até o porteiro e mostrou o papel.

- Olha, acho que esse lugar aqui é lá na cobertura. Lá em cima. – disse ele.

Júlia parecia não acreditar.

- Pode confirmar pra mim? – pediu ela.

- Claro! – ele discou alguns números no telefone e falou com alguém que Júlia esperava ser Lucas. – Tem uma moça aqui chamada... Qual o seu nome moça? – perguntou ele.

- Júlia. – respondeu.

- Chamada Júlia. Está com um bilhete que acredito eu que seja do senhor. Posso autorizar que ela suba? – Um rápido silêncio. – Tudo bem, boa noite. – ele desligou o telefone e voltou a atenção a Júlia. – A senhora pode subir. O rapaz ali vai levá-la.

A garota acompanhou o rapaz e seguiu para o elevador. Ficou em silêncio, apenas encarando os números no painel eletrônico, e odiando a música calma que tocava.

- Por aqui senhora. – disse o funcionário logo depois de a porta abrir e Júlia deparar-se com um corredor enorme. – No final do corredor há uma escada. A senhora sobe e já estará na cobertura do prédio.

- Obrigada. – agradeceu a garota.

Ela seguiu observando os detalhes do prédio. Era realmente de luxo. Havia uma camareira saindo de um dos quartos, e um homem concertando a luminária no fim do corredor. Viu a escada e subiu em silêncio. Abriu a porta e deparou-se com uma vista incrível, e uma decoração digna de cinema. Havia um tapete vermelho, com muitas flores em volta. Havia uma mesa com um banquete à luz de velas, e uma música tocava ao fundo, apenas no violão, com a voz mais que reconhecida de Lucas. Ele cantava “Vento no litoral” de forma harmônica e romântica:

- De tarde quero descansar
Chegar até a praia e ver
Se o vento ainda está forte
E vai ser bom subir nas pedras

 Ele aproximava-se com o violão.

Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...

Agora está tão longe
Ver a linha do horizonte me distrai
Dos nossos planos é que tenho mais saudade
Quando olhávamos juntos
Na mesma direção
Aonde está você agora
Além de aqui dentro de mim...

Júlia sentiu que iria chorar, mas recompôs-se.

Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você está comigo
O tempo todo
E quando vejo o mar
Existe algo que diz
Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem...

Já que você não está aqui
O que posso fazer
É cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos
Lembra que o plano
Era ficarmos bem...

Eieieieiei!
Olha só o que eu achei
Humrun
Cavalos-marinhos...

Os dois sorriam a cada parada.

Sei que faço isso
Pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...

Ele encerrou a canção, colocou o violão no chão e deu um beijo em Júlia. Ela simplesmente deixou, mas ainda não sabia porquê tinha feito isso.

- Lucas... – sussurrou ela.

- Eu sinto muito Júlia. Eu quero tanto fazer as pazes com você. Me perdoe. – disse ele.

- Eu estou aqui justamente para conversarmos sobre isso. Sobre tudo. – ela afastou-se dele.

Ele parecia magoado com a reação um tanto triste da parte dela, como se tivesse achado tudo aquilo lindo, mas sem sentido.

- Lucas, eu acho que não podemos continuar com isso. Eu só consigo amar você como um grande amigo e eu não acredito que vá dá certo, levar essa relação quando eu... – ela hesitou em continuar. – Quando eu amo outra pessoa.

Ele continuava sem falar nada, apenas olhava para ela.

- Tentamos por quase um mês ser feliz juntos, mas veja o que aconteceu. Com uma briga nós nos tornamos estranhos. Eu não posso enganar você. Tu merece alguém que retribua tudo isso. – ela olhou ao redor, sentia um aperto no coração por pensar no trabalho que ele tivera ao tentar fazê-la se sentir especial.

- Então quer dizer que isso... Acabou? – perguntou ele.

Ela o encarou por um tempo e então começou a chorar. Por entre soluços, enxugou as lágrimas e respondeu.

- É, eu realmente acho que sim. – respondeu.

Ele observou a decoração novamente e depois voltou a atenção à Júlia.

- Te ver por aí vai ser realmente uma droga. – comentou ele.

- Lucas, não fale assim. – ela foi à direção dele para abraçá-lo, mas ele negou.

- Melhor não Júlia. – ele recolheu o violão e a mochila do chão e a deixou sozinha.


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