Sophia Pov:

Retornamos ao corredor vazio, escuro e sombrio, pelo qual eu havia passado. Nunca que eu ia imaginar que a casa da Sonserina estava localizada nas masmorras do castelo, se aquele fantasma não tivesse me mostrado o caminho, eu continuaria procurando, e nem que fosse minha ultima opção, eu chegaria perto das masmorras.

Paramos de frente para uma parede de pedra lisa, Barão sangrento disse algo parecido com "baú de galeões" ou algo parecido e a parede lisa, que na verdade era uma porta secreta deu passagem.

- Bem espero que tenha decorado o caminho, pois se eu te encontrar de novo vagando por esses corredores depois do horário de recolher, avisarei Dumbledore e ele lhe aplicara um castigo. - Disse ele.

Continuei parada, então ele me perguntou se eu iria ficar ali parada. Agradeci e disse boa noite, depois entrei. Surpreendi-me com a grande sala (de estar, presumo), apesar de estar escuro eu conseguia enxergar muito bem, a Sala comunal da Sonserina era linda bem decorada, para melhor explicar: Pense num castelo de um rei, agora imagine a sala de estar dele decorada com os mais belos, e caros, moveis. Infelizmente, lembrava muito a minha antiga casa, meus pais não admitiam coisas baratas, tipo: Lá você não encontraria uma colherzinha de chá de alumínio ou de qualquer outro metal, tinha que ser prata. Taça ou um copo de vidro? Não se não fosse de cristal, não servia para nada. E nem invente de falar sobre guardanapo de papel, perto da minha mãe, se você ama sua vida. "Sangues-puros não podem viver na miséria" dizia ela. Talvez Salazar Slytherin pensasse assim também.

Na Sala comunal tinha também uma lareira, ela já estava apagada e infelizmente à temperatura estava de congelar, o bom era que quando eu fosse para meu quarto (que eu teria que encontrar), eu poderia me enrolar nas cobertas quentinhas.

Olhei a minha volta e vi duas entradas, uma deveria ser para os dormitórios masculinos, a outra para os femininos. Escolhi um aleatoriamente e subi as escadas, que davam de frente para outro corredor com várias portas com plaquinhas em cima. Nelas estava escrito algo como "1° Ano, 2° Ano e etc...”. Eu era do quinto ano, abri a porta que indicava "5° Ano", e para minha sorte, estava de frente para um quarto com cinco camas, quatro delas estava ocupadas e minhas malas estavam ao pé de outra, já estavam vazias, alguém já havia arrumado minhas coisas. Fiquei grata, pois estava tão cansada que deixaria para arrumar minhas coisas mais tarde.

Com um simples feitiço eu já estava de pijama, me deitei na cama, os lençóis eram verdes, e nas beiradas tinhas delicados enfeites pratas, assim como as cortinas envolta de cama, verde e prata as cores da Sonserina, acredite ou não só percebi isso agora.

Dormi rapidinho.

Eu estava em uma floresta, e estava de noite, no escuro eu podia ver vultos se deslocando em minha frente, era difícil dizer o que eram, ou quem eram. Mas seja o que for não era amigável, tentei correr para sair daquele lugar, sair do escuro, mas minhas pernas não me obedeciam, eu estava petrificado, e com medo, muito medo. Um vulto se aproximou de mim, e sussurrou:

- Esteja preparada...

E de repente já era dia, e eu estava deitada na cama. Tudo tinha sido um sonho, ou melhor, dizendo: um pesadelo.

Levaram alguns segundos para meu olhos se acostumarem com a luz, me sentei na cama um pouco atordoada ainda com o pesadelo. O Sol brilhava fraco, deveria ser cinco e alguma coisa, as garotas ainda estavam dormindo, levantei sem fazer barulho, arrumei minha cama, e em uma cômoda próximo a ela estava minha roupas, peguei meu uniforme da Sonserina e fui para o banheiro. Tomei banho numa linda banheira, tinha sais de banho de todos os aromas, parecia um banheiro de SPA. Me vesti e escovei meu cabelo, enquanto escovava me sentia uma Rapunzel, sem brincadeira. Quando eu tinha una 7 ou 8 anos, eu tinha mania de brincar de cabelereiro, e como ninguém se candidatava a ser meu cliente, eu cortava meu próprio cabelo, uma menina de 7 anos cortando o próprio cabelo... Já imagina como ficava lindo né? Minha mãe ficava uma fera (quer dizer mais do que ela já era) e me proibiu de cortar o cabelo de novo. E a partir desse dia nunca mais deixei tocarem uma tesoura nele de novo. Amarrei num rabo-de-cavalo peguei mal material e desci para a Sala comunal.

 Ela ainda estava vazia, mas como já era 6:30 daqui alguns minutos alguém iria aparecer. Tentei passar pela porta secreta de pedra, mas estava parecendo uma parede comum. Tentei abri-la de todos os modos: empurrei, chutei, falei varias senhas (já tinha esquecido o que o fantasma tinha dito), e a parede continuou lisa.

Já era 8:00 eu estava sentada numa poltrona lendo um livro, quando eu ouvi alunos descendo as escadas, entre ele: Pansy, Draco e Blasio. Pansy estava muito animada, veio correndo até mim, me puxou pelo braço e disse:

- Eu tenho que te apresentar aos outros. Há bom dia!

Falei bom dia para Draco e Blasio enquanto Pansy me arrastava pela Sala, mas só Blasio respondeu Draco não deve ter me ouvido. Uns grupos de quatro garotas estavam num canto isolado da Sala comunal, Pansy me arrastou até elas.

- Olá meninas, essa aqui vocês devem conhecer e a Sophia. - Ela me apresentou as outras meninas. Sabe aquele mal habito que muitas garotas têm? Sim, aquele que elas te medem de cima a baixo, pois bem eu odeio. E foi isso que as amigas da Pansy fizeram comigo. Sem muita paciência pedi a Pansy, a senha e me encaminhei para a saída, mas antes acenei para Draco que estava parado ao pé da escada me observando, ele me olhou de um jeito estranho tipo: porque esse doida esta acenando para mim? E me ignorou totalmente.

Parecia que ele queria me matar com um simples olhar, não gostei obvio, mas também não demonstrei me virei para sair, e quando fiz isso senti como se tivessem jogado um balde de agua em mim. E como eu não estava molhada pensou que era impressão minha, mas mesmo assim olhei para trás. Draco Malfoy já não estava zangado, estava sorrindo (gargalhando na verdade), não só ele, mas todos os outros alunos. Eles apontavam para mim e riam ainda mais, não entendi a graça, tentei não me importar com isso. E sai do Salão Comunal.

Para minha alegria, a primeira aula seria de poções, perguntei a um monitor onde era a sala do professor Snape, ele olhou para mim, prendeu o riso e me explicou, era nas masmorras, mas quase do outro lado do castelo. Quando cheguei na sala, por incrível que pareça Draco, Pansy vários alunos sonserinos e grifinorios já estavam na sala, me perguntei como Pansy chegou tão rápido.

Me sentei na ultima carteira, e todos se viraram para mim, todos, e começaram a rir. Olhei para trás, mas era de mim que estavam rindo, me senti envergonhada, sem nem saber por quê. Harry, Rony e Hermione chegaram minutos depois. Rony se juntou ao outros rindo de mim, Harry e Hermione (graças a Deus) pareciam não achar graça, eles pareciam até com raiva olharam direto para Draco, que não se intimidou. Hermione veio até mim, me disse para eu me levantar e sair da sala, e tentar ignorar os outros, Harry veio logo atrás.  Nós entramos em uma sala vazia.

- Sophia quem fez isso com você?- Perguntou Harry.

- Isso o que?- Perguntei

Harry pegou um espelho de algum lugar. E mostrou alguém refletido nele. Alguém com um rabo de cavalo cortado (mais parecia queimado), e cabelos azul, verde e amarelo berrante. Esse alguém era eu. Não pude conter as lagrimas, eu estava horrível. Hermione me abraçou e tentou me acalmar.

- Não se preocupe Lili, vou leva-la para a enfermaria, Madame Pomfrey vai reverter isso. - Ela disse, mas parecia estar tentando convencer a si mesma.

Fomos a Ala hospitalar, a enfermeira disse que não tinha como reverter, a única coisa que ela pode fazer tirar o colorido, mas mesmo assim ainda ficaram umas mechas azuis bem claras no meu cabelo. Ao meu lado tinha outra garota loira de olhos azuis. Conversamos - sobre... Áh sim Narguiles. Depois me despedi da Luna Lovegood e encontrei Harry e Hermione do lado de fora.

- Você estava certo sobre o Malfoy. - Sussurrei para Harry.- Ele não presta, mas ele pareceu ser tão legal comigo.

- Isso foi antes dele saber quem você era- Disse Hermione.

- Nós deveríamos ir lá e acabar com ele...

- Deixa o que é dele esta guardado- Falei.- Bem tenho que concertar isso- Apontei para meu cabelo.

Voltei com facilidade para o salão comunal, entrei no banheiro e pela primeira vez em anos eu ia cortar meu cabelo. Só que dessa vez eu sabia o que fazer. Resolvi que deveria fazer uma mudança um pouquinho "radical" no meu visual.

Hermione POV:

Logo depois que me despedi de Lili na enfermaria, a professora Minerva chamou Harry e eu na sala dela. No começo pensei que tínhamos feito algo errado, ou para falar sobre aquele assunto de Harry ter usado magia na frente de trouxas nas ferias. Mas era na verdade para ter uma conversa:

- Nesse ano Potter, não quero ouvir nenhuma reclamação de você ainda mais agora que temos aquela mulher como professora. - Disse ela, e percebi que a nova professora não agradava muito.

- Desculpe, mas quem é nova professora?- Perguntei.

- Bem, o Ministério da Magia nos indicou uma professora, o nome dela é Dolores Umbridge. E se estou certa, vocês tem aula com ela em cinco minutos.

- Você conhece essa tal de Umbridge?- Perguntou Harry quando já estávamos a caminho para aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.

- Só há um jeito de descobrir.

Entramos na sala, Harry foi logo se sentar com Rony na mesa de frente para minha. Olhei para Draco Malfoy com um olhar reprovador, sabia que foi ele quem enfeitiçou Lili. O idiota ria provavelmente se lembrando do que tinha feito, e quando ele olhou para trás sua expressão mudou para surpreso. Olhei também para Sophia que havia acabado de entrar na sala, meu queixo caiu. O cabelo dela estava curto preto espetado, com algumas mechas azuis bem claras, quase invisíveis.  Delineador escuro em volta dos olhos verdes esmeradas, idênticos ao do Harry, ou talvez um pouco mais claro. Ela olhou a volta, procurando um lugar para se sentar então eu indiquei o lugar ao me lado.

- Ficou bom assim?- Perguntou ela, quando se sentou.

- F-f-ficou ótimo- Responde Rony se virando pra traz- Melhor do que estava antes, disso pode ter certeza.

Lili sorriu e se virou para Harry:

- Depois eu, você, a Hermione e o...

- Rony- Disse o próprio.

- Isso, Rony, podemos conversar mais tarde?

- Claro, temos realmente muito que conversar. - Respondeu Harry. Depois se virou para frente e começou a conversar com Rony sobre o esporte mais chato do mundo bruxo: Quadribol.

- É verdade que você e o Vitor eram namorados? - Perguntou Lili.

- Não... Bem nos fomos ao Baile de inverno juntos. Por quê?

- Porque ele era tipo, meu amigo e não parava de falar no quanto você era bonita inteligente e blá, blá, blá.

Senti meu rosto corar, Lili percebeu e deu uma risadinha. No primeiro dia de Lili aqui em Hogwarts, fui muito rude com ela e dei a entender que ela era uma... Digamos uma menina não muito inteligente. Mas é que Lili não respondia nossas perguntas com clareza, ela um pouco (muito) lenta para pensar, e isso me deixou um tanto estressada. Espero que ela não tenha levado para o lado pessoal, pois ela parece uma menina legal, só tem que escolher melhor as amizades dela.

Pam!

Fez o barulho da porta quando uma senhora com cara de sapa vestida de rosa dos pés a cabeça, entrou na sala.

- Guardem as varinhas, por favor- Disse ela.

- Desculpe professora... Mas não vamos praticar magia?- Perguntei

- Áh não senhorita...?

- Granger- Respondi.

- Não será necessário Sra. Granger. Pois a partir de hoje, vamos iniciar um curso de magia seguro e aprovado pelo Ministro da Magia.

- Mas...

- Sem, mas, Sra. Granger. Agora abram o livro de vocês na pagina 342 copiem o texto indicado. E depois quero um resumo das paginas 345, 347, e 348. Vocês têm muito a fazer, não quero conversas paralelas.

Todos encaravam a professora como se não tivessem acreditando no que ela acabara de dizer.

- Pois bem, comecem.

Não esperei um segundo aviso, molhei a pena no tinteiro e comecei a rabiscar o pergaminho.

Sophia POV:

Dolores Umbridge, ela trabalhava no ministério da magia, sei disso, pois quando eu estudava em Durmstrang, alguém (que eu não sei quem) provou ao ministério da magia que eu tinha uma vaga aqui em Hogwarts, e quem cuidou de todo processo de transferência foi essa tal de Umbridge e o Ministro da magia. E pelo o que eu sei sobre ela, pode-se dizer que nossa convivência não vai ser nada amistosa.

Quando acabou a aula, Mione (ela me deixou chama-la assim) e eu nos direcionamos para a biblioteca, porque teríamos que fazer a lição de casa que Umbridge fez questão de passar, três rolos de pergaminho sobre os monstros rastejantes da noite. Hermione é uma garota realmente muito inteligente, ela diz que não dorme enquanto não termina de fazer todas as lições de casa (que são muitas), e que agora tem que estudar dobrado, pois esse ano tem os N.O.M.s (Níveis Ordinários em Magia) e se quero um bom emprego, é bom tirar ótimas notas. Quando terminas o trabalho Hermione se lembrou de me entregar um bilhete do Harry, era um convite, para ir a Hogsmeade com ele, Rony e Hermione. Ele iria me apresentar a um grande amigo e padrinho dele. Aceitei, eu estava curiosa, pois não sabia que Harry tinha um padrinho, e também estava feliz por estar me entendendo tão bem com meu irmão. O único problema era: eu não tinha autorização para ir a Hogsmeade, e também não tinha nenhum responsável para assina-la, mas Harry me tranquilizou e disse num ar misterioso que já tinha uma solução.

O resto do dia não foi aterrorizante como todos dizem sobre o primeiro dia de aula numa escola nova.  Tirando o fato de que eu: Fui enfeitiçada por um garoto que eu pensava ser um pouco meu amigo, perdi metade do meu cabelo, fui humilhada perante a escola inteira, descobri que as aulas de DCAT não são praticadas com magia e tive aula de historia com um fantasma. Tirando tudo isso, meu dia foi perfeito. Não vou ficar me lamentando não quero inventem mais um apelido para mim, pois a historia do meu "acidente capilar" já esta sendo comentada pela escola inteira, uns inventaram apelidos tão ridículos que nem vale a pena mencionar, até uma tal de Lila Brown me indicou um produto que tira o colorido do cabelo.

Eu teria meu acerto de contas com Draco Malfoy, não queria fazer inimigos tão cedo, mas ele fez por merecer. Vou dar o troco, só não sei como, mas vou.