Parece que foi ontem, mas na verdade só era um mês, um mês em que descobri que gostava de alguém...

Estava indo para escola como sempre com o taco de beisebol em minha mão a simular tacadas no meio do caminho, já chegando á porta vejo o pequeno garoto com cabelos e olho castanho com sua cara de medo e acompanhado de um pequeno bebê mafioso, Sawada Tsunayoshi. A cara de medo misturado com risos de viver mais um dia, talvez não seja palavras que sairiam de mim, mas era o que via.

Tsuna no corredor que fica na frente de nossa sala tenta acalmar Gokudera que está brigando com o Hibari “NÃO MECHA COM O JUUDAIME!” era assim que Gokudera o chamava, deve ser o apelido de Tsuna no jogo de mafioso, sem delongas eu me aproximo tentando controlar a situação, quando acalmava ele dava um suspiro de alivio e sempre dizia” Obrigado Yamamoto”, antes para mim era só um agradecimento, mas logo depois começou a significar muita coisa...

Comecei a ficar com ciúmes de Gokudera, não me deixava chegar perto de Tsuna, mão direita do juudaime, o que o jogo tinha a ver com o que passávamos na escola? Mas afirmo que adorava jogar sempre com eles, mas depois de um tempo começou a me afetar porque queria ficar perto dele e Gokudera estava me incomodando.

A idas na escola estava começando a ficar mais duras eu não entendia o motivo, mas vê-lo sempre sorrindo e sempre ali tão perto e ao mesmo tempo tão longe era como jogar e não fazer um Homerun, Não posso ter quem eu quero tem uma barreira me impedindo e eu não consigo ultrapassá-la, porque eu irei continuar?

Comecei a parar de freqüentar mais a escola não queria ver o que não poderia ter, mas isso começou a me gerar dores no coração era a saudade de ver o sorriso do pequeno garoto de cabelo castanho, peguei meu taco de beisebol e treinava, pegava a espada e ia até o dojo de treinamento de meu pai, mas nada conseguia me tirar aquele sorriso que não via mais, não queria ir pra escola preferia sofrer sozinho em meu quarto. Meu pai ficou preocupado com a minha situação, mas não quero contar nada só iria piorar a situação.

Fez só umas duas semanas comigo assim, estava no meu quarto já um pouco cansado a treinar tacadas sozinho, suspirei e decidi que iria voltar para a escola e tentar dizer tudo que estava entalado em mim e não iria me importar o que aconteceria preciso viver o que sinto e não esconder o que preciso para mim. No mesmo dia que tomei essa decisão apareceu ele em minha casa, Tsuna, parece que era combinado ou que ele tinha me ouvido a pensar nele, dizia que estava preocupado comigo que eu poderia estar doente... Ah... O que farei? Ele está tão perto de mim, devo aproveitar agora que ele está aqui comigo. Vamos Yamamoto você consegue...

- O-O que eu acho de você?- Tsuna envergonhado não estava entendendo muito que seria aquela pergunta repentina e estranha, a mão de Yamamoto estava quente e com uma pegada muito forte que o garoto não conseguia se soltar o moreno estava decidido, ele precisava de uma resposta - Ah! Eu acho você um ótimo amigo Yamamoto, você sempre me ajuda com o Gokudera e...

- Você prefere o Gokudera desde mim não é?

O garoto olha para os olhos do moreno que o interrompia de falar porque aquilo parecia mais uma desculpa do que sinceridade. Um ar frio que saia lá de fora tomou o quarto e guizos do lado de fora podiam ser ouvidos do lado de fora, Tsuna tomou fôlego e desviava o olhar estava se perdendo no olhar serio e esperançoso do moreno.

- Yamamoto, eu não gosto mais do Gokudera-kun que você... É... Pelo contrário, vo-você é especial, especial do seu jeito – Fez um esforço e conseguiu soltar sua mão que o moreno segurava, olhou para a janela com um sorriso sereno e ainda envergonhado o brilho da lua refletia em seus olhos e o vento a bater em seus cabelos suspirava – Não se sinta menor que Gokudera-kun, sei que ele está sempre perto de mim e às vezes mete em umas confusões, mas eu nunca gostaria mais dele do que você prefiro todos perto de mim independente de como são o deixam de ser – Começa a querer mudar de assunto para que não pudesse responder a pergunta, afinal ele não sabe responder ou não sabe mesmo a resposta.

O moreno  não ouviu uma palavra que Tsuna dizia, de repente para ele tudo começou a sumir e só conseguia sentir o seu coração pulsar que parecia que iria explodir, se inclinou para frente onde o garoto estava sentado o abraçou lentamente os derrubando no colchão da cama, o moreno estava ofegante e apertou o garoto com um certo cuidado para poder confortá-lo em seus braços.

O garoto se assustou novamente pelos atos do moreno, mas nada disse novamente foi interrompido de falar, jogado na cama e sem saída ficou quieto e se ajeitou no abraço quente que recebia, era sincero e doce, era de alguém que estava desesperado.