Uma Nova Semideusa escrita por BDP


Capítulo 43
Capítulo 43


Notas iniciais do capítulo

Cada palavra deste capítulo é dedicado a Vitoria Ramos porque esta leitora maravilhosa, diva, linda e fofa recomendou a fic! Se mais algum leitor maravilhoso quiser recomendar aceitarei a recomendação de bom grado!
Amei sua recomendação, Vitoria!
Enfim, desculpe pela demora, estava em época de provas, mas agora vamos para o capítulo?



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(POV Nico)

            Estava inquieto no meu chalé. Lena já havia dormido e eu não conseguia parar de pensar na Bianca. “Ela optou por renascer, você nunca mais vai vê-la.” Falei para mim mesmo. “Agora você tem Lena para cuidar. Aproveite isso, já não dá mais para ficar se lastimando pelos cantos.” Respirei fundo e sai do chalé. Quero lembrar de Bianca como uma lembrança boa, não uma dolorida.

            Comecei a andar pelo acampamento, sempre olhando em volta para fugir das harpias. Até que eu resolvi ir para a floresta.

            Comecei a adentrar a floresta. Estava sem sono, totalmente sem sono. Continuei andando, andando e andando quando vejo uma imagem que me choca.

            Lily estava no chão, encolhida e tremendo um pouco por causa do frio. À noite faz frio na floresta mesmo com as fronteiras do acampamento. Imediatamente eu tirei meu casaco e a cobri. O que ela faz aqui? No meio da floresta, onde qualquer monstro pode a pegar?

            Ajoelhei-me ao seu lado e fiz carinho nos seus cachos negros. A verdade é que eu a amava, e muito, por isso que quando ela tentou fazer Percy me perdoar eu fiquei relutante, não achava justo voltar a me aproximar dele sendo que estou apaixonado pela sua namorada.

            O que será que aconteceu? Percebi que ela tinha chorado. Odeio quando ela faz isso, eu sei muito bem, por experiência própria, que não desabafar faz com que a dor piore, mas esse é o jeito dela de ser e eu não posso nem quero mudá-la.

            Seja o que aconteceu é melhor levá-la para outro lugar, para que ela possa dormir sem correr o risco de ser devorada por monstros eu ser pega para uma harpia. Mas para onde eu posso levá-la? Se ela está aqui é porque ela e Percy brigaram ao algo do tipo e o orgulho dela não permitiria de simplesmente bater na porta do chalé 3, pedir desculpas por o que quer que seja e dormir quietinha. Não, ela me mataria seu eu fizesse isso. Também posso levá-la para o chalé de Hermes, tenho certeza que Travis e Connor a receberiam de bom grado, mas lá tem muitos campistas que se perguntariam o que aconteceu para ela ter voltado e, na manhã seguinte, ficariam fazendo perguntas inconvenientes à Lily. Também não era uma boa opção. Então a única opção ainda válida era levá-la para meu chalé. Só eu e Lena ficamos lá, ninguém saberia, além de nós, que ela esteve lá ou que ela saiu do chalé de Poseidon pro motivos, até então desconhecidos.

             Sim, essa era a melhor opção. Sendo assim eu a peguei no colo e viajei pelas sombras direto para meu chalé.

            Cheguei ao meu chalé eu coloquei Lily com o maior cuidado do mundo, para não a acordar, no beliche que estava sobrando. Eu tirei meu casaco de cima dela, a cobri com o cobertor e olhei para ela. Parecia um anjo dormindo.

            Acariciei um pouco seus cabelos e sussurre “Boa noite” indo dormir logo em seguida. Mas quem disse que eu consegui dormir? Fiquei a noite toda acordado, pensando no que Lily iria pensar se acordasse ali, sem nenhuma explicação sobre o que aconteceu, porém o sono me ganhou e eu acabei dormindo.

            Acordei cedo, assim poderia acordar Lily e ela conseguiria sair do chalé sem ninguém a ver. Lena estava dormindo, ela sempre dorme até tarde.

            Botei uma roupa e me aproximei do beliche que Lily dormia. Ela estava tão tranquila ali dormindo que me deu pena de acordá-la, mas eu precisava fazer isso. Eu me sentei na cama e comecei a sacudi-la de leve.

            –Hey, Lily acorde. – Ela resmungou e virou para o outro lado. – Lily... – Dei um beijo em sua testa. – Você tem que acordar, me desculpe, se eu não te acordar agora mais tarde as pessoas vão ficar perguntando por que você dormiu aqui.

            Era inútil, ela nem me escutava.

            –Lily acorde! – Eu a sacudi mais um pouco e ela finalmente acordou.

            –Anh... – Ela resmungou ainda de olhos fechados. – Eu quero dormir!

            –Lily, você não pode dormir! – Exclamei.

            –Nico?! – Em questão de segundos ela se sentou e olhou ao redor assustada. – Como eu vim parar aqui?

            (POV Lily)

            –Bem, Lily, eu já queria falar com você sobre isso antes que você voltasse para o chalé de Poseidon. No meio da noite eu vi você dormindo na floresta, sabe o quanto isso é perigoso? Por que não veio me chamar e pedia para dormir aqui, você sabe que tem beliches sobrando e mesmo se não tivesse eu poderia dormir no chão. – Ele parou de falar quando viu meus olhos tristes fitando o chão. – Desculpa Lily, por que não veio me chamar?

            Ele colocou uma mecha do meu cabelo para trás da minha cabeça e eu respirei fundo. Como devo falar que não fui procurá-lo porque posso estar apaixonada por ele?

            –Não foi por nada, é só o meu jeito. – Disse por fim.

            –Tudo bem, Lily, eu te entendo. – Falou Nico segurando meu rosto e me forçando a olhar nos seus olhos. – Eu realmente te entendo, mas desse jeito você vai sofrer mais. Então quero que me prometa que quando qualquer coisa acontecer, não importa o que for, você vai me chamar, ok?

            –Prometo que vou tentar. – Falei o fazendo rir.

            –Tudo bem, já que é o melhor que eu consigo.

            Nico continuava segurando o meu rosto e nós olhávamos um nos olhos do outro. Nossos rostos foram se aproximando e nossos lábios de colaram. Foi tudo muito automático, nenhum de nós realmente sabia o que estava fazendo. Comecei a bagunçar seu cabelo enquanto uma das mãos deles descia para minha cintura.

            Quando íamos aprofundar o beijo escutamos o ronco da Lena e nós voltamos ao normal, nos separando imediatamente. Eu levantei do beliche e fui para mais longe de Nico possível e o garoto fez o mesmo.

            –Desculpa, Lily, isso não devia ter acontecido. Vamos simplesmente esquecer isso, você sabia o que aconteceu entre mim e a Annabe...

            –Sei! – O cortei. – Nada aconteceu aqui.

            Sendo assim eu corri para porta e sai do chalé de Hades o mais rápido que pude, sem dar chance de Nico responder.

            Comecei a andar pelo Acampamento. Eu estava completamente atordoada. Por que eu fiz aquilo? Tudo bem, beijar Nico foi incrível, mas eu ainda não me resolvi com Percy!

            Estava tão transtornada que quando vi já estava na praia.

            Eu sempre amei cavalos, praia e mergulhar, mas nunca pensei que fosse por causa do meu pai. Tirei meu tênis e minha meia e caminha para o mar.

            Primeiramente eu só molhei os pés, mas assim que meus pés tocaram a água do mar eu me senti renovada, era como se o mundo tivesse saído das minhas costas. Não demorou muito para eu mergulhar por completa no delicioso mar.

            Era incrível uma sensação maravilhosa. Fechei os olhos e aproveitei um pouco mais. Até então só tinha mergulhado com Percy, mas agora estava sozinha e assim era ainda melhor.

             Assim que eu saí do mar, completamente seca, eu vi um pégaso voar. Nunca fiquei no mesmo ambiente de um pégaso por falta de costume, sempre amei cavalos, não estava preparada para ver um cavalo alado! Mas não vou adiar isso, eu sou filha de Poseidon e nunca montei num pégaso? De jeito nenhum!

            Botei minha meia e meus tênis e fui decidida para os estábulos. Chegando lá o primeiro pégaso que me chamou atenção foi um todo preto.

            Oi chefa.

            Olhei para trás procurando quem tinha falado isso e a voz voltou a aparecer.

            Eu sou BlackJack, pégaso do Percy Jackson, não é você que é a namorada dele?

            Sim! Agora eu me lembrei! BlackJack, Percy tinha me falado dele tantas vezes, como pude esquecer?

            Ex-namorada, BlackJack, como você pode ver, sou filha de Poseidon, meia-irmã de Percy.

                Isso é muito chato... Trousse torrões de açúcar para mim?

                Eu ri com a pergunta. Queria ser um pégaso para esquecer de meus problemas e só me importar com o açúcar.

            Não, não trousse torrões de açúcar para você.

                Que pena... Ei! Quer montar em mim?

                Dei um passo pra trás. Montar nele? Já estou aqui nos estábulos, isso não basta? “Não.” Pensei. “Isso é ridículo, montar num pégaso deve ser incrível!” Respiro fundo e olho com mais atenção para os pégasos. Eles eram lindos, maravilhosos, para falar a verdade.

            Tudo bem, mas voe baixo, ok?

                Claro, chefa!

                Sendo assim nós saímos do estábulo e eu montei em BlackJack que começou a voar. No inicio senti medo da altura e segurei tão forte no pégaso que ele reclamou me fazendo rir, mas depois de um tempo a altura já não me incomodava mais. Abri os braços, me segurando apenas com as pernas que apertavam BlackJack, e deixei o vento bater no meu rosto.

            Pode voar mais alto, se quiser.

                Informei a BlackJack e foi exatamente o que ele fez. Fiquei muito tempo sobrevoando até o Acampamento quando ele foi para a praia. BlackJack desceu até o mar e molhou uma das patas na água fazendo que algumas gotas respingassem em mim. Depois disse ele mais uma vez levantou voo e voltou para o estábulo.

            BlackJack aterrissou e eu desmontei dele.

            Obrigada, BlackJack, foi muito legal voar!

                De nada, chefa, espero vê-la novamente e também espero que você me traga torrões de açúcar.

                Eu ri dele e voltei a caminhar. Involuntariamente fui parar na área dos chalés e meu olhar se voltou direto para o chalé de Poseidon. Fecho os olhos e respiro fundo. Covardia sempre foi um ato que me irrito ao extremo, agora sou eu quem está sendo covarde. “É agora ou nunca” penso.

            Lentamente eu vou indo em direção ao chalé de Poseidon. Por dentro estou morrendo de medo do que pode acontecer, mas por fora pareço totalmente calma.

            Chego a frente à porta e, mais uma vez, respiro fundo. “Será que Percy está aqui?” eu me pergunto enquanto abro a porta de uma vez.

            Quando eu entro vejo Percy sentado em sua cama com as mãos sobre o rosto. Ele me escuta entrando e olha para mim.

            –Onde estava?! Faz ideia de como eu fiquei preocupado?! – Percy pergunta se levantado exaltado.

            –Calma, Percy, vou explicar tudo, mas primeiro temos que resolver um certo assunto pendente... – Digo varrendo a vergonha para debaixo do tapete.

            –Eu sei. – Ele fala olhando para os seus pés. – Falando nisso, me desculpe por ontem à noite... Você sabe, quando eu te forcei a me beijar... – Diz corando fortemente.

            –Claro, tudo bem, mas para não brigarmos vamos fazer o seguinte: primeiro eu falo e você escuta, ok? – Pergunto.

            –Está bem.

            –Se isso ainda não for óbvio vou falar de novo: não podemos mais ficar juntos. Percy, você sabe que isso é impossível. E, bem... Eu reparei que a gente não sem ama, Percy. – Vi que ele ia protestar, mas lembrou que eu pedia para que ele ficasse calado enquanto eu falava e voltou a ficar quieto. – É verdade, Percy. Quando eu cheguei ao Acampamento você tinha acabado de terminar com Annabeth e estava muito abalado e acabou confundindo amor fraternal com amor de apaixonados.

            Na verdade, nunca tinha parado para pensar muito naquilo, mas conforme eu fui falando eu percebi que tudo aquilo era verdade.

            –Percy, na verdade há muuuito tempo eu venho reparando nos outros casais e comparando a gente, não que eu me orgulhe disso, na verdade isso é bem vergonhoso, mas eu só fui perceber agora que eu, na verdade, sabia todas as respostas para as minhas perguntas? Por que a gente não estava toda hora pensando um no outro? Olha, na verdade eu nunca acreditei nisso, quer dizer, soa muito ridículo, não? Mas acho que você sabe como é sentir isso, porque na verdade está apaixonado, Percy, mas não por mim, por Annabeth Chase.

Por incrível que pareça, não estávamos brigando. Eu achava que nós íamos brigar, gritar e discutir, mas nada disso está acontecendo. Estamos sentados na cama extra conversando civilizadamente.

–Lily.. – Tentou falar Percy, mas eu ignorei.

            –Percy, eu via, mas fingia que não. Por mais que você tentasse não olhar para ela seu olhar sempre vagava para ela, com os olhos brilhando... Olhar que eu sempre via quando eu olhava para os casais daqui do Acampamento.

            –Lily, não está tentando insinuar...

            –Percy você a ama! Eu sei disso, tenho certeza! E você tem que perdoá-la, entenda o lado dela, Percy.

            Percy começou a ficar nervoso. Ele se levantou e começou a andar de um lado para o outro.

            –Mas... Lily, como você pode ter certeza disso?

            –Eu não sei, eu só tenho. Quer saber? Fale com Meggie, ela sempre te escuta, não é? Ela sabe dessas coisas de amor melhor do que eu e você juntos!

            –Então... É isso? – Perguntou Percy.

            –Como assim? – Perguntei.

            –Você sabe... Nós ficamos assim? Meio-irmãos, apenas meio-irmão?

            –Não. – Respondo fazendo com que Percy me olhasse com espanto. – Nós somos mais que isso, Percy, somos amigos. Tudo o que a gente viveu vai continuar aqui, nós continuamos os mesmos, apenas entendemos tudo errado.

            Eu me levanto e caminho até Percy, quando chego lá ele avisa que vai falar com Meggie. Ficamos sem jeito na hora da despedida, sem saber o que fazer, mas acabou que ele me deu um beijo na testa e foi embora.


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Notas finais do capítulo

Não me matem! Não me matem! Não me matem! Convenci?
Enfim, não é só por isso que a Lily vai ficar com o Nico, hein?



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