Uma Nova Semideusa escrita por BDP


Capítulo 42
Capítulo 42


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é totalmente dedicado a MylaUchiha que recomendou a fic! Amei sua recomendação!
Por que vocês não seguem o exemplo desta leitora diva, linda e maravilhosa e recomendam a fic?
Bem, infelizmente a partir do ultimo capítulo entramos na reta-final :( todos chorando, ou não...



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(POV Percy)

            –Salvem Lílian Sampaio, filha de Poseidon.

            Procurei os olhos verde-mar de Lily, mas seu olhar estava desfocado. Isso não podia estar acontecendo, não de novo.

            Quando eu terminei com Annabeth eu perdi meu mundo, só me salvei por Meggie. Não podia deixar que isso se repita, eu sofri tanto por Annabeth...

            E foi então que uma lembrança veio com tudo.

            (flashback on)

            Eu estava junto com Lily, nós dois estávamos sentados na praia. Até que Lily falou:

                –Será que eu vou ficar no chalé de Hermes para sempre? Não que eu não goste. No beliche ao lado estão dois dos meus melhores amigos, mas... Bem eu gostaria de saber que é meu pai ou mãe olimpiano.

            –É claro que você será reclamada! – Eu disse e fiz uma cara de pensador. – Se ele ou ela não te reclamam, vamos descobrir nós. Afrodite? – Eu perguntei.

            –De jeito nenhum! – Ela respondeu.

            –Por que não? – Eu questionei. – Você é ainda mais bonita do que as próprias filhas de Afrodite.

            –Claro! – Disse irônica. – Mas nem é por isso. – Ela falou enfatizando o só. – É que às vezes eu acho que... Bem se tivesse que, por exemplo, escolher entre a felicidade de meus amigos e o amor, eu não escolheria o amor. Acho que se eu tivesse que escolher entre algo muito importante e o amor, talvez eu escolhesse a coisa importante. Não é que eu não acredite no amor, eu acredito, mas... Eu não sei explicar muito bem, mas entendeu?

            (flashback off)

            Não. Não posso me dar ao luxo de perder Lily assim como perdi Annabeth. Não quero sofrer pelo mesmo motivo duas vezes.

            Quíron percebeu o clima tenso que pairava no ar e anunciou:

            –Percy, leve Lily ao chalé de Poseidon. Travis e Connor arrumem as coisas dela e façam o favor de deixá-las no chalé 3. Já demais voltem para suas atividades, estamos entendidos?

            Os campistas murmuraram alguma coisa, mas estava tão nervoso que foi impossível entender. Assim, cada um foi fazer suas obrigações.

            Cheguei perto de Lily e tentei entrelaçar nossas mãos, mas ela puxou a dela.

            –Percy, vou ajudar Travis e Connor com as coisas. – Ele disse olhando para o chão, fazendo o maior esforço para não olhar na minha cara.

            Assim ela foi embora, sem nem me dar chance de responder. O que eu faço?

            (POV Lily)

            Saí de perto de Percy o mais rápido o possível. Acho que nunca fui tão covarde na minha vida. Sempre enfrentei Gralha e todas as pessoas que me perturbavam, mas nesse momento estou me sentindo a pessoa mais covarde do mundo.

            Não consegui nem olhar Percy no rosto e estou aqui, fugindo dele. Estava andando tão rápido em direção ao chalé de Hermes que nem reparei quando esbarrei em alguém e acabei caindo de bunda no chão. Lógico.

            Quando olhei para cima para ver quem era dou um suspiro de alívio. Travis me dá a mão para me ajudar a levantar e eu aceito a ajuda agradecida.

            –Não devia estar com Percy? – Ele pergunta como se eu não tivesse acabado de descobrir que estou namorando meu meio-irmão.

            –Vim arrumar minhas coisas. – Resolvi fingir que nada aconteceu, assim era mais fácil.

            Graças aos deuses ele não falou mais nada. Entrei no chalé e vi Connor começando a arrumar minhas coisas.

            –Muito obrigada pela ajuda, mas pode deixar que, a partir de agora, eu arrumo. – Disse andando até ele.

            –Tem certeza que não quer ajuda?

            –Não, estou bem assim.

            Então comecei a arrumar minhas coisas. Travis e Connor ficaram sentados em seus beliches. Eles ficaram quietos, talvez eles soubessem pelo que eu estava passando e resolveram ficar calados.

             –O que vai fazer? – Perguntou Connor quebrando o silêncio.

            Eu estava dobrando uma blusa, mas assim que ele falou isso a joguei na cama.

            –Não sei... – Confessei.

            –Você vai terminar com Percy, não é? Quer dizer, seria estranho... – Disse Travis.

            –Sim, sei que seria estranho. E terminar com ele seria o certo, não é? Mas como vou fazer isso?

            Então voltamos a ficar calados.

            Meu espírito covarde está tomando conta de mim. Estou enrolando o máximo possível, mas infelizmente já havia terminado de arrumar as coisas.

            –Vou tomar um banho, ok? – Disse pegando uma roupa que eu tinha deixado de fora da mala e entrando no banheiro.

             Demorei bastante no banho, mas quando eu saio Travis e Connor ainda estão lá, no mesmo lugar, parados e quietos.

            –O que houve com vocês? Estão tão quietos que estão me preocupando. – Falei realmente preocupada.

            –Ah... Não é nada, é que a gente vai sentir saudade, entende? – Explicou Connor.

            –Ah meus deuses! Vocês são tão fofos! – Disse correndo para abraçá-los.

            Eu abracei os dois de uma vez, como de costume.

            –Realmente, vai ser muito estranho não treinar todas as horas com vocês, não sentar entre vocês dois em todas as refeições, não acordar e virar para o lado dizendo “Bom dia” para vocês. É, realmente vai ser muito estranho, mas nós vamos continuar tão amigos quanto quando eu dormia aqui, ok? Eu juro pelo rio Estige. – Disse ainda os abraçando.

            –Nós também juramos. – Disseram os gêmeos em uníssono.

            Então eu dei um beijo na bochecha de cada um, dei mais um abraço, peguei minha mala e fui para a porta. Antes de sair eu olhei para trás. Realmente vai ser tudo diferente. Se eu vou sentir saudades? Sim, com certeza sim, mas talvez algo melhor me espere no chalé 3.

            Respirei fundo e deixei o chalé de Hermes. O que eu mais queria agora era fugir. Fugir para bem longe, se possível, mas eu me obriguei a continuar caminhando para o chalé de Poseidon.

            Cheguei ao chalé e bati na porta. “Que os deuses me ajudem” pensei antes de Percy pedisse para eu entrar.

            Abri a porta, entrei e fechei a mesma atrás de mim.

            –Oi, Lily... – Ele cumprimentou.

            –Oi...

            Coloquei minhas coisas no beliche vazio e sentei no mesmo. Nenhum de nós falou alguma coisa, era um silêncio constrangedor. Como pode? Nós nos conhecemos há meses e agora estamos nesta situação. Nem um de nós sabia o que falar, estamos sentados, cada um em seu beliche, olhando para o chão.

            Foram minutos, mas na minha mente foram horas intermináveis. Mas, ainda bem, Percy desfez o silêncio, porém, se eu soubesse o que ele falaria preferia que ele ficasse calado:

            –Lily, o que vamos fazer? Não podemos ficar aqui, olhando para o nada fingindo que nada aconteceu!

            Percy se levantou, ele estava nervoso, isso era visível. Eu me levantei junto e olhei para todos os lados, também estava nervosa (talvez mais que ele), minha boca abria e fechava, mas nenhuma palavra saía dela.

            –Lily? – Chamou Percy.

            –Acho que... Acho... – Respirei fundo. – Acho que devíamos terminar! Se isso já está óbvio demais. – Disso rápido.

            –O que?! Você realmente pensa isso? – Perguntou Percy.

            –Sim! O que mais a gente faria? Não temos outra escolha, Percy, não podemos namorar! – Falei como se fosse óbvio, porque era óbvio.

            Percy andou até mim, segurou meus braços com força e me empurrou até a parede.

            –Percy o que está fazendo?! Está me machucando!

            Percy me imprensou na parede e me beijou, ou melhor, tentou, porque eu não deixei.

            –Percy! Para! Temos que conversar! –Gritei o afastando.

            –Lily você me ama? Diga isso olhando nos meus olhos! – Pediu Percy.

            Meus olhos estavam lacrimejados, assim como os deles. A situação era difícil, dificílima, na verdade.

            –Percy, acho melhor...

            –Por favor, Lily.

            Respirei fundo, não sabia se aquilo que ia dizer era mentira ou verdade, mas se quisesse sair daqui precisava fazer isso.

            –Percy, eu não te amo. – Disse.

            Percy cambaleou para trás, como se tivesse levado um soco no estômago e isso foi o suficiente para eu conseguir empurrar o filho de Poseidon para o lado e sair do chalé.

            Estava tarde, muito tarde. Já fazia quatros horas desde que o toque de recolher soou.

            Olhei em volta, não tinha nenhuma harpia. Então eu fui para a floresta e comecei a adentrá-la, tão fundo que fiquei com medo de me perder.

            Depois de um tempo sentei na grama encostada num tronco de árvore, abracei minhas pernas, apoiei minha cabeça nos joelhos e comecei a chorar.

            Eu me sentia ridícula, mas era só isso que conseguia fazer. Era como nos velhos tempos, quando aguentava o dia inteiro sorrindo e sem chorar e no fim do dia, quando todos dormiam, eu começava a chorar encolhida num cantinho.

            Fiquei um tempo assim até que senti uma mão no meu ombro e eu levanto a cabeça assustada.

            Eu vejo um homem com blusa de surfistas e olhos verdes olhando para mim afetuosamente.

            –Minha filha, não chore desse jeito.

            –Poseidon? – Perguntei um pouco confusa.

            –Sim, sou eu.

            Então a raiva subiu minha cabeça. Foi tudo culpa dele se ele tivesse me reclamado assim que eu cheguei ao Acampamento eu e Percy nunca teríamos nos compromissado.

            –Muito bem. – Disse me levantando e enxugando as lágrimas do meu rosto. – Eu queria falar com você. Por que fez isso? – Falei com raiva. – Por que deixou que tudo isso acontecesse? Se você tivesse me reclamado assim que eu chegasse ao Acampamento nada disso teria acontecido! A culpa é toda sua!

            –Antes de me culpar gostaria que você me escutasse.

            –Por que eu te escutaria? Você nunca ligou para mim nem nada, agora vai fazer alguma diferença? Estive anos no orfanato sofrendo e você nem ligou!

            –Lily, eu preciso explicar tudo, por favor. – Pediu Poseidon.

            –Tudo bem. – Disse entre os dentes.

            –Filha, eu sempre estive ao seu lado, por isso os monstros não te localizavam facilmente. Atena também me ajudava, já que Kate sempre estava com você.

            –Espera. Depois que eu fui embora você parou de ajudar Kate? Deve ter sido por isso que no meio do nada os monstros começaram a persegui-la incansavelmente.

            –Não foi bem assim. Eu queria ajudar Kate, mas Atena é orgulhosa demais para aceitar minha ajuda.

            –Foi isso que aconteceu? – Perguntei.

            –Foi exatamente isso. – Respondeu Poseidon.

            –Mas por que não me reclamou logo que eu cheguei aqui, já que se importa tanto comigo?

            –Eu me importo tanto com você quanto com Percy e foi exatamente por isso que eu não reclamei vocês. Sabia que ia dar no que deu e eu não sabia o que fazer... Mas estava indo longe demais então tive que dar um fim nisso...

            Eu olhei para baixo envergonhada.

            –Então era isso que o Sr. D quis dizer? Quando ele me entregou meu anel, ele disse que estava preocupado comigo e estava pensando num jeito de resolver um problema. O problema era eu e o Percy, não era?

            –Sim, mas eu sempre estou preocupado com você, mas agora infelizmente eu tenho que ir.

            –Tchau, Poseidon.

            –Pode me chamar de pai.

            –Eu sei.

            Então eu fechei os olhos e ele se transformou na sua forma divina.

            Quando abri os olhos meu pai já tinha ido embora. “Então foi isso que aconteceu.” Pensei enquanto sentava de novo. Meu pai se preocupa comigo, ele só estava tentando fazer o melhor para todos.

            Vários pensamentos invadiram minha cabeça ao mesmo tempo. Eu estava tão morta que deitei na grama e continuei a pensar.

            “Um dia vou ter que voltar para o chalé de Poseidon” pensei. Eu me ajeitei na grama para achar uma posição mais confortável. “Mas agora não, daqui a pouco” E foi assim que meu lado covarde tomou conta de mim. Não queria voltar para o chalé e encarar Percy. Prefiro ficar aqui.

            Pensei em Nico. O que faria se ele estivesse aqui? Provavelmente eu estaria sendo consolada por ele. Nico é a única pessoa que consigo falar tudo que penso. Ele é o único que consegue me consolar, se aproximar de mim de um jeito que, talvez, nem Kate consiga.

            Já tinham lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Estou no meio de uma confusão gigante e não faço à mínima ideia de como sair dela.

            Estava tão cansada e pensando em tantas coisas que o cansaço foi tomando conta de mim e eu acabei dormindo, ali mesmo, no meio da floresta.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Alguém ficou triste em saber que entramos na reta-final da fic? Mas de um jeito ou de outro ainda tem muita coisa para acontecer...



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