Uma Nova Semideusa escrita por BDP


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Oi! Demorei, né? Desculpa, estava realmente muito ocupada, mas o importante é que eu voltei!



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(POV Lily)

            Eu não podia mentir. A cada dia que se passava eu ficava mais culpada em relação a Nico. Tirando a conversa que tivemos quando eu briguei com Percy eu e o filho de Hades ainda não havíamos tido uma conversa normal desde que eu havia saído da enfermaria.

            Eu ainda não o havia agradecido por não ter me abandonado no caça a bandeira e eu era muito grata a isso. Eu posso até parecer durona, mas não sou, no fundo não sou. Se Nico tivesse me abandonado naquele momento eu não saberia o que fazer, provavelmente sairia mancando pela floresta em busca de alguém ou da enfermaria, o que eu avistasse primeiro.

            Estava de dia e eu estava indo em direção ao chalé de Hefesto para conversar com Leo.

            Quando cheguei lá eu bati na porta e o próprio Leo a abriu.

            –Oi Leo, podemos conversar? Não é nada importante, só estou a fim de conversar e andar mesmo. – Leo deu seu típico sorriso sacana e disse:

            –Claro. – Ele disse fechando a porta atrás de si.

            Eu e Leo fomos conversando e andando em direção a floresta. Sentamos em algum lugar e continuamos conversando, quando uma dúvida e lembrança me vieram à mente.

            –Leo, por que no dia em que eu descobri ser uma semideusa e Thalia me fez a proposta de me tornar uma caçadora você quis se meter na minha frente? Quer dizer, não foi só você. Percy também fez isso, mas agora sei os motivos de Percy, mas não sei os seus. Podiam ser os mesmos motivos de Percy, mas você ama Meggie, então não sei. – Leo olhou para o chão, um pouco envergonhado.

            –Bom é que eu acho estranho ter uma amiga caçadora, não poder a abraçar e nem dar um beijo na testa ou algo do tipo. Fora que você sabe... Eu costumo dar em cima de... Algumas garotas, inclusive Piper e você, mas vocês sabem que é brincadeira, mas Ártemis não, ela me mataria. – Ele disse e eu ri. É verdade, Leo já estaria morto.

            Nós ficamos conversando mais um tempo, mas Leo teve que ir embora porque iria encontra Meggie. Eu resolvi ir me encontrar com Percy. Não tinha o visto muito hoje.

            No caminho eu avistei Nico Di Ângelo, o garoto que não sai dos meus pensamentos. Eu não sabia o que fazer, Percy me alertou contra ele, mas por outro lado sentia que ele nunca me trairia, sentia que ele me entendia, coisa que ás vezes eu achava que Percy não fazia.

            Eu hesitei em dar um aceno de mão para ele, mas logo me recompus. Eu respirei fundo e voltei a andar em direção ao chalé de Poseidon, mas antes que chegasse ao meu destino escutei uma voz atrás de mim. Uma voz conhecida.

            –Oi estranha! – Era Thalia. Virei-me sorrindo, sorrindo muito.

            –Thalia! – Gritei a abraçando. – O que faz aqui? – Perguntei.

            –Não sou bem-vinda? – Ela perguntou fingindo estar ofendida.

            –Para de ser boba! – Disse dando um tapa eu seu braço. – Vem! Vamos falar com Percy!

            Nós corremos, ou melhor, eu corri e a puxei comigo pelo resto do caminho que ainda faltava para chegarmos ao chalé de Poseidon.

             –Posso primeiro guardar minhas coisas no meu chalé? – Ela perguntou antes de eu bater na porta do chalé de Poseidon.

            –Não! A saudade é muita para você se desgrudar de mim tão facilmente. – Disse com um cara de cachorrinho abandonado.

            Thalia ficou me observando por um tempo, para pensar se iria considerar meu argumento ou não. Até que por fim disse:

            –Então você vem comigo! – Ela me puxou pela mão em direção ao chalé de Zeus.

            Quando chegamos Thalia começou a arrumar suas coisas, em seu canto, o único canto que a estátua gigantesca de Zeus não te encarava, e eu me sentei em sua cama e comecei a matar a saudade:

            –Por que as caçadoras voltaram ao acampamento? – Perguntei.

            –Lady Ártemis foi para o Olimpo e nos mandou ficar aqui, ela disse para relaxarmos e para que pensássemos nisso como se fossem férias. Para mim isso é ótimo, ficar um tempo aqui, com meus outros amigos, mas para as outras caçadoras é como um pesadelo, acho eu.

            –Por quê? Elas não gostam do acampamento? Como? – A enchi de perguntas.

            –É que tem alguns campistas, como o Valdez – Ela olhou para mim, como se isso fosse minha responsabilidade. – Que ficam dando em cima das caçadoras e isso as deixa furiosas.

            –Imagino... – Disse, na verdade não imaginava. Era só uma brincadeira e a grande graça era vê-las estressadas, se elas não ligassem não teria mais brincadeiras.

            Ficamos algumas horas conversando e arrumando as coisas da filha de Zeus, mas um continuava querendo ver Percy!

            –Thalia? – A chamei e ela respondeu com um murmuro qualquer. –Ainda não fomos falar com Percy.

            –Verdade! Acabei esquecendo, na verdade acabei esquecendo todos os outros campistas.

            –Mas primeiro você vai falar com Percy! – Insisti e ela se rendeu.

            Sendo assim nós fomos ao chalé de Poseidon. Chegando lá eu entrei no chalé escondendo, ou pelo menos tentando, Thalia atrás de mim.

            –Tenho uma surpresa! – Anunciei saindo da frente da garota a tornando visíveis os olhos de Percy.

            –Thalia! O que esta fazendo aqui? – Perguntou se levantando e a dando um rápido abraço.

            –Longa história. – Ela disse simplesmente.

            Ficamos um tempinho conversando, mas Thalia teve que ir falar com os outros campistas deixando eu e Percy sozinhos no chalé.

            –Quando é seu aniversário? – Perguntou Percy no meio do nada.

            –Você não sabe? – Perguntei.

            –Não... – Ele disse meio desconfortável. – Deveria saber? – Ele perguntou.

            Eu, que estava sentada até agora levantei e disse:

            –É lógico que deveria! Qualquer um que pelo menos saber o mês do meu aniversário! E você é o meu namorado! Quando você acha que eu faço aniversário? – Perguntei.

            –Hm... 04 de fevereiro! – Ele anunciou depois de um tempo pensando.

            –Errado! Vinte de junho! – Eu disse.

            –Isso nem é tão importante! – Ele disse. – Aposto que você nem sabe a data do meu aniversário.

            –Dezoito de agosto e você não gosta muito disso porque é quando o verão acaba e você volta para casa então não tem com quem comemorar, já que a maioria dos seus amigos é daqui. – Percy me olhou boquiaberto. Eu estava de braços cruzados de pé em frente a ele, que ainda estava sentado na cama.

            –Esta bom. Prometo que vou me lembra do seu aniversário de comprar um presente enorme para você! – Ele disse me puxando para o seu colo e me abraçando.

            –Nem precisa me dar presente, mas eu quero que você se lembre, promete? – Perguntei.

            –Prometo! Prometo! Claro que prometo! – Ele disse me fazendo cócegas.

            Ficamos nos beijando e conversando mais um pouco até que a concha soou e tínhamos que ir almoçar. Andamos até o pavilhão e nós despedimos. Eu sentei-me à mesa de Hermes e ele se sentou sozinho na de Poseidon.

            –Oi! – Digo quando já estou acomodada no meu lugar habitual.

            –Oi! – Responderam Travis e Connor juntos.

            Corri meus olhos ao redor do refeitório e percebi que Nico me encarava. Os olhos negros e os verdes se encontraram mais uma vez. Eu vi em seus olhos: tristeza, saudades e vários sentimentos do tipo. Sempre que meus olhos se encontravam com os dele eu conseguia perceber estes sentimentos, mesmo que os outros não enxergassem, eu via, claramente.

            “Preciso falar com você, se importa?” Nico moveu os lábios, sem emitir som.

            Olhei em volta procurando Percy para garantir que ele não estava olhando, não queria outra briga pelo mesmo motivo, mas eu precisava conversar com Nico.

            “Tudo bem, depois do almoço conversamos” Movi os lábios em resposta. Ele assentiu com a cabeça e eu voltei a me concentrar em minha comida.

            –Estava falando com quem? – Perguntou Connor.

            –Ninguém. – Respondi olhando para o resto de comida.

            Comemos o resto da comida e todos já se levantam para ir embora quando eu puxei os Stolls e disse:

            –Vão indo, encontro com vocês depois.

            –Você anda faltando treino de mais senhorita, desse jeito nós a venceremos de lavada! E vencer assim é chato! – Disse Travis, mas do mesmo jeito ele não implicou e nem me proibiu. Nem poderia.

            Esperei que todos fossem embora, principalmente Percy, me levantei e fui até Nico.

            –Queria conversar? – Perguntei.

            –Queria, mas não aqui. Também não quero causar problemas entre você e o Percy, então se você quiser podemos viajar pelas sobras até a floresta.

            Fiquei totalmente sem reação. Era assim que ele achava que eu era? Que eu sentia? Vergonha?

            –Não! Que isso. Por que teria problemas só pelas pessoas terem nos vistos juntos? – Perguntei.

            Nós saímos do refeitório juntos e vários olhares se voltaram para nós. Mas eu os ignorei e continuei a caminhar, ao lado de Nico, em direção à floresta.

            Adentramos a floresta e depois de um tempo paramos de caminhar e nos sentamos. Nico ficou um tempo calado, escolhendo as palavras certas.

            –Lily, não sei como dizer, mas... Estou cansado de você ficar me olhando como se eu fosse um monstro. Desde que te conheci já imaginava que Percy ia contar sobre o que aconteceu, mas não imaginava que você ficaria tão com o pé atrás quanto esta. Não estou te culpando, de jeito nenhum, imagino como deve ser... Mas eu queria que você escutasse o meu lado da história. – Ele deu um suspiro, um longo suspiro. – A história em si é muito grande, então irei resumi-lá. Eu tinha uma irmã, ela era tudo para mim, sempre cuidou de mim, sempre. Nunca faltou comigo. Estávamos em um baile da nossa escola. Annabeth, Grover (um sátiro o qual você ainda não teve o prazer de conhecer)  Thalia e Percy se infiltraram nesse baile, porque sabiam que eu e Bianca éramos semideuses, mas estávamos numa época difícil. Estávamos no meio da batalha e recrutar semideuses era mais do que essencial. O problema foi que na escola também tinha um monstro, capaz de tudo para que eu não fosse junto com Thalia, Grover, Annabeth e Percy. Lembro-me que só fomos salvos porque as caçadoras de Ártemis apareceram, mas Annabeth do mesmo jeito foi sequestrada. Percy começou a explicar para mim e para Bianca que éramos semideuses e me introduzir a este mundo mágico. Ele disse que o nosso único refúgio era o Acampamento Meio-Sangue, mas Ártemis disse que não. Que Bianca poderia ter se tornado uma caçadora, e ela se tornou uma. Ela entrou numa jornada a qual eu não podia segui-la. Pernoitamos e de manhã nós e as caçadoras tivemos que ir para o acampamento, Ártemis ia sair em uma caçada, sozinha. Então a deusa foi sequestrada e algumas caçadoras, dentre elas Bianca, saíram em uma missão para resgatá-la e Percy também queria ir nessa missão, mas ninguém o deu permissão então ele fugiu, mas antes eu o fiz prometer que cuidaria da minha irmã. Que não deixaria nada de mal acontecer com ela.

            Nico fez uma pausa. Lágrimas corriam pelo seu rosto livremente. “Todos temos um ponto fraco” Pensei “O de Nico é sua irmã.”

            –Mas Bianca morreu na missão... – Prosseguiu Nico, mas eu o impedi.

            –Mas ela não era uma caçadora? Caçadoras não são imortais? – Perguntei.

            –São, mas se elas morrem em combate não são mais. – Ele disse. – Voltando a história. Eu culpei Percy por mais ou menos um ano. Até que me encontrei com ele e descobri que Percy só estava tentado me proteger. Antes de eu encontrá-lo eu tentava invocar o espírito de Bianca, mas ela não aparecia. Então quando encontrei Percy eu a invoquei e ela apareceu, me dizendo para confiar nele e coisas do tipo. Então se passaram anos e eu continuava a invocando, mas no meio do nada ele parou de aparecer e nunca mais apareceu. Eu fiquei pensando que se Percy estivesse comigo ela apareceria e fiquei com raiva dele. Então fiz o que fiz. – Ele olhou nos meus olhos. – Eu me arrependo do que fiz. Guardar rancor é o defeito fatal de um filho de Hades.

            –Nico eu... – Meus olhos se encheram de lágrimas. – Não sabia... Eu sinto muito, não devia ter te ignorado sem saber o seu lado da história, mas é que fiquei com medo... Desculpa! – Disse o abraçando forte, ele retribuiu o abraço e limpou as lágrimas.

            –Sabe, Lily eu sempre admirei sua coragem, desde que a vi enfrentando aquela fúria. Dava para ver que estava com medo, mas não abandonou seus amigos. Fez tudo para ajudá-los. Fez coisas que muitas pessoas não fariam, tenho certeza. Conheço pouquíssimas pessoas que fariam isso. Também admiro seus pensamentos, acho que você é a primeira pessoa a ficar feliz ao descobrir que é uma semideusa. Eu gosto disso, também penso assim.

            Eu sorri. Nico e eu conversamos muito. Sobre outros assuntos, diversos assuntos, assuntos mais felizes.


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Notas finais do capítulo

Não me matem! Não me matem! Não me matem! Convenci?
Bjs com gosto de ambrosia e néctar
PS: Espero ansiosamente as ameaças de morte que vocês fazem quando eu posto um capítulo assim.



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