(POV Lily)

–Quem vai contar a ela? – Pergunta a garota dos cabelos loiros.

–Eu conto. – Disseram Leo e Percy ao mesmo tempo.

–Contar o que? – Perguntei. – Seja quem for que vai me contar quero que conte logo! – Eu disse – Se isso tem alguma coisa a ver comigo eu tenho o direito de saber.

Todos se entreolharam e por um momento um silêncio intimidador surgiu na sala. Ninguém ousava a falar nada.

–Não vão falar nada? É isso? Olha, um de você vai ter que me contar agora! – Eu disse me levantando.

–Muito bem. – Disse a menina loira. – Percy e Leo vocês contam a ela. – Disse a menina loira.

Depois de um tempo em silêncio Percy começou a falar:

–Lily, como você pode ver não é só você que vê os monstros da mitologia grega. Todos nessa sala também vêm. E você, Lílian Sampaio, não é uma pessoa normal. Você é uma semideusa, assim como eu, Leo, Travis, Connor, Thalia, Meggie, Annabeth Chase e Nico Di Ângelo. – Ele disse apontando para cada um dos integrantes da sala.

Eu estava totalmente incrédula. Toda a minha vida eu sonhei em ser qualquer coisa, menos uma morta ou trouxa qualquer. Sempre achei isso tão chato!

–Você jura? – Perguntei sorrindo. – Então eu vou ter que lutar contra monstros assim como vocês fizeram? – Perguntei mais uma vez animada.

–Lily, acho que você não esta entendo o quão horrível isto é. Você nunca poderá ter uma vida normal. Sempre sendo atacada por monstros... – Dizia Percy, mas eu o interrompi.

–E qual é a graça de ter uma vida normal? – Perguntei. – Percy ter uma vida normal é a coisa mais chata que existe. É tudo tão chato e monótono! Eu sempre sonhei em ser diferente, a minha vida inteira pensei em ser qualquer coisa menos um trouxa mortal. – Disse.

–Mais para frente você entenderá como é horrível ser um semideus. – Disse Percy.

Eu não o entendo como ele pode pensar assim? Como ele podia querer ter uma vida monótona e chata?

–Agora precisamos voltar ao acampamento. – Disse Percy.

–Mas antes precisamos passar no orfanato dela. – Disse a garota loira.

–Que tal antes de qualquer coisa vocês se apresentaram melhor? – Perguntei, fazendo com que todos me olhassem.

–Eu sou filho de Poseidon. – Disse Percy. Adoro Poseidon, um dos meus deuses favoritos.

–E eu sou filho de Hefesto. – Disse Leo.

Logo em seguido uma fila se formou em frente a mim para que todos possam se apresentar a mim. Não pude evitar rir da situação.

A primeira da filha deu um passo para frente. Ela tinha cabelos mel e olhos castanhos claros.

–Sou Meggie, filha de Afrodite. – Por dentro fiz uma careta, não gosto de Afrodite, não confio muito no amor, mas ela parecia ser legal. – Prazer em te conhecer, Percy fala muito de você para mim...

–Eu te conheço de algum lugar... – Eu disse, percebendo que já tinha a visto de longe, em algum lugar.

–Eu sei. – Ela disse. – Estava ajudando o Percy na sua escola.

–Ah sim agora me lembro! – Eu disse e com isso ela deu uma passo para o lado, fazendo com que o próximo da fila aparecesse, ou melhor os próximos.

Dois meninos praticamente iguais apareceram, a única diferença era que uma era um pouco mais alto que o outro.

–Oi, eu sou Connor Stoll, filho de Hermes. – Disse um.

–E eu sou Travis Stoll, cria de Hermer. – Disse o outro.

Eu ri, eles me lembram tanto de outros gêmeos, que gostavam da fazer brincadeira, completar a frase dos outros, confundir a mãe... Esses outros gêmeos são Fred e Jorge Weasley. Um dos meus personagens favoritos, infelizmente Fred morreu... Mas a historia não vai se repetir, não vou deixar que ninguém toque neles dois. O.K. Isso parece estranho, eu sei. Mas eu realmente sofro quando penso no Fred, e dessa vez não vai acontecer e pronto! Lógico não falei isso para eles, eles iam me achar uma louca! Eu só sorri com a lembrança dos gêmeos e apertei as mãos deles.

A “fila” andou e apareceu o Nico eu sorri e ele se apresentou melhor.

–Nico Di Ângelo, filho de Hades. – Ele disse e eu sorri e apertei sua mão, a pele dele era gélida.

Hades. Nunca tive uma opinião sobre este deus. Nunca soube se gostava ou não dele, quer dizer, não era como se ele me desse medo. Não. Só porque ele cuida do mundo inferior? Isso não fui culpa dele. Os três grandes dividiram o mundo e ele ficou com o que sobrou... Não é culpa dele!

A próxima na fila era a garota de cabelos loiros e encaracolados. Ela estendeu a mão e disse:

–Annabeth Chase, filha de Atena. – Ela disse e eu sorri.

–Prazer. – Eu disse.

A filha de Atena deu um passo para o lado para que a última da fila pudesse se apresentar. A menina tinha cabelos pretos e parecia que saia faíscas de seus olhos azuis.

–Sou Thalia, filha de Zeus e caçadora de Ártemis. – Ela parecia ser realmente muito legal.

–Caçadora de Ártemis? – Perguntei, ta aí, uma coisa que até podia ser divertida. Thalia deu um sorriso e começou a falar:

–Que bom que você tocou nesse assunto! Eu bem que queria conversar sobre isso. É que na verdade ir para o Acampamento meio-sangue não é o único lugar para um semideus. Você pode se juntar a caçada. – Enquanto ela ia dizendo vi que Percy e Leo queriam me empurrar para trás deles e de canto de olho vi Nico se aproximar um pouco de mim. – Você não ira envelhecer. – Continua a filha de Zeus. – Iria ter uma família... – Ela ia falar mais, mas Percy não deixou.

–No acampamento ela também terá uma família. E também ser uma caçadora também tem suas desvantagens. – Disse Percy conseguindo empurrar-me para trás dele.

–Quais? – Perguntei fazendo com que Percy virasse para mim.

–Nenhum garoto. – Respondeu ele. – Sem relações com garotos e coisas assim...

Nossa! Que preço caro a pagar! Tudo bem que deve ser bem divertido ser uma caçadora... Mas não irei entrar para caçada talvez depois... Mas não agora. Tenho que conhecer o acampamento meio-sangue.

–Então? – Perguntou Thalia.

–Desculpe Thalia, mas não agora. – Disse. – Você realmente parece ser muito legal, mas prefiro ir por Acampamento. – Disse.

–Tudo bem. – Ela disse.

–Muito bem! – Disse Annabeth. – Vamos ao orfanato nos manipulamos a névoa para parecer que somos bem mais velhos e aí a adotamos, tudo bem?

–Mas eu tenho perguntas a fazer... – Ia protestar, mas Annabeth não deixou.

–No acampamento você as faz, quanto mais cedo chegarmos lá melhor. Nós devemos estar atraindo muitos monstros.

Eu por mais que não quisesse concordei com ela, e, os outros fizeram o mesmo. Fomos para o orfanato e Meggie e Percy “me adotaram” e eu fui arrumar minhas coisas.

Estava quase tudo pronto quando Lindsay entrou.

–Você vai ser adotada? – Perguntou hostil?

–Sim Lindsay, eu vou. – Eu disse como se ela tivesse dois anos. Eu vi em seus olhos que ela estava com raiva. Raiva por Lívia ter sido adotada, eu ter sido adotada e ela continuava ali.

Ela foi para o banheiro e bateu a porta. Minutos depois eu saio do meu antigo para meu antigo quarto. Agora tudo ia mudar. Tudo.

Desço a grande escadaria e dou de cara com Gralha.

–Não é que você conseguiu? Já aviseis aos seus novos pais – Ela praticamente cuspiu a palavra pais. – Que você não é uma criança boa para adotar, que tinham mais outros melhores que você sem hiperatividade... Mas eles continuaram querendo te adotar... –Ah! Ela passou dos limites!

–É, mas sou eu que ainda tenho muito para viver, muito lugar para ir, muita coisa para fazer... Eu vou embora daqui para nunca mais voltar! Estou livre, não vê? Já você, seus anos estão acabando... Você pode só ter trinta anos, mas sua juventude já se foi há muito tempo. Vai ficar aqui, neste mesmo orfanato por anos, nunca vai se ver livre como eu. Vai morrer sem fazer nada com sua inútil vida! – Pronto! Falei o que sempre quis falar, mas nunca falei por ordens da tia Teresa, agora não preciso mais tomar cuidado com Gralha.

Gralha ficou totalmente sem reação. Pela primeira vez na minha vida vi Gralha sem palavras. Ela abria a boca para responder, mas nada saia. Peguei minha mala e continuei a descer as escadas.

Lá embaixo vi “meus pais adotivos” e o resto das pessoas. Eu ri e fui até eles.

–Vamos? – Perguntei.

–Vamos. – Percy respondeu. – Já chamei os pégasos. Eles vão estar aqui... – Percy queria falar mais, mas eu não deixei.

–Pégasos? – Perguntei. – Com asas? Aqueles que voam?

Annabeth lutou para abafar o riso.

–Sim Lily, pégasos com asas e que voam. – Disse Meggie.

Oh não! Não! Não! Não é possível! Eu detesto alturas, não vou conseguir montar em um pégaso. E, por mais que eu ache a beleza de um pégaso incrível. Eu... Bem acho estranho, eu sempre admirei cavalos, sempre. Sempre os achei lindos e eu amo cavalgar, mas não sei se é a mesma coisa com um pégaso. Não sei se estou preparada para ver um cavalo de asas. Não vou de pégaso!

Nós fomos caminhando para fora do orfanato e quando estávamos bem longe eu tomei coragem e pedi:

–Percy, posso falar com você?

–Claro. – Respondeu

Nós fomos para um canto e eu fui bem direta:

–Não vou montar no págaso! – Disse, ele ficou bem surpreso para falar a verdade. Ele me olho e perguntou:

–Por que?

–Porque não! Não vou e pronto! Não quero falar sobre isso. – Disse. Percy ficou me olhando pensando até que resolveu nosso problema.

–Tudo bem, já sei o que vou fazer. – Percy falou para que eu o seguisse e foi andando até o grupo. – Di Ângelo, você pode levá-la pelas sombras? – Perguntou Percy.

–Levo. – Respondeu. – Claro que eu levo, mas por quê? – Respondeu o Nico.

–Lily esta com medo de ir nos pégasos. – Percy deu de ombros e eu assim que escutei isso quis matá-lo.

Eu não tinha medo de pégasos! Todos vão me achar uma idiota.

–Não tenho medo de pégasos! Eu tenho medo de altura. – Falei olhando para o chão. Percy ia falar mais alguma coisa, mas Nico o cortou.

–Percy, não temos onde ficar e somos nove semideuses sendo que três são filhos dos três grandes, acho que quanto mais cedo chegarmos ao acampamento melhor.

Percy concordou, mas eu não me dei por satisfeita.

–Espere! – Pedi. – Esqueceram das minhas respostas? – Perguntei. Annabeth olhou para mim um pouco aborrecida e disse:

–Eu sei disso! Você e Nico vão chegar muito mais rápido que nós. Nico vai esclarecer suas dúvidas e te mostra o Acampamento, tudo bem? – Ela perguntou e eu concordei. Percy e Nico iam protestar de novo, mas perceberam que seria melhor assim. Então eu fui para o lado de Nico.

–Segure minha mão e não a solte. – Disse Nico e eu automaticamente obedeci.