Pequenos Infinitos escrita por Uriba


Capítulo 8
CAPITULO 8


Notas iniciais do capítulo

Hi :/



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As férias de fim de ano terminaram no dia seguinte ao meu “encontro” com Grace. Eu estava determinado a cumprir minha promessa com ela. De verdade. Tentava saber coisas sobre ela. E pouco a pouco achei que estava conseguindo ganhar a confiança dela. Pelo menos um pouco. Adorava conversar com ela. Me fazia bem de certo jeito. Desde que as aulas tinham começado eu ainda não tinha visto ela novamente. Mas queria ver. Nem que fosse para passar por um daqueles “Momentos De Silencio Constrangedor e Mortal”.

Todo dia, mais ou menos às seis horas. Eu mandava mensagens para ela. Eu falava tranquilamente pelas mensagens, mas não sabia exatamente como seria pessoalmente. Nós conversávamos. Eu falava mais. Eu não descobria MUITAS daquelas coisas normais que as pessoas perguntam. Na verdade eu acho que tinha umas curiosidades até meio esquisitas. Mas eu conclui que, de certo modo, eu e ela tínhamos muitas coisas em comum (até mais do que eu esperava, na verdade). Eu nunca cheguei a perguntar sobre a doença dela. Não que eu me incomodasse com isso, eu só não via porque me preocupar sabendo daquilo, já que eu não iria curar. E não ligar para a doença mortal dela deu certo, até perto das férias do meio do ano. Estava um dia mortalmente quente. Escaldante. Eu mandei para ela:

QUE CALOR INFERNAAAAAAAAAL!

Esperei algum tempo. Ela estava me respondendo relativamente mais rápido que no começo.

É. Mas eu gosto do calor.

Eu me perguntei “COMO ALGUEM PODE GOSTAR DESSE SOL ARDENTE DERRETENDO TUDO?!”. Mas perguntei para ela.

Por quê?

Eu gosto do calor, do sol e tal. Às vezes eu ia para a praia, com a minha tia sabe? Eu gostava de acordar cedo, mas não consigo quase nunca.

Ah, não conheço muitas pessoas que gostam de acordar cedo. Bom, você tem que acordar cedo para ir à escola não? Isso não conta?

Talvez contasse, quando eu ia à escola. Mas eu parei de ir...

POR QUÊ?!

Minha doença piorou. Eu não consigo mais respirar direito. Eu mal consigo sair de casa, na verdade não consigo fazer muita coisa sem perder totalmente o fôlego. Então tive que parar de fazer praticamente tudo.

Não...

Pois é..

Voltou para casa?

Não. Ainda me recuso para fazer isso. Não quero que as pessoas de lá comecem a chorar toda vez que eu tenho um surto de falta de ar.

Eu me despedi dela e fui dormir. Mas mal consegui. Imaginei-a deitada numa cama vinte e quatro horas por dia, sem poder respirar direito. Cara, eu simplesmente não conseguia! Tinha que ver ela. Coloquei um cigarro na boca. Durante aquele tempo que tinha falado com ela, tentando provar que eu era diferente. Pelo que eu consegui que ela me dissesse. Ela gostava de mim, talvez me achasse engraçado, não sei. Eu estava pouco a pouco, me tornando alguém que estava fazendo a diferença para ela. Me tornando especial, e a cada dia, a cada segundo que passava eu tinha cada vez mais certeza de que gostava dela. Mandei uma mensagem. Mesmo sendo tarde.

Preciso te ver...

Ela respondeu alguns minutos depois.

Seria ótimo.. Preciso ir dormir. Estou cansada, desculpe.

Brinquei com o cigarro entre os dentes. Deitado olhando para o teto. Parei-o, e depois comecei a movê-lo de um lado para o outro. Eu tinha que vê-la. Tive a impressão de que ela poderia morrer e eu nem estaria lá. Me lembrei de que Luke tinha se tornado um grande amigo de Lili. Eu tinha saído com eles algumas vezes. Era divertido. Mas eu estava com saudades de ver Grace. Liguei para Luke.

– MEU DEUS, VOCE PRECISA PARAR DE ME LIGAR NESSAS HORAS INCONVENIENTES! –berrou ele ao atender.

– Foi mal – falei, desanimado.

– Cara, você tá mal hein? Ela te contou?

– Que ela continua morrendo a cada dia. Sim. E que ela mal consegue respirar enquanto vive! Cara, ela precisa ir ao médico! Precisa se tratar...

– Não é tão simples. A doença dela é... Complicada.

– EU SEI! – berrei desesperado a ponto de chorar. A garota que eu amava estava morrendo, se recusando a ir ao médico, se recusando a receber visitas, era insuportável.

– Desculpe... Eu sinto muito mais.

– Eu a amo...

– Eu entendo.

– É aflitivo.

– Eu sei...

– Quero vê-la. Você pode...

– Te levo amanhã lá! Me encontre no parque à uma?

– Tá.

Ele desligou e eu fui dormir. Tive um sonho. Eu estava em um leito de hospital, algumas maquinas para me manter vivo, eu acho. Grace entrou na sala do hospital e se sentou perto de mim, eu tentei falar algo, queria que ela se deitasse comigo. Que ficasse comigo pelo tempo que me sobrava. Simplesmente para ficar ali. Juntos. Era o suficiente, mas nada saiu. Nenhum som. Ela pegou na minha mão e eu gostei muito daquilo. E então... acordei.


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Notas finais do capítulo

Bye ^^'



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