Come What May escrita por Louise Maia Silveira, MsTigerOwl, MsTigerOwl


Capítulo 1
Want To Tell You




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"Eu quero lhe contar,
Minha cabeça está cheia de coisas a dizer,
Quando você está aqui,
Todas essas palavras parecem escapulir.
Quando eu me aproximo de você,
O jogo começa a me arrastar pra baixo,
Está tudo certo..."

- Você pode sair primeiro ou... Podemos fazer disso uma coisa de duas vezes? - ela perguntou, erguendo a sobrancelha, e eu sorri, colocando a garrafa na cabeceira e me arrastando pela cama até ela, nós duas sorríamos uma para a outra entre beijos, segurei seu rosto com as duas mãos e a beijei demoradamente, sentindo meus lábios formigarem, ela me puxou levemente e virou para ficar por cima de mim, se livrando do lençol que a cobria parcialmente.

Seu corpo se postou sobre o meu e eu a olhei demoradamente, sob a luz fraca daquele abajur, ela desceu o corpo e beijou meus lábios com uma delicadeza desconhecida, sugando meu lábio inferior em um ato polido e cuidadoso que me deu arrepios, acariciou a pele da minha bochecha com as pontas dos dedos antes de morder meu lábio com força e iniciar um beijo bem mais voraz, dessa vez nossas línguas se tocaram com urgência, reprimi um gemido quando sua língua quente tocou o céu da minha boca, a latina deu mordidinhas no meu queixo e desceu para o meu pescoço, sugando a pele com os lábios abertos enquanto massageava os meus seios, fechei os olhos e dobrei o pescoço, soltando um gemido rouco enquanto apreciava aquela sensação que Santana me proporcionava.

Seus beijos foram descendo pela minha barriga enquanto eu arqueava a coluna para incentivá-la a descer, senti-a beijar a parte interna das minhas coxas e gemi alto quando sua língua tocou meu clitóris inchado, agarrei seus cabelos e puxei levemente, tomando cuidado para não machucá-la. 

- Ai meu deus, Rosario! - gritei, alguns segundos antes de ter meu terceiro orgasmo da noite, senti as extremidades do meu corpo formigarem e uma maravilhosa sensação de levitação, enquanto os tremores tomavam conta de mim, ela me abraçou e quando finalmente abri os olhos, me olhava com curiosidade, provavelmente esperando pelo próximo passo. - Santana... - falei, bem séria, colocando uma mecha de seu cabelo escuro atrás da orelha, ela ergueu uma sobrancelha, me instigando a continuar. - Acho que amo a sua língua. - falei, e ela gargalhou ruidosamente. 

- Que bom, ela parece gostar de você. - falou a morena, me dando um beijo leve, quando senti meu próprio gosto na sua língua, foi como fogo em palha seca para que aquele calor preenchesse meu ser de novo, beijei-a com intensidade, puxando-a para cima de mim, me sentei, segurando-a em meu colo e passei a mão pela sua barriga bem definida até chegar em seu centro, a latina sorriu entre o beijo quando meus dedos começaram a massagear seu clitóris em movimentos circulares e lentos.

- Ooouh, Fabray... - ela gemeu em meu ouvido, mordendo meu lóbulo enquanto eu a penetrava com dois dedos ainda com cautela por nunca ter feito aquilo antes, mas ela começou a mover seu corpo para cima e para baixo e soltar gemidos cada vez mais altos, colocou uma mão na base do meu pescoço e outra na cama, fechando os olhos e jogando a cabeça para trás enquanto eu me sentia livre para aumentar a velocidade dos meus movimentos, senti suas paredes se apertarem e sabia que estava próxima de um orgasmo. - Q-Quinn! - ela gritou, se agarrando a mim enquanto os tremores a tomavam, tirei meus dedos de seu centro e coloquei-os na boca sensualmente, ela sorriu para mim, ainda ofegante, com os polegares massageando minha nuca levemente, coloquei os braços em volta da sua barriga e ela deitou a cabeça no meu ombro, empurrei nossos corpos para a frente e caímos deitadas entre risos, nos olhamos por mais alguns minutos antes que caíssemos as duas no sono.

Quando acordei, fiquei alguns minutos a admirando, ela dormia calmamente, com uma mão próxima do rosto, a outra embaixo do travesseiro e os lábios entreabertos, sua respiração era calma e ritmada, a luz fraca que vinha da janela atrás de mim batia em seu rosto, provocando um reflexo amarelado e adorável, que deixava seu rosto ainda mais bonito, suspirei com aquela visão antes de erguer o corpo levemente para ver que horas eram.

3h47min. Lá fora ainda estava escuro e eu tinha quase certeza que ainda podia ouvir um pouco de música, a mesma que embalara cada momento perfeito daquela noite, eu me lembro que tocou Locked Out Of Heaven do Bruno Mars enquanto ela me beijava e me lembro de como aquilo traduziu o que sentia, Santana fazia eu me sentir como se todos os prazeres da minha vida tivessem sido um desperdício, como se eu não soubesse o que era o prazer real, e ela tivesse aberto as portas do paraíso.

Suspirei mais uma vez e me levantei, tomei um banho demorado, aproveitando a água quente que parecia lentamente desatar os nós da minha musculatura e a massagear com sutileza e quando saí já eram 4h30min, o céu azul escuro começava a se pintar de um lilás límpido e alguns tons de rosa em um nascer do sol precoce, os pássaros sacudiam as asas em seus ninhos e cantavam pela primeira vez, lançando melodias fragmentadas para o ar preguiçoso daquela manhã de sábado.

Santana ainda dormia calmamente, parecia que eu nunca a tinha visto assim, tão calma, era como se nada no mundo pudesse perturbá-la, eu a conheço desde os sete anos de idade, sei bem que ela passou a vida toda na defensiva, não é culpa dela, o pai a humilhava, a mãe era uma santa, mas os irmãos eram os piores, sempre fizeram de tudo e mais um pouco para transformar a vida dela em um inferno, por isso ela desenvolveu esse péssimo hábito de se defender instintivamente, vê-la de guarda baixa, como agora, é muito raro, sempre imaginei que ela se protegia até dormindo.

Santana é uma caçula, como eu, só que ela tem dois irmãos mais velhos, Logan e Mariana, Maria é um pouco mais suportável, ela é muito calma em comparação com Logan, que é o senhor jogador de futebol afogado em testosterona, eu os odeio, e odeio o pai da Santana também, acho que a única que eu gosto é a Ana, mãe dela.

Vesti as roupas da noite passada e fui até a porta, minha mão pousou na maçaneta fria de metal, olhei de novo pelo quarto, mirando cada canto do papel de parede listrado antes de deixar meus olhos baterem no rosto calmo e relaxado dela, como um metal puxado por um ímã, andei alguns passos pelo assoalho de madeira clara até a cama.

Parei ao lado do seu rosto e olhei para baixo, encarando-a sobre a luz fraca do abajur levemente amarelada por causa da cúpula florida contrastando com os raios de sol leves que penetravam pelo vidro da janela, estendi a mão para tocá-la, mas parei o gesto antes que fosse concluído, com medo que ela acabasse acordando e meu plano de ir embora fosse por água abaixo.

Olhei em volta, sem realmente querer sair dali, daquele quarto morno e mal iluminado, respirei fundo, tinha cheiro de baunilha, como o cabelo da Santana, ela só usava a mesma marca de xampu desde os catorze anos, o Vanilla Lace, da Victoria's Secret, meus olhos focaram em uma escrivaninha que tinha em frente a cama, em cima dela tinha um bloquinho com várias folhas e um copo com canetas dentro, andei a passos lentos até lá e peguei uma caneta, puxei o bloquinho pela superfície de madeira gasta e desenhei as letras com todo o cuidado possível, como se elas pudessem pular do papel e falarem as entrelinhas para Santana, pois lá dentro do meu cérebro, uma vozinha repetia uma mesma frase repetidamente, eu não queria ir, e, estranhamente, queria que ela soubesse disso.

Deixei o bilhete na mesinha de cabeceira, beijei os cabelos escuros com toda a delicadeza possível e saí pela porta, andando pelos corredores, um sorriso idiota se formou no meu rosto enquanto me lembrava da noite passada, dos beijos compartilhados entre sorrisos, das vezes que troquei o nome dela por Rosário propositalmente, de quando ela gemia meu nome... Tudo isso parecia ter sido estampado no meu rosto na forma de um sorriso singelo, e isso me fez abaixar a cabeça quase abruptamente, era como se eles soubessem, só de olhar no meu rosto, o que tinha acontecido naquele quarto, e isso me deixou envergonhada, mas é óbvio que não era bem assim, eles não sabiam sobre os olhares trocados, nem a dança lenta, os sorrisos e os elogios, o perfume, os toques, eles não sabiam de nada disso, pensar o contrário era idiotice, não era?

Andei até o meu carro que estava no estacionamento e fui para casa, quando cheguei, minha mãe estava costurando algumas coisas para a igreja, lhe dei um beijo na bochecha e sentei na sua frente á mesa.

- O que está costurando? - perguntei, apoiando o queixo na mãos sorrindo bobamente.

- Alguns cobertores. - informou, sem tirar os olhos de seja lá o que ela estava fazendo na máquina. - só voltou essa hora? - ela perguntou, desconfiada, ainda sem olhar para mim.

- Ah, é que a festa se estendeu um pouquinho mais. - era meio mentira e meio verdade, só esperava que ela não entendesse o lado que era verdade.

- Lucy, você está se encontrando com aquele badboy de novo? - ela perguntou, finalmente olhando para mim.

- Quem, Puck? - perguntei, incrédula. - Não mãe, eu nem o vi na festa e...

- Você está tentando ter outro bebê, Lucy? - me acusou, e juro que deu vontade de rir.

- Não, mamãe, eu tomo anticoncepcional. - falei, e ela assentiu levemente, voltando a costurar.

- Que seja, você é adulta, não é mais da minha conta. - falou, e eu me apressei para subir as escadas antes que o interrogatório recomeçasse.

Me joguei na minha cama e olhei o teto com o mesmo sorriso bobo, tinha valido a pena, e mesmo que não se repetisse, eu sempre me lembraria.


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