Autolove escrita por Giulia Oliveira


Capítulo 2
Dois




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“(...) Se a gente não fizesse tudo tão depressa,

Se não dissesse tudo tão depressa,

Se não tivesse exagerado a dose,

Podia ter vivido um grande amor...”

As lágrimas insistiam em escorrer no rosto de Sam. Apesar de se tratar de uma banda brasileira, a menina conhecia e adorava Kid Abelha, que inclusive, foi Freddie quem a apresentou, quando ainda namoravam. Ao chegar em casa, teve o ímpeto de jogar a mochila em qualquer lugar e desabar no sofá, afinal, sua mãe passaria a noite fazendo serão na empresa em que trabalhava.

Sua cabeça estava a mil por hora. Não conseguia parar de pensar que seu ex-namorado poderia estar aos beijos com sua melhor amiga, que poderiam estar se divertindo muito mais sem ela. Se sentia mal, pois sabia que Carly fora a primeira garota pela qual Freddie se apaixonou profundamente e agora que ele estava solteiro, teria o passe livre para finalmente se resolver com a morena. Estava a ponto de ter uma crise de nervos, mas preferiu por desligar seu iPod e ir tomar uma boa chuveirada.

─ Por que faz isso comigo, seu idiota? Qual é o seu problema? – Sam falava consigo mesma, com a cabeça mergulhada debaixo do chuveiro

Demorou uns bons minutos com aquela água fria caindo sob seu corpo. Se fosse num dia normal, iria até a cozinha comer algo, escovar os dentes e depois dormir. Mas fez apenas as duas últimas coisas. Não tinha fome ou qualquer ação a se tomar. Preferiu por mergulhar-se à cama, e tentar dormir sem precisar de chás, calmantes ou coisas do tipo.

(...)

Já beiravam sete horas da manhã, quando Sam acordou. Seus olhos estavam remelentos e dormentes. Pôs-se a tomar uma chuveirada fria, a fim de tentar começar seu dia em paz. Arrumou-se rapidamente, tomou seu café, escovou os dentes e partiu para a escola. Não que ela estivesse afim, principalmente, de ver Carly e Freddie mais um dia, mas sabia que não podia entrar em uma depressão profunda e parar sua vida pelos dois. Percorreu um curto caminho, até encontrar os amigos em seus armários, como de costume.

─ Hey Sam! – Carly sorriu acenando

─ Hey Carly! – respondeu Sam, tentando transparecer naturalidade

─ Olá Sam... – Freddie cumprimentou-a, com um sorriso de canto

─ Nerd...

─ Poxa Sam, ontem você perdeu! Foi tão legal lá no Vitamina da Hora, né Freddie? – Carly falou, virando-se para os dois amigos

─ Pois é... As vitaminas estavam uma delícia. Melhor ainda foi o tombo que quase tomei, no caminho de casa. – respondeu o moreno rindo junto com Carly, o que deixara Sam com sangue nos olhos

─ Hm... Outras oportunidades virão. Principalmente, de ver nerds quebrando a cara no chão... – Sam respondeu, sem empolgação

─ É, com certeza! – a morena sorriu

─ Er... Qual será a primeira aula de hoje ein? – a loira perguntou, enquanto abria seu armário

─ Biologia. Er... Sam, por que você está perguntando isso? Está tudo bem contigo? – Carly perguntou com um ar duvidoso

─ Claro que está. Por que não estaria? Só quero saber, para poder pegar o livro certo.

─ Tem certeza? Sam, você nunca leva um livro que seja para a aula. O máximo que você leva é teu caderno, e para fazer bolinhas de papel para atirar em mim ou no professor! – Freddie disse com um olhar confuso

─ Ih garoto, larga do meu pé. Não tá acontecendo nada comigo, que ideia! Isso aqui é uma escola, e foi feita para se estudar. Se eu não estudo, vocês reclamam. Se eu resolvo estudar, vocês também reclamam! Assim fica complicado...

─ Sam, ainda faltam 5 minutos para o sinal tocar. Nem os nerds, muito menos o professor chegaram lá na sala! – Carly respondeu

─ Ah, tchau pra vocês gente! – bufou Sam

A loira deixou os dois com interrogações, principalmente Freddie. Apesar dos pesares, ele a conhecia o suficiente para saber que havia algo errado com ela, e não sossegaria enquanto não pudesse ajudá-la. Enquanto isso, Sam segurava suas lágrimas e sua raiva, tentando frustradamente chegar à sala de aula. Mas sabia que encontraria seus amigos, e que teria de conviver com eles nas próximas horas, o que seria uma tortura. O corredor ainda estava vazio, a porta da dispensa do colégio estava aberta. Olhou para os dois lados, checando algum sinal humano, e logo trancou-se por lá. Não demorou muito para que desandasse a chorar, como uma criança em apuros, entretanto, com pesadelos que só os adultos poderiam ter.


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Notas finais do capítulo

Então pessoal, sei que esse capítulo está bem pequeno. Entretanto, se eu juntasse com o próximo, ficaria extremamente longo e cansativo de ler, então preferi dividí-lo em dois. Espero que tenham gostado. Até a próxima ;*



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