Caída escrita por P H Oliver


Capítulo 5
Sentimentos Controversos




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/337772/chapter/5

Não havia o que fazer na manhã de sábado. Então passei a maior parte da manhã deitada em minha cama ouvindo música no meu IPod. Simplesmente passei quase duas horas ouvindo música, e quando decidi me levantar já ia dar meio dia.

Depois de tomar banho e me vestir casualmente, desço e encontro outro bilhete do meu pai, porem este só tem um mapa da cidade com marcações dos lugares de passeio. Enrolo o papel e enfio no bolso, sem nem olhar para ele direito. Abro a geladeira e preguiçosamente pego o suco de laranja e tomo no gargalo mesmo. Penso em sentar e assistir televisão, porem lembro que tenho uma pilha de exercícios para fazer, o que me faz subir novamente, sentar na minha escrivaninha, respirar fundo e arranjar paciência para as doze questões de matemática, a pesquisa de historia, baixar os livros que devemos ler para a aula de literatura e por último, mas não menos entediante, quinze questões sobre analise de invertebrados para biologia.

-------------------------------------C--------------------------------------

Quando termino minhas tarefas já são quase quatro horas da tarde. Só parei meus exercícios para comer, beber água e ir ao banheiro. Como não há mais nada para fazer, decido olhar novamente aquele mapa e dar uma volta. Nele vejo que há um shopping não muito longe daqui, o que me incentiva a tomar um banho rápido e vestir um lindo vestido rodadinho, cor de rosa bem claro.

Já na garagem penso em deixar um bilhete para Josh, mas acabo desistindo. Ele não vai ficar preocupado. Dirijo em direção ao shopping ouvindo Wonderland e cantarolando take me to Wonderland, take me to, take me to, take me to Wonderland. Uma música agitada sempre me anima. A viagem para o shopping não durou mais do que vinte minutos, e percebo admirada, que ele com certeza não é um shopping pequeno. Tem três andares de altura e era bem comprido. Faço um pedido bem intenso: que tenha uma livraria que preste e uma Starbucks. Entro no shopping com toda a confiança que sempre pairava sobre mim, e logo minha expressão sou diva sai de meu rosto. O shopping é simplesmente magnifico. As luzes das lojas de marca e das boutiques me convidam e parecem gritar gaste todo seu dinheiro. Mas me controlo e me dirijo primeiramente a um stand vendendo sorvete. Compro um Milk shake de chocolate com cobertura de chocolate... Enfim, precisava de calorias para tirar o estresse do meu corpo. Começo a andar, e depois de um tempo decido olhar meu relógio. E me assusto, pois, por incrível que pareça, já se passou uma hora. E me frustro. Ainda não achei nem uma livraria e nem uma Starbucks. Tomo a decisão de andar mais um pouco e finalmente consigo achar uma livraria boa (graças a Deus). Entro e logo meus olhos se enchem com todos os livros divinos que se encontram ali (e meu bolso começou a coçar também, mas isso não vem ao caso).

Depois de umas duas horas mais ou menos na livraria, saio com uma sacola cheia dos mais maravilhosos livros que você pode imaginar. E recomeço a andar, porem dessa vez meus sapatos de salto médio cor da pele começam a doer, o que me faz pensar duas vezes e me faz tomar a decisão de ir para meu carro, voltar para casa e tomar um bom e relaxante banho quente. Mas paro logo que tomo essa decisão. Porque ao longe vejo Jason segurando os braços de Ju, com um sorriso demoníaco e assustador em seu rosto. E meu corpo todo se enche de uma fúria inexplicável, e vou à direção deles praticamente correndo. Quando chego lá ele para sua frase na metade:

- Se você fizer isso de novo eu vou te...

- Vai fazer o que, Jason? – Praticamente cuspo o nome dele – Solte o braço da Judith. Agora!

- E se não soltar, o que você vai fazer? Me dar uma bolsada? – Diz ele sarcástico.

Nesse momento me encho mais ainda de fúria e encho minha mão, dando uma bofetada na cara dele que deve ter deixado até minhas digitais. Foi só disso que ele precisou para solta-la.

- Você não devia ter feito isso – Diz ele com uma fúria quase tão grande quanto a minha.

- Que bom. Sai daqui!

Ele se virou e saiu com passos longos e rápidos

- Você não precisava ter feito isso Courtney – Disse Judith com uma voz muito melindrosa. – Ele estava certo em estar fazendo aquilo... – Sussurrou ela.

- Não diz isso Ju. Ele estava errado em fazer aquilo. Aquele monstro.

- Não Courtney. Eu disse coisas horríveis para ele.

- Vamos para aquela sorveteria, eu compro pra você uma casquinha de duas bolas e ai você me conta tudo, tá bom?

- Tá bom.

Fomos para a tal sorveteria, nos sentamos e eu comprei o sorvete de duas bolas para Ju.

- Vamos. Pode começar a desembuchar. – Digo para ela

- Ele veio falar da minha família de novo. Foi para o meu irmão dessa vez. O Fred é um cara calmo, então ele só fez sair daqui e dirigir para casa. Mas eu não consigo me controlar. Meu gênio sempre me ferra. Cheguei com ele e disse que preferia ser uma menina com uma família com problemas financeiros do que um menino com uma vadia como mãe, um pai beberrão e um irmão maconheiro. E que preferia mil vezes ter problemas financeiros a ter uma ficha criminal.

Fico surpresa quando Judith termina de contar a história. Ela parece tão calma, mas saber desse lado “irado” dela é uma novidade (apesar de só conhece-la há uma semana). Quando volto à realidade percebo que ela está chorando.

- Oh Judith, não precisa chorar querida. Eu sei que o que você fez não foi certo, mas ele bem que estava merecendo. Relaxa. – Me levanto e dou um abraço nela. Mas de repente minha bolsa vibra e eu praticamente dou um pulo de susto. Pego o celular e vejo que é o papai ligando. Atendo.

- Oi pai. Tudo bem?

- Onde você está? – Diz ele com uma voz alarmada.

- Relaxa pai. Eu estou no shopping.

- E não podia ter deixado um bilhete?! Eu sei que não sou assim, mas estamos numa cidade nova, não conhecemos praticamente ninguém, e você é minha passarinha... Não faça mais isso ok?

- Ok pai. Me desculpe. Daqui a pouco estou em casa.

- Tá bom.

Viro para Judith e falo:

- Desculpa Ju, tenho que ir para casa. Mais tarde a gente se fala.

Saio apressada e nem escuto a resposta da Ju. Pago o estacionamento e corro para meu carro. Mas paro na mesma hora. Pois encostado nele vejo o Jason.

------------------------------------C---------------------------------------

-Desencosta do meu carro! – Cuspo para ele.

- Eu disse que era para você não ter feito aquilo.

Eu estava morrendo de medo dele. Mas engoli esse medo tolo e respondi:

- Parece que aquela tapa na sua cara não foi o suficiente. Que tal um soco? Talvez assim você se toque!

- Tá bom, filhinha do papai. Sei que você está morrendo de medo. Todos eles têm medo de mim. Mas percebo que você não. Você luta contra esse medo. Você é corajosa garota. Qualquer um que descobrisse que eu estava encarando por duas vezes já estaria literalmente se borrando em casa de medo.

- Então era você no primeiro dia! Você é o que? Algum tipo de pervertido psicopata?

- Não acredite em tudo o que aquela retardadinha lhe diz Courtney. Ela sabe mentir muito bem.

Não me controlo e fecho o punho para dar na cara dele. Mas ele segura minha mão e por um momento acho que ele vai me machucar. Porem, ao invés disso, ele faz algo que me surpreende mais ainda. Ele me beija. Seus lábios tem um gosto inexplicável de masculinidade (ou talvez seja só gosto de chocolate mesmo). Apesar da repulsa que sinto por ele, seu beijo acende um fogo dentro de mim que nem mesmo meu ex-namorado totalmente lindo conseguia acender. Ele separa seus lábios dos meus e diz:

-Só fiz isso para te acalmar. Ninguém resiste aos meus beijos – E sai caminhando para longe com um brilho no olhar, um brilho que surpreendentemente me faz morder meus lábios e algo dentro de mim se contorcer. Eu não posso gostar dele. Ou será que posso?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Caída" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.