Roommate escrita por Lyandra Delcastanher


Capítulo 11
#11


Notas iniciais do capítulo

Problemas pessoais, falta de criatividade, provas e trabalhos. Mas não reclamem, porque essa fic é a mais comprida! hehe EXPLICAÇÕES: estou totalmente apaixonada pelo Joey Ritcher, então vocês entenderão!



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Depois daquele dia no telhado, Kurt havia voltado a falar comigo. Era como se ele quisesse me conquistar, ou melhor, me torturar. Ele sabia que eu ainda tinha os mesmos sentimentos de antes, porém fingia não saber.

– Me desculpa. - Falei esbarrando em uma pessoa, derrubando seus livros enquanto andava no corredor. Me abaixei sem ver a pessoa e encontrei grandes olhos castanhos.

– Na verdade, fui eu quem estava distraído. Sou novo aqui.

Uma vez que o garoto já estava de pé, e com seus materiais na mão, o moreno abriu um enorme sorriso. O menino estava totalmente perdido, sendo que em seus materiais havia livros de Literatura, e terças-feiras não lecionavam Literatura no colégio.

– Blaine Anderson, prazer. - Estendi minha mão, a alguns segundos depois o moreno assentiu, apertando a minha também.

Joseph Ritcher. Será que você poderia me ajudar a achar a sala de Ciências Naturais? É a minha próxima aula.

Sorri e encarei o chão.

– Olha Joseph... Não temos essa matéria aqui.

O pequeno sorriso que tinha no rosto do garoto desapareceu. E no meu rosto, um enorme se abriu. Uma sobrancelha se levantou em seu rosto.

– Estou mais perdido do que pensei... - Joseph colocou seus livros na mesa de descanso do hall e começou a revirar sua agenda, tentando procurar algum horário ou algo do tipo.

– Você quer ajuda?

– NÃO. - Quase gritou.

– Então tudo bem... - Sorri e fiquei esperando o garoto pedir por arrego. Alguns minutos depois de tanto folhear aquelas páginas, finalmente desistiu.

– Você se importaria? - Perguntou com um pé atrás. Sorri e neguei com a cabeça. - Eu estou na turma junior, e...

– Sua aula é Francês. - Falei num pulo. O motivo de seu saber era por que eu havia decorado todo o horário de Kurt quando namorávamos, e eles estavam na mesma turma.

– E a sala de Francês é...

– Eu te acompanho. - Peguei a mão de Joseph e o guiei pelos corredores. Aquela situação era um pouco estranha pra mim. Andar nos corredores de mãos dadas pertenciam à mim e Kurt, e não à mim e a um estranho. Se bem que, Kurt era um estranho pra mim.

Algumas curvas depois, havíamos chego à grande sala de Francês. Qual eu agradecia não ter que frequentar, já que essa era uma matéria apenas para os Juniors e Seniors, e não os Sophomores como eu.

– Está entregue, Joseph.

– Joey. - O menino corrigiu, soltando sua mão da minha e arrumando sua bolsa que caía lentamente pelo seu ombro.

– Joey então. - Peguei meu celular para checar o horário. Faltava apenas alguns minutos para as aulas começarem. - Você quer que eu te resgate no fim do primeiro tempo?

– Como assim?

– Nossa, menino. Você é lento, hein? - Gargalhei junto com Joey. Sua risada era calma e um pouco baixa. - Quando a aula acabar daqui a algumas horas, você sabe pra onde ir ou precisa que eu te ajude?

– N-não precisa. Eu pergunto para outra pessoa, mas obrigado.

– Olha, nem todos os outros alunos são tão legais como eu... É pegar ou largar. - Abri o maior dos meus sorrisos e inclinei minha cabeça, tentando fazer Joey aceitar minha ajuda.

– Eu pego então. Você quer meu número, caso eu me perca de novo? - Assenti com a cabeça e entreguei meu celular à Joey, que abriu um pequeno sorriso. Porém ele foi embora ao ver uma professora velha e mal encarada entrar na sala. - Bom, eu vou entrando. Até mais, Blaine.

– Até. - Peguei meu celular de volta e segui até minha sala. Sorte que era Ciências e eu poderia passar a aula toda conversando com meu colega de laboratório. Claro, se David não fizer nada explodir dessa vez.

Eu estava entretido conversando com David sobre as músicas das regionais - algo sobre um solo de Douglas, com uma apresentação em dupla. Sem duetos dessa vez. - Quando meu telefone vibrou em cima da mesa. "Tem um menino novo na minha sala. Alguém precisa o ensinar a como dar nó em uma gravata! :P" Peguei o aparelho para responder Kurt. "Sim, o nome dele é Joey e ele é novo. Ele é bem legal. Vocês deveriam ser amigos." A resposta veio na mesma hora. "Ele acabou de me fazer parecer um bobo na aula. Você tem certeza mesmo disso? Vou perseguí-lo até o inferno!"

Sem responder, guardei meu celular no bolso.

– Kurt? - David perguntou, e eu apenas assenti com a cabeça. Colocando um pouco do líquido roxo no tubo de ensaio maior. - Problema, cara. Esqueça o Kurt.

– Fica frio, David. Já fiz isso. - Se é que isso pode ser chamado de esquecer. Trancar os sentimentos e impedí-los de aparecer é esquecer?

– O que eu faço com isso? - Perguntou David, segurando um vidrinho com conta-gotas.

– No livro diz para colocar seis gotas no tubo. - David se posicionou, enquanto eu ainda lia. - Mas somente seis, por que se colocar mais vai dar uma reação contrária e...

– SENHOR DAVID COLINS, CUIDADO, O SENHOR VAI... - E a professora foi impedida de falar por uma enorme gosma azul que respingava pela sala toda.

E foi assim que a aula fora suspensa.

"Minha aula foi suspensa. Estou te esperando aqui fora. Você não acha que vai se perder nesses poucos metros, vai?" Sorri e enviei a mensagem. A resposta veio na mesma hora. "Je ne pense pas. Te encontro em alguns minutos. :)"

Esperei Joey enquanto jogava Pou pelo celular. O aplicativo tinha sido baixado por Kurt quando ainda namorávamos, e eu tinha esquecido (evitado) de apagar. Assim que a porta se abriu, levei meus olhos para a multidão de alunos cansados que saíam naquela sala. Kurt veio em minha direção.

– Blaine. - Sorriu. - O que faz aqui? E por que você está todo sujo de uma gosma azul?

– Longa história. Resumindo: David. Experimentos. Ácido.

– Pelo menos dessa vez o alarme de incêndio da escola não tocou. - Gargalhamos. - Mas o que você faz aqui? Se você tinha que estar do outro lado do prédio?

Abri a boca pra falar alguma coisa, mas então vi Joey na porta da sala, olhando para os lados preocupado. Acenei para o moreno, que veio até mim.

– Pensei que tinha sido burro o suficiente e me perdido de você. - Falou, gargalhando baixinho. Kurt levantou uma das sobrancelhas sutilmente. - Ah, oi.

– Kurt Hummel, Joey Ritcher. Joey, Kurt.

– Nos conhecemos na aula. - Joey sorriu rapidamente.

– Bom, temos 15 minutos de intervalo, Joey. Você quer tomar um café? - Perguntei de boa fé. Café era meu refúgio dos estudos.

– Não tomo café, mas te acompanho com um chá.

– Perfeito. Kurt, você vem?

– N-não. Eu tenho que resolver umas coisas.

– Então se cuida. - Dei um pequeno afago no ombro de Kurt e caminhei ao lado de Joey até o fim do corredor, conversando sobre a aula e sobre sua vida.

Durante o café, descobri que Joey tinha vindo da Inglaterra (isso explicava o sotaque) e que falava francês fluente, já que seu pai era separado de sua mãe e vivia na parte rural da França. Isso explicara o ódio de Kurt, pois ele "era" o melhor do colégio na língua. Joey também fazia teatro, e sua última peça ficara 4 semanas em cartaz em Londres. Era um amante de broadway e da maioria dos filmes que eu gostava, e coincidentemente, estava no dormitório ao lado do meu.

Já eu, contei para Joey sobre minha paixão por música e sobre eu tocar 14 tipos de instrumentos desde criança. Falei também sobre os warblers, sobre a escola e conversamos sobre nosso hobbies.

– Parece que acabou nosso intervalo... - Falei olhando no visor do meu celular, que indicava que minha próxima aula começaria em alguns minutos.

– Pois é. E eu sequer sei que aula tenho agora.

– Hm... Se eu me lembre, é Cálculo.

– Você sabe o horário de todos os anos? Ou você só é um psicopata? - Gargalhamos.

– Eu tinha um... amigo no mesmo ano que o seu e acabei decorando as aulas do horário, e infelizmente até hoje não consigo esquecer.

– Hm. Então o senhor me acompanharia até minha sala? Não faço a mínima ideia de qual é. - Joey se levantou, jogando seu copo térmico na lixeira ali perto e segurando sua enorme pilha de livros.

– Claro. - Repeti o ato. - Deixe-me te ajudar. Não tenho tantos livros como você. - Peguei alguns livros, aliviando para Joey que sorriu para mim. Alguns corredores depois, havíamos chego.

– Obrigado, de verdade. Acho que ainda estaria procurando a sala de Ciências Naturais. - Sorriu envergonhando, coçando a parte de trás de sua cabeça.

– Não por isso. Nos encontramos no almoço?

– Pode apostar.

Nos despedimos e dei meia volta, caminhando até minha aula de Geografia, encontrando David no caminho.

[...]

– Daí estávamos eu, meu primo e minha irmã na fila do cinema, quando chegou esse tal carinha e derrubou toda a pipoca em cima da gente. Assistimos todos o filme coberto de manteiga. - Joey gargalhava baixo no refeitório e eu o acompanhava.

– Não acredito. E o tal cara?

– Era um antigo colega meu de curso. Ele encrencava comigo porque a menina que ele gostava, estava a fim de mim. Nossa, foi uma história e tanto. Outro dia te conto ela inteira. - Tomou um gole do suco.

Conversávamos normalmente, quando nossa atenção se virou para o iphone de Joey, que tinha uma ligação sendo efetuada.

MELANY CHAMANDO. RECUSAR - ACEITAR.

Os dedos de Joey correram até o botão de recusar, sem pestanejar.

– Alguém inconveniente? - Perguntei sendo cauteloso.

– Minha ex-namorada. Terminamos um pouco antes de eu me mudar pra cá... Ela terminou comigo, na verdade. Falou que eu não estava pronto para um relacionamento daquele nível. Estávamos 2 anos juntos... Agora só quero que ela se exploda.

MELANY CHAMANDO. RECUSAR - ACEITAR.

Os dedos correram até a tela, novamente.

– Se foi ela quem terminou com você, por que ela continua te ligando?

– Ela diz que está arrependida e que se eu a aceitar de volta, ela vem morar em Ohio comigo. Só que eu não...

MELANY CHAMANDO. RECUSAR - ACEITAR.

– Mas que menina chata. - Resmungou, apertando novamente em recusar.

– E ela não se tocou que você não quer mais?

– As vezes fica difícil da pessoa se tocar. Você dá todos os sinais, começa a sair com outras pessoas, se afasta... Mas a pessoa continua no seu pé. - Exatamente o quê aconteceu comigo e Kurt.

MELANY CHAMANDO. RECUSAR - ACEITAR.

– Posso? - Perguntei colocando minha mão no celular.

– Fique à vontade.

Deslizei meus dedos até a tecla ACEITAR e ouvi uma voz doce começar a falar desesperadamente, sem procurar um espaço ou alguma brecha para respirar.

– Oi, ursinho. Por que você não estava me atendendo? Falei com sua mãe e ela disse que hoje foi seu primeiro dia de aula e eu queria saber como que foi. E se sentiu minha falta, por que eu senti muito a sua.

– Hã, oi.

– Quem é? Cadê o ursinho?

– O ursinho não está agora. Mas você pode conversar comigo... - Tentei fazer uma voz feminina, que parecia muito com uma de mulher. E felizmente, Melany havia caído.

– Q-quem é?

– É a pitchuquinha dele... - Joey se segurava para não gargalhar, e lágrimas saíam dos meus olhos.

– C-como assim? Cadê meu ursinho? Ele já me trocou? Ele não pode ter feito isso comigo. Nós éramos almas gêmeas. N-nós prometemos nos casar e ter uma casa de sapê e... Q-qual seu nome?

– E-eu sou a Laisa. - Blaine deu de ombros com o olhar estranho vindo de Joey. - Começamos a namorar hoje e eu estou muito feliz com meu pitchuquinho. Finalmente achei alguém que estivesse pronto pra um relacionamento maduro.

M-mas...

– Tenho que ir que estou com saudades do meu fofinho. Beijo.

Desliguei o celular e entreguei para Joey. Ficamos alguns minutos gargalhando alto, de um jeito que todo o refeitório nos olhava estranho.

– Essa não te incomoda tão cedo. - Dificil de falar.

– Obrigado, de verdade. - Risos. - Eu nem me lembro qual foi a última vez que ri tanto.

– Somos dois. - Rimos ainda mais alto.

– Isso me faz lembrar de um dia que eu, minha irmã e minha mãe estávamos andando pela cidade e...

[...]

Do outro lado do refeitório, Kurt olhava a mesa dos dois rapazes com os olhos um pouco cerrados de ciúmes. Sacou seu celular do bolso e começou a escrever uma mensagem.

"Vocês me falaram que se eu terminasse com Douglas e começasse uma amizade novamente com Blaine tudo iria dar certo e voltaríamos a ser o casal de antes. O melhor de tudo é que agora aparece esse tal de Joe que faz as coisas se complicarem. Troquei um cara que gostava de mim, por uma possibilidade de voltar com Blaine. Péssima ideia de aceitar vocês dois como cupidos. Vou matar vocês!"

Em sua mesa com Jeff, Nick olhou seu celular e encontrou o olhar raivoso de Kurt sobre si.

– Jeff, acho que estamos encrencados. - Voltaram seus olhares para Blaine e Joey. - E precisamos de um plano novo....


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Notas finais do capítulo

NÃO ODEIEM O JOEY, ELE VAI AJUDAR, POXA! :(