Chuva De Novembro escrita por mybdns
Duas semanas se passaram desde o incidente no shopping. Nem Emmett, muito menos Rosalie davam o braço à torcer. Sentiam saudades um do outro, sem dúvidas. Mais nenhum deles queria pedir perdão. Eram muito orgulhosos para isso. O mal estar de Rose insistia em dominá-la.
– Rose? Você está bem, meu amor? – perguntou Esme, percebendo que Rose estava vomitando no banheiro.
– Sim, eu estou. – disse, dando descarga. – esse maldito mal estar não me deixa em paz, mais que droga! Sabe, mãe, eu engordei três quilos nas últimas semanas. Pode isso? Eu estou colocando tudo o que eu como para fora e eu anda engordo! Que inferno.
– Dá pra você se acalmar? Nas suas condições, isso é normal, minha querida.
– Que condições, mãe? Do que você está falando?
– Rose, eu sei perfeitamente o que está se passando com você minha filha. Eu passei por isso duas vezes... três, na verdade.
– Não te entendo.
– Rosalie, você está grávida, meu bem.
– Não pode ser...
– Sim, pode. Sua menstruação está atrasada?
– Que dia é hoje?
– Dia vinte e cinco.
Rose fez silêncio e abaixou a cabeça.
– Não pode ser.. eu e Emmett sempre cuidamos para isso não acontecer...
– Às vezes, meu bem as coisas acontecem por um propósito, você não acha?
– Mais...
– Rose, você foi muito dura com Emmett. Você terminou com ele por desconfiança. Nem sabia se ele te traia...
– Eu sei. Eu me arrependo.
– Eu também me arrependo de muitas coisas que eu fiz na minha vida. Agora elas não têm mais concerto. Mais você pode sim concertar seu erro. Ligue para Emmett. Mande-o vir até aqui para vocês conversarem.
– Mais e se eu não estiver grávida?
– Não seja por isso. Se pai não é médico? Eu ligarei para ele. Agora, pense um pouco nesta criança que está ai dentro de você.
Esme saiu para ligara para Carlisle. Rose se deitou no sofá e ficou olhando para o teto por um bom tempo.
– Alô?
– Rosalie, minha filha?
– Não Carisle, sou eu Esme.
– Ah! Aconteceu alguma coisa com Rosalie? Ela está bem?
– Sim ela está. Ela só quer que você venha até aqui para confirmar uma suspeita minha.
– Que suspeita, Esme?
– Carlisle, eu acho que nós vamos ser avós.
– Você tem certeza disso?
– Certeza eu não tenho. Mais ela está com todos os sintomas que eu tive.
– Eu estou indo para Forks. E Emmett, já sabe?
– Ela está pensando se vai ligar para ele. Não diga nada a ele. Deixa que ela resolve.
– Tudo bem, obrigado por avisar. Tchau vovó.
– Tchau, vovô. – Esme desligou sorrindo. Seu sorriso logo foi embora quando se lembrou do que havia feito com Carlisle, que sempre foi muito bom com ela. Sentia remorso, mas o que havia sido feito não podia se desfazer.
– Mãe?
– O que foi, Rose?
– Será que o Emmett vai me perdoar?
– Ele te ama.
– Como você tem tanta certeza?
– O jeito que ele te olha. Aquele brilho em seu olhar quando ele te vê, minha filha. Ele te ama. Não deixe o amor acabar dessa maneira. Eu sei que ele está sofrendo com isso, igual a você. Pegue este telefone e ligue para ele. – disse entregando-lhe o celular.
– Eu não sei...
– Pegue logo este celular, menina. Você vai ficar trancada aqui nesta casa, neste fim de mundo o resto da sua vida? Vai tirar o direito de o SEU filho ter um pai? Rosalie, pelo amor de Deus, pegue este maldito telefone e ligue agora para Emmett.
Rose pegou o celular de Esme e discou para Emmett.
– Alô?
– Emmett?
– Sim, quem está falando?
– ...
Rosalie desligou.
– O que foi?
– Eu quero esperar o papai chegar para confirmar.
– Como você quiser...
Duas horas depois, Carlisle chegou à confortável mansão que morou com sua família há anos. Lembrou-se de como as crianças gostavam daquele lugar. Longe da cidade, rodeado por árvores e natureza. Podia sentir o cheiro da comida que Esme preparava aos domingos, com muito carinho. Ela era uma boa pessoa naquela época. As crianças amavam a sua lasanha, que ela dizia ser receita de sua avó. Fechou os olhos e viu Rosalie, Edward, Alice e Jacob correndo pelo quintal e ele, Esme, os pais de Alice e Billy conversando sobre qualquer assunto. Lembrou-se também que Scott estava enterrado naquele lugar. Scott foi o primeiro cachorro das crianças e elas sofreram demais quando ele partiu. Voltou à realidade. Nada daquilo voltaria. Aquela casa havia se tornado parte do passado, do melhor passado que alguém pudera ter.
– Oi Carlisle.
– Oi Esme. Onde está Rosalie?
– No quarto dela.
– O mesmo?
– Sim, o mesmo.
Carlisle subiu as escadas e bateu na porta.
– Entre, papai.
– Oi meu bem, como você está?
– Bem. Melhor agora que você chegou.
– Bem, vamos lá para baixo, na sala de exames.
– Tudo bem.
Os dois foram até a sala de exames, que Carlisle havia construído dentro da própria casa para cuidar da família. Ele ligou o aparelho de ultrassom e examinou Rosalie. Antes, colheu uma amostra do sangue da filha para comprovar a gravidez. Voltou em quase duas horas, trazendo a noticia.
– Bem, Rose querida.
– Fala logo, Carlisle, por favor. – apressou Esme.
– Calma. Você está grávida, meu bem. Parabéns.
Rose sentiu uma forte emoção quando sua gravidez foi confirmada.
– Você está para entrar no terceiro mês, meu bem.
– Agora, Rose, faça o que deve ser feito. – disse Esme, entregando-lhe novamente seu celular.
– Com licença.
– Tudo bem.
Rose subiu para seu quarto. Parou na janela e viu a chuva caindo, devagar. Dscou o número de Emmett.
– Alô?
– Emmett?
– Sim, sou eu. Quem fala?
– Você não se lembra mais da minha voz?
– Eu... Rose?
– Sim, sou eu.
– Eu pensei que este momento nunca iria chegar.
– Eu também, mas nós precisamos conversar.
– Eu também acho.
– Nós precisamos conversar de verdade.
–Você está bem, Rose?
– Sim, eu estou.
– Olha, eu só queria te dizer que eu me importo muito com você. Você não tem noção da falta que você me faz, minha patricinha. Nada é bom quando você não está aqui. Eu sinto muito, Rose é sério.
– Eu que devo lhe pedir desculpas. Eu acho que fui muito dura com você.
– Você foi. E doeu muito.
– Você também faz falta. Eu te amo e...
– E o que, Rosalie?
– Você pode vir para Forks?
– Eu não sei...
– Por favor.
– Eu vou. Quando?
– Agora.
– Por quê?
– Precisamos acertar nossa vida. Além do mais..
– Além do mais o quê? Você está me deixando com medo.
– Você vai ser pai, Emmett.
– ...
– Emmett? Você está ai?
– Sim. Eu não sei o que te dizer... Eu vou ser pai? – MÃE, VOCÊ VAI SER AVÓ!- gritou.
– Tem como você vir de moto pra cá?
– Vixi, minha moto tá quebrada, mas eu pego o próximo ônibus, que sai daqui umas nove e pouco.
– Estou te esperando.
– Dorme bem amor, te amo.
Rose desligou e ficou aliviada por falar com Emmett. Agora tinha esperanças de tudo se ajeitar. Queria concertar aquela situação, pois amava Emmett. Nunca deixou de amá-lo.
Enquanto isso, Emmett estava em sua casa, em estado de choque.
– Emmett, você tem certeza disso? – perguntou Sue.
– Sim mãe, o Sr. Hale foi até Forks para fazer os exames. Eu vou ser pai. Eu nem acredito.
– Aha, eu vou ser titia. Que demais! – alegrou-se Bree.
– Eu preciso ir para Forks. Agora. Quero me acertar com a Rose e...
– E... O quê, cunhadinho? – perguntou Jacob.
– Eu quero pedir a Rose em casamento.
– Ai sim... Eu quero que vocês dois sejam felizes, cara. De todo o meu coração.
– Valeu, Jacob.
Nestas ultimas semanas, Jacob e Emmett ficaram mais próximos. Jake dava sinais de que havia mudado, e devia tudo isso à Bree.
– Meu filho... Faça o que tem que ser feito. Seja feliz. Faça Rosalie feliz.
– Eu vou fazer mãe. Eu preciso pegar as economias que eu estava guardando para a faculdade pra comprar a aliança.
– Se você acha que deve fazer isto, faça.
– Eu amo você, mamãe.
– Que Deus te acompanhe na viagem.
Tchau Bree.
– Tchau Em. Vá com Deus.
– Tchau Jacob.
– Até mais, cara. Boa sorte.
– Obrigado.
Emmett pegou sua pequena mala com poucas roupas e foi até a loja de joias, que já estava fechando.
– EI! ESPERA!
– Já estamos fechando, senhor.
– Por favor moça, eu preciso comprar uma aliança pra minha namorada.
– Tudo bem, entre.
Emmett escolheu uma bela aliança e pagou. Correu para a rodoviária. Comprou a passagem, seu ônibus saia às nove. Parou na floricultura para comprar uma rosa para Rosalie. Comprou também um cartão bonito. Finalmente, o ônibus estacionou. Sentou-se na penúltima poltrona do lado direito, na janela. Um homem barbudo sentou-se ao seu lado. O veículo saiu da rodoviária. Emmett fez uma oração para nada de ruim acontecer na viagem, ele estava cansado, mas não conseguia dormir. Olhava a chuva cair torrencialmente, pela janela embaçada. Tentou fechar os olhos e dormir, mas a cada minuto que dormia acordava quarenta. Pra completar, um bebê que estava atrás dele não parava de chorar. Pensou no olhar de Rose e acalmou seu coração, que ainda estava acelerado por conta da notícia que recebera algumas horas atrás. Encostou a cabeça na janela e numa curva brusca, escutou um estrondo. Todos estavam gritando, tudo balançava. A criança gritava, chamando a mãe, que não respondia. Emmett tentou se mexer, mas não conseguia. Agarrou a rosa na lama. Lembrar o rosto de Rosalie havia se tornado sua última opção. A aliança havia caído de seu bolso. O cartão se despedaçou. A criança havia parado de gritar. Tudo se silenciou. Sentiu o celular vibrar em seu bolso. Sabia que era Rosalie lhe escrevendo, porém ele estava preso nas ferragens, não podia se mexer. Ele nunca pensou que esta viagem o levaria para tão longe, então, Emmett fechou os olhos sem saber o que estava escrito...
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