Que lugar era aquele? Foi a primeira coisa que eu pensei enquanto forçava minhas vistas a enxergarem com mais clareza, ah sim...eu me lembrei assim que vi aquelas paredes brancas e aquela enorme janela a qual a claridade teimava em entrar, eu...eu fui atingida pelo taichou...como meu taichou pode ter feito isso comigo? Eu apertei minha mão contra o peito, como doía ser traída por alguém tão importante, alguém como um onee-sama, pois era isso que ele era para mim. Minhas lágrimas rolavam continuamente, eu não acreditava, sofri tanto ao o ver morto, até mesmo...até mesmo...ai meu Deus...eu tentei matar o Hitsu-kun...como? Como?

Eu tentei me levantar, mas fui impedida pela doce voz de Unohana-taichou que certamente estava cuidando dos meus ferimentos.

– Hinamori-san, porfavor não se levante - ela disse segurando minha pequena mão e evitando com que eu me levantasse.

– Unohana-taichou, sunmimase, mas - eu dizia retirando a mão dela de cima da minha e agora me levantando - eu tenho que ir atrás do... - antes que eu pudesse completar a frase senti uma forte dor no peito e percebi que meu curativo estava sujo de sangue.

– Eu lhe disse para não se levantar - ela apoiou meu corpo sobre o dela e me colocou novamente na cama - Não se esforce, Hinamori-san, agora terei que fazer um novo curativo.

– Unohana-taichou - aquela voz, ela era da Rangiku-chan - perdão pelo incômodo, mas o Byakuya-taichou precisa de ajuda, seu sangramento está aumentando.

– Ah, sim, arigatou, Rangiku-san, vou lá agora mesmo. - Unohona-sama se levantou e foi até a porta, quando enfim virou-se para Rangiku e disse - Rangiku-san, porfavor fique de olho na Hinamori-san para mim, pedirei a alguém para vir fazer um novo curativo nela, não a deixe se levantar, sim?

– Claro, taichou. - assim que Matsumoto-san disse a taichouu fez um sinal positivo com a cabeça e se retirou dali, logo depois Rangiku-san foi se aproximando de mim. - Não vai me dizer que ía levantar para brigar novamente com o meu taichou? - apesar de parecer a pergunta não era para me atingir.

– Lie, eu...eu sinto tanto pelo que fiz, não sei aonde estava com a cabeça - eu estava tão nervosa que nem ao menos olhava nos olhos claros da tenente - , mas eu sinto que estava cega, não via um palmo a frente do meu nariz...eu não queria acreditar nas palavras do Aizen-taichou, mas...mas...vendo o morto... o que eu poderia pensar, Rangiku-san? - nessa hora eu olhei para ela com todas aquelas lágrimas de volta aos meus olhos.

– Entendo o seu lado, mas porque você escolheu Aizen ao invés do Toushirou-taichou? Pensei...pensei que vocês....

– Que nós nos amávamos como você e o Ichimaru-taichou? - eu não devia ter dito isso, parece que soou irônico, mas foi tão inocente que senti meu rosto aquecer e certamente corar. - Sunmimase, sunmimase, eu..eu não queria dizer isso - disse enquanto via os olhos claros dela se arregalarem e logo ela abrir um leve sorriso.

– Então você percebeu? Bem você só está errada em uma coisa, meu amor e o do Gin-kun não se compara ao seu e ao do Hitsugaya-taichou, não...não há mais essa pureza, acabou isso quando éramos crianças, eu e o Gin-kun talvez nunca chegaremos a nos unir.

– Rangiku-san?

– Não precisa ficar chateada por mim, é verdade o que estou lhe dizendo e tanto eu como ele sabemos disso, mas...quanto a você e o Hitsugaya-taichou, bem há tudo para dar certo, mas ele está magoado com você, por isso Hinamori-san se você quer realmente ficar com ele, vá atrás dele e demonstre porque é só isso que você precisa fazer - eu sorri com as palavras doces da Rangiku-san, ela não era só bonita, mas era também umas das melhores pessoas do Soul Society.

– Mas a Unohana-taichou me impediu de sair daqui.

– Deixe o resto comigo, vá logo, antes que quem ela mandou chegue. - eu sorri para ela e fiz um esforço para levantar, apesar da dor que sentia, ainda sim podia andar, pelo menos quando se era para ver o Hitsu-kun eu tinha forças.

Fui andando por cada corredor, algumas pessoas me olhavam assustadas, até enfim eu o encontrar na sala dele, ele parecia pensativo enquanto olhava pela janela aquele lindo céu azul.

– Tou-Toushirou-kun. - assim que disse ele me olhou perplexo para logo depois se levantar e me apoiar sobre ele, me fazendo sentar em sua cadeira.

– Hinamori-chan, o que está fazendo aqui desse jeito? Você não está completamente curada, olha o estado do seu curativo.

– Eu...eu não me importo Hitsu-kun...eu só quero te ver - parece que minhas palavras afetaram ele, o olhar surpreso dele me encarava, mas logo mudou para um olhar de tristeza.

– Hinamori-chan, só espero que tenha entendido que eu não tenho nada a ver com aquele plano...

– Eu sei - eu disse o cortando, fazendo com que ele novamente me olhasse - e é por isso que eu te peço, gomen ne, Hitsu-kun - eu me ajoelhei diante dele, ignorando toda a minha dor, até que ele se abaixou até mim.

– Hinamori-chan, não faça isso, não se esforce tanto por mim - ele me ajudou a levantar, até que eu senti uma forte pontada na minha ferida e acabei dando um gemido de dor. - Você, você é louca, olha seu estado, eu vou...vou te levar de volta para o hospital.

– Espera - eu disse o puxando pelo queixo e selando meus lábios no dele, logo senti a vontade dele de me beijar, pude sentir sua língua pedindo passagem e senti aquele gosto de menta emanar por toda a minha boca, seus braços acariciavam meu cabelo e eu podia me sentir completa com um único beijo, o beijo do meu Hitsu-kun.

– Você...você era pra estar no hospital e não beijando - ele disse agora ainda com rosto próximo ao meu e enquanto acariciava meu curto cabelo que estava solto.

– Não iria querer me curar se não tivesse seu perdão - ao dizer isso vi um sorriso brotar no rosto dele, seria ironia ou felicidade?

– Hinamori, sua boba- ele me deu um selinho e completou dizendo - como se eu pudesse não te perdoar - ele sorriu novamente e agora me beijou , só que um bejo leve e rápido, para logo depois me pegar no colo e dizer - Vamos voltar ao hospital, você tem que se curar logo para que passemos mais tempo juntos.

Nós sorrimos um para o outro e enfim eu pude sentir um amor de taichou.