Instintos escrita por Reira chan


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Só pra vocês entenderem, a história do bagulho é a seguinte:
A CN é uma metamorfa, ou seja, ela é capaz de se transformar em um animal - no caso, um gato preto, motivo pelo qual ela ganhou o nome CN (Chat Noir, ou gato preto) - e, por causa disso, ela sempre foi odiada pela família e coisas do tipo, correndo de uma casa em outra e sendo exorcizada, sofrendo preconceito e etc. Até que a família da Cecily, que era extremamente rica, decidiu adotá-la, e ela finalmente sentiu que tinha um lar, porque eles aceitavam ela, e ela ficou feliz. No entanto, a Cecily logo descobriu que os pais na verdade estavam se aproveitando da CN para fazer pesquisas, e ficou mal e contou isso pra CN, e por causa disso ela contou. A CN ficou desesperada e queimou todas as pesquisas, correndo logo em seguida. Daí ela se perdeu, e começou a matar todos aqueles que já a tinham discriminado algum dia, e acabou se tornando uma assassina, até que ela conheceu um italiano chamado Vicenzo, pelo qual ela se apaixonou (embora eu tenha dúvidas nesse quesito), só que ele era da máfia, e eles tentaram fugir, e daí o mataram, daí ela voltou à vida de assassina, procurando se vingar dos que o mataram, até que deduziu que o Izaya, personagem de Durarara que é informante, quem deve ter avisado para a máfia onde o Vicenzo estava, e por isso ela tentou matá-lo. Porém, ela se "apaixonou" (também tenho sérias dúvidas) pelo namorado dele, Shizuo, outro personagem. Não sei ainda se ela vai matar o Izaya ou não, e é assim que está a coisa toda.



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Aquele ambiente era mais familiar do que deveria a CN.

Desfocado, embaçado, turvo. Como que banhado de névoa líquida, para impossibilitar a visão, tornando-o fantasioso, e lentamente o consumindo e derretendo, para que a lembrança daquele lugar se tornasse cada vez mais fraca ao olhar.

Eram as lágrimas turvas que a deixavam incapacitada de enxergar.

Quanto tempo perdera?

Toda a sua vida, a vingança… Fora algo que sempre existira para consumi-la. No fundo, sabia que era fraca. Sabia que tinha ideais mais fortes que aqueles, sabia que era capaz de ter se tornado alguém mais especial. Sabia que a verdadeira forma de mostrar para todos que ela havia-os superado era simplesmente não se importar e crescer sozinha, ao invés de crescer naquele âmago de vingança. Mas não conseguira. Era sozinha, não tinha uma criação, não tinha noção. Não tinha alguém por quem ser forte.

Fora idiota. Perdera a sua melhor amiga. Depois, seu namorado. E agora, sua primeira chance de amizade em muito tempo.

Jamais recuperaria aquele homem. E, mesmo que o recuperasse, sabia que seria só como amiga. Afinal, ele tinha outro. E ela não conseguiria se sentir plenamente satisfeita.

E assim, como a tantos anos atrás, e tantas vezes atrás, ela retornava a fugir. E a buscar a vingança, a dor, e a se recolher, mantendo-se ela mesma presa naquele mar de solidão; a vida que reservava para si mesma.

Ela sentiu o seu corpo mudar e se sentiu grata por isso. Aos poucos, o mundo ao seu redor parava de ficar turvo, e ela começava a vê-lo de baixo. Mas nem eram essas coisas o que mais mudavam a sua forma de ver o mundo. A principal diferença era que agora ela o via sob um aspecto diferente. Sem dor. Sem crises existenciais. Apenas na base da sobrevivência.

Era por isso que gostava tanto de se transformar em gata.

Como animal, não havia preconceito, nem discernimento. Ninguém saberia dizer quem ela era. Ninguém saberia julgá-la. Ela não poderia se julgar. Ela tinha uma mente consciente, mas muito mais inteligente; inteligente o bastante para não se preocupar com os outros, com suas opiniões, ou mesmo consigo mesma. Claro que era reduzida o bastante para se impedir de crescer com a dor; mas esse era um privilégio que CN não queria. Por isso, ao olhar, com aquelas íris rasgadas e verticais para o mundo, ela novamente se agradeceu por ser metade gato. Tudo o que precisava fazer era seguir o próprio instinto.

Chat Noir, Gato Negro, singelamente olhava tudo ao redor, pensando que o cheiro e o aspecto daquele lugar era horrível. Ela já tinha um lugar em mente. Sem nem ao menos pensar, correu. Correu, sentindo suas orelhas sendo levadas para trás pelo vento, acariciando assim a parte de trás de sua nuca. Um carinho confortável, e bem útil na falta de uma pessoa que realmente a amasse para fazê-lo. Soltou um miado de satisfação, sentindo as suas garras lentamente raspando pelo chão, para deixar a sua marca ali. Elas se arrastavam para depois contrair, como se tentassem manter o chão para si, até perceber que não precisava dele. Era completamente independente. E livre. Livre da sociedade. Livre de si mesma. Para correr por onde quiser, errar o quanto quiser. E seguir aquilo que queria, precisava, e não aquilo que o seu consciente perturbado julgava correto.

Lentamente, parou. A pequena rua estava cheia de prédios cor de tijolo, na verdade que não haviam sido pintados. Era um bairro pobre, mas não decadente; simples e espaçoso, com as calçadas acinzentadas que ocupavam a maior parte da rua. Sem se ater muito a esses detalhes, pulou rapidamente pelo parapeito da janela de um daqueles prédios. Instintivamente. Ela seguia algum cheiro, algum cheiro conhecido, que estava marcado em sua memória. Não tinha tempo para vasculhar essa memória, apenas sabia que era o certo a fazer. Havia passado tantos anos sem se tornar gata, desde que conhecera Vicenzo. Agora percebia que não lembrava mais dos cheiros que seguia. Não importava. Ela ainda os detectava. Chegaria ao seu destino.

Mais um pulo, e já estava na terceira janela. Naquele lugar, ela parou. O ambiente dentro tinha paredes de cor azul-claro, não muito bem cuidadas, mas também não desleixadas; sobre esta, alguns papéis, cujo conteúdo ela não sabia decifrar, mas que estavam completamente preenchidos por letras. E alguns quadros, com peixes. No canto, ocupando toda a parede do seu lado direito, uma grande escrivaninha, com lápis, papéis com anotações pela metade, variados livros e um laptop, espalhados pelos cantos, mesmo que houvesse ali porta-lápis e uma prateleira para guardar os livros. Era um local bagunçado, mas de alguma forma aconchegante. A sua frente, havia a cama do morador, cujos lençóis eram azul-escuros. A gata miou levemente, percebendo que o morador na verdade era moderadora; e ela estava sentada na cadeira que deveria estar a frente da escrivaninha; no entanto, era uma cadeira com rodinhas por debaixo, e por isso ela havia movido-a para o outro lado, onde encarava a parede cheia de anotações, sem muita preocupação. Por trás, a gata pode ver cabelos castanhos curtos, com as pontas onduladas para fora, formando um efeito frisado em seu final. Ao todo, uma combinação bonita. Também via que os braços da garota eram magros, mas que ela tinha costas bonitas, delineadas, que desciam em uma curva… O resto de seu corpo era indecifrável. Chat Noir miou, liberando as suas garras para rasgar-se contra o vidro da janela fechada, arranhando-a e deixando marcas que provavelmente ficariam por muito tempo. Essa atitude chamou a atenção da moradora, que em um pulo que cortou sua concentração virou-se para a janela, vendo a gata preta de olhos amarelados encará-la fixamente, continuando a arranhar a janela e encarando-a com a boca aberta, como se sorrisse de deboche.

O nariz da garota era delicado, levemente arrebitado, curvando-se um pouco de forma suave como suas costas faziam. Era pequeno, combinando com as feições leves e rosto fino. A boca também era fina, porém não tão pequena, com os lábios levemente repuxados para cima, que pareciam ser macios e delicados, não muito cheios, em harmonia com o resto; subindo, ela via sobrancelhas também finas, que claramente não eram feitas com regularidade, mas que mantinham certo formato. E, por debaixo delas, os olhos.

Olhos azuis claros, de certa forma infantil, com um brilho nos olhos que transmitia vida, mas que também eram profundos o bastante para mostrar certo desgosto. A principal emoção que esse brilho canalizava, porém, era surpresa. A humana de pele clara sorriu levemente, levantando-se de sua cadeira para abrir a janela, libertando assim CN, que imediatamente pulou no seu colo, sabendo que seus instintos não estavam errados.

Era o apartamento de Cecily.

Esta sorriu, um tanto surpresa com a ação de CN, de pular em seu colo tão despretensiosamente, o olhar relaxado, brilhando até. Ela segurou a gata com firmeza, indo sentar-se sobre a sua cama, por um instante esquecendo do trabalho que antes realizava.

Começou a acariciá-la. Demorou um pouco para descobrir, mas o ponto que a gata mais gostava era na nuca. Correu com os dedos de forma delicada por esta, coçando atrás das orelhas e descendo, para então subir de novo. CN miava em contentamento, fechando os olhos. Ela continuava, com o sorriso crescendo a cada momento ao ver como a gata parecia deliciada.

 - Pequeno gato preto… - ela disse, depositando um beijo sobre sua cabeça, entre as pequenas orelhas, voltando a acariciá-la logo depois. Essa demonstração de carinho foi inesperada, mas CN sorriu ao perceber que o sorriso dela alargara-se.

 - Gata… Gata preta - corrigiu-se, ao reparar que era fêmea, segurando a gata com um pouco mais de firmeza, como se a abraçasse. Pegou-a um pouco melhor por debaixo, e então mudou a posição. CN não estava mais deitada paralela a ela, mas sim cruzando com ela, os olhos encarando diretamente aqueles azuis que Cecily possuía, o que a deixava de certa forma constrangida.

 - São olhos lindos… Amarelo-vivo, com um leve toque esverdeado, rasgando o olho, se impondo… São imponentes, decididos… Mas também sinceros. - Continuou a acariciá-la. - Você gosta de companhia, não é? Gosta de carinho?

O miado de contentamento que recebeu em resposta fez o seu sorriso brilhar um pouco mais levemente, como se recebesse uma nova dose de sinceridade.

 - Você fica feliz, não é? Gatinha… - continuou a acariciá-la - você está… Feliz?

E ela ficou surpresa quando viu seu sorriso falhar por um instante, curvando-se para baixo, deixando de mostrar os dentes, brilhando em um sentido contrário… Para depois retomar a forma normal… E então, em um último instante, convulsionar de novo, cruzando-se até que os finos lábios sumissem e…

Fossem cruzados por delicadas lágrimas de cristal, que apesar de tudo, ainda combinavam com aquele rosto tão quebradiço.

Em um gesto instintivo, Chat Noir esticou-se para cima, lambendo as lágrimas. Elas ficavam sedosas ao derreter na língua quente, mas deixavam para trás um sabor que não era apenas salgado, como a da maior parte das lágrimas que provara, mas também extremamente amargo, de uma forma tal que ela sabia só poder ser psicológica. Por que era tão amargo…

Cecily sorriu com o gesto.

 - Você está feliz? - repetiu, observando a atitude do animal, e despejando mais lágrimas em seguida.

Elas começavam a despencar em cascata agora, formando estalactites ao redor de seu rosto, como se pretendesse congelar-se e torturar-se. Eram pontiagudas, dolorosas, cobriam o seu rosto, como se pretendessem estragá-lo. Geladas. CN contorceu-se. Eram muitas… E algo nisso lhe dava uma aflição que se estendia até suas garras, que se esticavam como se, caso ela se agarrasse em algo, poderia colocar seus sentimentos de volta aos seus eixos.

 - Espero que esteja… Porque o mal que sofreu já foi muito… Eu sei como é isso… É… Sentir falta… - mordeu o lábio, mas teve que interromper a ação porque mais lágrimas caíam - de carinho… Sei o que você está sentindo - sorriu levemente - Gata Preta… Chat Noir. CN…

Passou o dedo fino por debaixo do olho, mudando assim a direção daquela estalactite brilhante. E então, voltou a acariciá-la.

A gata olhou pra baixo, não aguentando o peso daquele olhar triste que se desenrolava, enquanto lágrimas ainda caíam. Ela acabou por olhar para o pulso da outra, jogado em um canto. Algumas marcas o cobriam, avermelhadas. Ainda não havia perdido aquele desespero… Só então CN se deu conta de como a abandonara em um momento ruim… É claro que ela, como Chat Noir, não ia ter forças suficientes para simplesmente mudar.

Sentiu um peso sobre suas costas, e percebeu que Cecily apoiava agora a cabeça sobre ela, algumas lágrimas tilintando sobre seu pelo. Ela certamente estava buscando conforto na gata. E então…

Em um átimo, tudo se expandiu. Sentiu que seu contato com Cecily aumentara. Percebeu, rapidamente, que era humana de novo. E, no primeiro reflexo que teve após essa breve transformação, abraçou a outra, envolvendo os seus braços ao redor de seu pescoço, como se estivesse se agarrando a ela para ser puxada para cima. As duas haviam se atraído para baixo.

Os olhos que soltavam lágrimas se arregalaram, ao perceber o contato que sentia. Braços conhecidos. E então, as lágrimas voltaram a rolar, seus braços se estendendo para agarrar a outra pela cintura, puxando-a mais para baixo, apoiando a cabeça sobre seu ombro e ali despencando novas lágrimas, apertando-a com todo o seu desespero. Em que não havia fracassado? No fim, não conseguira ser a bióloga marinha que sempre sonhara. Continuava a sofrer por isso; era aquilo que amava fazer, mas ao ver as coisas que seus pais faziam, supostamente em nome da ciência, tinha medo de que acabasse apenas trazendo o mal. Essa dúvida a acompanhara desde a infância, e se intensificara quando CN fora morar com ela. Sua melhor amiga era fruto de experiências… Ela não conseguia não ter medo disso. E, com essa crise existencial, que só aumentara quando perdera a única que jamais lhe ouviria e ajudaria, sua depressão aumentara.

Já Chat Noir sentira uma dor diferente. Sua crise existencial se baseava na sua própria forma. Meio humana, meio gata. Com um tantinho de demônio. Quanto medo sentira de si mesma, antes de começar a temer os outros. Sabia que, quando abandonara Cecily, estava sendo egoísta. Estava sacrificando a outra - e ela mesma - em nome daquele orgulho estúpido. Poderia tê-la avisado. Ou ido com ela, para que ela enfim se curasse da depressão que seus pais continuavam a trazê-la. Mas deixou-a se virar. Abandonara os próprios sentimentos, e isso foi a gota d’água: retomara aquela vida. No calor daquele abraço, e ao sentir quantos havia matado simplesmente porque não sabia que valia a pena viver depois de tê-la perdido, ela entendeu o quanto a outra era importante pra si mesma. Que havia vivido depois de perder suas últimas esperanças simplesmente porque a dor de Cecily a havia ensinado como lutar pra viver era importante. Se perdera em mortes novamente porque não tinha mais alguém que a segurasse e a prendesse a uma vida. Entendeu, naquele momento, que amara Vicenzo porque ele era a única saída que conhecia. Que, com seu jeito descontraído, a fazia esquecer de tudo o que havia perdido. Inclusive Cecily. Que, da forma calma e animada como a conduzia, ele era o seu consolo. A sua esperança de um dia poder consertar tudo. Sem quebrar o seu orgulho. Sem, novamente, se sentir tentada a voltar aquela vida… E poder sentir vontade de construir a sua própria. Essa era a única semelhança que Vicenzo tinha com Cecily. Mas também era a única de que ela precisava. Percebeu que gostara de Shizuo porque ele, como Vicenzo, era sua dose de alívio. De alívio por ter perdido alguém, novamente. E, novamente, arranjara um consolo.

Pôs em dúvida se isso realmente havia evoluído para amor.

 - Cecily… - manteve a continuação entalada na garganta por um tempo - desculpe. - E com essa palavra de despejo, jogou fora o seu arrependimento por tudo que se sucedeu a perda daquela que amava. Todos os assassinatos. Toda a dor, toda a sede de vingança. Aquele orgulho idiota que a impedia de procurá-la. Mas, principalmente, por tê-la abandonado, e feito isso com ambas. Perdera a cabeça, e a si mesma. Perdera a única parte de si que importava.

 - CN… Eu achei que você tivesse morrido.

 - Isso levaria muita coisa, você sabe. Eu nem sei se posso morrer.

 - Você é uma imbecil.

Ela riu levemente.

 - Não sou eu quem estou chorando tanto.

Era mentira. Desde que voltara a sua forma humana, suas lágrimas anteriores também voltaram, e se fortaleceram cada vez mais com suas divagações a respeito de Cecily. Mas valia o argumento.

 - Por que você voltou?

 - Eu… Passei muito tempo sem jamais voltar a forma de gata… Eu teria voltado antes se não tivesse acontecido. Ela apenas segue seus instintos. Eu sabia que deveria voltar, mas a racionalidade humana me impedia. E, assim que eu voltei a ter patas… Elas me guiaram para cá. - e naquele instante, sem nem ao menos entender o motivo, CN olhou para baixo. Se seus instintos a haviam gritado por tanto tempo para correr para lá, porque ela nunca sequer sentira, se perguntou?

Sorriu levemente, limpando as lágrimas que ainda restavam caindo sobre o rosto da outra. Instintos não são para serem sentidos ou entendidos, e sim para serem seguidos.

Naquele instante, ela seguiu o que sentia.

Com calma e delicadeza, se aproximou da outra, segurando o seu rosto de forma quase imperceptível entre as duas mãos, o rosto ficando a centímetros dela. E, sorrindo ao ver o olhar de expectativa da outra, deu-lhe um beijo na testa.

E, com aquele ato, ficou selado.

A amizade entre as duas estava restaurada. CN não ia mais deixá-la para trás. E Cecily não iria mais sofrer esperando-a. As duas iriam se ajudar…

E correr em direção ao futuro pelo qual seus instintos gritavam.

 - Eu te amo, Cecily.

E o sincero pedido de desculpas ecoou pela mente das duas.


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Notas finais do capítulo

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