Seus Olhos escrita por MayMalfoy


Capítulo 11
Capítulo Dez




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Com isso, saiu e fechou a porta em um golpe. Estremeci com a rajada fria que entrou em meu carro. Observei até entrar em casa. Sabia que, esta noite, ele não queria mais minha ajuda. Rapidamente quando vi a porta fechar-se, afastei-me da calçada. Em um movimento contra a segurança do condutor, estendi minha mão e busquei em minha bolsa meu celular. Discando rapidamente, pressionei contra meu ouvido.

O celular soou por um segundo e logo uma voz familiar perguntou. — Oi?

— Oi, Gina.

— Hermione? — Ela falou como se pensasse que eu estivesse morrendo. — Oh meu Deus, o que houve de errado?

Ri tremulamente por seu tom. — Nada. Só arruinei minha vida, isso é tudo.

— Está chorando?

— O quê? — toquei em minha bochecha e me surpreendi ao perceber que estava molhada. — Uh, sim.

Podia sentir Gina ficando séria por que eu não era chorona. Ok, talvez enquanto assistia filmes da Disney, mas era só isso. — Diga-me o que aconteceu.

Liguei o limpador de meu carro, mas não fiz nada para evitar minha visão borrosa. Com um suspiro, estacionei no lado da estrada. — Bom, tentei apressar o jantar como planejamos, mas não funcionou e tive que ir...

— Deixar um jantar do Charlie? — Só Gina podia entender a importância de uma coisa tão aparentemente pequena. — Sua mãe deve ter ficado louca!

— Mas isso não é o pior! — Gemi. — Levei Draco a essa coisa de ensaio e a maioria dos Alunos nem mesmo sabiam que ele era cego. Ele colocou seu braço a meu redor...

— Oooh, – ela cantarolou.

— Acho que ele queria que eles pensassem, não sei, que eu era a razão pela qual ele se foi ou algo assim, quero dizer, por que apareceria do nada com uma garota, não é?

Gina apressou-se a sair em minha defesa. — Então, estava te usando como um acessório? Que palhaço!

— Bom, os Alunos de verdade acreditaram e... — minha voz desvaneceu-se.

— E o quê? — demandou.

Ruborizada, admiti. — Dei uma bebida diferente para ver se ele estava fingindo ser cego.

— Hermione, sério, quem fingiria algo como isso?

Cobri meus olhos com minha mão e tentei explicar. — Não sei, mas ali estava uma garota e estavam falando que ele saiu com todas essas pessoas e... Logo ele caiu.

Houve um momento de silêncio e então gritou tão forte que tive que afastar o celular de minha cabeça. — Preparaste uma armadilha outra vez?

— Uh, minha cadeira estava... — Sequei as lágrimas que estavam nas minhas bochechas. — Eu sei: sou uma estúpida.

— Meu Deus, Aim! Não quer manter o trabalho com o melhor salário em Grayfield? Sem mencionar que você gosta dele...

— Eu não gosto!

Podia sentir Gina revirando seus olhos. — Sim, que seja. Mas, você não deveria deixar que os Alunos te afetassem, você é melhor que isso, Aim. Conheço-te. Lembra quando estávamos no sétimo ano e você vestia camisas feitas de sacola porque sua mãe disse que os meninos nas fábricas ilegais faziam-nas? Você pega o caminho mais comprido, mesmo que seja difícil.

— Há, ha. Muito divertido.

— Sério! — Queixou-se.

— Tens razão. Não sei o que tinha de errado comigo! — Meti uma mecha de cabelo atrás de minha orelha e sussurrei. — Acha que ele ainda está zangado?

Bufou. — Como diabos vou saber? Mas colocaremos dessa maneira: Se eu não estivesse cega, não estaria pedindo que me trouxesse uma bebida.

— Obrigada, Gina. — Meu coração doeu. — Você é de grande ajuda.

— Está bem, você precisa parecer sexy.

— Gina, ele é cego!

— Veja, isso vai fazer que se sinta mais confiante. Confie em mim. — Suas irmãs começaram a gritar de longe. — Escuta, tenho que desligar. Por que não vou ai te ver amanhã e te dar uma mão?

— Sim! Por favor! — Roguei. Gina não era muito melhor do que eu com a moda, mas vivendo com tantas irmãs tinha aprendido algumas coisas. Sem sua ajuda, acho que não poderia me arrumar nem mesmo para uma única dança.

Os gritos para Gina, que monopolizava o celular, fizeram-se mais fortes. — Só um minuto, — sussurrou e logo me disse. — Ele estará babando nos seus pés muito rapidamente.

— Não é exatamente o que tenho em mente.

— Certo. — riu.

— Boa noite, Aim.

— Boa noite.

Desliguei meu celular e arremessei de volta para dentro de minha bolsa. Gina está equivocada. Não queria que Draco gostasse, gostasse de mim, apenas gostar de mim. Níveis de relacionamento. Platônico. Qualquer coisa a mais seria poderia ser... Bem, isso não aconteceria. Fiz uma pausa, fechando meus olhos e escutando o silêncio.

Então liguei novamente o carro e voltei para o caminho escuro e coloquei as músicas do Queen.

Estava cantando para mim mesma no momento que cheguei a minha vizinhança. Sai de meu carro, cruzando meus braços contra o frio e notei que as luzes da varanda estavam acesas. Através das janelas, a casa parecia escura, apesar de não ser tarde. Abri a porta principal e deslizei para dentro, tocando minha mão contra a parede para guiar-me. Enquanto entrava na cozinha, as luzes acenderam-se e pisquei surpresa.

Papai sentou em uma das cadeiras da cozinha. Ele parecia mais cansado do que seus cinquenta anos exigiam. Preocupei-me pelo que ia me dizer, mas sorriu para mim. Peguei a cadeira e ele fez um adiantamento enquanto me perguntou. — Como foi essa noite?

Suspirei. — Oh, tudo bem.

Assentiu e esfregou a linha de sua testa. — Sua mãe e eu tivemos uma longa conversa esta noite. Notamos que estamos colocando muita pressão sobre você, todos esses anos, sobre os jantares. Não vão trazer Charlie de volta e não é justo esperar que viva sua vida em função deles. Afinal, ano que vem irá para a Universidade de Illinois...

Fiz uma careta quando lembrei que não tinha falado sobre Evanston. Inclinei-me para frente e disse. — Não se preocupe, papai.

Seus olhos azuis brilharam com certeza. — Não, Hermione, falo sério! Não vai haver mais... Como você e a Gina chamam? ―Jantares de Charlie  especiais. — ruborizei-me. Nós sempre pensamos que meus pais não sabiam sobre nosso apelido. — Então, se você tiver qualquer plano para amanhã à noite, pode ir fazê-lo.

— Falando nisso... Na realidade, acho que devo fazer algo amanhã à noite às sete horas.

— Está bem.

Levantei-me e beijei-o na testa. —– Amo-te pai.

Ele deu umas palmadinhas em minha bochecha. – Eu também te amo.

Caminhei para meu quarto e, com um suspiro, lancei-me sobre minha cama. Tirei a carta para Charlie que tinha começado e suavizei os amassados com minha mão. Parei, mordendo a caneta em minha boca enquanto pensava, antes de acrescentar na borda da página:

OBS.: Não se preocupe em vir esta noite. Não é como se pudesse chegar a tempo, de qualquer forma. Acabo de falar com papai e acho que eles vão relaxar nos jantares. Finalmente. É difícil de acreditar. Não é que eu não ame você, claro que sim, mas acho que todos nós sabemos que prefere cair morto a voltar pra cá. Espero que desfrute Cali! Em sua próxima carta, assegure-se de realmente me dizer o que está fazendo! 


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Notas finais do capítulo

Heeeeey! tudo bem com vocês?
Sim, eu sei que eu demorei e vocês querem me lançar azarações maas, se fizerem isso não saberão o fim da Fic. *-*
é isso gente.
Beijoooooo sabor Draquinho