Murmúrio escrita por bundadopatch


Capítulo 35
Projetos




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Meus pensamentos estavam perdidos, assim como eu. Eu queria poder marcar um café com Vee, comer uns donuts, compras novas lingeries e fazer comentários engraçados sobre Marcie Millar, mas eu não podia, Vee não queria mais me ver, por enquanto.
- É culpa dele, Patch! - Eu estava gritando. - Culpa dele! Vee nunca faria isso comigo!
- Eu sei, Anjo… Eu sei. - Ele falava com a voz baixa e amigável, como se quisesse acalmar uma criança.
- Eu não tenho outros amigos, Patch - Meus soluços estavam aumentando. - O que eu vou fazer?
- Você tem a mim. - Ele estava alisando minhas mãos. 
- Patch… - Voltei a chorar. Era como se uma camada de gás estivesse prendendo as palavras em minha garganta.
- Não basta? - Agora ele me encarava, enquanto beijava a ponta de cada um dos meus dedos.
- Eu te amo, isso basta pra mim. - Minha voz era um sussurro. - Isso é tudo pra mim.
- Eu também te amo. - Ele sorriu, como se esperasse resposta. - Sabe que há poucas coisas menos dolorosas do que ver você sofrer.
- Eu queria que tudo isso não estivesse acontecendo. - Olhei no fundo dos seus olhos, procurando alguma resposta.
- Se eu pudesse, tomaria sua dor para mim. - Sua voz era amarga, doentia. - Mas infelizmente… 
Não respondi, envolvi meus braços em sua cintura, sentindo os músculos rígidos e tensos em suas costas, enquanto repousava minha cabeça em seu peito.
- Não me deixe. - sussurrei. 
- Nunca. - Ele disse, plantando um beijo no topo da minha cabeça. - Vamos sair daqui.
Entrelacei meus dedos nos seus. Meus dedos eram delicados e pequenos, assim como minhas mãos, diferente dos de Patch que eram compridos e fortes, porém macios. Uma combinação que particularmente me agradava.
- Quero te mostrar um projeto. - Ele disse, com um sorriso bobo nos lábios. - Não está completo… ainda.
Não hesitei, andei em silêncio enquanto Patch sibilava um canção que eu não conhecia, mas que funcionava como calmante.
- Como faz isso? - Perguntei, meu corpo parecia peso morto. Meus membros estavam entorpecidos.
- O que? - Sua expressão estava divertida.
- Você sabe… - Era a primeira vez que eu sorria no dia, agradeci mentalmente ao destino por ter me enviado Patch.
- Ah sim, isso. - Ele voltou a sussurrar a melodia. - Coisa de anjo.
- Funciona. - Minhas pálpebras pesavam.
Ele sorriu e parou de cantar, passou os braços pelas minhas pernas e me levantou com facilidade.
- Injusto. - Eu sorri, enquanto passava as mãos pelo seu pescoço e me aninhava em seu peito.
- Você é tão linda. - Ele pousou os olhos negros sobre mim. - Não canso de me perguntar quando vou me acostumar com isso.
- Digo o mesmo. - Fiquei surpresa com a ponta de humor em minha voz.
Patch abriu a porta de sua casa em silêncio, ela havia sido trocada. Haviam algumas mudanças.
- Não demoro. - Ele disse, enquanto me deixava na cama.
- Hmm… - Murmurei, enquanto agarrava a gola de sua camiseta preta e o puxava pra mais perto, até que nossos lábios ficassem juntos o suficiente para um beijo.
- Anjo, achei que estivesse cansada. - Ele estava rindo.
- Pra você? Nunca? - Meus olhos se abriram com a empolgação. 
Ele sorriu e umedeceu os lábios com a língua.
- Um minuto. - Ele desapareceu pela porta.
Observei cada detalhe do quarto, as paredes, o armário, o cheiro dos lençois. Eu estava em casa e segura.
- Quer conversar? - Senti o peso de Patch afundar a ponta do colchão.
- Você ainda tem vontade de se tornar humano? - Não sabia porquê aquela pergunta havia surgido, mas quando me dei conta as palavras já haviam saído.
- Pergunta interessante. - Sua boca havia se tornado uma linha dura. - Eu não sei se humano, bastava ser capaz de poder te proporcionar uma vida feliz.
- O que? - Meu corpo se ergueu com o choque da sua resposta. - Você já faz isso, Patch.
- Não como eu gostaria. - Ele sorri, sem humor. 
- Você é o meu sonho. - Eu sussurro, repousando minha cabeça sobre a mão para observá-lo melhor.
- Anjo… - Ele fecha os olhos, absorvendo as palavras. - Se eu pudesse fazer tudo o que tenho vontade.
- Ei - Repreendi. - Não pense assim.
Ele sorriu e estendeu a mão pra mim.
- Quero te mostrar algo.
Levantei e comecei a caminhar pelo corredor, estava diferente, mas eu havia gostado. Percebi que algumas portas haviam sido adicionadas.
Patch pousou a mão sobre a maçaneta da última porta.
- Pronta? - Ele me olhava como uma criança.
- Sempre.
Quando Patch abriu a porta, meu queixo caiu. Não acredito.


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