Que droga de lugar era aquele, ela não sabia. Parecia uma horrível distorção da história de Alice, só que seu nome não era Alice, e sim Avery.

Tudo começou quando ela estava caminhando por uma trilha entre as árvores á tarde, quando viu uma sombra. Decidiu segui-la, mas aos poucos foi se embrenhou cada vez mais fundo na floresta.

Chegou em um ponto em que as árvores eram tão densas que nem era mais possível ver o sol, parecia noite. Mas entre tropeços e arranhões, Avery conseguiu enxergar uma pequena luz.

Uma clareira, foi isso que ela pensou. Vil engano. Foi se aproximando, cada vez mais perto. Então notou duas coisas: primeiro, a luz vinha do alto; segundo, ela era avermelhada com rajadas negras. A luz mais estranha que ela já vira na vida.

Devagar e receosa, a garota se aproximou mais. Não conseguiu ver de onde exatamente vinha a luz. Parecia um buraco negro, girando em vermelho e preto, a deixando tonta. Ela se esticou, não estava muito longe de suas mãos; conseguiu, incrivelmente, se segurar na borda do buraco.

Ela parou, indecisa. Queria descobrir o que era aquilo, mas achava mais seguro voltar e contar aos outros. Não teve tempo de se decidir, pois de repente uma mão forte a agarrou pelo pulso e ela foi sugada para o buraco negro.

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No segundo seguinte, ela se viu caída, cuspindo uma espécie de névoa. Ouviu uma risadinha, um vestígio de presença, mas achou que estava imaginando. Afinal, esse lugar não podia ser real.

Quando ia se levantar, ouviu passos, alguém vinha vindo. Era um homem, ele era enorme, e parecia ser o guarda do lugar.

Depois de ele ter desaparecido, Avery se levantou e olhou tudo em volta, inclusive si mesma. Jeans e camiseta, agora rasgados e sujos. "Legal, estou horrível", ela pensou, e depois com sarcasmo: "Mas ninguém vai me ver mesmo..."

–Ponha seu cérebro para funcionar e pense.- Ela levou uma mão aos lábios e outra á cintura. -Não estou dormindo, então não pode ser um sonho. E esse fosse, bater nesse sei-lá-o-que, protótipo de chão, não teria doido tanto. Legal, então esse lugar é mesmo real.

A garota se sentou e se pôs a murmurar um plano, fazendo formas na névoa com o indicador. A melhor coisa a se fazer era ter cautela e descobrir um jeito de sair desse lugar.

Novamente, uma risadinha. Parecia estar distante e ser irreal, foi isso que ela pensou ao se levantar de súbito. Podia ser sua imaginação, pregando peças nela.

Mas se o lugar era real, porque o dono da risada não seria? Por hora, Avery decidiu esquecer isso e explorar tudo, mas continuava desconfiada.

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Ela caminhava totalmente sem rumo e desorientada, pensando consigo mesma que ela poderia ter tido uma ideia melhor. Só havia névoa e mais névoa, Avery só via uns poucos metros á sua frente. E não avistou nenhum ser. Estava sozinha.

Isso talvez fosse bom. Não tinha medo de morrer, mas era certo que não estava preparada. Ela lutaria por sua vida, para sair dali.

Andou muito e já estava exausta, a névoa parecia a sugar, puxando-a para baixo.

Podiam ser seus olhos a enganando, e talvez fossem, mas ela via algo preto, esguio e longo, fincado na névoa.

Reuniu as últimas forças e foi até lá. Viu que era uma placa, mas não pode decifrar o que havia nela. Caiu sobre a névoa. Sentiu dor de novo. A última coisa que ela pensara foi que bem que essa névoa poderia ser mais fofa. Depois disso, apagou.
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Ele estava bastante curioso, mas satisfeito. Quantas garotas já atraíra aquela perdição, ele não sabia. Apenas para se divertir, claro, afinal de contas aquele lugar era quase sempre chato e monótono. Esta garota seria particularmente interessante para Sebastian, ela parecia ser diferente das outras.

Veremos o que ele faria a seguir...