O hálito do Tony era gostoso, o beijo dele era calmo... Por um segundo eu me deixei entregar, ele era tão... Ok Ana, acabou a brincadeira, pode parar o beijo. O meu subconsciente gritou para mim tantas vezes, eu queria... Não queria...

Empurrei o Tony.

- O que foi? – ele perguntou me olhando.

COMO ASSIM O QUE FOI? Tive vontade de gritar pra ele, você me beijou, qual é? Eu acabei de sair de um namoro destruída e você me beijou, esse é o seu problema. Só esse.

- Eu hum... – abri a porta do carro.

- Vai embora, eu sei. Vou te acompanhar até a porta. – ele abriu a porta do seu carro e saiu, eu fiquei estática... Aliás porque eu deveria ter sentido mais do que deveria? Era só um maldito beijo, não tinha significado nada pra ele e automaticamente não deveria ter significado pra mim também porque... – Ana? – ele disse abrindo ainda mais a porta e segurando a minha mão. Sai do carro e ele me puxou para caminhar até a porta, meus sentidos estavam meio nublados, eu não sabia se tinha gostado do beijo dele ou se foi apenas um desejo momentâneo...

Paramos na porta da casa.

- Obrigado. – murmurei baixo.

- Eu quero de novo. – o Tony encarou meus olhos como se pudesse atravessar a minha alma e saber que eu também queria aquele beijo.

- Quer o que? – forcei a minha voz a sair.

- Te beijar Ana. – ele parecia não fazer nenhum esforço pra falar, porque só eu que tinha aquele maldito frio na barriga? Porque ele também não podia sentir, talvez as mãos tremerem e as pernas bambearem? Hein?

- Nós não... – pigarreei, o Tony sorriu levemente e sua mão subiu até os meus cabelos, mexendo no mesmo.

- Quantas vezes você fez algo que realmente queria? – ele perguntou perto demais de mim.

- Eu faço tudo que eu quero oras! – eu disse ainda encarando seus lábios.

- Então porque não me beija? – ele perguntou baixo.

Droga! Merda! Porra!

- Eu sei que você quer, eu sei que você quer muito. – sorri ironicamente.

- Você ta se achando... – ele colocou o dedão nos meus lábios.

- Se você não quisesse me beijar seu peito não estaria puxando sua respiração tão rápido e você não teria que pigarrear tantas vezes pra forçar a voz a sair, se você não quisesse me beijar não teria me deixando trazê-la até aqui na porta da sua casa e deixado eu colocar a mão nos seus cabelos. – ele me deu um selinho rápido e deslizou os lábios pela minha bochecha até o meu pescoço, fechei os olhos, era tão bom a sensação da boca dele na minha pele. Logo sua boca chegou no meu ouvido e ele sussurrou baixo. – eu quero ouvir você dizer Ana, eu quero ouvir você dizer que quer o meu beijo. – eu arrepiei e então me deixei levar.

Eu queria o beijo dele, não podia ficar negando pra sempre que eu queria ser beijar por Antony mais uma vez, eu queria poder sentir o gosto dele só mais uma vez e não era pegado? Era? Era algum tipo de pecado muito grande querer ser beijada por ele?

- Eu quero que você... – ele me encarou sério, eu sorri. – me beije. – a mão do Tony que antes estava do lado do seu corpo foi automaticamente para minha cintura puxando a mesma com força para ele, seus lábios roçaram no meu lentamente, com uma ligeira graça que antes que não havia visto, as mãos do Tony estavam frias e por isso me fez arrepiar quando ele entrelaçou a mão por entre os meus cabelos, seus lábios se encostaram no meu lentamente e sua língua entrou na minha boca tão graciosamente, foi um beijo mais lento do que o outro, ainda mais gostoso, eu fiquei na porta dos pés e passei os meus braços pelo pescoço do Tony, foi quando ele finalmente acelerou o beijo, uma aceleração perigosa que eu jamais havia experimentado antes, uma sensação tão gostosa de estar correndo risco, de estar na frente do abismo e pular... Se encontrar com uma deliciosa combinação do perigoso com o divertido...

É, o Tony tinha razão. Quantas vezes eu fiz algo que eu realmente queria fazer? Quantas vezes eu fiz algo que eu realmente tinha vontade? Fora poucas vezes e agora era uma delas, eu queria beijá-lo, eu queria sugar todo o ar do seus pulmões, eu queria realmente me jogar nesse abismo sem volta, queria poder me sentir perdida só uma vez e me achar no doce beijo dele... Somente uma vez.

Paramos o beijo com a respiração pesada. Precisei de alguns minutos para me recompor.

- Boa noite Ana. – o Tony disse me dando um beijo estalado no rosto, acenei ainda meio boba e entrei em casa fechando a porta em seguida.

Não pude segurar o riso alto que veio de mim, eu estava feliz. Era quase como se aquele episódio com o Josh não tivesse ocorrido... Era quase como se minha mãe não tivesse descido as escadas com o meu pai e a expressão deles não estavam nada boa... Era como se nenhuma bronca do mundo fosse me deixar triste hoje! Era como se eu tivesse explodido!