Seiko estava sentada no chão de sua cela. Era realmente um lugar pequeno, o chão era sujo de palha, e a única mobília era um colchão que quando alguém se deitava ele parecia ser feito de baratas. A garota estava sentada no chão encostada na parede com o braço apoiado no joelho. Se sentia uma fracassada... Chegara tão longe para terminar deste modo... Trancafiada numa cela enquanto seu namorado casava com uma princesa gata mimada.

Olhou para o vestido preto que ainda estava vestindo e o rasgou com suas novas garras e suspirou batendo forte a cabeça contra a parede.

- Devia ter ido para aula de canto e depois ir curtir minha solidão em casa... – murmurou olhando para o teto.

- Tem certeza? Não se sentiria mal por nem ao menos ter tentado? – Seiko olhou para o lado e viu Barão com um sorriso fraco no rosto e Muta ao seu lado.

- Como chegaram aqui?

- Depois que se pega o jeito, é fácil entrar nesse palácio! – disse Muta.

- Bem, sinto muito, mas... Perderam seu tempo. Não tem como eu sair daqui... Nem como salvar Noboru. Está tudo acabado... – a garota baixou a cabeça triste. – E eu sou só uma gata idiota que vai apodrecer nesse lugar... – Barão se agachou perto da grade da cela.

- Seiko... Quando eu vim para cá com Haru, eu disse algo a ela no Escritório. – Seiko olhou para o gato. – Algo que achei que você não precisava ouvir e estava certo, mas agora você precisa...  Não se esqueça de quem você é! – a garota franziu o cenho. – Depois de tudo isso você mais mesmo desistir? Odeio admitir, mas você agora é parte gata, como você mesma disse, uma gata se permitira desistir? Ou mesmo ficar presa neste lugar?

- Eu... Não disse gata... Eu disse garota.

- Não disse não.

- Não disse? – Barão balançou a cabeça negativamente.

Seiko olhou para a parede a sua frente. Chegara tão longe... Não. Não ia desistir. Não sem tentar uma última vez. Levantou-se com um ar decidido e foi até a grade. Devagar, passou seu braço pelas barras, em seguida a perna e parte do seu tronco. Quando quase todo o lado direito de seu corpo, fez uma leve careta e sua cabeça passou, seguida pelo seus braço e perna direitos.

- Bem, vamos logo. Temos um casamente para estragar! – disse Seiko estalando suas costas e pescoço.