De Volta Ao Reino Dos Gatos escrita por Milady Sara


Capítulo 4
Escritório


Notas iniciais do capítulo

E mais um cap!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/336736/chapter/4

Aquela corrida toda fez Seiko suar, ela não aguentava mais correr. As lojas eram apenas borrões ao seu lado, e quando avistou o prédio da Kajinoya com seu grande nome escrito na lateral, diminuiu a velocidade até parar e se apoiou em seus joelhos ofegante. Tinha sorte de o uniforme da escola ser leve e não deixa-la com mais calor.

Levantou o rosto e viu a pequena lanchonete a qual Haru se referira e caminhou devagar até lá. Suas pernas doíam.

– Bem... É aqui. – olhou ao redor até ver em uma das cadeiras, uma grande bola branca. Chegou mais perto e viu que era um gato gordo espremido na pequena cadeira, dormindo. – Bom, não custa tentar. – Seiko chegou perto do gato, mas ele não se moveu. – Ei. – ela disse e o cutucou. O animal abriu os olhos e a encarou. – Er... A Haru-chan me mandou aqui. Eu preciso muito de ajuda! Sabe dizer onde fica o Escritório dos Gatos? – o gato levantou a cabeça olhando mais fixamente para Seiko e só então ela percebeu uma mancha marrom em volta de uma das orelhas dele. O gato ficou em silêncio, e Seiko suspirou sentando em outra cadeira daquela mesa. – Não acredito... E agora o que vou fazer? Achar outra encruzilhada? Mal me aguento em pé... – e deitou a cabeça nos braços em cima da mesa.

– A Haru mandou você? – Seiko olhou para o lado e o gato sentara-se na cadeira. – Ela mandou? – por algum motivo aquilo ainda impressionava Seiko. Seria difícil se acostumar com gatos falantes.

– Sim. Pode me ajudar? – o grande gato a encarou alguns segundos.

– Me siga. – dizendo isso, pulou para o chão e correu para uma rua ali ao lado.

– Essa não... Mais correria! – lamentou-se a garota seguindo o gato.

A rua em que entraram era sem saída e viraram para a esquerda, incrivelmente as pessoas não estranhavam uma garota seguindo um gato. Em seguida, entraram em um beco a direita, e o gato subiu em um muro a alguns metros à direita. Seiko custou a se equilibrar naquilo, mas como passou correndo, não caiu. Depois o animal virou outra vez à direita, pulando em pequenos telhadinhos em cima de janelas de apartamento, a garota se sentia na aula de educação física saltando de um para outro. Até que o gato pulou e Seiko não teve tempo para pensar em não pular também, era um telhado de garagem e ela escorregou, mas conseguiu levantar antes de deslizar demais e correu novamente atrás do gato.

Ele passou por uma escada de uma casa ali ao lado e Seiko assim o fez. Então correu para outra ruazinha entre casas, já fazia um tempo que Seiko não via pessoa nenhuma. O caminho dava em outro beco, feito de grandes muros, e mais limpo que o primeiro. Subiu três degraus e se viu em uma alameda bem iluminada, ali também não havia ninguém. Olhou para a direita e o gato branco correu, passou por um arco de pedra, e ficou de pé nas patas traseiras. Sem nenhuma opção, a garota o seguiu.

Ao passar pelo arco, viu-se em uma pequena vila em formato arredondado. E com pequena vila, queria dizer em miniatura. Parecia feita sob medida para bonecas ou... Gatos. No centro, havia um grande poste de mármore com um pássaro em cima.

– Parecem casas de brinquedo... – comentou Seiko olhando ao redor. O gato branco foi até uma casa relativamente menor que as outras de cor verde. Tinha uma pequena cadeira ali, o gato sentou-se nela e colocou um jornal no rosto como se fosse dormir. – Mas... E agora? – perguntou Seiko.

– Espere Barão acordar.

– Barão? – o gato apontou para trás, onde havia uma vitrine, e uma estátua de gato ali. - Uma escultura? – a garota olhou em volta, e ao virar-se, viu o Sol se pôr. – Vai anoitecer. – então, a luz do Sol bateu nas janelinhas daquela vila toda, e refletiram na casinha verde.

– Agora vamos! Saia logo! – o gato branco resmungou se inclinando para a casinha. Logo, a luz do Sol foi embora, e um poste ao lado da casa e uma lâmpada em cima da mesma, acenderam-se. A pequena porta se abriu, e uma figura apareceu na porta.

Era o mesmo gato que antes estivera na vitrine. Era muito parecido com todos os que ela já tinha visto nesses dias, mas tinha um corpo humano, e usava trajes elegantes incluindo uma cartola e uma bengala. Ele se aproximou de Seiko tirou a cartola.

– Seja bem vinda ao Escritório dos Gatos!

– Nossa! Você é o Barão?

– Sim, Barão Humbert Von Gikkinger foi o nome que a pessoa que fez me deu.

– Mas... Você era uma estátua!

– Esta dimensão é um pouco diferente da sua. Qualquer ser feito com sentimento tem alma! Como ele! – dizendo isso olhou para cima e Seiko seguiu seu olhar. A estátua de pássaro em cima do poste de mármore transformou-se num grande e belo corvo. – Esse é Toto!

– Muta, você tem trazido muitas visitas! – disse o corvo olhando para o gato branco, que ainda estava com o jornal na cara.

– Ela disse que a Haru a mandou. – Muta disse monotonamente.

– Haru? – disse Barão e se virou para Seiko. – Haru mandou você até nós?

– Hai! – confirmou Seiko. – Sou Seiko, e Haru me mandou aqui porque eu também tive um problema com o País dos Gatos.

– Todas as garotas fazem isso agora? – Muta perguntou. Toto voou até ele, pegou o jornal com suas patas e foi até a varandinha da casa verde. – Ei!

– Acorde bolo fofo! Temos que ajuda-la! – Muta resmungou alguma coisa e entrou na casa.

– Venha, conversaremos melhor lá dentro. – disse Barão fazendo sinal para Seiko entrar com eles na casinha verde.

Seiko engatinhou para passar pela porta e se agachou para conseguir entrar na casa, era um ambiente aconchegante.

– Sente-se aqui. – disse Barão sem paletó e cartola, apontando para um baú e ali Seiko sentou observando o ambiente. Toto apareceu no topo da casa na pequena varanda e Muta estava no sofá.

– Limão ou leite no chá? – Barão perguntou.

– Leite.

– Exatamente como Haru. – e lhe ofereceu uma xícara, tão pequena que ela beberia o chá em menos de um gole.

– Arigatou.

– É uma receita minha, não posso garantir que o sabor seja o mesmo todas às vezes.

– Haru-chan disse o mesmo quando fui tomar chá em sua casa uma vez!

– Ela disse? – perguntou Barão com um sorriso.

– Sim. – bebeu o chá. – Delicioso.

– Obrigado. Agora, - Barão sentou-se em uma poltrona. – Conte-me o que aconteceu.

– Bem, resumindo... Salvei a princesa Luna de ser atropelada, os gatos vieram me agradecer e... Me chamaram para ser madrinha do casamento dela com meu namorado.

– Ora... – disse Muta. – A princesa quis copiar seu irmão só para variar...

– Como assim?

– Aparentemente ela queria que o seu namorado a salva-se para ela usar a mesma desculpa que o pai quis usar para casar Haru com Lune. – disse Barão. – Mas ela teve que dar seu jeito sem isso e... Acho que ela não sabe da relação de vocês dois.

– E como você foi boazinha demais assim como Haru para salvar a gata, agora está nessa encrenca! – disse Muta.

– Onde estão seus modos?! – reclamou Toto.

– Calado galinha preta!

– Mas... – disse Seiko cabisbaixa. – Eu preciso salvar Noboru... Não posso deixar que o casem com aquela princesa! O gato que falou comigo hoje disse que ele está pedindo socorro... – os três animais olharam piedosamente para a garota. – Eu esperaria eles chegarem e iria sozinha, mas... Eu tropeço até no vento... Preciso de ajuda! Por favor! – Barão olhou para Muta com a sobrancelha erguida.

– Argh... Tá bem! – disse Muta.

– Iremos ajudá-la Seiko! – confirmou Barão.

– Ah! Arigatou! – disse Seiko feliz.

– Acho que eles não demorarão a vir busca-la... – comentou Barão recolocando seu paletó, a cartola e a bengala. – Vamos esperar lá fora. – dizendo isso, todos saíram da casa, mas Toto continuou na pequena varanda enquanto Barão lhe dava algumas instruções e Muta contava para Seiko a aventura deles com Haru e de como ele tinha sido heroico ao salvar todos.

Então, alguns minutos depois o gato caramelo surgiu da escuridão com muitos gatos cinza e foi até eles.

– Seiko-sama! Pelo visto compartilha de muitas coisas parecidas com a Haru-sama! Mas enfim, viemos busca-la, nyah! – disse o gato cor de caramelo.

– Ok, ok, tudo bem, mas... Eu tenho uma condição! – disse Seiko firmemente.

– Nyah? Que condição?

– Meus amigos tem que vir comigo. – disse se referindo a Barão e Muta.

– Er... Não sei se o Regente aprovaria essa ideia...

– Bem, se eles não forem eu não vou. Ai você vai desapontar o noivo da princesa e vai conseguir problemas com ela e logo... Com o Regente!

– Nyah! – gritou o gato cor de caramelo. – Problemas com a princesa?!

– Ela é horrível! – disse um dos gatos cinza.

– Não quero confusão com aquela louca! – disse outro.

– Vai ser muito peso, mas nada pior do que a punição que a princesa nos daria! – completou outro.

– Er... Tudo bem, nyah! – disse o gato caramelo por fim. Ao que parecia a princesa era uma tirana. – Podem subir!

– Subir? – repetiu Seiko confusa. Muta a empurrou e ela caiu em cima dos gatos cinza e pulou em cima deles. – Isso não machuca?

– Eles são feitos para isso. – disse Muta com um ar de sabe-tudo, mas os gatos aparentemente não concordaram com ele. Barão falou mais alguma coisa com Toto e se juntou a eles.

– Vamos! – disse o gato caramelo.

Então os gatos cinza começaram a correr, liderados por um gato preto e branco. Seiko se surpreendeu com quão rápidos eles eram pelas ruas. Quando eles foram em direção a uma parede, o coração de Seiko foi até sua garganta, mas uma espécie de portal se abriu e ao passar por ele estavam no terraço de um prédio, o qual desceram por sua parede e a garota não segurou o grito. Mas outro portal se abriu e eles foram parar em um parque, e por fim, atravessaram um portal em cima de um lago.

Depois disso, Seiko não se lembrava de quase nada, tudo parecia um contínuo borrão branco.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Que taaaal???