De Volta Ao Reino Dos Gatos escrita por Milady Sara


Capítulo 3
Presentes


Notas iniciais do capítulo

Eeeeeeeeeeeeee mais um cap!!



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O som irritante do despertador de Seiko soou, esta se remexeu na cama e acordou sentando-se assustada olhando ao redor.

– Ah... – ela suspirou. – Foi só um sonho. – apertou o botão de seu despertador e como sempre, se aprontou para o colégio. Chegaria um pouco mais tarde desta vez já que teria de fazer seu café. Viu um pequeno rolo de papel no chão de seu quarto e simplesmente o colocou na bolsa antes de descer.

A garota não estava com fome então simplesmente fez um café instantâneo e enquanto bebia, abriu a janela da sala para deixar um pouco de luz entrar e engasgou com o café quando olhou seu quintal. Estava coberto por rabos-de-gato já desenvolvidas e muito grandes.

– Mas o que...? – ela disse se inclinando na ponta dos pés ficando quase completamente fora da janela. Perdeu o equilíbrio por um momento e quase caiu de cara no quintal. – Ai, ai, ai... Vou ter que tirar essas coisas antes deles voltarem... – lamentou-se calçando os sapatos para sair. Ao chegar à calçada, andou devagar tirando as folhas e ramos das plantas que ficaram presos em sua saia, até que ouviu miados atrás de si. – Nani? – disse olhando para trás e quatro gatos estavam ali, miando para ela. – Hm... Que estranho. – e começou a correr em ritmo de caminhada para a escola.

Enquanto corria olhou para trás, e os gatos a seguiam de perto. Parou e os gatos a cercaram em círculo. Deu um passo, e os gatos a imitaram. Começou a correr mais rápido do que antes, mas os gatos a acompanhavam e pelo menos mais cinco se juntaram aos anteriores. Assustada, Seiko começou a correr verdadeiramente rápido, enquanto mais gatos se juntavam aos outros.

– Parem de me seguir! – gritou aumentando a velocidade ao chegar perto de uma rua movimentada, ali, Haru caminhava e olhou para trás ao ouvir tantos miados. Seiko passou voando por ela sendo seguida por gatos.

– Mas o que... Seiko-chan? – Haru não pôde deixar de ter um d’javu com aquela cena e correu tentando alcançar Seiko. – Seiko-chan!

– Haru-chan, socorro! – Seiko gritou quando viu Haru junto de seus felinos perseguidores.

– Tente ir mais rápido! – agora Haru estava ao lado dela.

– Vou tentar! – Seiko estava cansada, mas a adrenalina em seu corpo não a deixava parar e logo ela deixou a amiga e os gatos para trás. Passou correndo pelo portão da escola, sendo seguida por Haru e os gatos.

– Yoshioka! Outra vez?! Que diabos é isso?! – gritou o professor de educação física.

– Não fui eu que os trouxe desta vez! – Haru gritou de volta.

Seiko estava à frente e foi para seu pequeno armário um pouco ofegante. Reparou que o armário estava aberto e com coisas dentro. Abriu a portinha e pequenas caixas cor de salmão fechadas por adesivos que pareciam selos. Todas caíram no chão e Seiko olhou para elas confusa, até que as caixinhas se remexeram e dentro delas saíram ratos.

O grito que Seiko deu foi incrivelmente alto. Ela tentava escalar os armários atrás de si enquanto os ratinhos cheiravam o chão a sua volta. Em seguida Haru chegou.

– Ah! Os ratos também?! – dito isso, os gatos passaram por ela e avançaram nos ratinhos enquanto Seiko ainda tentava inutilmente escalar os armários. – Por aqui Seiko-chan, - disse Haru puxando-a para longe daquela bagunça. – Vamos para o banheiro tirar esse cheiro de erva-de-gato de você!

~*~

Seiko entrou na sala com Haru aliviada por tudo aquilo ter acabado.

– Arigatou por me salvar Haru-chan! – disse Seiko sentando-se em sua mesa. – Não acredito no que aconteceu... – Haru se postou na frente da mesa dela e se debruçou ali, de modo a falar somente para Seiko.

– Onde está seu papel? – ela perguntou.

– Meu o quê?

– Seu papel! Eles deram um papel a você não deram?

– Eles... Quem?

– Os gatos! – Haru sussurrou mais baixo. Os olhos amendoados de Seiko se iluminaram e ela tirou o rolo de papel de sua bolsa colocando-o na mesa e o abrindo. Estava cheio de pequenos desenhos que pareciam ser feitos de giz de cera. Haru reconhecia aquilo, era quase como o que ela recebera, com pequenas diferenças.

– É quase igual ao meu...

– Haru-chan... A Hiromi-chan disse que... Você falou que conversou com um gato uma vez...

– O que você fez? – perguntou Haru.

– Eu...

– E ai meninas! – disse Hiromi chegando perto. Haru mordeu o lábio enquanto Hiromi ajeitava suas coisas em sua mesa.

– Vai fazer alguma coisa depois da aula? – perguntou Haru.

– Eu tenho aula de canto...

– Pode faltar? – Seiko olhou para Haru. Se alguém podia ajuda-la, era ela. E se aquilo tudo era verdade, Noboru tinha sido mesmo levado ao País dos Gatos.

– Posso.

– Falamos sobre isso no fim da aula. – Seiko assentiu e Haru sentou em sua cadeira.

~*~

Mais tarde naquele dia, no final da aula, ao invés de ir para sua aula de canto, foi para os fundos da escola com Haru. Para um local perto de onde jogavam o livro e àquela hora só quem passava ali eram os faxineiros e os alunos que ajudavam na limpeza.

– Muito bem... – disse Haru sentando em um batente de um corredor que dava acesso à escola. – O que você fez? – Seiko respirou fundo.

– Bem, eu estava voltando para casa com o Noboru e tudo estava ok, mas, apareceu uma gatinha muito fofa ela fez manha pra gente, mas ai ela se jogou no meio da rua quase foi atropelada e bateu em mim algum instinto de salvadora de gatos me joguei atrás dela, a salvei bati a cabeça na calçada, mas ela começou a reclamar de eu ter salvado ela, reclamou, agradeceu e saiu, Noboru achou que eu estava louca, a Hiromi-chan me ligou achando que eu também estava louca e ela falou que você também falou com gatos um dia e eu fui dormir. – Haru franziu o cenho enquanto Seiko falava rapidamente. – Mas ai um monte de gatos foi até a minha casa de noite e um tal Regente agradeceu eu ter salvado a filha dele porque o rei não pôde ir, ai disseram que eu ia ter presentes eles foram embora e o Noboru estava em uma gaiola e ia se casar com a princesa! Eu me assustei fui dormir e quando acordei fui perseguida por gatos e o resto você sabe. – a garota ficou ofegante ao acabar.

– Nossa...

– Pode me ajudar?

– Acho que sim. Isso já aconteceu comigo!

– Aconteceu? Você salvou a princesa?

– Na verdade o príncipe... Sofri com os mesmos “presentes” – Haru fez as aspas com os dedos. – que você, e quiseram me casar com ele.

– Você ficou noiva dele?

– Sim, mas tudo se esclareceu no final! Eu tive ajuda e consegui ir embora de lá segura.

– Que ajuda?

– Foi dos...

– Seiko-sama! – Seiko virou de costas e viu o gato caramelo acenando para ela na frente de uma árvore. A garota correu até ele com uma cara de poucos amigos e o gato, assustado subiu em uma árvore.

– Seu maldito! – ela gritou pulando tentando alcançar o galho onde ele estava. – O que fizeram com Noboru?

– Por favor, Seiko-sama, acalme-se! Nyah! – o gato falou de cima da árvore.

– Ele tem razão Seiko-chan. – disse Haru chegando perto da amiga. – Melhor se acalmar.

– Haru-sama! Há quanto tempo, nyah! – disse o gato e Haru acenou para ele. Aos poucos Seiko se acalmou e o gato desceu para os galhos mais baixos, ainda assustado.

– Tudo bem. Estou bem. – disse Seiko para si mesma. – Então, o que quer?

– Vim para ver se gostou dos presentes! Demos nosso melhor! Nyah!

– Para ser sincera... Não.

– O quê?! Não me diga que assim como Haru-sama não gosta de ratos!

– Pois é... Não gosto.

– Ora... – o gato cor de caramelo parecia triste. – Achamos que a senhorita fosse diferente... Nyah... – por um segundo Seiko teve pena dele. Só por um segundo.

– Mas e Noboru?! O que fizeram com ele?

– O noivo da princesa Luna? Ele está bem, apesar dos ataques nervosos!

– Ataques nervosos? – Haru e Seiko se entreolharam.

– Sim, sim! O pobre coitado grita o tempo todo! Pedindo socorro, e dizendo seu nome Seiko-sama! E isso me lembra outra coisa, já que a senhorita e o noivo da princesa parecem ser tão amigos, e a senhorita salvou a princesa, viemos chama-la para ser a madrinha do casamento, nyah! – o gato disse empolgado.

– O quê?! – Seiko explodiu em fúria. – Eu ser madrinha?! Isso só pode ser piada! Pois saiba que Noboru é meu... – mas Haru tapou a boca dela antes que pudesse terminar a frase.

– Ela aceita sim Natoru! Pode informar a princesa e a seu noivo que Seiko será a madrinha! – Haru disse ainda sem deixar Seiko falar.

– Oh! Que maravilha! Viremos pegar a senhorita esta noite então, Seiko-sama! – o gato disse ficando de pé. – Ah, sim! Sayonara Haru-sama! – subiu pelos galhos da árvore e pulou para um telhado.

– Ah! Chotto matte! – Seiko gritou correndo para a cerca que separava a escola do local para onde o gato pulara. – Como Noboru está?! Matte! – mas suspirou quando o gato sumiu de vista e se virou para Haru. – Por que fez aquilo?

– Porque você precisa ir para o país dos gatos para conseguir salvar o Inoue-kun!

– Mas como eu faço isso?

– Tem razão, vai precisar de ajuda. – Haru pensou um segundo. – O Escritório dos Gatos! – disse como se tivesse tido uma grande ideia.

– O Escritório do quê?

– Dos Gatos! Lá podem ajudar você!

– Tem certeza?

– Claro! Foram eles que me ajudaram!

– Mas... Onde fica isso? – Haru pensou novamente.

– Você precisa achar a encruzilhada!

– Encruzilhada?

– Sim! Não é muito longe daqui, perto das lojas do centro, numa encruzilhada, tem uma pequena lanchonete com cadeiras e mesas brancas em frente à Kajinoya!

– Acho que sei que lugar é esse...

– Sim, sim, perfeito! Lá, você tem que procurar por um grande gato branco!

– Gato branco?

– Sim, isso! – Haru pegou Seiko pelo braço e a levou para o portão da escola correndo, fazendo Seiko quase cair no chão duas vezes. – Você tem que ir logo! – Haru disse quando chegaram à calçada.

– Hai!

– Me deixe ficar com sua bolsa. Ela só vai atrapalhar, acredite em mim! – Seiko deixou sua bolsa com a amiga. – Quer que eu avise seus pais?

– Não, eles não estão na cidade. Mas vá até a casa de Noboru e diga que... Ele vai ficar na casa de um amigo para estudar ok?

– Certo! Agora vá! – dito isso, Seiko saiu correndo em direção a tal encruzilhada. – Diga ao gato que você me conhece! Isso pode ajudar! – Haru gritou enquanto Seiko se afastava.

– Hai! – a garota estava correndo muito naquele dia. Tinha medo de não achar o gato branco, mas se Haru havia dito, ela acreditava. Ela tinha visto gatos falantes e seu namorado ficara noivo da princesa deles, nada mais era impossível.

Tropeçou durante a corrida e caiu no chão, mas se apoiou nos braços e voltou a correr. Tinha que achar o gato branco... E logo.


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Notas finais do capítulo

I need reviews!!!